Nesta sexta-feira, a coluna Sabinadas, do jornalista esportivo Fred Sabino, levanta os pontos mais interessantes a se ficar de olho no automobilismo em 2014.
Dez tópicos para acompanhar no esporte a motor em 2014
Os carros das principais categorias automobilísticas do mundo ainda não foram para a pista. Por isso mesmo, vale a pena analisar que pontos os apaixonados pelo esporte a motor precisam ficar atentos este ano. Evidentemente, ainda há muitas perguntas a serem respondidas. Mas já é hora de aquecer os motores, então passemos aos dez tópicos que mais prometem agitar as pistas no Brasil e exterior. Vale ficar de olho!
1 – Os motores turbo na Fórmula 1
Depois de 25 temporadas, o som dos motores volta a ser grave com o retorno dos propulsores com turbo (foto ao alto do post). A ideia é reduzir o consumo de combustível, claro, com o aproveitamento de mais energia com dois Kers em vez de um, mas isso pode esportivamente embaralhar o grid. Primeiro, porque são três marcas diferentes (Mercedes, Ferrari e Renault) e diferenças acentuadas podem exitir num primeiro momento. Segundo, e fundamental, é que os carros precisaram ser completamente redesenhados por causa dos novos motores, e ainda por causa de mudanças nas medidas exigidas pelas regras.
2 – Kimi Raikkonen na Ferrari
Após duas ótimas temporadas no retorno à Fórmula 1 pela Lotus, o Homem de Gelo volta para a Ferrari, onde foi campeão em 2007. Não só existe uma grande expectativa em relação ao desempenho do piloto, como pela convivência com o sempre complicado (dentro e fora da pista) Fernando Alonso. Para Felipe Massa, que conviveu com os dois, será algo no estilo panela de pressão – sempre prestes a explodir.
3 – Felipe Massa na Williams
A saída da Ferrari num primeiro momento parece um retrocesso para Felipe Massa. Afinal, nos últimos anos, a despeito de o time italiano ter errado a mão nos carros, a equipe de Maranello esteve anos luz à frente da tradicional escuderia britânica. Mas, num ano de mudança radical de regulamento, as cartas podem se embaralhar e Felipe pode encontrar o gatilho que falta para continuar com prazer de estar na Fórmula 1. Evidentemente, é questão de esperar o novo carro.
4 – Magnussen na McLaren
A surpreendente opção da equipe pelo dinamarquês Kevin Magnussen, além de evidenciar a total insatisfação com Sergio Perez, mostra que a escuderia está querendo garimpar um “novo Lewis Hamilton”. Magnussen tem boa base e recebeu elogios. Mas será que ele vai conseguir entregar de cara o que um time como a McLaren exige? Hamilton conseguiu com brilhantismo mas tinha um grande carro, Magnussen não necessariamente vai ter um grande carro. Resta pelo menos ver o desempenho no duelo contra um piloto regularíssimo como Jenson Button.
5 – Reforma de Interlagos
A promessa é a de que a tão sonhada (e exigida) reforma do paddock e boxes de Interlagos comece este ano. Já não será mais o projeto original de fazer tudo no que hoje é a Reta Oposta, mas no atual local. O ano promete ser complicado para que as categorias consigam usar o autódromo. Tomara que tudo siga dentro dos prazos e o esporte a motor – e as pessoas que vivem dele – sejam minimamente afetados. É fato que Interlagos precisa de uma grande mudança, digna da sua grandeza.
6 – O futuro de Felipe Nasr
Depois das fracassadas tentativas de entrar na Fórmula 1 como titular por Sauber e Force India, o brasiliense tem um grande dilema. O que fazer? Tentar uma vaga na fraca equipe Caterham para correr? Aceitar a vaga de piloto de testes numa equipe melhor? Andar uma terceira temporada na GP2? Ir para uma categoria como a IndyCar? Ou mudar de ares e partir para os carros de turismo? Como diria o Migão, “tá puxado…”. É uma pena, pois talento não falta a Nasr.
7 – Montoya de volta à IndyCar
O arrojado piloto colombiano deixou a Nascar e voltou para a categoria na qual despontou para o mundo do automobilismo. Mesmo veterano (38 anos), Montoya pode fazer um bom papel, já que a Penske tem total estrutura para acolher três pilotos de peso. A dúvida que resta é: será que o colombiano vai conseguir se readaptar rapidamente a um tipo de carro que não pilota desde a temporada de 2006?
8 – Stock Car de cara nova
O pacotão de mudanças da categoria inclui corrida em dupla, rodadas com duas provas por fim de semana e Corrida do Milhão no meio da temporada. Gostei de a categoria se mexer para ficar mais atraente, mas quero esperar o que vai acontecer na prática para opinar. São mudanças tão grandes que qualquer palpite seria precipitado a essa altura.
9 – Mundial de Endurance mais forte
A chegada da Porsche, com direito à presença do australiano Mark Webber, dá um tempero ainda maior ao Mundial de Endurance, que está crescendo cada vez mais. Com ajustes no regulamento, a briga pelo título promete ser acirrada. Tomara que Lucas di Grassi seja confirmado na vaga do aposentado Allan McNish. E no ano que vem ainda tem a provável estreia da Nissan.
10 – Nova categoria de Endurance nos EUA
Depois de uma temporada bem interessante, na qual Christian Fittipaldi brigou pelo título até o fim, a Grand-Am se uniu à American Le Mans Series para formar uma nova, e provavelmente bem mais forte, categoria: a United Sports Car Championship (USCC). O grid promete estar sempre cheio e outros brasileiros devem rumar para lá. Recentemente foi confirmada a chegada do italiano Giancarlo Fisichella, para pilotar uma Ferrari na classe GT.
Fotos: Divulgação