Eu ainda não tenho logística para produzir cerveja em casa, mas a minha ideia ao fazer o curso era a de entender o processo produtivo da fabricação da cerveja e especialmente como agiam e eram utilizados os ingredientes básicos, a saber: malte, água, lúpulo e levedura. Entretanto, pude perceber que o processo, embora um pouco trabalhoso, não é difícil – e mesmo os equipamentos exigidos não são nada extraordinários.
O objetivo da moagem é a quebra do grão maltado, a fim de facilitar a ação das enzimas sobre o amido composto nos grãos. Deste açúcar extraído no processo é que irá se gerar o álcool e demais componentes da cerveja a partir da ação das leveduras – isto, simplificando bastante o processo.
No caso em questão a cerveja seria uma “alt”, estilo tipicamente alemão mas com uma leitura mais lupulada – uma espécie de “german IPA”. A expectativa inicial de Bernardo era de que a cerveja tivesse um resultado final de 5,7% de álcool, mas a medição da densidade final mostrou que deve chegar próximo aos 6% – próprio deste estilo. São usados, para 40 litros de produto final, 13 quilos de malte (em seus diversos tipos), aproximadamente 70 litros de água, três tipos de lúpulo – somando cerca de 160 gramas – e dois tipos de fermentos (receita abaixo, com maltes e lúpulos).
A brassagem foi feita durante dois terços do tempo a uma determinada temperatura e depois um terço a graus mais altos, tendo-se sempre o cuidado de mexer o caldeirão (foto que abre este post). Ao final do processo procede-se à clarificação, lavagem e filtragem, que tem como objetivo separar o líquido (denominado mosto) dos grãos. Além disso se adiciona água quente a fim de extrair uma maior quantidade de açúcar dos grãos, o que aumenta o rendimento.
Paralelamente fomos provando algumas das criações de Bernardo, como a cerveja com tamarindo, uma ale bem leve e duas India Pale Ale (IPA), uma com “dry hopping” (a “Homini Lupulada”) e outra com adição de maracujá – a “MaracujIPA” (abaixo). Todas são muito boas, mas considerei as duas últimas espetaculares: ainda que muito lupuladas e com um teor alcóolico razoavelmente alto (pouco menos de 8%), são muito equilibradas e nos impelem a beber muitas tulipas. Digo sem medo de errar que são das melhores cervejas que já experimentei.
Mas pelo menos as quatro que experimentei tem totais condições de fazer bastante sucesso em uma produção comercial.
O processo de brassagem, filtração, fervura, resfriamento e colocação no freezer para a fermentação e posterior maturação levou aproximadamente um dia inteiro, iniciando-se às dez da matina e terminando pouco depois das 19 horas. O processo de fermentação, com temperatura rigorosamente controlada, dura cerca de cinco dias e depois temos a maturação, que para a cerveja do curso irá durar um pouco menos de 20 dias mas cujo prazo varia de acordo com a complexidade da cerveja. A maturação é necessária para “arredondar” a cerveja, com ajuste nos aromas e precipitação de partículas sólidas.
Como escrevi no início, não tenho total logística para poder produzir em minha casa, mas é algo em que pensarei com carinho. E o curso me permitiu entender muito melhor o processo de produção, aumentando meus conhecimentos. Foi um domingo bastante agradável.
O site da Homini Lúpulo pode ser encontrado aqui. Aconselho fortemente ao leitor interessado na bebida que faça o curso, ainda que não vá a curto prazo fabricar sua própria cerveja. Vale lembrar que todos os insumos hoje podem ser comprados via internet de fornecedores especializados.
Falta agora o curso de degustação, que farei dia 02 de junho no Brejas, em Campinas.
Prosit!
A cerveja está aqui fermentando! Fazer cerveja é um hobby muito bom e espero que cada vez mais pessoas façam. Agora vou perturbar você para começara a produzir suas levas hehehe
abraços,
Bernardo
bacana, também ireir produzir as minhas
abs,
Mateus