Nesta segunda-feira, a 20ª coluna da série Sambódromo em Trinta Atos, do jornalista esportivo Fred Sabino, remonta ao desfile de 2003, que teve uma surpreendente vitória da Beija-Flor de Nilópolis depois de quatro vice-campeonatos consecutivos, derrotando Mangueira, Viradouro e Salgueiro, escolas favoritas de público e crítica. E uma ainda mais espantosa – embora previsível – vitória da São Clemente no Acesso, em uma apuração que teve baixaria ao vivo na televisão.
2003: Beija-Flor, a campeã dos jurados; no Acesso, teve até palavrão no ar
O regulamento para os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio sofreu apenas uma mudança significativa para 2003: em vez de um ponto perdido para cada minuto excedido dos 80 regulamentares, a punição passaria a ser de 0,2 por minuto. Na época chegou-se à conclusão de que a despontuação em cronometragem era muito severa e que isso poderia influenciar muito na apuração.
Se o regulamento era praticamente o mesmo, houve um troca-troca de intérpretes sem precedentes para aquele Carnaval: depois de dois anos no Salgueiro, Nêgo voltou para a Unidos da Tijuca, que já havia defendido entre 1986 e 1992; no seu lugar entrou Quinho, que estava na Grande Rio; já a Tricolor contratou Wander Pires, que deixou sua vaga na Mocidade para Paulinho Mocidade, de volta à agremiação depois de dez anos; para o lugar deste, a Imperatriz acertou com David do Pandeiro, que teve seu posto na Santa Cruz preenchido por Luizinho Andanças; por fim, Wantuir trocou a Tijuca pelo Império Serrano.
Enquanto não mergulhamos nos enredos e desfiles de 2003, abro parênteses ainda sobre o tema intérpretes. Como curiosidade, dois cantores que jamais deixaram suas escolas do coração, Jamelão e Neguinho da Beija-Flor, tiveram uma conversa muito amistosa pouco antes de o lendário intérprete mangueirense falecer em 2008: ao considerar Neguinho seu sucessor como principal cantor de samba-enredo do país, Jamelão pediu que a voz da Beija-Flor jamais permitisse que chamassem-no de puxador. Jamelão nunca engoliu a alcunha porque antigamente essa era uma artimanha das gravadoras para não remunerar os cantores cedidos por outras gravadoras para a produção dos discos de samba-enredo. Fecha parênteses.
Fato é que Mangueira e Beija-Flor eram de novo o centro das atenções na fase pré-carnavalesca. Depois do grande desfile que rendeu o título de 2002, a Verde e Rosa apostou num enredo sobre a história de Moisés e a libertação dos hebreus com mais um samba-enredo de qualidade. Mas a poucas semanas do Carnaval, a escola chorou o falecimento de Dona Zica. Já a Beija-Flor, engasgadíssima com quatro vices consecutivos, escolheu como tema a fome e ainda prometia uma homenagem ao recém-empossado presidente Lula.
Já a Imperatriz Leopoldinense, criticada nos anos anteriores pelos desfiles frios, resolveu mudar: escolheu como enredo os piratas e a pirataria, e prometeu uma abordagem mais alegre e divertida, o que ficou claro já na escolha do samba. A Mocidade Independente de Padre Miguel optou por defender em seu enredo a doação de órgãos, enquanto a Viradouro homenagearia Bibi Ferreira e o Salgueiro, que contratou o carnavalesco Renato Lage, teria como tema o seu cinquentenário, com um samba muito popular desde a fase pré-carnavalesca.
A Acadêmicos do Grande Rio faria um enredo sobre a mineração, com patrocínio da Vale do Rio Doce, diga-se de passagem. A Portela contaria a história da Cinelândia e o vizinho Império Serrano teria como tema a energia e o poder da luz (?!). A Unidos da Tijuca tinha um dos melhores enredos do ano (e o melhor samba), sobre os escravos brasileiros que voltaram para a África e levaram para lá nossa cultura. Outra com enredo de temática negra era a Caprichosos, com homenagem a Zumbi dos Palmares.
A Tradição resolveu fazer um tributo ao atacante Ronaldo pelo pentacampeonato mundial da Seleção Brasileira, mas o samba era pavoroso. Já a Porto da Pedra prestaria uma homenagem aos moradores de rua. Fechando as 14 escolas do Grupo Especial, a Acadêmicos de Santa Cruz teria como enredo o teatro.
OS DESFILES
A Verde e Branco fez uma apresentação simpática na abertura dos desfiles de 2003, mas não tinha recursos para apresentar um conjunto visual de luxo. Até que alegorias e fantasias passavam bem a proposta do enredo “Do Universo Teatral à Ribalta do Carnaval”, mas se manter na elite dependeria das apresentações das demais escolas. Empolgados, os componentes cantaram o samba e cumpriram seu papel.
Lamentavelmente a Santa Cruz teve problemas com dois de seus destaques: um passou mal e teve de ser acudido em meio ao desfile, e outro caiu de uma alegoria, mas não correu risco de morte. A Verde e Branco passou com dignidade.
Apesar da péssima posição de desfile para uma escola que costuma brigar pelas primeiras colocações, o Salgueiro celebrou seus 50 anos com uma quentíssima exibição, que conquistou o público desde os primeiros versos do popular samba-enredo.
