Agora que passaram as eleições, já temos decorrida mais de uma semana do pleito, as paixões exacerbadas começam a se dissipar e a vida política voltando ao normal – para vencedores e vencidos – começa-se a se fazer uma panorama do que será o Brasil pós-Presidente Lula. Qual será seu papel na história ?
Ainda não temos claro o que o atual presidente irá fazer depois de transmitir a faixa presidencial a Dilma Roussef. Suas mais recentes declarações indicam que irá se refugiar em São Bernardo do Campo após passar o cargo, sem ter papel ativo no novo governo – apenas se consultado for.
Também deixou claro que não pretende ficar vagando como um espectro pela vida política nacional, nem pelas redações de imprensa – ao contrário de seu antecessor, que se julga injustiçado pelo país. Aliás, este realmente foi injustiçado, por benevolência – infelizmente não posso escrever aqui o que penso deste sujeito, sob pena de sofrer um processo. Nem Calabar teve um papel tão definido na História.
Na entrevista que deu meses atrás ao “Canal Livre” – que resumi aqui mesmo neste blog – Lula também descartou a hipótese de asusmir qualquer tipo de cargo internacional, seja na ONU ou em outro órgão. Sua explicação é simples: nenhum governante de Estado nacional irá querer a sombra de políticos nestes organismos que tenham sido poderosos em seus países.
O que se sabe, apenas, é que o presidente passará a assinar uma coluna na revista Carta Capital a partir de janeiro. Não está descartada uma candidatura sua em 2014, mas, particularmente, acho improvável – apenas na hipótese de um governo desastroso de Dilma Roussef, no que não acredito.
Contudo, minha idéia neste post é tentar fazer uma exercício de futurologia: qual será o legado deixado por Lula após sua passagem pela Presidência ? Como a figura dele estará sendo lembrada daqui a trinta, quarenta anos – onde eu serei um vetusto senhor na terceira idade ?
Em termos econômicos, o Brasil que emerge de 2010 é bem diferente do que havia em 2002. A economia não somente cresceu como assistimos a um movimento inédito de formação de um mercado interno consumidor de massa – que era o sonho dos economistas da minha geração.
Socialmente, assistimos a um trabalho consistente de diminuição da desigualdade e da concentração de renda nunca vistos antes, bem como o resgate de milhões de brasileiros da fome e da miséria absolutas. Este movimento significou um verdadeiro “choque de cidadania” no país, com uma trajetória de ascensão social em massa nunca antes observada.
No que tange à política, Lula exerceu até o limite a idéia de consenso, buscando conciliar, negociar, ceder a fim de alcançar seus objetivos. Ressalte-se que ele governou os dois mandatos sem maioria no Congresso, mas sem jamais recorrer a medidas autoritárias ou rasgar a Lei Magna brasileira – ao contrário de seu antecessor, que rasgou a Constituição para se perpetuar no poder.
Lembro também que Lula sofreu uma oposição encarniçada de parte da grande imprensa brasileira, que decidiu comportar-se como um partido político de oposição – e golpista, acrescento eu. Ainda que criticado, caluniado, ofendido sem trégua jamais se viram medidas de restrição à liberdade de imprensa ou ligações às redações pedindo demissão de jornalistas.
Embora não seja este o objetivo deste post, tenho de ressalvar que a saúde e a educação ainda precisam de melhorias substanciais, apesar da visível melhora nas universidades públicas brasileiras.
Ressalva feita, voltamos ao tema: qual será o legado de Lula ? Como a História se lembrará dele ?
Certamente, como um presidente que simultaneamente olhou para os mais pobres – como Vargas – e proporcionou crescimento econômico e empresarial ao país – como Juscelino. Como um político que enfrentou uma campanha midiática golpista sem tréguas e ainda assim saiu vitorioso três vezes – sim, amigos: a eleição de Dilma Roussef foi uma vitória política expressiva dele, que transformou uma eficiente gerente do governo em política de 55 milhões de votos.
Lula também será lembrado por sua vitoriosa história de vida pessoal, saindo de retirante nordestino para Presidente da República. Isso é façanha para poucos, pouquíssimos. Pela capacidade de absorver derrotas, aprender com estas e se fortalecer para combater o bom combate.
Eu me arriscaria a dizer que daqui a trinta, quarenta anos, Lula será lembrado não somente como um dos três maiores presidentes da história do Brasil – ao lado de Vargas e Juscelino – como talvez o maior político, no sentido estrito do termo, já visto por estas bandas em todos os tempos. Com lugar de honra na história.
Se tudo correr bem, estarei vivo para ver este reconhecimento e contar aos meus netos a história que vi e vivi.
(Foto: Estadão)
Se assim for possível estarei vivo para ver presos políticos como Lula, José Dirceu, Collor e Roberto Jefferson. Porque para Sarney e outros com mais de 70 anos já não há mais esperança com as leis atuais. É esperar que estes câncer morram em nossa sociedade e torcer que esta resolva melhorar espontaneamente.
É demais para um país em que mais de 75% acham que roubar dos outros e descumprir a lei é certo, desde que você mesmo seja beneficiado ou que beneficie a todos. Engraçado, é um número parecido com a aprovação do Lula, não?
Realmente, tenho de admitir, Lula é a cara do país. O homem mais corrupto e falso do Brasil.
Agora vai lá puxar o saco do Dutra pra subir na vida, porque com o PT é assim que você vai melhorar de vida!
Reflexão significativa… Ainda é um mistério o futuro político do Lula. No entanto sabemos que nunca será a sombra, já que foi o idealizador da proposta de desenvolvimento deste país…