
A seleção foi metralhada por terroristas que lutam pela libertação de Cabinda, enclave pertencente à Angola, mas sem ligação territorial com a mesma.
Apesar de pequeno, o enclave tem importância estratégica. Possui petróleo, e há fortes indícios de que o pré-sal da costa brasileira possui uma espécie de “espelho” nesta região. Ou seja,o potencial de riquezas naturais é grande.
Por outro lado, o argumento da FLEC (Frente de Libertação do Estado de Cabinda, autora do atentado) é de que Angola não reverte ao enclave os benefícios da extração do “ouro negro”. Esta luta separatista vem desde a independência angolana, em 1975.
Antes de mais nada, é inadmissível recorrer ao terrorismo para chamar a atenção para as suas lutas políticas. Entretanto, parece que a delegação de Togo também ignorou os avisos para vir de avião ao invés de via terrestre, porque havia risco de atentados.
Ao que parece, o típico caso em que todos erraram: os terroristas por terem feito o que fizeram, a delegação togolesa por insistir em vir de ônibus, e a organização do torneio por não ter provido a segurança adequada ao torneio.
Lamento mais ainda porque a Copa Africana seria um excelente pretexto para mostrar a reconstrução angolana. Agora a competição está manchada de forma indelével.
Entretanto, relatos de ministros da Igreja que estiveram no país africano dão conta de que é um povo pobre, mas alegre; e que vem se esforçando sobremaneira para reconstruir o país e dar qualidade de vida aos seus cidadãos. Infelizmente, o terrorismo é uma praga mundial.
Aliás, por falar em terrorismo agora temos um exemplo do que muita gente não entendeu quando da escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos: a segurança como ponto forte.
Para o COI, o importante é a segurança contra atentados terroristas, e não há registro dos mesmos na cidade. E, de mais a mais, não sejamos hipócritas: todo mundo que mora no Rio sabe que há uma espécie de “acordo tácito” em grandes eventos aqui: os comandos organizados não incomodam a realização do evento e a Polícia não sobe morros.
Voltando a Cabinda, o Ouro de Tolo lamenta os fatos ocorridos e espera que o diálogo seja a solução para os problemas políticos.
(Mapa: Globoesporte.com)