Na última terça feira, dia oito, completaram-se quinze anos do passamento de um gênio da música: Tom Jobim. O coração comprometido não resistiu à cirurgia para retirada de dois tumores na bexiga, naquilo que muitos afirmam ter sido um erro de avaliação dos médicos que dele cuidavam em New York.
Este blog faz uma singela homenagem para o final de semana, com uma das parcerias entre Tom e outro gênio, Chico Buarque de Holanda.
Com vocês, “Retrato em Branco e Preto”, na versão com Ney Matogrosso e e o brilhante – e falecido precocemente – violonista Raphael Rabello. Deleitem-se.

“Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto
E que no entanto
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retratos
Eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo como um tolo
Procurar o desconsolo
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração”