5) Havelange e o apoio a políticos impopulares – A Fifa não se preocupava com questões políticas e apóia ditaduras – como a da Nigéria, que assassinou opositores na década de 90 enquanto Havelange se encontrava com o presidente do país e garantia o Mundial Sub-20 em 1997 para o país africano mergulhado na ditadura, na pobreza e na corrupção.
6) Laranjas votando – em duas ocasiões o presidente da Federação Haitiana de Futebol não pôde participar de duas votações importantes. O poderoso Jack Warner, presidente da Confederação da Concacaf e depois Vice-Presidente da Fifa – afastado recentemente – resolveu o “problema”: colocou dois laranjas como se representantes do Haiti fossem.
7) A eleição de Blatter – “presentes” da Fifa a federações africanas, propinas de US$ 50 mil a estes mesmos dirigentes, dinheiro da Fifa utilizado na campanha do então Secretário Geral da Entidade… a lista de irregularidades é farta.
8) Conta da Fifa, conta de Blatter – o presidente da entidade utiliza a verba da entidade como se pessoal fosse. O dinheiro da Fifa é dele e foi utilizado para despesas pessoais dele, da família e para acumulação de patrimônio. Detalhe: incrivelmente, tudo documentado…
9) Os desmandos na Concacaf – Jack Warner, chefão da confederação centro americana, utilizou dinheiro da entidade destinado ao desenvolvimento do futebol na região em causa própria. Inclusive criando um clube particular em Trinidad e Tobago, o “Joe Public”, com infraestrutura e dinheiro da entidade. O que seria público se transformando em particular.
10) O Mundial Sub-17 em Trinidad e Tobago – outra do mesmo dirigente. O mundial trouxe grandes lucros a Warner – e pesado prejuízo ao governo do país. Sem contar as péssimas condições de acomodações e dos estádios.
11) O dinheiro da Rede Globo – 22 milhões de dólares pagos ao grupo ISL pela tv brasileira em 1998 e que deveriam ter sido repassados à Fifa simplesmente foram desviados pela empresa. O dinheiro, curiosamente, jamais foi cobrado pela entidade responsável pelo futebol mundial.
12) A quebra da ISL – afogada em propinas e em maus negócios, a empresa quebraria em 2002. Um destes maus negócios foi a parceria com o Flamengo, onde US$ 63 milhões foram investidos e simplesmente sumiram, evaporaram – mas esta é outra história…
13) O buraco nas contas da Fifa – em 2002, com os problemas da ISL, a entidade estava passando por sérios problemas financeiros. Foi feita uma operação privada de securitização dos direitos de marketing das Copas futuras, algo que fez a entidade perder muito dinheiro.
14) Propinas – A ISL pagou vultosas comissões a dirigentes esportivos, alguns deles ultrapassando a casa de 1 milhão de francos suiços. Isso foi investigado quando da falência da empresa, e a devolução dos valores recebidos requisitada. Quem pagou esta devolução? A própria Fifa.
Dois destes dirigentes são Ricardo Teixeira e João Havelange.
15) Blatter e suas manobras – utilizando-se de leais dirigentes, o presidente da Fifa barrou todas as tentativas de investigá-lo.
16) O escândalo dos ingressos – ingressos solicitados por federações para a Copa de 2002 foram parar em mãos de cambistas e revendidos a altos preços. Nominais, chegou-se ao absurdo de uma fila inteira de assentos com o mesmo nome – um figurão da instituição.
17) Antigua e Barbuda – o pequeno país do Caribe tinha um dirigente que aplicou em negócios pessoais e na própria conta bancária a verba destinada pela entidade ao desenvolvimento do futebol em países pequenos. A Fifa apoiou o dirigente em questão e sabotou a chapa de oposição que havia sido eleita após a confusão toda. Na Jamaica houve algo parecido.
18) A escolha das sedes da Copas de 2006 e 2010 – mais uma vez, acusações de propinas, com direito ao misterioso “sumiço” do delegado que daria a vitória à África do Sul para sede da Copa de 2006.
19) O imbróglio Mastercard/Visa – Jerome Valcke, atual secretário geral, rasgou regras e contratos a fim de beneficiar a Visa na renovação do contrato, sob ordens de Blatter. A Fifa acabaria derrotada na justiça.
20) As sedes de 2018 e 2022 – muito, muito dinheiro em propinas, envolvimento com a máfia russa e “otras cositas más”.
Acredite, leitor: mesmo tendo listado 20 situações, estou longe, muito longe de abordar todas as situações descritas no livro. Impressiona a falta de transparência, a falta de controle e, em especial, a corrupção e a escancarada roubalheira.
Na Livraria da Travessa, custa R$ 40. É leitura indispensável para se entender o submundo do futebol mundial.
O livro parece ser mesmo excelente. Conta alguma coisa sobre a vitória da França em 1998?
Aguardo o amigo blogueiro me emprestar o livro – inclusive tenho dois livros do amigo aqui para devolver. rs
Abs.