Continuando a nossa programação de carnaval, uma análise da transmissão do desfile do Grupo de Acesso A feita pelo colunista Fabrício Gomes.
Transmissão da Band – Acesso A
É impressionante como as emissoras de TV, que geralmente são muito profissionais naquilo que fazem, em certos momentos agem de forma amadorística. Um exemplo disso foi a transmissão de carnaval da Band, no desfile das escolas de samba do Grupo de Acesso A. 
O folião que por algum motivo não pôde ir até o sambódromo prestigiar ao vivo as escolas e preferiu ver pela TV, deve ter se sentido um alienígena, sem saber o que realmente estava assistindo. Escola de samba? Cortejos em Olinda? Ou algum trio elétrico em Salvador? 
Antes de tudo, nada contra os trios ou cortejos, que por sinal gosto muito e sou fã de carteirinha. Mas há que se ter um critério, o mínimo que seja. Quando a emissora compra os direitos de transmissão de um evento, tem que ter ciência que junto está comprando informação e entretenimento e que, se detém os direitos (exclusivos, diga-se de passagem) de transmissão, monopolizará as imagens e a informação que irá divulgar. 
A primeira escola a desfilar (Alegria da Zona Sul) ainda estava na metade de seu desfile quando… a emissora cortou para o sorteio de um prêmio (Super Prêmio?). No meio da transmissão, cara-pálida? Não pode esperar o intervalo entre uma escola e outra? 
OK, não parou por aí. Sorteado o prêmio, a imagem voltou pra Sapucaí? Não. “Viajou” para Recife… depois Salvador…. acabou o desfile da Alegria da Zona Sul. 
Soubemos como foram as ultimas alas? O samba atravessou? Sim, o da emissora paulista. 
A escola perdeu oito pontos por ter ultrapassado os minutos de desfile. O telespectador só foi informado disso durante o desfile da segunda escola. 
Até que os comentaristas não deixaram tanto a desejar. O problema é que “baixou um Caetano Veloso” em Adriane Galisteu, que achou tudo lindo e maravilhoso, todas as escolas belas e sensacionais. E se alguma apresentava um problema, o “faz parte” foi bem utilizado. 
Acredito que esses fatores deveriam ser levados na hora de se licitar (?) o espetáculo. Know-How… conhecimento técnico. Não apenas tecnologia e dinheiro deveriam ser levados em conta.
Afinal, uma transmissão ruim de conteúdo, afasta interessados no “produto”, não?