(Foto: Grande Prêmio)
Nesta sexta feira, a coluna “Sabinadas”, do jornalista Fred Sabino, faz um resumo da primeira etapa do Mundial de Fórmula 1 e das perspectivas dos brasileiros em duas categorias que se iniciam neste final de semana: a GP2 e a Fórmula Indy.
Carros na Pista
A semana marcou o começo do Mundial de Fórmula 1 e a reta final da preparação de outras duas categorias das mais importantes do mundo no esporte a motor: a GP2, porta principal de acesso à F-1, e a IndyCar, sempre um campeonato interessante de se acompanhar – e que conta com as 500 Milhas de Indianápolis.
Na Fórmula 1, o Grande Prêmio da Austrália teve a surpreendente vitória de Kimi Raikkonen e da Lotus. Surpreendente não pela capacidade do Homem de Gelo e de sua equipe. Mas pela queda de desempenho da favorita Red Bull da classificação para a corrida em Melbourne.
Depois de mostrar força na pré-temporada, a Red Bull confirmou seu potencial no Albert Park. Sebastian Vettel dominou todos os treinos, inclusive o classificatório, marcado por uma interrupção devido à chuva, e Mark Webber também obteve bom desempenho, fechando a primeira fila. A Ferrari também confirmou as expectativas dos testes e veio bem, com Felipe Massa à frente de Fernando Alonso, mas ambos ficaram atrás do sempre veloz Lewis Hamilton e da revitalizada Mercedes.
Mas afinal, porque no fim das contas Raikkonen venceu a corrida até com facilidade? Explica-se.
Como choveu no sábado inteiro e até na manhã do domingo, o asfalto, já pouco emborrachado por não ser um piso feito para corridas, foi lavado. O carro da Lotus, desde o ano passado, é construído de uma forma a evitar um desgaste acentuado da borracha. Como o asfalto do Albert Park não estava com o emborrachamento devido, acabou desgastando mais os pneus do que o normal. Daí o fato de Red Bull e Ferrari terem optado por três pit stops, enquanto a Lotus pôde fazer dois.
Resta saber se em outras pistas do campeonato, digamos, mais normais, Ferrari e Red Bull não sofrerão com um desgaste tão acentuado de seus pneus.
Sobre a polêmica inversão de posições entre Fernando Alonso e Felipe Massa na corrida da Austrália, a situação é um pouco diferente da que foi ventilada por alguns jornalistas especializados. Mais do que inverter posição com Massa, a Ferrari, ao mexer na estratégia de Alonso, tinha como alvo posicionar o espanhol à frente de Vettel.
Isso porque, por mais que Felipe esteja andando bem desde o meio da temporada passada, a Ferrari pensa que o grande adversário de Alonso na briga pelo campeonato é Vettel, e não o brasileiro. Este, por motivos óbvios, será negligenciado em favor do espanhol quando necessário.
No fim de semana do GP da Malásia, a GP2 também iniciará sua temporada. E, de imediato, um nome vem à tona: o do brasiliense Felipe Nasr.
Depois de um ano de aprendizado, o brasiliense chega com muito mais força para seu segundo campeonato na categoria. Ele foi muito bem na pré-temporada, mesmo na equipe Carlin, que, embora tenha dado a ele o título da F-3 Inglesa, não é força dominante na GP2. De qualquer forma, Nasr aparenta ser um dos candidatos ao título e, além de ser bem relacionado no meio da Fórmula 1, inegavelmente tem muito talento. É, sem dúvida, a maior aposta do Brasil para médio/longo prazo na categoria.
Se na F-1 muitos reclamam da falta de renovação de pilotos brasileiros, na IndyCar o problema é muito mais complexo de se resolver.
Mais uma vez Tony Kanaan e Helio Castroneves serão os representantes do país com mais chances de vitória. Rubens Barrichello saiu rumo à Stock Car e Bia Figueiredo (foto) não sabe se correrá todas as provas. Não que Tony e Helinho não sejam ótimos pilotos. Mas ambos estão respectivamente com 38 e 37 anos e não aparece ninguém jovem almejando um lugar ao sol na Indy. Ambos podem brigar para vencer corridas e para conquistar o título. Mas a falta de perspectivas para os próximos anos na Indy não deixa de ser preocupante.
De qualquer forma, os três principais campeonatos de monopostos do mundo prometem boas emoções ao torcedor brasileiro.
P.S.: ainda sobre a polêmica coluna sobre o Corinthians. O clube informou que procurou a família do jovem Kevin Espada para oferecer a ela a renda do jogo entre o clube brasileiro e o San José, e que os parentes do menino morto não aceitaram. Antes tarde do que nunca, sim, mas não retiro o que critiquei. Deveria ter sido uma procura imediata, logo após o lamentável episódio e não depois de um tio ter reclamado da falta de apoio do clube brasileiro. Seria mais elegante.