Mais uma vez as escolas de samba do grupo especial do carnaval carioca desfilarão, em 2010, no sábado de Momo. Meu critério para fazer a assertiva é simples: especial é o grupo onde está o Império Serrano e ponto.

Sou reticente em utilizar a expressão resistência para abordar fenômenos culturais. O Império, entretanto, não me deixa saída – está na agremiação da Serrinha a resistência aos desatinos cometidos pelas escolas de samba nos nefastos dias atuais.

Ninguém me preguntou, mas vou dizer o que acho:

1-Escola de samba é cultura. Escola de samba hoje é o Império Serrano.

2- Desfile de escola de samba não é baile de carnaval.

3- Samba-enredo não é para ser cantado com dedinho levantado e pulinhos de erê de umbanda. Se o samba te impuser isso, fuja dele como o diabo da cruz. Se você gostou dos pulinhos, compre um abadá, passe o carnaval na Bahia e boa sorte – vais adorar a festa na boa terra.

4- Refrão de samba-enredo e o pirulito que bate-bate são coisas distintas.

5- Não podemos nos enganar, em final de samba-enredo, pela pirotecnia da torcida e o nome do compositor. A marcha sobre Roma, que levou Mussolini ao poder, foi visualmente linda – e o fascismo foi uma titica. As manifestações de rua quando morreu o Aiatolá Khomeini então…como pulava a massa da mandioca.

6- Bola de encher é coisa de festa de aniversário de criança e lugar de tremular bandeiras é a arquibancada do Maracanã. Escutar samba, pular feito doido e balançar bandeira ao mesmo tempo são atividades excludentes – e coreografia é coisa de torcedor do Boi Garantido e de japonês que desfila na Mangueira.

7- Samba-enredo está para o Império Serrano como o jongo está para a Serrinha: é herança e patrimônio – e deve ser tratado com seriedade. Somos o terreiro em que o encantado chefe é o caboclo Silas de Oliveira.

8- O desfile de qualquer escola de samba pode ser efêmero e funcional. Qualquer desfile do Império Serrano, por tudo que a agremiação significa hoje para o combalido carnaval carioca – sequestrado pelos alcapones de cabelos pintados da LIESA – deve ser tratado como legado.

9- Inclusão digital tem dois significados: exame de próstata e enredo da Portela do Comandante Nilo. O Império cantará em 2010 João do Rio!

10- João viu as ruas do Rio como um espaço dramático de reinvenção da vida – jamais como um palco de banalidades desprovidas de sentido. Foi fascinado pelas ruas e retratou com admiração, amor e algum preconceito a cidade luso-africana de São Sebastião. É tema sério, que exige um samba denso, de melodia consistente e letra sem banalidades, feito a alma das esquinas.

O Império Serrano escolherá na segunda feira o samba para o carnaval de 2010. Dois, dos três finalistas, são dignos das tradições imperianas, mas tenho uma ideia sobre esse processo:
– O juri do Império Serrano deveria ir neste sábado a um terreiro de Umbanda, numa sessão de Povo de Rua, e perguntar pra qualquer entidade malandra o seguinte: Qual é o samba?

Sei não, mas desconfio que o povo das esquinas que João descreveu cantaria esse aqui .

É o samba que, ganhando ou não, cantarei para os meus alunos ao longo dos anos, enquanto for professor, na aula sobre a minha cidade do Rio de Janeiro no início do século XX. Ficará – e o Império merece um samba que fique.

Se eu desfilar com ele, então, vai ser bonito e comovente feito o diabo.

Abraços

23 Replies to “JOÃO DAS RUAS DO RIO – O SAMBA IMPERIANO”

  1. Sim Simas, você é IMPERIANO!belíssimo texto, pra variar. Tenho ido a quadra, cantar e me emocionar com o samba de Milanez, Aranha, Luiz Fernando(meu parceiro na Vizinha Faladeira)Fabinho Professor e Marcelão. Esse samba tem tudo pra levar nosso Império Serrano de volta ao grupo”Especial”.
    Cordiais Saudações.
    Orlando Rey

  2. Caro Luiz Antonio, tenho acompanhado seu blog, que acho muito bom.
    Tijucano como você, mas vascaíno e Beija-Flor (que me tornei criança, por causa de Joãozinho Trinta e, principalmente, Piná, meu primeiro símbolo sexual, apesar de ainda não saber o que era isso)escola pela qual mantive minha torcida nesses anos todos.
    Abraços,

