Bom, segunda feira, ares curitibanos novamente, e temos mais uma edição da nova coluna do blog: a Prosit.
Como escrevi na coluna de estréia, ando em uma fase de cervejas trapistas. Entre estas, pelo menos até o momento – ainda tenho rótulos deste tipo para conhecer – a cerveja “mortal” de que mais gosto é esta Chimay. Digo mortal porque a Westvleteren é uma cerveja de outro planeta, não conta.
Mas gosto bastante desta marca, a ponto de na última compra que fiz o pessoal da Puro Malte ter brincado comigo me perguntando se eu faria uma filial da Abadia na Ilha do Governador…
História:
A Cervejaria Chimay fica na cidade de mesmo nome, no extremo sul da Bélgica, e é produzida na Abadia de Scourmont – que também é conhecida pelo nome da cidade. É um dos sete mosteiros trapistas a produzirem cerveja, com direito ao selo que confere autencidade e atesta ser um produto trapista.
Ao contrário da Westvleteren, a Chimay possui uma linha contínua de produção. As cervejas são produzidas na própria abadia e engarrafadas em uma linha de produção em cidade próxima. É uma das mais fáceis de encontrar: até em supermercados tipo “Carrefour” na Bélgica pode-se encontrar a bebida.
Além de cervejas, a Chimay produz queijos de qualidade reconhecida mundialmente (abaixo, em foto do blog “Travel and Beer”).
A Chimay produz quatro cervejas: uma dubbel, uma trippel, uma Belgian Strong Dark Ale e um chope pale ale que somente é vendido no pub da abadia, o “Auberge de Poteaupré”.
Nossa cerveja de hoje é a Bleue, ou Blue, a mais forte e a meu juízo a melhor das três disponibilizadas no mercado brasileiro. Mas as demais também são muito boas, em especial a Red.
Cerveja: Chimay Bleue
Apresentação: garrafa com 330 ml
Preço: R$ 20,90 (Puro Malte)
Teor Alcóolico: 9%
Data da Degustação: 26/09/2011
Estilo: Belgian Dark Strong Ale
Aparência: creme médio, cremoso e duradouro. “Belgian Lace” justo, poucas partículas suspensas e coloração de um marrom escuro, embora mais claro que a anterior.
Aroma: intenso, com notas de malte e de caramelo. Algum defumado. Lúpulo leve (o que é uma característica deste estilo) e álcool médio, apesar de ser uma cerveja potente neste aspecto. Lembra um pouco também açúcar mascavo e algum aroma de fruta silvestre.
Sabor: média duração, moderadamente doce, mas balanceado. Bastante saborosa. Excelente drinkability.
Paladar: corpo intenso, textura cremosa e carbonatação de média a vívida. Retrogosto mesclando álcool e alguma coisa de frutas. Final tendendo ao adocicado.
Geral: ela foi um pouco prejudicada por ter sido degustada no mesmo dia da Westvleteren 12, mas é uma de minhas favoritas. Pelo teor alcóolico não é cerveja que se beba em grande quantidade, e nem é feita para isso: é bebida para se apreciar. Bom custo benefício.
Não deve ser bebida muito gelada – no máximo a uns 8 graus – de forma a poder liberar todos os aromas e sabores. É cerveja para iniciados.
Como ela é refermentada na garrafa, ganha se deixada para maturar algum tempo. Também é apresentada em garrafas arrolhadas de 750 ml, que afirma-se ser a mesma cerveja; mas confesso que em minha opinião acho ainda melhor o exemplar arrolhado.
Nota: 4,4 (para um total de 5,0). Talvez se degustada em outra data pudesse se sair um pouco melhor que esta já ótima nota, porque o efeito comparação com a Westvleteren 12 – degustada no mesmo dia- pesou.
Veredito: aprovada. É uma de minhas cervejas preferidas. A apresentação de 750 ml pode perfeitamente estar em uma mesa de jantar especial em substituição ao vinho. O preço não é alto levando-se em conta que ela está no patamar superior em termos de conceituação mundial.
É um exemplar encontrado com alguma facilidade em empórios e lojas online.
Próxima: Bodebrown Wee Heavy