Como sempre pintando e bordando nos cacos, o cantor Quinho teve uma atuação de muita garra e embalou componentes e público, principalmente no refrão central que tinha os versos “Salgueiro, vermelho! Balança o coração da gente!”. A bateria de Mestre Louro voltou a brilhar e conquistaria mais uma vez o Estandarte de Ouro, de “O Globo”.
O desfile começou com uma lindíssima comissão de frente (foto), cujos integrantes estavam luxuosamente vestidos e tinham capas em vermelho com letras que formavam (com a coreografia, claro) os dizeres “50 anos” e “glórias”. Foi uma típica comissão de frente clássica que tinha o nome “Academia do Samba”, que apresentava a escola de forma singela.
De volta ao Salgueiro depois de 15 anos, Renato Lage mostrou a categoria de sempre e focou no enredo os (até então) oito campeonatos da escola. A cada título, belos tripés indicavam em neon os nomes dos enredos e os anos correspondentes – Lage havia feito algo parecido em 1990, na Mocidade. No imponente carro abre-alas, estiveram salgueirenses das antigas e integrantes da Mangueira, madrinha da Vermelho e Branco, como Jamelão.
Gostei muito de todas as alegorias, mas as que mais me chamaram a atenção pelo luxo e acabamento foram “Bahia de Todos os Deuses” (sobre o título de 1969), que trazia o grande Xangô do Salgueiro e ainda diversos orixás em forma de escultura (a de Oxum estava maravilhosa), e “Rei de França e as Minas do Rei Salomão” (sobre o bicampeonato de 1974 e 1975, quando a escola tinha Joãozinho Trinta), com uma enorme e bem concebida serpente que ficava em volta da ilha de São Luís do Maranhão.
O conjunto de fantasias também estava maravilhoso, totalmente adequado ao enredo e com luxo e leveza. Renato Lage conseguiu valorizar as cores da escola, mas ainda adotou outros tons alaranjados, dourados e prateados que renderam uma excelente divisão cromática.
Mas, infelizmente, pela enésima vez, o Salgueiro desfilou com o mastodôntico número de 5.500 componentes e, com a quebra do abre-alas na altura do setor 9, a evolução, que já era difícil, ficou mais complicada. No fim houve correria mas não adiantou e a escola estourou em quatro minutos o tempo regulamentar de desfile, o que, pelas novas regras, já renderia uma punição de 0,8. Lamentável, porque foi uma brilhante apresentação, das melhores do ano.
Terceira escola a desfilar, a Acadêmicos do Grande Rio de Joãozinho Trinta entrou na pista com muitos efeitos especiais para apresentar o enredo “O nosso Brasil que vale…”, sobre a mineração. O trocadilho com a palavra “vale” não foi à toa, como já explicado no começo do texto…
A comissão de frente era formada por homens com corpos pintados representando minérios. Cada componente tinha um minúsculo tapa-sexo para que a escola não perdesse pontos. Logo atrás, cinco enormes tripés representando o deus Chronos em belíssimas esculturas (foto acima) – vale frisar que este era o deus do tempo da mitologia grega e criou o reino mineral.
O carro abre-alas era lindíssimo, todo em branco e prata e com ótimo jogo de luzes, simbolizando as riquezas do Brasil. Nele, desfilaram a eterna Garota de Ipanema Helô Pinheiro e sua filha Ticiane, e a atriz Susana Vieira, figura contumaz nos desfiles da Tricolor.
O enredo passou pelas origens da mineração, na Grécia Antiga, chegou ao Brasil com seus ciclos minerais e, por fim, a mineração contemporânea. Gostei do conjunto de fantasias, especialmente dos figurinos das baianas, que representavam “A Riqueza do Ouro”. Logo em seguida, a alegoria que se destacou no desfile, chamada “Ciclo do Ouro”, simbolizando o barroco mineiro e as riquezas daquele estado com muito requinte.
O desfile foi bem agradável até este momento, mas depois João 30 fez propositalmente uma ruptura visual para que fossem mostrados os minérios brasileiros. A concepção desta segunda metade não foi tão feliz e o enredo ficou confuso. Aliás, um momento estranhíssimo do desfile era o que tinha um boneco representando a fome sendo eletrocutado, numa representação da importância que a mineração teria para o futuro do Brasil.
A bateria de Mestre Odilon esteve impecável mais uma vez, com diversas bossas e paradinhas criativas. Mas o samba, embora contasse bem o enredo, não era vibrante e o público reagiu de forma bastante fria. A Grande Rio terminou seu desfile deixando a impressão de que chegaria no máximo ao Desfile das Campeãs, pela irregularidade de sua apresentação e pela correria no fim, o que provavelmente resultaria em perda de pontos em Evolução.
A Unidos do Viradouro caprichou na homenagem a Bibi Ferreira e fez um dos melhores desfiles do ano. Para começar, o samba-enredo era brilhante, com melodia dolente e letra poética. No desfile, o samba rendeu muito bem e foi acompanhado pela não menos sensacional bateria de Mestre Ciça, que fez diversas coreografias em reverência à homenageada e criativas bossas, como por exemplo um “rufo” no verso “Abram as cortinas que o show vai começar”.
A comissão de frente estava maravilhosamente vestida, com luxuosas fantasias de diferentes cores simbolizando diversos Molières e a bailarina Carolina Costa, de 14 anos, representando a atriz e cantora quando jovem. O trabalho do carnavalesco Mauro Quintaes no conjunto visual da escola também foi perfeitamente adequado à proposta do enredo.
