Meus 18 leitores sabem que este blog sempre tenta oferecer uma outra visão das coisas.
Soube do quiprocó televisivo hoje ao fazer, como de hábito, minha varredura pela Internet.
Penso que esta é uma questão complexa e que tem os mais diversos interesses em jogo. Vários ângulos se atraem e se superpõem, nem tudo é o que parece ser. Vamos por partes.
Antes de mais nada: há muito tempo as Organizações Globo não fazem jornalismo no sentido estrito do termo. O que se produz é a notícia comentada, moldada e adaptada aos interesses e ideologias dos comandantes de seu jornalismo. Vendo o que é apresentado, não se descobre realmente o que ocorreu, mas passa-se a se pensar da forma como o fazem os que realmente detém poder de mando no grupo empresarial.
Isso dito, parece lógico que as revelações envolvendo o Bispo Edir Macedo refletem o fato de que a Rede Record vem incomodando a líder de audiência ultimamente. A estratégia é ligar o crescimento da concorrente ao dinheiro da Igreja Universal, alegar que é ilegal e colocar o Ministério Público e a Polícia a seu serviço, defendendo seus interesses monopolistas.
Traduzindo em português claro, a Globo informa o que lhe interessa informar. Por trás das denúncias envolvendo a concorrente, há a defesa de sua posição de virtual monopólio da informação.
O leitor mais apressado poderia pensar: o blog está defendendo a Record ?
A resposta é não.
Logicamente não se pode cravar certas informações, mas parece óbvio que a grana dos dízimos deu um “upgrade” na Rede Record. Em uma época de crise, as propostas que a emissora têm feito a profissionais de outras emissoras e os investimentos em infra-estrutura são bastante diferenciados e aumentados, para se dizer o mínimo.
Não conheço a legislação o suficiente para afirmar que tal prática é ilegal ou não, contudo há, claramente, uma questão ética envolvida aí. Quer dizer que a suada gratidão do membro da Igreja Universal é utilizada para pagar Gugus Liberatos e afins, mesmo que indiretamente ?
Não me parece correto.
Um outro ponto que precisa se ressaltar é que, surpreendentemente, a vida financeira dos fiéis da Igreja Universal costuma melhorar, mesmo com toda a carga de dízimos oferecidos. Poderia entrar com uma explicação espiritual, mas não cabe neste escopo; então digo que a melhora material dos fiéis advém das restrições feitas pelos seus preceitos a ítens como cigarro e bebidas alcoólicas, que diminuem o gasto do indivíduo.
O que eu quero dizer é que não irei comentar o ato do fiel fazer a sua oferta, não nos diz respeito aqui neste momento. Nem me sinto confortável para tal, por ser adepto da prática do dízimo em minha Fé.
Mas o que precisa ser investigada é a real destinação deste dinheiro. Se ele é utilizado para manter a estrutura da instituição – que não deve ser nada barata – e expandi-la pelo mundo, não vejo grandes problemas.
Também não vejo óbice à manutenção de estrutura destinada a prover um mínimo de condições a quem está neste trabalho missionário. Acho complicada, apenas, a questão do conforto e do luxo, porque está incoerente com o voto de pobreza defendido por Jesus Cristo.
Agora, se realmente o produto da gratidão dos fiéis é utilizado em remessas ilegais no exterior, em vidas faustosas para os líderes, para pagar salários a estrelas da televisão e em operações vedadas a este tipo de instituição, precisa e deve ser investigado.
Destarte, acredito que a Record, hoje, tenha condição de se sustentar com as próprias forças. Porém, seu projeto de chegar à liderança de audiência fica, evidentemente, comprometido. Por outro lado, penso bastante salutar a existência de uma alternativa de informação relevante à Rede Globo de Televisão.
Esta, por sua vez, ao perceber que sua liderança poderia sofrer abalos a médio prazo, tratou de estabelecer barreiras à entrada, para utilizar o jargão do economês. E utiliza todos os seus tentáculos sobre a sociedade, o poder constituído e o poder econômico para manter o monopólio da informação.
Monopólio este claramente danoso ao país, como se vê quase todo dia em questões como o tratamento à Petrobras ou á crise no Senado.
Na prática, o Brasil se ressente muito da falta de uma televisão pública de longo alcance, imune a influências de poder. Ressalto que “pública” é diferente de “estatal”, mas este é papo para outra hora.
Resumindo em uma frase a questão, estão todos errados e o povo, na prática, é o único perdedor…
Não discutindo a briga “Globo x Record”, é um verdadeiro absurdo o que a Igreja Universal faz, de enganar seus fieis. A imagem do “bispo” rindo e fazendo caretas, enquanto conta dinheiro mostra tudo. E está na legislação: crime por charlatanismo.
A unica coisa boa de tudo é que, se a Justiça terrena é morosa, a Justiça divina não falha.
Fabrício, dando uma de “advogado do diabo’: engana mesmo ?
Tenho sérias dúvidas quanto a isso.
Por outro lado, deploro o que se faz com a grana arrecadada dos fiéis.
P.S. – a Justiça Divina não falha MESMO
A questão é que enquanto as pessoas acharem que colaborando com dízimo e esmola estarão ajudando o mundo melhorar, estarão a cada dia mais distante dos objetivos. Por anos a história se repete, a Igreja como poder, como ferramenta de dominação e o dinheiro no centro de tudo. Nada mudou. Pagamos impostos, taxas, tarifas aviltantes para o governo e não temos o retorno social. Será que é pagando o dízimo que a Igreja vai reverter a situação? Não é o mesmo Deus que olha por todas as pessoas? Será que enquanto tiver entidades filantrópicas o governo não vai cada vez mais se eximir de suas responsabilidades?
Não é com dinheiro que vamos resolver os problemas, a prova está aí: Sempre, onde há dinheiro, há escândalos!
Olá, Rejane, seja bem vinda !
temos de diferenciar a oferta que visa à manutenção da instituição da exigida com funs de exploração.