
Um bom exemplo são os celulares. Desde que peguei o meu Nokia E62, smartphone, que recebi há quase dois anos, resolvi manter algo na linha de smartphones e associados.
Só que agora está chegando a hora de trocar e eu, que sou fã de Nokia, confesso que estou perdido diante de tantas opções. Até porque os dois aparelhos da Nokia que eu gostaria, o N97 e o E75, aina não se encontram disponíveis em minha operadora.
Também não posso esperar muito pois o meu aparelho, depois de muito judiado, está em campo só “fazendo número”, como se diz. Resolveu criar vida própria.
Acabei me restringindo a quatro modelos de smartphones, dois da Blackberry, um da Nokia e o quarto, o famoso IPhone, da Apple.
Para mim é ainda mais difícil porque gosto de fazer escolhas racionais. Olhando sob este aspecto, a melhor escolha seria o E71: é Nokia, atende às minhas necessidades, é o sucessor natural do aparelho que uso e tem um preço bem acessível. Só que está há quase um ano no mercado e logo estará superado pelos dois aparelhos que citei anteriormente.
O Blackberry 8310 também é uma escolha razoável, mas possui o mesmo problema de defasagem, além de não ter 3G.
Já o 9000 é mais caro, mas mais completo. E o Iphone é muito bom para e-mail e internet, que utilizo bastante, mas fraco para outras utilizações.
Sinceramente, não sei qual aparelho escolher. Procuro comparar os recursos de cada um e vejo muito complicada uma escolha racional. Simultaneamente são parecidos em termos de recursos e em design (à exceção do aparelho da Apple), e pelo menos para mim, que escolho racionalmente, torna a decisão uma tortura.
Alguma sugestão ?
Esta questão me leva a pensar outra coisa: até que ponto este diversidade de escolhas que a gente pode fazer realmente nos é válida.
Quando saíram os celulares, por exemplo, eram três, quatro modelos. Atualmente, só de smartphones são mais de vinte possíveis opções. Para carros, até dez anos atrás eram quatro fábricas, hoje são mais de dez.
Logicamente, podemos dizer que temos mais opções de usar melhor os nossos parcos recursos. Por outro lado, sinceramente não sei se depois de um certo número de opções, começa a ficar contraproducente. Acaba levando a uma compra emocional, e isso não é lá exatamente a melhor forma de se gastar o nosso pouco dinheiro disponível.
O pior é que para uma faixa de preços parecida, os recursos também são parecidos, em média. Lógico que um pacote como este que a Fiat fez para o Uno Mille desequilibra isto, mas logo as demais fábricas respondem a este momento de mercado – um bom exemplo é o Ka completo por um preço parecido.
Até porque, quando se desequilibra um mercado, a tendência é ganhar terreno e consequentemente ser dominante, o que leva à acomodação.
Porém, voltando ao nosso tema, confesso que esta variedade de opções é uma tortura, ainda mais quando não se consegue estabelecer hierarquias racionais e definidas segundo critérios mensuráveis.
Entretanto, temos de escolher. A vida, em resumo, é a variedade de escolhas.