Para começar, o luxuoso e enorme abre-alas representava o musical “O Avarento”, em dourado e vermelho e com excelente iluminação, além de um palco com cortinas e tudo. Amigos de Bibi desfilaram nesta alegoria, como os atores Paulo Goulart, Nicete Bruno, Rosamaria Murtinho e Ruth de Souza. Outras representações teatrais foram simuladas nos carros “Piaf” e “Gota d’água” e atrizes como Bete Coelho e Eliane Giardini representaram Bibi em algum momento da carreira.
Todas as demais alegorias mantiveram o nível de concepção, ou seja, com luxo e beleza, mas infelizmente o carro “O Homem de la Mancha” teve danos em um dos dois moinhos que simbolizavam a obra de Miguel de Cervantes. Já as fantasias, além do bom gosto e requinte, mostraram perfeito acabamento, tanto nos figurinos mais leves quanto nos mais encorpados.
A homenageada desfilou no último carro (foto acima), chamado “O legado de Procópio Ferreira” em homenagem ao pai de Bibi, que era ator. A diva estava maravilhosamente fantasiada e foi às lágrimas ao descer do carro após o desfile. Uma homenagem belíssima e inesquecível.
Pena que a lentidão na evolução tenha provocado um fim de desfile mais corrido. Mas pelo menos a escola não estourou os 80 minutos regulamentares. A Viradouro fez, ao lado do Salgueiro, o melhor desfile da noite, com a vantagem de que não perderia pontos em cronometragem.
O Império Serrano entrou na Sapucaí com a difícil missão de superar as escolas anteriores e de fato não teve uma apresentação das mais brilhantes. O enredo “E onde houver trevas…que se faça a luz”, sobre as diversas formas de luz, era mais um a pedir paz em meio às guerras que aconteciam na época – em 2001, os EUA invadiram o Afeganistão em busca do terrorista Osama bin Laden após os ataques de 11 de setembro, e dias depois do Carnaval, o país invadiria o Iraque atrás de Saddam Hussein.
O póetico samba de Aluísio Machado, Arlindo Cruz, Carlos Sena, Maurição e Elmo Caetano foi bem cantado pelos desfilantes, mas não empolgou o público. Apesar de muitas luzes nas alegorias, houve sérios problemas estéticos, com materiais se soltando. Para piorar, as alas coreografadas amarraram a evolução, que foi descompassada. Lamentavelmente mais um ano para os imperianos esquecerem.
Outra que decepcionou na avenida foi a Caprichosos de Pilares. O enredo “Zumbi, Rei de Palmares e herói do Brasil” por incrível que pareça não rendeu um samba dos melhores – o famigerado refrão principal rimava “Zumbi” com “Eu tô aí” – e nem Jackson Martins conseguiu salvá-lo do arrastamento. Como resultado, nem os componentes desfilaram com animação e nem o público respondeu com entusiasmo.
O conjunto de alegorias e fantasias contava o enredo de forma correta, mas sem nada de novidade ou impacto em relação a um personagem já bastante visitado no Carnaval. O ex-big brother e cantor André Gabeh (que fim deu?) representou Zumbi numa alegoria. Um desfile típico de meio para fim de tabela.
Depois do excelente (e injustiçado) desfile de 2002, esperava-se muito da Portela com o enredo “Ontem, hoje e sempre Cinelândia – O samba entra em cena na Broadway brasileira” já quase na manhã de segunda-feira. Mas a Majestade do Samba teve um desfile com problemas.
Depois de a bela comissão de frente encenar “E o vento levou”, com diversos personagens do filme até representando um piquenique na avenida, a águia (de estranha concepção a meu ver – prefiro as mais clássicas) pisou na avenida literalmente por intermédio de uma grua, que proporcionou belos movimentos. Mas a promessa de que ela receberia o Oscar não aconteceu e apenas uma das integrantes da comissão exibiu o troféu para o símbolo maior da escola.
Diversos aspectos da Cinelândia, como a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional de Belas Artes, além de cabarés, teatros de revista e teatros de comédia, foram retratados em alegorias e fantasias que não tinham o luxo característico da Portela. Mas a vaca foi para o brejo mesmo quando o carro “Cinelândia: Tribuna Livre” quebrou no meio da pista e a ala seguinte não parou, o que deixou uma cratera na evolução.
Para piorar, o samba não era dos melhores e parte do público deixou os setores de arquibancada. No fim do desfile, o carnavalesco Alexandre Louzada foi às lágrimas e criticou duramente o presidente Carlinhos Maracanã, a quem acusou de não investir na escola. Um ano para os portelenses, assim como os imperianos, riscarem da memória.
Mas o que todos os amantes do Carnaval devem mesmo riscar da memória é o terrível desfile da Tradição, que abriu a segunda noite de desfiles. O enredo “O Brasil é Penta, R é 9 – O Fenômeno iluminado” pretendia homenagear o atacante Ronaldo e relembrar os cinco títulos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Mas o que se viu na avenida foi uma apresentação completamente despropositada.
Para começar, o samba é considerado até hoje pelos fãs de Carnaval “trash” de ponta a ponta, em especial o trecho “O Ronaldo iluminado, dono da camisa 9 /Nasceu em Beeeeeeeento Ribeiro”. Obviamente nem o público nem os componentes se empolgaram.
E nos quesitos estéticos, bom… Para se ter uma ideia, havia diversas alas vestidas de short e camiseta com os nomes dos times que Ronaldo havia defendido e, pasmem, um trio elétrico com lençol travestido de alegoria. E Ronaldo não apareceu no desfile.
