Sabinadas: “Tudo novo em 2014 na Fórmula 1. Tudo?”

Excepcionalmente nesta quinta-feira, a coluna Sabinadas, do jornalista esportivo Fred Sabino, aborda as expectativas para a temporada da Fórmula 1 em 2o14, com profundas alterações no regulamento e diversas mudanças nas equipes.

Tudo novo em 2014 na Fórmula 1. Tudo?

Com a prematura definição dos títulos mundiais de 2013 para Sebastian Vettel e Red Bull pelo quarto ano consecutivo, a Fórmula 1 já volta suas atenções para as grandes transformações que acontecerão na próxima temporada.

A começar pela dança das cadeiras nas equipes. Como se sabe, Felipe Massa deixou a Ferrari para dar lugar a Kimi Raikkonen, de volta ao time italiano após cinco temporadas para fazer companhia a Fernando Alonso.

Na tetracampeã Red Bull, Mark Webber cansou da convivência com Sebastian Vettel e decidiu ir para o Mundial de Endurance. O promissor australiano Daniel Ricciardo será o companheiro de equipe do alemão.

A Mercedes manteve a dupla Lewis Hamilton/Nico Rosberg, mas a McLaren ainda está indefinida: Jenson Button e Sergio Perez estão cotados para ficar, mas a vaga do mexicano ainda corre risco e muita gente corre por fora, até o jovem Kevin Magnussen.

Três equipes têm vagas bastante disputadas neste momento: Lotus, Williams e Force India. Na primeira, Romain Grosjean deve ficar depois das últimas boas exibições e o nome de Nico Hulkenberg hoje na Sauber, ganhou força pelos resultados recentes e pelo lobby do novo investidor.

A Force India também vê com bons olhos o retorno de Hulkenberg, enquanto Adrian Sutil e Paul di Resta ainda têm suas situações em aberto.

Já a Williams deve decidir seu futuro em breve, e com dois brasileiros. O finlandês Valteri Bottas provavelmente terá como companheiro Felipe Massa, enquanto o outro Felipe, Nasr, deve ter anunciada a sua contratação como terceiro piloto, num ano em que os novatos vão testar mais.

Já Pastor Maldonado (foto), mesmo com a grana da PDVSA, confirmando a saída da Williams (foto) vai ter de procurar abrigo em outra equipe. Como todo mundo precisa de dinheiro hoje em dia, o bravo venezuelano vai acabar se achando. Se bem que ele disse que se for pra pilotar um carro ruim, ele preferia ir para casa…

Se em relação aos pilotos, as mudanças serão muitas, no que diz respeito ao regulamento, as alterações deverão se mostrar ainda mais radicais.

Os motores aspirados de oito cilindros deixarão a categoria depois de oito temporadas e darão lugar a novos propulsores turbo de quatro cilindros. O objetivo da mudança é ecológico, já que as novas unidades demandarão o uso de menos combustível e, portanto, as emissões serão reduzidas.

A reboque, todos os carros terão de passar por profundas alterações. Afinal, todo o esquema de aerodinâmica, distribuição de peso e refrigeração terá de ser revisto, pois os novos motores serão mais leves e compactos.

Na última vez em que houve uma mudança tão radical de regulamento, em 2009, as equipes dominantes do ano anterior, Ferrari e McLaren, sofreram dificuldades e só foram vencer na segunda metade da temporada.

A introdução do Kers (sistema de recuperação de energia cinética) e as restrições aerodinâmicas embaralharam as cartas e a Brawn (ex-Honda) emergiu com força total (foto), aproveitando uma brecha no regulamento em relação aos difusores. Nesse vácuo (sem trocadilho), a Red Bull também despontou como força.

Essa, talvez, seja a grande esperança da Fórmula 1. Nada contra o talento de Sebastian Vettel, como já escrevi aqui no Ouro de Tolo. Mas, como em tudo na vida, quando alguém é muitas vezes campeão seguidamente, o interesse acaba diminuindo.

Por isso, essas mudanças podem fazer emergir alguma nova Brawn da vida. Por outro lado, jamais se pode menosprezar o excelente corpo técnico da Red Bull, ainda mais um gênio como Adrian Newey. Então, talvez nem tudo seja novo na Fórmula 1 em 2014…

A conferir.