Serra venceu em oito estados: Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Com exceção deste último, onde o candidato tucano foi governador, todos estados onde o grande agronegócio tem peso importante, os movimentos sociais são menos organizados e existe uma classe média à moda dos republicanos americanos – ideologicamente de direita.
Pode-se dizer sem medo de errar que São Paulo levou a eleição para o segundo turno. Serra saiu com três pontos de vantagem, ao contrário dos cinco previstos a favor de Dilma pelas pesquisas. Como faltaram aproximadamente seis milhões de votos para a vitória em primeiro turno, a manutenção da situação anterior faria a eleição presidencial se definir em primeiro turno.
Marina Silva venceu apenas no Distrito Federal, nitidamente um voto de protesto de quem procurava uma “terceira via”.
Dilma venceu nos demais estados, mas em alguns deles com uma margem aquém da prevista. Destaco aqui o Rio de Janeiro, onde Marina Silva capturou votos do eleitorado evangélico intimidados com a campanha difamatória feita contra a candidata petista. Ainda não tive acesso aos mapas por região, mas Serra aqui teve a sua votação tradicional, pouco acima dos 20% e bastante concentrada em zonas de maior poder aquisitivo.
Também chama a atenção a baixa votação no Pará, reduto lulista, mas cuja governadora, petista, está mal avaliada – e conseguiu levar a eleição estadual para o segundo turno, mas “na conta do chá”.
O Rio também deve ser uma exceção na transferência de votos de Marina Silva. Como os tucanos aqui possuem grande resistência, e as lideranças evangélicas estão entrando em campo para neutralizar as baixarias cometidas na última semana, a tendência é de que a maior parte dos votos da candidata verde migrem para Dilma Roussef.
Por outro lado, eu me arriscaria a dizer que o futuro das eleições está em Minas. Se Aécio entrar realmente na campanha, o que era uma vantagem pró-Dilma pode se transformar em derrota acachapante. Então eu me arriscaria a dizer que São Paulo – onde a diferença pró-Serra deve se ampliar – e Minas, sozinhos, imporiam José Serra como o novo presidente sem levar em conta o pensamento do resto do país.
Claro que se deve levar em conta o sentimento anti-paulista do eleitor mineiro, devido às manobras para alijar Aécio da corrida presidencial, mas acredito que o novo senador por Minas Gerais terá papel decisivo neste segundo turno. Dilma necessitará de uma ação mais efetiva dos governadores eleitos no Rio e no Rio Grande do Sul para contrabalançar este efeito “café com leite”.
Também deve-se levar em conta que o segundo turno irá se realizar no meio de um feriadão, o que deve aumentar muito a abstenção – em especial em São Paulo. Este é um problema que o candidato tucano terá de contornar.
Nos próximos dois textos, analisarei o resultado carioca. Adianto que tivemos uma grande ironia, que foi ver o voto ideológico elegendo Marcello Crivella.
Pequeno comentário, para contribuir na sua análise.
Sobre as eleições em Minas Gerais dois saltam aos olhos na votação.
1-A votação forte de Marina em Belo-Horizonte( ganhou an cidade) e sua votação na Grande BH.
2-A vitória de dilma com mais de 50% dos votos no noroeste de Minas.
Virar os votos de Marina na Grande BH, coisa que Pimentel, Patrus e o atual prefeito tem papel importante e manter a vitória em importantes municípios com mais de 50% dos votos é tarefa muito importante no estado.
Obrigado !
Você acha que Serra consegue virar Minas pró-Serra, se ele quiser ?
abraço forte
Aécio, lógico, não Serra.
DF votou em peso em Marina Silva.
Serà que não tendo mais essa alternativa, quem sera que DF mais vai votar em quem?
tomara que seja em Serra,
não que eu queria ver o FHC novamente,
mas Dilma não seria nem minha última opção!