Orun Aye – “O que esperar de 2014”

Na coluna de hoje o compositor Aloisio Villar faz suas predições para 2014.

O que esperar de 2014

Bem. Como vocês devem ter percebido 2013 acabou. Sim Migão, 2013 acabou sim, cure essa bebedeira de reveillon que você vai perceber. Na verdade já começou faz um tempinho, mas fiz uma segunda retrospectiva; então só agora escrevo sobre o que esperar de 2014.

Mais uma vez na verdade digo que escrevi essa coluna ainda em 2013 então espero que o mundo não tenha acabado, eu não tenha acabado ou tenha sido demitido do blog para que a coluna não fique desatualizada.

O ano de 2014 está aí. Muitas coisas para acontecer. O que esperar dele?

O ano, dizem, só começa depois do carnaval e a folia esse ano será em março. Eu gosto de carnaval em março porque além da temperatura estar mais amena que em fevereiro não tem mais horário de verão. Então, contando com a sorte de um pouquinho de atraso nos desfiles podemos ver algum com o dia amanhecendo.

Ganhei os sambas do Boi da Ilha e do Acadêmicos do Dendê como vocês já sabem. Pela segunda vez na história e a primeira nos últimos 19 anos as duas agremiações desfilam no mesmo grupo. Contando com os encontros do Boi da Ilha com União da Ilha em 2002 e 2003 no grupo de acesso A é a quarta vez que temos duas escolas da Ilha do Governador desfilando no mesmo grupo.

O que espero? Acho que o Dendê passa por um momento melhor. Têm quadra própria, uma direção mais organizada e um samba melhor (esquisito fazer comparação assim entre sambas seus). O Boi não passa por um bom momento. Perdeu quadra, perdeu contingente e assim como o Dendê vem sofrendo com as obrigatoriedades de desfile como número mínimo de baianas.

Acho que será um ano complicado para as duas. Mesmo passando um momento melhor o Dendê desfila praticamente no mesmo horário da União da Ilha e isso lhe restringirá em componentes. Além de o Dendê ter apoiado a derrubada da atual direção da associação das escolas, o que não ocorreu.

Vejo o Dendê em uma posição intermediária na apuração e o Boi brigando pra não cair. Espero estar enganado.

No grupo da LIERJ a honestidade do resultado do ano passado deixa a disputa desse ano em aberto. Com não tenho muita noção do que ocorre nesse grupo aposto nas mais tradicionais. Império Serrano, Estácio e Viradouro, mas sempre esperando que um dia a “promessa” Cubango se cumpra.

No grupo especial são as mesmas de sempre. Beija-Flor, Tijuca e Salgueiro. Acho que a campeã é uma delas. Vila Isabel passa por um momento difícil, não tem um samba com a qualidade do anterior e não deve repetir campeonato. A Grande Rio parece que deixou passar seu momento de campeonato e terá que retomar o viés de alta. Portela e Mangueira passam por reestruturação e acredito em resultados melhores delas – com a Mangueira podendo surpreender as favoritas.

União da Ilha vem com o samba certo no ano errado. Perdeu a chance de acertar nesse quesito em 2012 e 2013. Esse ano me parece mais difícil sua volta nas Campeãs e para descer, infelizmente, o Império da Tijuca mesmo com seu grande samba é o favorito. A Liesa formou uma panela que só é quebrada quando alguém dessa turma vacila muito.

O ano de 2014 também reserva Copa do Mundo e vejo o Brasil pronto para vencer esse torneio. No começo de 2013 quando a seleção apanhava e era criticada eu dizia de modo ufanista que se tudo desse errado o Brasil acabava a copa em terceiro.

É ufanista, mas acho que é um caminho provável. Mesmo não dando tanta sorte no sorteio e pegando adversários pesados a partir das oitavas é o favorito. Felipão sabe unir um grupo como ninguém e tirar o melhor dele e esse ano tem a torcida que fará das novas arenas caldeirões e pode ser fundamental.

Neymar (e seu crescimento no Barcelona) pode ser o comandante dessa conquista, que não será fácil. Espanha, Alemanha e Argentina podem ser campeãs do mundo e dessas se tivesse que apostar em uma seria a Argentina por ter Messi e estar mais acostumada com a temperatura.

Acho o Brasil mais enfraquecido para a Libertadores desse ano. Não acredito em CAP e Botafogo. CAP vem enfraquecendo e o Botafogo vai depender da manutenção do elenco e de Seedorf. O elenco do Flamengo não é de título, o Grêmio também vem perdendo jogadores. Atlético vem do trauma Raja Casablanca e o Cruzeiro surge como o favorito brasileiro do torneio.

Campeonato brasileiro com esse problema de tapetão não tenho a mínima ideia do que ocorrerá, mas tenho palpite que esse assunto vai render muito e não duvido de termos mais que vinte clubes no próximo brasileirão e a volta do mata-mata por falta de datas.

Se tivesse que apostar em um campeão brasileiro seria o Corinthians, apesar de ter como técnico um cara que depois que sai que seus times engrenam – vide seleção e Flamengo. Mas acho difícil o Corinthians com a organização e elenco que tem fazer dois anos medíocres seguidos. Não sei se o Vasco disputará a série B, mas se jogar vence com tranquilidade como todos os grandes venceram.

E 2014 ainda reserva eleições.

Aposto em uma vitória fácil da presidenta Dilma ainda no primeiro turno. Ela não tem adversários fortes, o país passa por um bom momento e ela tem alta popularidade. O pior já passou que foi na crise de junho de 2013. Se mesmo com aquilo ela nunca perdeu a liderança das pesquisas não acredito em zebra.

O quadro do Rio de Janeiro ainda é meio nebuloso, mas não acredito em vitórias de Cesar Maia e Garotinho que estão queimados com boa parte da população. Crivella tem seu público até certo ponto, ele não passa de uma porcentagem porque quem não gosta dele e do que ele representa tem pavor.

Restam dois candidatos. Pezão, que depende de Cabral e sua popularidade (no momento ruim) e Lindbergh Farias. Hoje o considero o favorito mesmo não estando em primeiro nas pesquisas. É o candidato do PT, de Dilma e de Lula. Terá todo o apoio da máquina, do PT e desses políticos.

Quanto a mim? Chego em 2014 a 100 sambas de enredo compostos. Não sei se farei grupo especial, hoje não tenho o tesão que tinha antes para isso apesar de boas propostas que surgiram. Vou tentar reforçar meu lado escritor. Mas não dá pra prever sobre nós, sempre há o imponderável.

Como será o amanhã?

2014 irá responder.