Escrevi aqui nos primórdios deste blog que sou fã de Bezerra da Silva, cronista do subúrbio carioca em tempos menos politicamente corretos.
E hoje temos o velho malandro como sugestão para o final de semana, com uma das músicas mais engraçadas de seu repertório: “Defunto Caguete”, que de forma satírica retrata a questão do X-9, dedo duro, caguete, fofoqueiro. Todos os leitores devem conhecer um destes, infelizmente.
Vamos à letra, uma rara composição do próprio cantor, que sempre deu voz ao lirismo do subúrbio. E com leveza, um excelente final de semana. O vídeo vale pelo áudio, pois é apenas uma imagem estática.
“Mas é que eu fui num velório velar um malandro
Que tremenda decepção
Eu bati que o esperto era rife ilegal,
Ele era do time da entregação
O bicho esticado na mesa
Era dedo nervoso e eu não sabia
Enquanto a malandragem fazia a cabeça
O indicador do defunto tremia
(Refrão)
Era caguete sim!
Era caguete sim!
Eu só sei que a policia pintou no velório
E o dedão do safado apontava pra mim
Era caguete sim!
Era caguete sim!
Veja bem que a polícia arrochou o velório
E o dedão do coruja apontava pra mim
Caguete é mesmo um tremendo canalha
Nem morto não dá sossego
Chegou no inferno, entregou o diabo
E lá no céu caguetou São Pedro
Ainda disse que não adianta
Porque a onda dele era mesmo entregar
Quando o caguete é um bom caguete
Ele cagueta em qualquer lugar
(Refrão)”
Nota aos leitores de fora do Rio: “rife” é gente confiável. “Fazer a cabeça” é consumir maconha.