Nossa resenha de hoje é do último livro lido em 2009 – completei a leitura poucas horas antes do alvorecer do novo ano.
“Superfreaknomics”, dos economistas Steven Levitt e Stephen Dubner, é continuação de “Freakonomics”, livro que obteve enorme sucesso quatro anos atrás.
O mote do livro é simples: trazer a teoria econômica para assuntos do cotidiano do dia a dia dos cidadãos. Temas nos quais não vemos quaisquer relações com economia são abordados no exemplar.
Os autores perpassam por temas como a formação de preço da prostituição – e a concorrência advinda do fato de haver cada vez mais mulheres solteiras em idade reprodutiva e que, teoricamente, “não cobram” pelo sexo – porque os homens-bomba ao possuem seguros de vida e o motivo da não utilização da camisinha pelos indianos – esta é fácil, as mesmas são muito grandes para o pênis deles.
Outra conclusão interessante do livro foi a influência da TV a cabo sobre os direitos femininos na própria Índia. O raciocínio é de que os seriados transmitidos, as novelas e outros tipos de programas influenciaram na conscientização das indianas a respeito de seus direitos enquanto mulheres.
Em outro capítulo, faz-se a comparação entre a segurança das cadeirinhas infantis para carro e os cintos de segurança adaptados para crianças. A conclusão é de que a diferença é irrelevante dados os custos das cadeirinhas.
Outras reflexões interessantes são sobre a má assepsia dos médicos comparada à mortalidade dos pacientes e a dificuldade de se comparar desempenhos médicos em emergências. Também surpreendente é a constatação de que é mais perigoso andar bêbado na rua que dirigir sob as mesmas condições.
Entretanto, o livro vale mesmo pelos dois últimos capítulos.
No penúltimo os autores mostram pesquisas que desmistificam o chamado “aquecimento global” e apresentam pesquisas com soluções simples e sem grande custo para o problema – o chamado “Cobertor de Budyko”.
Em seu epílogo faz-se uma experiência com micos e a introdução do dinheiro em suas sociedades. Surpreendentemente, os micos passam a se comportar de forma semelhante a nós humanos – inclusive com a criação de um mercado incipiente de prostituição entre estes animais.
Apesar de ser um texto sobre Economia, é leitura fácil inclusive para não-economistas. Não é barato – custa R$ 67 no Submarino – mas é leitura recomendada. Faz pensar sobre comportamentos humanos que parecem emocionais, mas não o são.
Altamente recomendável.