Esta semana, com o confinamento dos participantes em um hotel, iniciou-se mais uma edição do famigerado Big Brother Brasil, programa que em sua décima segunda temporada galvaniza as mentes lobotomizadas e literalmente teleguiadas da nação.
O mote do programa é relativamente simples.
Um número de pessoas variável é selecionado de forma teoricamente democrática – logo veremos que esta afirmação é problemática – e confinado em uma casa sem qualquer contato com o mundo exterior, pelo menos teoricamente.
A aposta é de que, nestes tempos conectados, as pessoas irão se interessar em observar a vida cotidiana dos confinados na casa.
Entretanto, o programa possui algumas características que o desviam de seu objetivo final.
O primeiro é a seleção dos participantes. Já virou folclore o fato de serem verdadeiros incautos aqueles que enviam os seus vídeos todo ano para a produção do programa. Na prática, somente vai abastecer o estoque de “vídeos ridículos” exibidos por um dos canais a cabo da emissora a cada temporada de exibição – e ser motivo de risadas em rede nacional.
Basta começar o programa e logo se vê que fulano era amigo de artista, que beltrano já havia trabalhado no meio artístico, que três ou quatro eram indicados por “olheiros” da produção, mais três ou quatro entraram direto na fase final de seleção… ou seja, quem enviou o vídeo caiu em uma esparrela.
Nesta edição antes mesmo de seu início televisivo já aparecem as relações de vários dos doze participantes com o meio da televisão ou artístico.
Fazendo uma pesquisa rápida observa-se que uma das “sisters” já fez comerciais com o lutador Anderson Silva, outra foi dançarina do grupo “Aviões do Forró”, a terceira é suposta namorada de uma ex-finalista de um outro reality show, o quarto deu aulas de lutas marciais para a vencedora de um dos concursos de “Musa” do portal esportivo associado ao grupo, um quinto é ex “miss” – ou mister, sei lá – e uma sexta é produtora de filmes pornográficos.
Ou seja, a metade dos participantes já tinha algum tipo de contato com o mundo do “show business”. Fica difícil acreditar que pelo menos estes seis referenciados tenham participado da seleção desde o início.
Outro ponto é que o perfil dos participantes é basicamente o mesmo. Sarados, gostosas e praticamente lobotomizados. Normalmente é um festival de asneiras, agressões ao vernáculo e exibição gratuita de corpos. Em algumas edições houve a indicação de participantes com perfis mais próximos do encontrado em nossa população, mas em média ou saíam na primeira eliminação ou ganhavam o prêmio.
Aí temos outro problema. Não afirmo que há manipulação de resultado, mas no mínimo a edição é “direcionada” para um ou outro candidato. Exatamente por este motivo que pessoas oriundas das camadas sociais mais humildes deixaram de participar do programa, porque o público tendia a privilegiar aqueles que precisariam mais do prêmio.
Entretanto, temos um sofisma, porque sob a alegação de que o público “gosta de coitadinhos” reduz-se a gama de participantes e, com esta limitação, a direção fica livre para direcionar as escolhas para este ou aquele “ungido”.
De anos para cá – não saberia determinar a data exata – passou a haver uma certa “procura” por participantes homossexuais: nesta edição que se inicia serão quatro, um terço do total. Não saberia explicar o porquê deste incremento de “brothers” gays e lésbicas por parte da produção do programa, mas faço o registro.
Mais uma excrescência é a esperança que todos os participantes tem de se tornarem “artistas” – mesmo que isto signifique a presença em “books” de hotéis de luxo. Após o programa, aqueles não conseguem virar “celebridades” acabam vagando, como almas penadas, por programas fúteis de outras emissoras – até voltarem, como espectros plasmáticos, à anonimidade.
Na prática, todos representam. Uns por quererem entrar para o meio artístico, outros atrás do dinheiro do prêmio.
Como resultado da preferência por corpos sarados e neurônios escassos, o nível do programa é de doer. A língua portuguesa é vilipendiada sem perdão nem piedade; muitas vezes, há o incentivo a comportamentos não muito adequados a serem exibidos em horário nobre. Querendo ou não, a televisão tem uma força fundamental – e, normalmente, nociva – na formação do cidadão.
Obviamente, o leitor deve estar se perguntando o porquê do sucesso do programa, apesar de tantos defeitos.
Penso que se deve a uma série de fatores. Primeiro pelo fato de explorar algo que é inerente ao ser humano, que é a curiosidade e, por que não, o voyeurismo. Segundo porque o padrão de beleza adotado pelos organizadores é um espelho tomado pelo homem comum como ideal: normalmente são belas moças e homens de aparência máscula – mesmo que seja só aparência em muitas ocasiões.
O terceiro fator é a dinâmica do programa, sempre com várias etapas e alternativas. E, por último, a força da emissora, que massifica em sua programação o programa.
Registro, também, que lamento que espetáculos como o carnaval carioca fiquem subordinados a este tipo de programa. O desfile das grandes escolas na segunda feira somente se inicia após o término do programa.
Agora, sinceramente ? Acho um lixo, perda de tempo. Prefiro um bom livro.
Ok. É um lixo, uma merda, um subproduto, uma perda de tempo incrível. Reconheço tudo isso!
Mas….sei lá,,,,eu gosto!
e começam a cair as máscaras…risos
Eu detesto. Não permito que isso passe na minha TV. É um dos maiores lixos da TV e, mas com certeza, costuma cumprir seu papel: alienar as pessoas e ganhar muuuuiiitttooo dinheiro.
eu AMOOO o BBB,agora nao gostei da resposta deles
falar q isso e um lixo eu nao gostei e defendo a GLOBO