Neste sábado, a coluna da médica Anna Barros traz um alerta para uma doença que costuma ter maior incidência de infectados no carnaval: a AIDS.
A AIDS no Carnaval
A AIDS é umas das doenças que mais representam risco para a Saúde Pública. Hoje em dia não se morre tanto de AIDS como no passado, como aconteceu com Cazuza, Renato Russo, Lauro Corona, Freddie Mercury e outros. Contudo, é uma doença preocupante, que pode se tornar a grande epidemia mundial. 
E os números de casos entre heterossexuais, jovens e até idosos vêm crescendo. 
Talvez porque as pessoas estejam se descuidando, talvez porque pensem erradamente que é uma doença de homossexuais, talvez porque a terceira idade esteja redescobrindo o amor e o sexo. A real é que a prevenção deve ser feita e o uso de camisinha obrigatório. 
Ainda mais no Carnaval, onde as relações tendem a ser mais superficiais e muitas vezes promíscuas. Se não tiver como se abster sexualmente, o ideal é usar camisinha. E evitar se envolver com uma pessoa que mal conheceu. Há riscos. 
O agente etiológico é o vírus HIV. O homem é o reservatório. A transmissão é feita pelo sangue contaminado, por relação sexual e pelo leite materno. Os hemofílicos, os profissionais de saúde e os usuários de drogas injetáveis estão entre os grupos de risco, entre outros. 
O período de incubação varia de cinco a trinta dias. O período de latência varia entre cinco e dez anos. Magic Johnson, famoso ex- jogador de basquete da NBA, é portador do vírus HIV há vinte anos e não desenvolveu a doença, por exemplo.
A doença pode ou não ter expressão clínica logo após a transmissão. Mas pode existir um período de janela imunológica de 30 dias. Os métodos diagnósticos são o teste anti-HIV e a confirmação se dá pelo método ELISA. 
Como é uma doença de imunossupressão, os sinais podem ser de infecção como faringite, febre, adinamia, ulcerações muco-cutâneas, candidíase oral, neuropatias e outras doenças associadas. As infecções oportunistas são aquelas que mais deixam um doente portador de AIDS debilitado. 
A notificação é compulsória e hoje em dia há um coquetel de remédios antirretrovirais distribuído gratuitamente aos pacientes cadastrados em posto de saúde, que melhoram a sobrevida do paciente com AIDS. 
A grande questão dessa doença é a prevenção de todas as camadas sociais e de todas as idades. Ter responsabilidade, principalmente os adolescentes, é essencial. Hoje em dia, o sexo está banalizado, descartável. Ele deve representar um ato de amor e não de desejo, vontade.
A doença também vem crescendo entre as mulheres casadas, que muitas vezes só possuem um único parceiro regular: seu próprio marido. Se houver suspeita de que o marido esteja ‘pulando a cerca’, é necessária uma boa dose de conversa, um rumo no relacionamento e se houver o perdão, o uso de camisinha é essencial para que essas mulheres se protejam. 
Então, nesse Carnaval, aproveite, nos bailes ou vendo os desfiles das escolas de samba, mas com responsabilidade e com racionalidade. 
A AIDS está mais perto do que se possa imaginar. Cuide-se bem! 
Bom Carnaval a todos! 
Até a próxima!
Anna Barros