Depois de Cazuza:

“Burocracia… eu quero uma pra viver !
Burocracia… eu quero uma pra viver !

Digito, confiro, carimbo
Neurônios jogados ao limbo

Controla, regulamenta, registra

Envelope, pasta, vista e revista.

Burocracia… eu quero uma pra viver !
Burocracia… eu quero uma pra viver !

Fácil de fazer ? Não pode !
Aplicação prática ? Não pode !

Registrar é mais importante que construir

Prazer supremo é o trabalho destruir.

Burocracia… eu quero uma pra viver !
Burocracia… eu quero uma pra viver !

Devolver o processo
O pedido cesso

Passos redundantes

Das regras amantes

Burocracia… eu quero uma pra viver !
Burocracia… eu quero uma pra viver !

O meio é mais importante que o fim
Completar o processo é derrota pra mim

Chegar à linha final, sem passos voltar

Burocracia não se permite derrotar

Burocracia… eu quero uma pra viver !
Burocracia… eu quero uma pra viver !

Trabalho que não agrega valor
Lobotomia é indispensável ao trabalhador

Pensar atrapalha e não adianta

Máquina a estrutura acalanta

Burocracia… eu quero uma pra viver !
Burocracia… eu quero uma pra viver !

Passos, cartórios, registros, porquês
Trabalhar e produzir para quê ?

Quem normatiza é soberano importante

Esforço e luta constante

Burocracia… eu quero uma pra viver !
Burocracia… eu quero uma pra viver !

Mais irracional, melhor
Senso prático, pior

Enlouquecer, objetivo

Corporação é motivo

Burocracia… eu quero uma pra viver !
Burocracia… eu quero uma pra viver !

Luta de classes
Linha de passes

Preenchidos formulários
Lotar os armários !

Burrocracia !”