    Mauro Abdon Gabriel
    Longe de conhecer o carnaval como você, sou apenas um advogado curioso, adoro os desfiles. E é na condição de curioso que não entendo o pouco caso de muitos com os desfiles atuais e a insistência meio derrotista (coisa de botafoguense? Provocação desnecessária, sei disso) com uma denominada “estética” imperiana.
    Claro que o samba-enredo tem papel fundamental no desfile, mas um desfile não é só isso, ou é?
    E o último desfile da Império não foi bom. Fora o fato de que, ao exaltar em seus textos os compositores do Império, entendo ainda menos a insistência da Escola em reeditar sambas, coisa que não funciona, além de, acredito, desestimular os compositores da Escola.
    Conheço pessoalmente a vice-presidente da escola da Serrinha, pessoa capaz e grande conhecedora do Carnaval. Conheço outros integrantes e apaixonados da Escola. Assisti a luta de muitos para ter uma direção não vinculada ao crime e sei como isso pode ser péssimo para as notas dos jurados. Defendo que o Carnaval saia do controle da liesa e não sou nem um pouco fã do Anísio e outros, mas penso que é possível aqui dizer a frase mais sábia já escrita e falada: uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. E vice-versa.
    Lutar por um Carnaval melhor não significa reeditar o passado. Estou errado?
    Joãozinho Trinta mudou os desfiles. Apesar de muitos dizerem que foi para o mal, discordo, humildemente. A partir dele, outros aspectos do desfile ganharam mais relevência e o samba em si perdeu muito da sua importância. Mas perdeu porque passou a se valorizar a tal técnica em detrimento do samba no chão (crítica usual e meio bobalhona) ou por que não temos mais tantos compositores bons?
    Mas ainda se valoriza os bons sambas, quando eles existem.
    Enfim, continuo a ler seus ótimos textos e poderia me alongar muito mais. Ainda como curioso, digo que acho injustas algumas críticas normalmente feitas a Beija-Flor; feitas sempre, e a priori, mas que se esquecem que a Escola normalmente faz desfiles muito bonitos, apesar da insistência com os temas “umbandianos” e africanos(impagável seu último post!). Mas será que isso não poderia ser visto como uma resistência contra a evangelização progressiva das comunidades que dão sustentação às escolas? África e macumba. Teriam esses temas alguma coisa a ver com samba? Talvez os intelectuais do futuro tenham saudade dos desfiles de hoje do macumbeiro vaidoso Laíla, quando talvez as escolas no futuro tenham enredos como “Jesus, o Filho Phodão do Homi” e ainda serão comandadas por… bicheiros. Exceto o Império, que vai reeditar pela 25ª vez algum maravilhoso samba do Silas de Oliveira.
    Fora isso, o curioso aqui vai para os desfiles para ver, também, o que vão aprontar Rosa Magalhães (uma porreta) e outros artistas. Sim, temos alguns grandes Artistas, com A maiúsculo, fazendo os desfiles, que algumas vezes acertam.
    Por último, o desfile do Salgueiro deste ano estava muito bonito e no quesito samba-enredo, senti falta de você e de outros especialistas ao menos mencionarem o, para o curioso aqui, melhor samba-enredo desta década, que foi o da Imperatriz no ano passado. O refrão e todo o samba são LINDOS: “Ou ficam todos ou todos se vão, embarcar nessa aventura, au revoir Napoleão”. Au revoir Napolão é do…
    Abraços,

    Mauro Abdon Gabriel

  3. Mauro: respeito sua opiniao, mas esse samba da Imperatriz não se compara ao “Império de Divino”, de 2006 A reedicao do Imperio neste ano foi justamente uma tentativa de escapar do rebaixamento certo que Anisio e Cia impoem às escolas que destoam da máfia da Liesa e, sempre que sobem descem no ano seguinte. Tentativa frustrada, muito por culpa da Liesa. Temos estudos que demonstram a incongruência das notas. Acredite: a vontade dos imperianos era ter um samba inedito. Respeito a Beija-Flor, mas não posso torcer por uma escola que se orgulha de um criminoso (vagabundo) desses.

  4. Compare as diferencas de nota entre os quesitos do samba (bateria, samba-enredo etc.) e os quesitos da grana (carros alegoricos, fantasias). Vc vera que a discrepancia entre o melhor e pior e muito maior nos da grana. Isso nao e gratuito, meu caro, isso estrategico. Estamos falando disso. Deem as notas que o Imperio merece em seus carros pobres (a ideia nao é adequacao ao enredo? ou luxo?), mas o facam tbm com relacao aos outros quesitos. O samba do salgueiro deste ano, p. ex, merecia 10? Sao dois pesos e duas medidas. O problema esta ai. E nao e gratuito, repito,.

  5. Ainda” uma coisa e uma coisa, outra coisa e outra coia. Mas com que dinheiro a Beija-Flor faz seus desfile muito bonitos? quem paga aqueles carros imensos e luxuosos? Ora, nao sejamos inocentes… E dinheiro sujo, manchado de sangue. Quem garante um desfile quase que 100% comunidade, pagando as fantasias dos locais? De onde vem essa grana, Mauro? Apenas aponto a vc algumas questoes, pq esse debate e longo demais para ser travado aqui. Mas acho que e um debate importante.