Para uma escola que havia surgido 19 anos antes, quando portelenses insatisfeitos com os rumos da escola pensavam em resgatar valores carnavalescos que eles consideravam esquecidos, foi um desfile absolutamente desabonador, para ser educado. Aquela Tradição promissora dos anos 80 era só passado distante. E o rebaixamento desta vez parecia inevitável.
Dias depois do falecimento de Dona Zica, a campeã de 2002 Estação Primeira de Mangueira se credenciou com grande força para a briga pelo título com mais um desfile arrebatador sob chuva fina. Com o enredo “Os dez mandamentos! O samba da paz canta a saga da liberdade”, a Verde e Rosa pode até não ter tido uma exibição tão emocionante como o do ano anterior (apesar de ter sido quente), mas deu um show no conjunto visual e nos quesitos.
Para começar, a comissão de frente liderada pelo coreógrafo Carlinhos de Jesus mais uma vez surpreendeu. Carlinhos desfilou fantasiado de Moisés e, depois de perder muito peso, saía de um elemento alegórico que retratava o Monte Sinai e “levitava” na pista por intermédio de um truque em que ele era preso e içado num cabo. Os efeitos especiais com fumaça e fogo garantiam a reprodução incrível de como Moisés havia ouvido o chamado de Deus para passar ensinamentos ao povo hebreu. Moisés ainda abria uma tábua com a inscrição “Paz”.
Max Lopes fez um de seus melhores trabalhos na concepção do enredo que contava a saga de Moisés narrada no Antigo Testamento. Depois da comissão de frente, o carro abre-alas era gigantesco, com 87 metros e acoplado em dois: a primeira parte era vazada e tinha bigas e cavalos, com uma espécie de ala dentro do elemento, com soldados egípcios; já a segunda parte representava o império faraônico, e tinha uma enorme esfinge egípcia, acabamento excepcional em dourado e excelente iluminação.
Conhecido como Mago das Cores, Max Lopes conseguiu combinar perfeitamente as cores da Mangueira com as tonalidades que o enredo exigia. Tanto que o verde apareceu logo na alegoria seguinte, chamada “O Poder”, que lembrava o resgate de Moisés no Rio Nilo. Já o carro “A Ira do Faraó” voltou a ter dourado, mas já começava a pender para o rosa, assim como a alegoria “Babel de Religiões”, que tinha tons de prateado. Gostei muito também do carro “Festa do Povo”, que era multicolorido e simbolizava a tão sonhada liberdade. Havia também uma criativa ala que simbolizava Moisés abrindo os caminhos (foto abaixo).
Aliás, os figurinos da Verde e Rosa estavam também luxuosíssimos e perfeitamente adequados ao enredo. As vestimentas chamaram tanto a atenção naquele ano que a carnavalesca Maria Augusta, na transmissão da TV Globo, classificou as fantasias como “fora do comum e impecáveis”. Como destaque, os figurinos do casal de mestre-sala e porta-bandeira formado por Marquinho e Giovanna, que teve mais uma grande exibição.
O samba não era uma “pedrada” como o de 2002, mas ainda assim era dos melhores do ano e contava muito bem o enredo. Componentes e público cantaram com Jamelão o tempo todo, proporcionando excelente harmonia, e a bateria do saudoso Mestre Russo mostrou a firmeza de sempre, apesar de um pouco acelerada.
Sem sobressaltos de evolução apesar dos 4500 componentes, a Mangueira chegou à Praça da Apoteose sob os gritos de “bicampeã” e, até aquele momento, havia sido com sobras a melhor escola do ano. Isso porque, além da beleza e qualidade estética, fez uma apresentação quente e sem problemas.
Terceira escola a desfilar, a Beija-Flor de Nilópolis entrou com muita garra para defender o enredo “O povo conta a sua história: saco vazio não para em pé, a mão que faz a guerra, faz a paz”. Durante todo o desfile, o samba-enredo interpretado com categoria por Neguinho foi bem recebido pelo público, e a comunidade nilopolitana mostrou a sua habitual força na harmonia, cantando a plenos pulmões – aliás, a forma como a comunidade nilopolitana abraça sua escola é elogiável até hoje. A bateria, embora com marcações precisas, também esteve acelerada demais – aliás, arrisco dizer que em 2003 foi o ano em que as baterias mais exageraram na velocidade do ritmo.
O enredo sobre a opressão e a fome começou com uma comissão de frente muito bem vestida representando o eterno conflito entre o bem e o mal. Como nos anos anteriores, a Beija-Flor optou por colocar a seguir o sempre brilhante casal de mestre-sala e porta-bandeira Claudinho/Selminha Sorriso e algumas alas coreografadas antes do enorme e bem realizado primeiro carro, que simbolizava “A Paz Celestial e a Dádiva do Criador”.
Gostei de outras alegorias, como as chamadas “Grandes Navegações – A Ganância Banhada a Ouro” e “O Paraíso Terrestre: uma segunda chance”, que eram imponentes e de bela iluminação, além do carro “Banquete do Povo”, que tinha diversas cores e boas esculturas.
Por outro lado, em outros carros houve problemas: o “Apocalipse – Ira do Criador” teve concepção que não me agradou, com monstros feitos de espuma e coloração sombria; já na alegoria “Brasil de Hoje: caos social” o grande boneco que simbolizava um mendigo tinha bons movimentos, mas uma consistência visivelmente frágil; por fim, o mais grave, o carro que homenageava Lula e Nelson Abrahão David teve seriíssimas falhas de acabamento, com as mãos do presidente perdendo dedos ao longo da pista e a parte traseira de fraquíssima realização (foto ao lado).
