Ia escrever sobre esta farra promovida pelo Presidente do Senado e seus “atos secretos”, mas o jornalista econômico Luis Nassif, com sua precisão habitual, define com maestria o tema. Segue abaixo – o grifo é meu.

P.S. – Óbvio que, neste caso, a foto fica à direita…

17/06/2009 – 15:59

As denúncias contra Sarney

Confesso um profundo desânimo de escrever sobre os empregos dos familiares do presidente do Senado José Sarney.

Há três anos escrevi longamente sobre a venda da Cemar – Centrais Elétricas do Maranhão – para fundos de investimentos aliados a Fernando Sarney. A empresa estava sendo recuperada, por uma intervenção da ANEEL. O GP adquiriu o fundo simplesmente conseguindo que a Eletrobras renegociasse o passivo em boas condições. Um escândalo maiúsculo, sem a menor repercussão porque não havia interesse, naquele momento, em instrumentalizar a denúncia.

Meses atrás, quando estourou o caso Gautama, era evidente a ligação da empreiteira com a família Sarney. A mídia em geral atacou o governador Jackson Lago. Não saiu uma linha sobre Sarney. Depois, quando Sarney foi eleito presidente do Senado, desencavaram o tema por uma questão de conveniência política.

Quando começou o processo de cassação do Lago, fiz nova defesa aqui – ao lado de outros blogs independentes. O esquema Sarney em São Luiz espalhou que estava sendo financiado pelas verbas da Secretaria de Comunicação do Jackson Lago. Quando Roseana assumiu, escancarou as verbas e um valor imenso tinha sido aplicado nos grandes veículos, visando reduzir as críticas. Não houve retificação das insinuações lançadas.

Tenho um largo histórico de conflitos com o esquema Sarney. Na verdade, desde o Plano Cruzado, quando o consultor geral Saulo Ramos, um grande espertalhão, editou um segundo decreto do Cruzado para permitir a sobrevida da indústria das liquidações extrajudiciais e das concordatas – das quais ele, como advogado, sempre fora grande beneficiário.

Acompanhei as estripulias do Edemar Cid Ferreira, protegido de Sarney, assim como as concessões distribuídas a Mathias Machline, Abril, Objetivo. Graças a Sarney ganhei um Prêmio Esso em 1987 e fui rifado pela Folha pouco tempo depois e por razões bem sólidas, que garantiram a Sarney a gratidão do jornal e espaço vitalício como seu colunista.

Por tudo isso, considero Sarney o maior representante do que de mais atrasado existe na política nacional. E considero esse jogo de denúncias seletivas uma ampla manipulação. Usa-se a denúncia como ferramenta política apenas, jamais como instrumento de aprimoramento político.

2 Replies to “Sobre Sarney (por Luis Nassif)”

  1. Nosso Presidente Lula, já devidamente ambientado a nossa cultura politica, disse que o Jose Sarney não é uma pessoa comum ou seja pode fazer atos secretos a vontade … gozado é ver tanta hipocrisia e demagogia no Senado brasileiro como se fosse surpresa os atos secretos do Sarney … nem os atores da Globo finge tão bem na vida …


    Pior que o Senado Brasileiro é a politicagem no Flamengo em ano de eleições na Gavea … PQP !!!!


    Migão,
    o Flamengo pode estar fudido, mas seus jogadores não … os caras agora contratam reforços pro time … se isso virar rotina pergunto se vai precisar ter mais um KL-666 e/ou MB na Gavea? … hehehehe

    Vovô xaruto

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