  6. Mauro, que me perdoe o Simas em responder um texto a ele direcionado, o grande negócio não é que não haja sambas bons atualmente. Há, raros, mas há. Não com a qualidade de outrora, mas há. Muitos sambas de melhor qualidade se perdem nas medonhas disputas, que muitas vezes são decididas não pela qualidade da obra, mas pelo poder da barganha por trás dos panos. O Império Serrano talvez seja uma das últimas Escolas, se não for a última, que trata o samba-enredo e a própria Escola como uma coisa cultural e não comercial, que não transformou sua quadra num salão de dança e seus sambas em alegres musiquinhas de micareta. O Império é um foco de resistência da cultura das Escolas de Samba e da manutenção do samba-enredo mais tradicional. Salve o Império Serrano, salve a Serrinha e que eles salvem as Escolas do Rio de Janeiro. A missão do Império é a resistência.

  7. Referendando as palavras escritas pelo Edgar: “Sou Império, sou Raiz, sou Resistência. O Verde e Branco do meu Manto é pura essência”
    (trecho do Samba de Milanez e Cia, que eu torço para que esteja na Avenida embalando o nosso Império Serrano.)

  8. Que bom que deu discussão meu comentário. Vou ouvir com atenção o samba do Império de 2006. Passou-me despercebido. Como disse, sou curioso, não profissional do ramo. Mas qual o samba mais bonito é do gosto do freguês. O que disse é que estranhei a falta de comentários sobre o samba da Imperatriz (não do Simas, mas de todo mundo que entende de samba), que levantou toda a avenida e não foi com dedinhos para cima, mas com o pessoal cantando mesmo. Um samba sem trá-lá-lá, uê-uê, ou outras letras “vogalizadas”, com rimas ricas e uma música melódica, parecida com os sambas antigos. Os compositores da Imperatriz provaram que é possível isso, a despeito dos justificadores da rapidez chata da maioria dos sambas atuais. A avenida levantou e nos jornais do dia seguinte ninguém comentou de maneira mais efusiva, apesar de o samba ter ganhado o Estandarte do Jornal O Globo. Foi por terra aquela bobagem de que a Imperatriz é uma “escola fria” e ninguém falou nada. Se fosse a Mangueira…
    No final, achei a Imperatriz a mais injustiçada nas notas, apesar de não estar mais bonita no conjunto que a Beija-Flor (cujo samba também funcionou).
    O samba do Salgueiro deste ano não era maravilhoso, mas caiu legal na avenida. O povo todo cantou, talvez embascado pelas alegorias e adereços criados pelo Renato Laje, outro Artista que de vez em quando acerta.
    Sobre a Beija-Flor, bom, podia discutir horas aqui. Mas quem vai nos ensaios da Escola (e eu já fui a alguns) sabe que lá a coisa não é só Anísio. A Escola é o orgulho de toda Baixada, funciona o ano todo, como costumava ser a Mangueira (não sei se ainda é assim). Não sei se o Imério é assim. Nunca frequentei a quadra e só fui a 1 ensaio. Voltando a Beija-Flor, dei aula numa Universidade em Caxias por vários anos e vi a força da Escola. Minha visão simplista de classe média tijucana, meio culpada por torcer para a Escola do poderoso e malévolo Anísio, foi um pouco dissipada, pois vi que a Escola é mais do que ele. As pessoas se envolvem, vão aos ensaios. Nilópolis tem um orgulho enorme da Agremiação. O que mais se ouve de bom da “rica” Nilópolis? E os moradores sabem disso.
    Tinha dois colegas professores, um juiz e outro defensor público, moradores de Caxias, trabalhadores e até onde sei honestos, que saem na bateria da Escola (um no tamborim e outro na caixa). Apaixonados pela Beija-Flor, viam-se em maus lençóis quando os professores oriundos do Rio os questionavam sobre a figura do Anísio. O que responder? Sentimentos misturados. Só levando para o ensaio da Escola para explicar aos de fora. E eles fiseram isso algumas vezes.
    Enfim, é isso que gostaria de dizer. Aprendi nos anos que lecionei em Caxias o quanto foi ruim para o Rio a negação pura e simples do que a moral mediana da classe média acha ruim. De que adianta se fechar em uma concha, como fizemos? Isso vale não só para o Carnaval, mas para a política também. Não se trata de aceitar Anísio ou a liesa, mas sabermos que não vai ser pela negação ou por um purismo bobo que resgataremos o Rio e melhoraremos o carnaval.
    Sobre o desfile do Império deste ano, ok, não sou inocente, a Escola não tem nenhuma boa vontade da liesa, mas não dava para ter outra alegoria que não aquela horrorosa do Golfinho, de meio metro? Só a falta de dinheiro não justifica aquilo!
    Torço sinceramente pelo Império. Tenho amigos lá. Quero os bicheiros fora da organização do carnaval. Mas a Família Imperiana poderia dar uma ajudinha nas alegorias e não ficar mais repetindo sambas. Vou acompanhar a escolha deste ano, ouvir o samba e torcer na avenida no desfile de sábado.
    Simas, obrigado pelo espaço e desculpe-me pelo tamanho do texto. Só quero contribuir para que seu blog cresça. Esse espaço é necessário. O Rio merece e você é daquelas figuras que tem que ser mais ouvidas e lidas.
    Abraços,
    Mauro Abdon Gabriel