Já as fantasias eram adequadas ao enredo e permitiam boas evoluções (aliás, as alas coreografadas tiveram excelente atuação, principalmente as que retratavam o sofrimento do povo necessitado), mas em matéria de figurinos Mangueira, Viradouro e Salgueiro foram mais inspiradas.
A Beija-Flor encerrou de forma bastante alegre seu desfile exaltando a eleição de Lula e passando uma mensagem de otimismo para a nova era que começava no país. O público recebeu bem a escola na Apoteose, também com gritos de “campeã”, mas seria uma briga indigesta para derrotar as adversárias pelos problemas citados.
Já a Unidos da Tijuca, que prometia muito com o instigante enredo “Agudás: Os que levaram a África no coração e trouxeram para o coração da África o Brasil”, teve uma apresentação repleta de problemas. Para começar, a comissão de frente se apresentou com figurinos incompletos. Além disso, houve desacoplamento de uma alegoria no começo da pista, o que deixou uma cratera na evolução.
Para piorar, o excelente samba-enredo não rendeu o que poderia, já que a bateria esteve inexplicavelmente aceleradíssima, sem exagero, praticamente em ritmo de frevo, e o sempre competente intérprete Nêgo cantou em um tom muito acima do normal. Com isso, a escola teve problemas evidentes no quesito Harmonia.
Mas a nota mais triste do desfile foi a queda da atriz Neusa Borges de uma das alegorias pouco antes da entrada na pista, de uma altura de quatro metros. A atriz não correu risco de morte, mas sua recuperação foi lenta por conta de várias fraturas, as mais graves na bacia e na perna esquerda, que recebeu 22 parafusos.
Infelizmente o bom trabalho visual da escola e a excelente apresentação da porta-bandeira Lucinha Nobre e do mestre-sala Rogerinho acabaram sendo inúteis diante desses problemas. Pelo menos, na teoria não havia risco de rebaixamento.
A Unidos do Porto da Pedra também teve uma apresentação de altos e baixos, com o enredo “Os donos da rua. Um jeitinho brasileiro de ser”. Houve falhas estéticas na escola, como danos na pata direita do tigre, o símbolo da escola, no abre-alas, e quedas de pedaços de fantasias. Pena, porque em termos de concepção houve alguns bons momentos.
Foi uma apresentação alegre, que retratou com bom humor as dificuldades e luta do povo que vive nas ruas. O samba não era lá essas coisas, mas, com a boa interpretação de Preto Joia e a atuação da bateria, até que cresceu. Em resumo: aquela típica apresentação de meio para baixo na tabela, mas que também não parecia destinada a risco de descenso.
No primeiro desfile sem o carnavalesco Renato Lage desde 1990, a Mocidade Independente de Padre Miguel teve uma boa apresentação. O enredo “Para sempre no seu coração – Carnaval da doação”, do carnavalesco Chico Spinoza, rendeu críticas na fase pré-carnavalesca muito por causa do samba-enredo, bem inferior às obras daquele ano e, principalmente, de anos anteriores da agremiação.
Na avenida, porém, o que se viu, foi uma apresentação muito correta e alegre, com a escola cantando o samba, e alegorias que, se não tinham o luxo visto nos desfiles de Mangueira e Viradouro, eram criativas e contavam bem o enredo sobre a doação de órgãos.
A comissão de frente (foto) representava a “divina forma humana” e era muito interessante, com os componentes fazendo evoluções com arcos alemães, o que rendeu belo efeito, já que durante as coreografias os componentes acabavam formando a clássica pintura de Da Vinci. No entanto, quando a comissão se apresentou no meio da pista, um enorme espaço ficou até a chegada do extenso e belíssimo carro abre-alas, que tinha enormes mão e coração, com belos efeitos de luzes e muito neon.
Agradou muito a alegoria “Cosme e Damião, Patronos da Medicina”, que era em tom dourado e, assim como o abre-alas, vazado e com muito neon. O carro “Banco de Órgãos” era menor, mas bem realizado e também com boa iluminação, com muitos materiais descartáveis e tanques de água com mergulhadores simulando corpos armazenados. O carro do centro cirúrgico tinha Elza Soares representando “A Estrela Guia” e uma boa realização, em prateado e azul. As fantasias, tal como as alegorias, eram criativas, além de terem boa concepção e excelente acabamento.
O samba-enredo, apesar de limitado, foi muitíssimo bem cantado pelos componentes, até porque a bateria esteve maravilhosamente cadenciada (ao contrário da maioria), o que permitiu uma harmonia perfeita, além de uma evolução sem sobressaltos. Pena que houve problemas na própria bateria em alguns momentos do desfile – isso renderia duas notas baixas na apuração. Mesmo sem empolgar o público, a Mocidade terminou sua simpática exibição com boas expectativas de voltar no sábado das campeãs.
Pouco antes do amanhecer, a Imperatriz Leopoldinense começou sua apresentação com duas missões: a primeira, claro, de lutar pelo campeonato, e a segunda, bem mais difícil, a de fazer um carnaval para agradar ao público, depois da antipatia gerada nos anos anteriores pelos títulos contestados e, principalmente, algumas declarações de seus dirigentes desdenhando da importância de empolgar os espectadores do sambódromo. Fato é que a Verde e Branco cumpriu a segunda missão – o Migão escreveu sobre esse desfile no blog, na série “Samba de Terça”.
