Na última terça feira, dia 07, o jornal Extra fez uma grande festa recriando os 80 anos de desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. No Terreirão do Samba, local onde antigamente era a Praça Onze, Unidos da Tijuca, Portela, Mangueira e Estácio de Sá, remanescentes daquele pioneiro desfile, recriaram aquele momento de 1932.

As escolas tinham cerca de 100 componentes e utilizavam roupas que emulavam as usadas naquele desfile pioneiro, iniciativa do jornal “O Mundo Sportivo” e do jornalista Mário Filho.

Cada agremiação cantou três sambas antigos, de enredo ou não. Portela, Estácio e Mangueira optaram por sambas de exaltação e mais dois sambas, enquanto a Tijuca cantou três sambas de enredo.

Estive na festa, que mostrou um pouco de como o desfile atual perdeu sua essência e de como ele pode retornar às origens. Os sambas passaram em um andamento mais cadenciado, permitindo serem cantados e dançados de forma mais natural. E as fantasias utilizadas, de menor tamanho, permitiram uma melhor evolução.

Valeu também por ouvir três sambas da Tijuca muito bons e que são pouco conhecidos: os de 1976, 1981 (já abordado na série “Samba de Terça”) e de 1990. Estácio de Sá foi de “Círio de Nazaré” e “Arte Negra na Legendária Bahia” (respectivamente 1975 e 1976), enquanto que a Portela veio de “Lendas e Mistérios da Amazônia” e “Ilu Ayé” (1970 e 72) e a Mangueira encerrou com “O Mundo Encantado de Monteiro Lobato” (1968) e “Mãe do Ouro” (1976).

A Estácio e em especial a Portela fizeram desfiles bastante energizados, contando com o luxuoso auxílio do puxador oficial das duas escolas, Leandro Santos e Gilsinho. A Portela contou mais uma vez com nosso apoio de sua fanática torcida, que ainda fez um “arrastão” ao final de sua apresentação.

Mais um ponto para refletirmos: não seria melhor termos a Sapucaí com cariocas fanáticos pelas suas escolas, que consomem samba o ano todo?

A avaliação geral ao final é de que as duas escolas citadas fizeram as melhores apresentações. A Mangueira passou de forma burocrática e a Tijuca sentiu o peso de abrir o desfile (risos).

O que posso dizer é que passei uma noite bastante agradável, acompanhado dos amigos e rendendo as minhas homenagens aos pioneiros do carnaval carioca. É claro que as escolas não podem retornar a 1932, mas esta recriação pode trazer elementos bastante reflexivos ao carnaval atual.

Deixo aqui os parabéns ao jornal Extra e em especial ao jornalista Leonardo Bruno.

(Acima, meu registro na festa com o jornalista e amigo Aydano André Motta)

2 Replies to “Final de Semana – 80 Anos de Desfiles”

  1. Essa noite foi maravilhosa. As escolas poderiam ousar e fazer o simples valorizando o samba e o sambista. E a Liesa poderia ousar trazendo o povo de volta pra avenida com ingressos mais baratos ou uma cota gratuita distribuida para a comunidade.

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