  9. Bom saber que ainda tem gente que leva o carnaval a sério. Melhor ainda saber que há quem compartilhe das minhas frustrações com os sambas-enredo de ultimamente.

    Abs.

    Fernanda

  10. Simas, moço, diga daí o modo de encontrar as fantasias para desfilar com o Império Serrano em 2010. De alma, sempre fui uma resistente. Nem sabia que o João do Rio era o mote do desfile, cabe bem demais. É a hora. Não consegui acessar o site da escola. Beijo

  11. Mauro, eu bem sei que a Beija-Flor não é só Anísio. Mas foi uma das estratpegias usadas por ele para ‘dominar’ Nilópolis. Ou vc acha que criar uam escola poderosa e resgatar a auto-estima da comunidade local não foi estratégia política? Bem aplicada, diga-se.
    Vc comenta o desfile do Império e fala de uma alegoria. E a bateria, claramente superior às demais? Porque ganhou 10 e as demais tbm, se havia diferenças? Por que o Império teve nota baixa em harmonia, se não houve problemas? Tá vendo como a Liesa está conseguindo implementar a ideia de que o visual é o que mais importa?
    Quanto à “moral mediana da classe média”, ela pensa como vc: valoriza o visual e esquece os quesitos que fundamentam (e fundamentaram) a história do carnmaval e das escolas de samba. Então, caro, não se trata disso, não.
    Se não devemos seguir o caminho da negação, qual caminho vc sugere? Capitular? Abrir mão da própria história para surfar da onda do momento? O que vc chama de “purismo bobo”, eu chamo de resistência.
    Quanto a repetir samba: isso aconteceu duas vezes. No ano em que várias escolas o fizeram (havia uma efeméride) e neste ano, aliás, com o incentivo da própria Liesa (que criou um prêmio para quem reeditasse).
    Mauro, seria bom um dia podermos falar com mais tempo para que eu pudesse te contar as tantas sacanagens que testemunho mês após mês. COm todo o respeito, sua visão é muito, muito inocente. A minha não é mais.

  12. Jurei que ia parar, mas…
    Anísio não domina tanto assim Nilópolis. Tem força lá, mas a famiglia Abrãao David vive perdendo eleição. Salvo engano, o atual Prefeito é inimigo deles. Não estou dizendo que o sujeito é melhor ou pior, só que são de grupos (ou máfias) diferentes.
    O dompinio deles lá foi muito menor, por exemplo, que o de César Maia aqui no Rio nos últimos 16 anos.
    Engano seu, Marcelo. A maior parte da classe média que eu conheço não gosta dos desfiles e só vão aos desfiles se for em boca livre dos camarotes (generalização é complicado).
    Sobre o visual ser o que mais importa, bom, o que dizer, aceito essa crítica. Tem várias coisas importantes, claro, mas o visual é, sim, o mais importante num desfile. Sinceramente, não imagino o que possa ser mais importante. Tenho certeza que o Império estava bonita em todos os anos que ganhou.
    Sobre a bateria, tenho até ouvido para notar uma atravessada, mas não para dizer qual é melhor que outra, confesso. Aceito sua opinião, apesar de não gostar desse método de dar 10 para a melhor e menos para as outras. Talvez fosse melhor dar uma pontuação extra para a Escola que, naquele quesito, foi considerada a melhor pelos jurados. Mas o problema de influência dos jurados continuará, infelizmente.
    Enfim, acho que não sou inocente, só quis dizer que o Império, ao mesmo tempo em que luta para ser uma escola diferente das outras, que resiste, precisa fazer um desfile bonito no grupo especial. Só isso. E não fez este ano.
    Vamos ver ano que vem.
    Abraços,

    Mauro Abdon Gabriel

  13. Como o Henrique não escreve em nenhum outro lugar, e não o conheço pessoalmente, aproveito o blog do Simas para dar os parabéns pela vitória. Parabéns também ao Simas, Moutinho, Andreazza e todo o Império Serrano. Se é o samba que a Escola quis de verdade, está muito bem escolhido. Agora o resto é trabalho. No chão e no canto o Império sobra na turma do A.

    Parabéns e abraços a todos.

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