Disposta a “brincar carnaval”, como já foi deixado claro no grito de guerra, a Imperatriz iniciou sua agradável apresentação para o enredo “Nem todo pirata tem perna de pau, olho de vidro e cara de mau” com mais uma brilhante comissão de frente formada por piratas com cara de caveira (foto).
Como de costume, Rosa Magalhães foi brilhante na concepção visual da escola, desta vez apelando para tons mais coloridos tanto em fantasias e alegorias. Inteligentemente, a carnavalesca preparou o desfile para o sol da manhã e a divisão cromática deu muito certo.
Nos quesitos de pista, a Imperatriz voltou a mostrar competência em harmonia e evolução, mas nos dois principais quesitos acabou não tendo um desempenho dos melhores: a bateria, a exemplo do que havia acontecido com outras escolas, esteve aceleradíssima, enquanto o samba, a despeito de ser mais leve do que os dos anos anteriores, não era dos mais inspirados, mesmo com os componentes tendo cantado com força durante todo o desfile.
A Rainha de Ramos encerrou sua simpática apresentação certa de que voltaria no Desfile das Campeãs e, apesar de outras escolas terem feito desfiles mais quentes, uma surpresa ainda maior na apuração não estava descartada.
REPERCUSSÃO E APURAÇÃO
Os prognósticos para a apuração indicavam Mangueira (principalmente), Viradouro e Salgueiro como melhores escolas do ano, mas a Vermelho e Branco da Tijuca, por ter estourado o tempo regulamentar de desfile em quatro minutos, tinha de cara 0,8 ponto a menos. Das demais escolas, Imperatriz e Beija-Flor corriam por fora. O Salgueiro conquistou o prêmio mais cobiçado do Estandarte de Ouro de “O Globo”, o de melhor escola. Já a Mangueira, mesmo sem empolgar tanto como em 2002, teve uma excelência estética que raríssimas vezes se viu e foi muito bem nos quesitos de pista.
Logo no primeiro quesito (Mestre-Sala e Porta-Bandeira), apenas a Unidos da Tijuca tirou 40 pontos, e surpreendeu a Mangueira ter perdido de cara 0,3, já que o sempre elogiado casal Marquinho e Giovanna, nos oito carnavais anteriores, em dois apenas foi despontuado por algum jurado. Causou espanto maior o 9,5 levado pela impecável comissão de frente da Verde e Rosa, considerada a melhor do ano ao lado do Salgueiro, que de forma mais absurda ainda não levou nenhum 10, perdendo 1,7 ponto só neste quesito. A Beija-Flor, que foi ligeiramente inferior em comissão de frente, levou quatro 10.
O terceiro quesito (Alegorias e Adereços) teve mais surpresas, com a Beija-Flor perdendo apenas 0,1, o que foi estranhíssimo pelos já citados danos nos elementos. Neste momento, a Grande Rio estava colada em segundo lugar, mas a escola de Nilópolis disparou no quesito Conjunto, pois a Grande Rio perdeu 0,8 e a Mangueira, 0,2, enquanto a Azul e Branco levou 10 de todos os jurados. A Beija-Flor perdeu ainda 0,2 em Enredo, mas liderava com confortáveis 0,6 para a Mangueira e mais de 1,5 para todas as demais escolas, vantagem que não era condizente com o que se viu na pista.
A diferença aumentou ainda mais, já que a Beija-Flor levou 10 de todos os jurados nos últimos quatro quesitos (Evolução, Harmonia, Samba-Enredo e Bateria), enquanto a Mangueira perdeu mais pontos em Harmonia e Bateria. Numa das apurações mais em graça de que se tem notícia, a Azul e Branco foi campeã com uma espantosa vantagem de um ponto para a Mangueira (399,6 contra 398,6). Surpresa da apuração, a Grande Rio terminou em terceiro, distantes dois pontos atrás da Mangueira, seguida por Imperatriz e Mocidade, com Viradouro e Salgueiro apenas em sexto e sétimo lugares – um absurdo, diga-se de passagem.
RESULTADO FINAL
POS. | ESCOLA | PONTOS |
1º | Beija-Flor de Nilópolis | 399,6 |
2º | Estação Primeira de Mangueira | 398,6 |
3º | Acadêmicos do Grande Rio | 396,5 |
4º | Imperatriz Leopoldinense | 395,8 |
5º | Mocidade Independente de Padre Miguel | 394,3 |
6º | Unidos do Viradouro | 393,3 |
7º | Acadêmicos do Salgueiro | 390,5 |
8º | Portela | 390,4 |
9º | Unidos da Tijuca | 389,9 |
10º | Caprichosos de Pilares | 385 |
11º | Unidos do Porto da Pedra | 383,5 |
12º | Império Serrano | 378,9 |
13º | Tradição | 376,8 |
14º | Acadêmicos de Santa Cruz | 371 (rebaixada) |
Mas, para os livros de história, 2003 marcou o fim da sina de vice-campeonatos da Beija-Flor, que fez uma enorme festa ainda na Sapucaí comandada pelo grande Neguinho da Beija-Flor. Este lembrava a todo instante a frase dita no fim da faixa da Beija-Flor no CD de sambas-enredo: “A esperança venceu o medo” – veja mais na seção Curiosidades. “Enfim hoje se resgata o reconhecimento que a Beija-Flor merece. A justiça foi feita”, vibrou o presidente da escola, Farid Abrahão David.
