Crack: assustando médicos e a população
A epidemia de crack assusta todos os brasileiros. A estimativa é que existam 3% de usuários,o que implicaria em cerca de 6 milhões de brasileiros.
O crack é produzido a partir da cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água, gerando um composto que pode ser inalado ou fumado. O nome vem do barulho que as pedras fazem ao serem queimadas durante o uso.
É uma droga que afeta, geralmente, pessoas de baixa renda porque o preço é inferior à maconha ou a cocaína. O usuário queima a pedra em cachimbos improvisados como latas de alumínio ou tubos de PVC e aspira a fumaça.
Se for detectado um usuário de crack,ele precisa de internação de sete a catorze dias para se desintoxicar. Drogas usadas comumente como opioides e tratamento das comorbidades constituem-se em medidas iniciais.
A fumaça tóxica do crack atinge o pulmão, vai à corrente sanguínea e atinge o cérebro. Sua ação no cérebro é responsável pela dependência. A droga leva à euforia num estágio inicial, mas pode acarretar problemas cognitivos e oscilações no humor. Também pode levar a psicoses, paranoias e doenças cardíacas, além de pulmonares pela aspiração da fumaça ou pelo próprio fumo.
A abordagem de tratamento interdisciplinar se dá da seguinte forma:
a) Ações preventivas de sensibilização e capacitação de médicos e enfermeiros no auxílio a essas pessoas;
b) Identificação precoce e tratamento adequado;
c) Desintoxicação: tratamento e suporte sintomático;
d) Tratamento de alterações clínicas e psiquiátricas;
e) Estratégias de Educação;
f) Grupos de autoajuda;
g) Acompanhamento em grupos de Saúde da Família;
h) Reabilitação neuropsicológica e psicossocial;
i) Rede de atenção: leitos em hospitais públicos, ambulatórios e albergamento socioterapêutico e moradias assistidas.
O Cremerj em mais uma ação ousada e de vanguarda mandou uma cartilha para todos os médicos do estado para que se conscientizem no tratamento dos dependentes químicos. A instituição se preocupa com o crescimento dessa droga letal e devastadora, que destroi vidas e compromete a vida em sociedade.
Nosso objetivo na coluna é também chamar a atenção para esse terrível problema não só de ordem pessoal, mas social. Digamos não às drogas. Ela alteram a consciência, prejudicam os relacionamentos e comprometem a vida do indivíduo porque elas matam – de imediato ou gradativamente.
Eu sou a favor da internação para que haja um acompanhamento médico e psicológico dos dependentes. O médico que deve assistir ao paciente é o psiquiatra. Além dos benzodiazepínicos que deverão ser administrados, o suporte psicológico com terapia individual e de grupo são extremamente necessários.
O dependente tem que ser visto como um doente e não como marginal. Ele precisa ser tratado com carinho e respeito. E a dependência como doença.Quanto mais cedo for diagnosticado, melhor. Então, médicos e profissionais de saúde devem ficar atentos aos sinais do uso do crack.
Afastem o crack de suas vidas e de suas famílias. A tendência é que infelizmente o uso cresça.Vamos combatê-lo. A Secretaria de Assistência Social do Rio de Janeiro tem feito um belo trabalho de recuperação de usuários de crack e de recolhimento em abrigos especializados e em instituições de saúde. Vamos nos engajar nessa luta!
Até a próxima!