
Entretanto, o que me assustou ontem foi ver a emergência do Quinta D´Or superlotada. O caso da minha filha, que foi colocado em prioridade devido à alta temperatura, levou uma hora e dez minutos para ser atendido.
Acredito que a causa desta superlotação digna de SUS da emergência pediátrica se deva à falta de bons hospitais de referência na Zona Norte e/ou Zona da Leopoldina. A região do Grande Méier e adjacências tem o Pasteur – onde alguns anos atrás a Daniele foi pessimamente atendida – mas não consigo me lembrar de bons hospitais, pelo menos com fama de, no eixo Tijuca/São Cristóvão/Ilha do Governador.
Dou o exemplo da Ilha. A única clínica de emergência do bairro é a Santa Maria Madalena, apelidada mui carinhosamente de “Santa Maria Mortelenta”. Lá você entra, mas deve se dar por sortudo se sair vivo e mais ainda se conseguir extrair do hospital um diagnóstico correto.
O que nos resta ? Para emergências cardíacas há um razoável na Rua Cambaúba, mas o resto… Quinta D´Or ou Balbino, em Olaria, mas este à noite é bem esquisito. E tome fila…
A verdade é que, talvez no intuito de diminuir o custo, as grandes redes privadas colocam poucos hospitais com atendimento de emergência geral, que funcionam como grandes concentradores. Então, hospitais que deveriam atender 200 pacientes, por exemplo, atendem 2 mil. Aí, não tem estrutura que dê jeito, vira SUS.
Além disso, a própria reputação de excelência que a rede D´Or construiu contribui para esta superlotação.
Acredito que a solução seria descentralizar estas unidades de referência, possibilitando um melhor atendimento e menor tempo de espera aos pacientes.
Todavia, o que importa é o lucro. O resto, infelizmente, não tem pressa.
Ê, ô ô, vida de gado…
Que coisa desanimadora… O peão luta tanto pra poder sair do SUS e tem que se deparar com essa situação ainda!Que país é esse!