Derrotada, a Mangueira achou um exagero o 9,5 em comissão de frente, mas resignou-se com o vice: “Parabéns para a Beija-Flor. Ano passado ganhamos nós, eles ficaram em segundo. Deixem eles comemorarem, estamos felizes também. A Mangueira tem a consciência do dever cumprido, a satisfação de ter sido a favorita do público, da imprensa, de todos, e vai comemorar o vice-campeonato e se preparar para recuperar o título em 2004”, disse o presidente Álvaro Caetano.
Apesar de todos os problemas e todas as falhas, inacreditavelmente a Tradição não foi rebaixada, sobrando para a Santa Cruz – que fizera um desfile bem superior. A escola de Campinho parecia ter o “corpo fechado” no que tocava a rebaixamento.
Se a apuração do Grupo Especial já foi estranha, a do Grupo de Acesso foi uma aberração, em um dos momentos mais polêmicos da história dos desfiles de escolas de samba do Rio. Em outubro de 2002. matéria do jornal “O Dia” relatou que meio carnavalesco dizia-se que a São Clemente seria campeã (a escola vivia jejum de títulos desde os anos 60) com “dez em tudo”, inclusive com valores de eventuais “acertos” com a Associação das Escolas de Samba, então organizadora daquele desfile – falava-se em 35 mil dólares à época.
Se houve acerto prévio ou não, isso jamais foi provado, e a extensa lista de lendas de carnaval ganhou mais um item. Mas o fato é que a São Clemente, mesmo sendo a primeira a desfilar, como se dizia antes obteve a nota máxima em todos os quesitos ainda que tenha feito um desfile no qual, com boa vontade, brigaria pelo quarto lugar com a Estácio de Sá.
União da Ilha e Paraíso do Tuiuti fizeram grandes desfiles, que brilhariam inclusive no Grupo Especial, ambas calcadas em grandes trabalhos de seus carnavalescos, então grandes revelações: Paulo Menezes e uma inesquecível Maria Clara Machado na Ilha, Paulo Barros e um Portinari muito criativo no Tuiuti – com direito a um abre alas com uma coroa feita com milhares de latas de tinta (na foto, Barros ao lado do carro no barracão) doadas pela empresa Suvinil. Além disso, a Unidos de Vila Isabel, homenageando Oscar Niemeyer – e com um lindo samba – também passara melhor que a “vencedora”, segundo público e crítica.
O vídeo da apuração disponibilizado abaixo é claro. Descontada a saraivada de palavrões, os então presidentes de Vila Isabel e União da Ilha falam claramente em manipulação do resultado, enquanto o presidente da amarela e preta não nega – chegando a dar uma tripudiada em seus adversários. Houve algumas frases antológicas: “a São Clemente foi melhor que a Beija Flor, 10 em tudo”, “o Walter [Presidente da Associação] está enchendo o rabo de dinheiro”, entre outras.
Enfim, um ano de resultados injustos. No mínimo.
Finalizando, o Acesso B foi vencido pela Lins Imperial (homenageando Aroldo Melodia), com a Alegria da Zona Sul vice campeã – ambas promovidas. Vale lembrar que em outros dois grupos da mesma Associação das Escolas de Samba (fora da Sapucaí) as campeãs obtiveram uma diferença absolutamente inusitada em relação às demais escolas.
CURIOSIDADES
– Maria Augusta voltou a comentar os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial, e se juntou a Ivo Meirelles e Haroldo Costa nos comentários da TV Globo. André Marques e Dudu Nobre passaram a comandar a Esquina do Samba na concentração.
– Causou revolta em Padre Miguel a nota 8,2 dada pelo jurado Teo Lima à bateria da Mocidade Independente. No Desfile das Campeãs, a escola levou uma faixa de protesto contra o julgador. Em tempo: se tivesse tirado dez, a Mocidade teria subido apenas uma posição, para o quarto lugar.
– Foi o último desfile de Luma de Oliveira como rainha de bateria da Viradouro. No ano seguinte, ela desfilaria pela Mocidade, mas desistiu sob a desculpa de que estava grávida. Mentira confessada depois pela própria, que alegou ter feito uma tentativa desesperada de salvar seu casamento com Eike Batista. Não deu certo, pois os dois se separaram logo depois do Carnaval.
– Neusa Borges processou a Unidos da Tijuca por negligência no caso do acidente e, oito anos depois, ganhou na Justiça o direito a uma indenização de R$ 700 mil. A atriz revelou que moveu a ação porque foi despejada do apartamento em que vivia por não ter dinheiro devido à falta de trabalho pelo acidente.
– A Mangueira chorou a perda de três nomes marcantes de sua história em 2003: Dona Zica (viúva de Cartola), o carnavalesco Oswaldo Jardim (que fez trabalhos fundamentais para o sucesso do movimento “Muda, Mangueira” nos anos 90), e o passista Ademir Gargalhada (eterno parceiro de Rosemary nos desfiles).
– Durante a corrida à presidência da República em 2002, a atriz Regina Duarte causou polêmica ao dizer na propaganda do PSDB a frase “eu tenho medo”, referindo-se ao candidato petista Lula. Este, ao vencer a eleição, rebateu: “A esperança venceu o medo”, frase que Neguinho da Beija-Flor usou para encerrar a faixa da escola no CD de sambas-enredo de 2003. E repetida pelo brilhante intérprete como mencionado no texto, no trecho sobre a apuração.
