Bom, a correria do trabalho está cada vez maior e ainda tenho pendentes resenhas de livros que li quando de minha última ida à Bahia – há um mês…
Retomando o assunto, nossa resenha de hoje é sobre a biografia do cantor Freddie Mercury, fundador e líder do Queeen, falecido prematuramente aos quarenta e cinco anos de idade – em 1991.
De autoria do escritor e filósofo francês Selim Rauer, é um excelente relato não somente da vida do cantor como da própria história de sucesso do Queeen, um dos maiores grupos de rock de todos os tempos.
Narrado de forma linear, a vida do astro é narrada desde o seu nascimento como Farrokh Pluto Bulsara no dia 05 de setembro de 1946 em Zanzibar – antiga possessão britânica, hoje pertencente à Tanzânia – até sua morte devido a complicações decorrentes de Aids.
O garoto de origem persa foi enviado para estudar em um dos melhores colégios internos britânicos da Índia, do qual foi expulso por supostamente ter feito sexo com um colega de escola. Isto marcaria profundamente a sua personalidade pois ele passou sozinho a maior parte da infância e início da adolescência e encontrou no estudo da música o seu refúgio.
Com a perseguição aos ingleses em Zanzibar sua família emigrou para Londres, onde se formou em design e iniciou sua vida musical. O autor narra de forma bastante detalhada as várias tentativas de Bulsara em se tornar um cantor, as várias bandas de que participou até a fundação e consolidação do Queeen.
Uma faceta bem agradável é o desnudar da amizade que envolvia os quatro músicos que formavam o grupo. Mercury era o líder, mas relação entre os demais membros apesar das rusgas era de absoluta união.
Outra parte muito interessante é a narrativa do surgimento e a consolidação do Queen como grande banda de rock – inclusive revolucionando questões como condições técnicas, acertos comerciais e utilização de vídeos como forma de divulgação.
Selim Rauer também não passa ao largo da bissexualidade do cantor, que foi casado por um certo tempo com Mary Austin – o grande amor de sua vida e alvo da canção “Love of My Life”, além de herdeira da maior parte dos bens do cantor quando de sua morte.
Por outro lado, a abertura da sociedade aos costumes gays foi vivida intensamente pelo cantor, principalmente nos Estados Unidos e em suas turnês.
Fica clara também a solidão e a carência afetiva em que Mercury vivia. Cada encontro, cada momento era como a busca de algo intenso mas fugaz e isto era preenchido com a sucessão de momentos vertiginosos – entretanto, um vazio maior ficava.
A doença que levou à morte do cantor é narrada de forma bastante delicada. Em determinado momento ele preferiu interromper o tratamento e morrer de forma digna.
Excelente livro, com o mérito de mostrar a ascensão do Queen e extrema delicadeza em tratar de temas delicados sem omitir os fatos. Custa R$ 40 na Livraria da Travessa.
Antes que perguntem: gosto muito da música do Queen. Uma de minhas lembranças mais nítidas de minha infância é o coral de duzentas mil vozes entoando “Love Of My Life” no Rock in Rio I, em 1985 – eu tinha dez anos de idade à época.
Aliás, recentemente encontrei o DVD deste show do Rock in Rio nas Lojas Americanas, a um preço excelente. Se os leitores acharem, comprem pois valem a pena.

One Reply to “Resenha Literária – "Freddie Mercury"”

  1. eu gostei muito mas achei um pouco esquisito sobre o que eu lí de que fred foi expulso do colégio por ter feito sexo com um colega do colégio será mas eu lí num artigo de que ele passava a maior parte do seu tempo sozinho bom será.

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