“Sentimento guardado não pode ser escondido
Domina-se a lembrança conservada no olhar
Caixinha guardada nada parecido
Salmoura conserva congelada a pensar.
Chega então tempo a não se controlar
Repentinamente o sentir desabrocha fortaleza
Razão desarmada surpreendida a apanhar
Cacos do invólucro, humana certeza.
Abre-se a caixa e desagua corrente
Carcomida caixa de forte aparência
Estabelecida está dourada semente
Racional escolha pela paciência.
Contido desejo até sabe quando
Vindoura escapada por todos os lados
Imobilizado sentido agora está chamando
Cotidiano mantém atores calados.
Justiça poeta insuflando revolta
Reação armada é total repressão
Caixa aberta o senso derrota
Sentires fugidios formando pressão.
Intensa luta em estado de guerra
Imobilismo compõe extrema barreira
Sangue é disputado a cada palmo de terra
Poeta ternura é lutadora guerreira.
Onde estará o sentir do combatente ?
Cidadão estupefacto momento não adora
Não sabe lidar com correnteza nascente
Contudo está aberta a Caixa de Pandora…”