Algo que vem me chamando a atenção nos últimos tempos, nestas andanças petroleiras pelo Brasil, é a situação dos aeroportos.
Semana passada tive a oportunidade de conhecer o aeroporto de Viracopos, em minha semana campineira. Tido como um dos “três melhores do Brasil”, demonstrou deficiências acachapantes.
Ele já é diferente de outros que conheço porque, quando descemos do avião, descemos na própria pista (foto). Os setores de embarque e desembarque são no nível da pista, de forma que andamos alguns metros na mesma até alcançar o salão de retirada de bagagens e posterior saída. Assim, não se usam os fingers e reproduz-se aquela velha cena dos filmes de subir e descer a escada do avião.
Na ida foi tranquila, até porque desci em um horário de pouco movimento, domingo no horário de almoço. Mas a volta…
Sexta feira, véspera de feriado. Chego a Viracopos aproximadamente três horas antes do vôo, já alertado de  que estaria lotado – eu ainda precisaria fazer o check-in. O balcão da Gol – que melhor seria chamar de “Gol Atrasado”, mas sobre isso eu falo depois – estava até razoável, embora houvesse pouca disponibilidade de lugares aquele momento. O curioso é que o atendente que fez a minha confirmação de vôo e despachou minha bagagem não sabia o nome do colega que trabalhava ao lado.
Entretanto, com o balcão da Azul lotado, o aeroporto em si estava muito cheio. Claramente havia mais gente que o saguão comportaria. O centro comercial é bastante limitado.
Na hora indicada, segui para a sala de embarque. Já sabia que o vôo anterior da mesma companhia para o Galeão estava atrasado, de forma que não tinha esperanças. Não deu outra.
Mas o quadro era assustador. A sala de embarque parecia o Maracanã em dia de final de campeonato com o Flamengo envolvido. Havia uns 40% a mais de pessoas que a sala comportaria. A única lanchonete teve a cara de pau de me cobrar R$ 5 em uma Bohemia. Quente.
Minha sorte é que minha tarifa era a “cheia” e portanto havia uma espécie de “reservado” onde pude me sentar. Mas as pessoas estavam amontoadas pelos cantos aguardando suas chamadas de embarque – todas atrasadas.
A Gol, na ânsia de diminuir o atraso, “embolou” uma partida para Brasília com a nossa. O embarque foi autorizado mas ainda ficamos na beira da pista algum tempo esperando.
Chegando ao Rio, não haviam fingers para realizarmos o desembarque e aguardamos dentro do avião, lotado, algum tempo. Ao final embarcamos em ônibus que nos levaram à sala de desembarque.
Ficou claro para mim que nossos aeroportos não possuem condições de suportar a maior demanda gerada por eventos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo. Está claro que é o nosso maior problema a ser atacado pelas autoridades neste período pré-eventos, maior até que estádios, trânsito ou segurança pública.
Não acho que privatizar seja a solução para esta questão, mas se faz necessária uma alteração no modelo de gestão a fim de alcançar maior eficiência e atender à elevação do número de linhas que se vem verificando nos últimos tempos. Fiquei preocupado com o que eu vi nesta última semana.
Finalizando, uma nota sobre a companhia aérea.
Eu só viajo de Gol em último caso, pois acho as aeronaves apertadas, o serviço de bordo ruim e o atendimento péssimo. Desta vez tive de voltar por ela pois era o único vôo disponível para o Galeão – e em uma véspera de feriado isso faz diferença para mim, que moro próximo ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.
Pois bem. Avião superlotado, mosquitos dentro dele, serviço de bordo ainda pior – me deram um guaraná bastante aguado, para dizer o menos – ar condicionado desligado, tripulação claramente de má vontade e espaço mínimo para se colocar as pernas.
A companhia onde trabalho pagou cinco vezes mais que a ida, pela Tam – em um avião bem mais confortável, com serviço de bordo muito superior e melhor em todos os sentidos. Agora, com a venda desta à Lan Chile, a Gol torna-se a maior companhia brasileira, e sem dúvida alguma o conceito de “ônibus voador”  precisa ser repensado.
Aeroportos, aeroportos, aeroportos. Prioridade máxima para os próximos anos.

3 Replies to “Aeroportos, aeroportos e aeroportos”

Comments are closed.