João Guilherme (na foto com o também narrador Daniel Pereira), carioca, narrador esportivo do Sportv. Criador de bordões como o “Que Desagradável!” que “brinda” aqueles que performam uma jogada bisonha em nossos campos – e nos internacionais também. Seguidor no Twitter, e de lá entabulamos uma conversa virtual – e ele aturou algumas reclamações minhas sobre escalas nas transmissões…
É nosso entrevistado de hoje na coluna “Jogo Misto”.
1 – O que é ter uma profissão que mexe com o lado mais passional e apaixonado do ser humano? E por que os jornalistas esportivos, em média, não admitem que tem um time do coração ?
JG – Não revela por causa do torcedor, que é passional e muda de conceito quanto ao trabalho quando sabe o time. Só profissionais consagrados revelam – e são poucos.
2 – A propósito, muitos dizem que você torce pelo Flamengo, outros pelo Vasco. Afinal de contas, qual é o seu time do coração?
JG – Só digo que é um time grande do Brasil.
3 – O advento das novas mídias alterou os padrões de comportamento dos profissionais da área e a “busca pela notícia”? Em que consiste transformar a paixão do torcedor em um produto racional como é o noticiário esportivo ?
JG – Com o tempo de profissão, você conhece os bastidores, se envolve no produto e acaba tendo uma outra visão. O esporte para nós é trabalho e não diversão. Essa é a diferença.
Se for para torcer vai para a arquibancada. Você tem que informar e analisar olhando os dois lados da questão – e se basear em fatos.
4 – De que forma funciona a interação com o torcedor de esportes, que, em última instância, é o seu cliente ?
JG – Esta interação é ótima, através dele sabemos como o nosso trabalho repercute e é engraçado porque a gente percebe manifestações baseadas quase sempre na emoção .
5 – Como surgem os bordões que se tornam marcas registradas de um locutor esportivo?
JG – Espontaneamente, as vezes você ouve alguém falando na rua, ouve uma música ou na hora sai e pega. Não é algo pensado, planejado.
6 – Como funciona uma transmissão “off tube”? No estádio presta-se mais atenção ao monitor ou ao campo?
JG – A transmissão “off” é no estúdio, vemos a mesma coisa que o torcedor em casa. No estádio se tem mais recursos e uma visão muito maior. Tem que olhar para os dois, sempre um olho lá e outro cá.
7 – O que você pensa a respeito da literatura disponível sobre esportes ?
JG – A literatura sobre o tema tem melhorado muito nos últimos anos, mas pode ser muito explorada ainda. O brasileiro tem que ganhar o hábito da leitura primeiro.
8 – Um livro inesquecível. Por quê ?
JG – Particularmente gosto de ler biografias, conhecer a história das pessoas. A do Chico Xavier é emocionante.
9 – Uma canção inesquecível. Por quê ?
JG – Toda a obra do rei Roberto Carlos. É a trilha sonora da minha vida.
10- Livro ou filme ? Por quê?
JG – Gosto dos dois. Não tenho preferência.
11 – Finalizando, com os agradecimentos do Ouro de Tolo, algumas poucas palavras sobre o blog ou seu autor/editor
JG – Eu agradeço a oportunidade, sucesso para o blog e seu autor/editor.
Legal, mas ô rapaz monossilábico, hehe.
Mesmo assim, eu me divirto com o João; não é grandes coisas, mas ao menos é engraçado e dá uma animada nos jogos mortos do Carioca. Ainda mais se estiver com o fanfarrão Raul Romeu Everton Quadros.
Além disso, foi sempre atencioso no Twitter, lê o que os outros escrevem e responde se for o caso. Para completar, é dono do bordão: “do Obina a gente pode esperar qualquer coisa” (saudade) e “queeee desagradáaaavel!”.