Como comentei de passagem no post sobre os bares de Porto Alegre, no domingo dia 27 fui assistir a Grêmio e Palmeiras, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão.

O leitor mais antigo deste blog sabe que tenho o hábito de em minhas viagens a trabalho assistir a partidas de futebol em outros estados. Gosto do esporte e sempre é bastante interessante estar assistindo a uma partida sem estar envolvido emocionalmente.

Desta feita, ainda tinha mais um fator: como escrevi por ocasião de minha visita de férias em janeiro, o Estádio Olímpico será implodido ao final do ano dentro do acordo que dará ao clube uma nova e moderna arena próxima ao Aeroporto Salgado Filho.

Com o apoio prestimoso do amigo e titular da coluna “Bissexta” Walter Monteiro, que comprou os ingressos antecipados e ainda foi me buscar no aeroporto, cheguei a Porto Alegre por volta de 17 horas e ainda deu tempo de ir ao hotel deixar as malas antes de seguir para o estádio. Algo que me chamou a atenção imediatamente foi a falta de lugares para estacionamento: apesar de haver um interno há muitos flanelinhas e espaços de guarda de carros – a um preço salgado, R$ 20.

Como desta vez entramos pelo lado oposto do que estive em janeiro, pude reparar duas coisas: a primeira é que o estádio não está tão bem conservado como parecia na entrada principal.

A segunda é que a entrada da torcida visitante é uma verdadeira arapuca. A saída é perto da entrada por onde acessamos os nossos lugares – na torcida do Grêmio – e a rua simplesmente não tem saída: o encontro é certo é não há como fugir. Conhecendo a fama da torcida local diria que é coisa para (muito) corajosos. Aliás, a torcida do Palmeiras não deveria chegar a 300 corajosos incautos.

Não vi lojinha do lado do estádio onde estive, mas como observei alguns torcedores com sacolas é possível que estivesse fora do meu campo de visão. O campo permite uma boa visão do jogo, mesmo nas cadeiras superiores onde estávamos. Há uma lanchonete e até a pipoca vendida traz o símbolo do clube.

A atmosfera de rampa e acesso às cadeiras lembra muito a do Maracanã antigo. Uma coisa que me chamou a atenção e que achei admirável é que todos os torcedores gremistas, sem exceção, usam a camisa do clube. Em mais de 30 anos indo a estádios em vários lugares jamais havia visto isso. Aliás, embora não seja algo escrito é terminantemente proibido usar a cor vermelha – do arquirival Internacional – nas dependências do estádio reservadas à torcida gremista.

Também me surpreendeu o cartaz que o técnico Felipão ainda possui junto aos torcedores locais: ainda que fosse treinador do adversário, foi estrepitosamente aplaudido quando seu nome foi anunciado.

O jogo, em si, foi bastante fraco. Os dois times, embora razoavelmente organizados, são muito fracos. A equipe do Palmeiras, então, tecnicamente está bastante perto da indigência. O Grêmio é um pouco melhor, com uma dupla de zaga bastante segura formada pelo veterano Gilberto Silva e por Naldo.

A se destacar também a péssima arbitragem de Marcelo de Lima Henriques, que os amigos aqui do Rio de Janeiro, infelizmente, conhecem muito bem. Deixou de marcar um pênalti para cada time – o não marcado para o time da casa foi escandaloso – e inverteu inúmeras faltas.

Uma coisa me causou inveja no intervalo (acima): o clube faz promoções com sócios sorteando vales compras da fornecedora de materiais esportivos. O telão focaliza a pessoa e se ela estiver com a carteirinha de sócio levantada leva o prêmio. É impressionante como todo mundo levanta o braço com sua carteira.

O programa de sócios possui uma outra vantagem: a fidelização. Com os descontos na compra do ingresso e a facilidade de recarga do cartão havia mais de 20 mil torcedores no estádio. Por outro lado, à exceção da “Geral do Grêmio” (que estava um pouco distante de minha cadeira) a torcida é bastante fria, e isso desfez totalmente a idéia que eu tinha dos apoiadores do tricolor gaúcho.

No segundo tempo o jogo melhorou um pouquinho, mas só sairia um gol por acidente. E ele veio: uma cobrança de falta de muito longe, a bola passou por todo mundo e enganou o goleiro do Palmeiras. Ficou nisso. Apesar de tudo, achei o placar justo pois a equipe da casa foi um pouco melhor e procurou mais o gol.

Algo engraçado: os câmeras móveis das laterais do campo eram empurrados em um carrinho por uma outra pessoa o tempo todo. Tudo bem que o “empurrador” viu o jogo, mas deve ter se cansado paca. Alta tecnologia…

A se destacar também o Oscar de “melhor ator” que o palmeirense Valdívia – que entrou no intervalo – deveria ganhar. Suas “interpretações” em cada lance eram dignas de Dustin Hoffman.

Já vi partidas do nível de ABC e Goiás e Ponte Preta e Brasiliense, mas este Grêmio e Palmeiras foi a pior partida que vi em minhas andanças pelo Brasil. Por outro lado, valeu a experiência de estar em um estádio que tem história e que a ela pertencerá a partir de janeiro do ano que vem.

Manteve-se, também, um tabu: mais uma vez o time da casa venceu. Vamos ver se o outro também se mantém, que é o da equipe da casa ganhar o jogo ao qual assisto mas se dar mal na sequência da competição…

(Uma vez mais, com o titular da coluna “Bissexta” deste blog)

One Reply to “Um Passeio pelo Futebol da Primeira Divisão: Grêmio 1, Palmeiras 0”

  1. Cara, por favor, não assiste mais jogos do Grêmio, depois q vc foi ao olímpico, o Grêmio tá perdendo todas!!! rsrs

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