– A escultura do presidente Lula no carro alegórico da Beija-Flor terminou o desfile com apenas SEIS dedos nas mãos. E de 40 pontos possíveis no quesito, a escola somou 39,9…
CANTINHO DO EDITOR – por Pedro Migão
O pré carnaval da Portela foi um tanto conturbado naquele ano. O carnavalesco Alexandre Louzada propôs mais de uma dezena de enredos até ter o tema sobre a Cinelândia aceito. Além disso a preparação do desfile sofreu com a falta de recursos: o presidente, inconformado com o resultado do ano anterior, resolveu não investir.
A disputa de samba também foi complicada: após uma final com seis (!) sambas, acabou sendo levado para a avenida aquele que em minha opinião era o mais fraco daquela noite – em resultado que vazou antes mesmo do anúncio. O então favorito samba de David Correa (que pela última vez seria finalista na escola) estendeu sua apresentação em mais uma passada como protesto. Pessoalmente fiquei tão aborrecido que só voltaria a uma final dez anos depois.
Desfilei em ala de comunidade naquele ano, em uma ala que representava o bloco Bafo da Onça. A fantasia pesava por baixo uns 20 a 25 quilos, com uma cara de onça no resplendor que deveria ter quase um metro de envergadura. Some-se a isso que tivemos de correr por causa da quebra do carro e temos um desfile bem infeliz. Apesar do esforço para ensaiar, muitas vezes indo a pé de Cascadura, onde morava, até a quadra, com o dinheiro contado da entrada (R$ 3). Eu estava desempregado naquele pré-carnaval.
Mesmo desempregado, assisti (sem gastar um centavo) aos três dias de desfile, sempre em arquibancada: setor 3 no Acesso A, 11 no domingo e no 1 na segunda feira. Ainda fui xingado quando retornei ao setor 11 após o desfile da Portela, como se tivesse culpa pelo mau desfile da escola… Aliás, foi meu único desfile naquele ano.
A propósito, a corrida que dei com minha então namorada (hoje esposa) pela Presidente Vargas a fim de chegar a tempo de ver a São Clemente foi digna de Usain Bolt… É o tipo do caso em que todo mundo sabe o que aconteceu, mas como não há recibos, nem gravações, fica no terreno das lendas. As esculturas da escola eram quase todas recicladas do ano anterior, entre outras coisas.
Naquele mesmo Acesso A Estácio de Sá e União de Jacarepaguá conseguiram dois bons sambas de temas áridos: a cidade de Cachoeiras de Macacu e o boi zebu, respectivamente. A Acadêmicos da Rocinha homenageou o Fluminense e por muito pouco não caiu para a terceira divisão do samba…
O enredo do Império Serrano, originalmente, seria uma proposta patrocinada da Light (concessionária de energia do Rio de Janeiro), mas o carnavalesco Ernesto do Nascimento (em seu último Carnaval) gostou tanto do tema que acabou levando para avenida ainda que sem patrocínio. Mas a realização acabou bastante hermética – e olha que o filho do carnavalesco passou o desfile inteiro me explicando o significado dos carros e alas…
O Salgueiro estourou o tempo porque seu presidente e sua Direção de Harmonia pensavam que o tempo máximo era de 85 minutos, não 80 como constava no regulamento.
Como já contei na “Samba de Terça” sobre este desfile, o samba da Imperatriz foi muito mexido entre a disputa e a gravação do CD. É praticamente outro samba – que, aliás, me traz boas lembranças daquele pré-Carnaval.
O conjunto de fantasias da Mocidade foi muito criticado no pré-Carnaval, mas, no conjunto, funcionou bem. Foi a última vez em que a escola retornou ao Desfile das Campeãs, apesar de uma nota bastante baixa (8,2) da bateria – dizem as más línguas que dada com um ano de atraso…
O desfile da Grande Rio foi um dos mais chatos a que assisti até aquele momento. Minha hoje esposa dormiu de roncar na arquibancada e só não segui o mesmo caminho pois tinha de me arrumar para desfilar na Portela. Fora o eletrocutado…
Até hoje há controvérsias sobre quem teria dado o tom errado do belo samba da Unidos da Tijuca, se o puxador ou o cavaquinista.
Com a chuva, o lençol que cobria o último “carro” da Tradição foi ficando transparente e a marca da empresa dona do carro de som, aparente…
Pessoalmente o resultado do Especial me surpreendeu bastante: poucas vezes vi uma escola dominar tão amplamente um desfile como a Mangueira fez naquela oportunidade e a Verde e Rosa deveria ter sido campeã com “um pé nas costas”. O rebaixamento da Tradição também era “pule de 10”, com o perdão do trocadilho – mas não foi o que se viu na apuração.
União da Ilha e Paraíso do Tuiuti fizeram naquela oportunidade seus melhores desfiles na década.
Links
O desfile campeão da Beija-Flor em 2003
A brilhante exibição que deu o vice à Mangueira
A linda homenagem da Viradouro a Bibi Ferreira
O injustiçado desfile do Salgueiro
A bizarra apuração do Grupo de Acesso
Fotos: Liesa, O Globo e O Dia
Mais uma galhofa para quem gosta de carnaval, a BF terminar com apenas 0,1 ponto perdido em alegorias e adereços com as mãos do Lula reduzidas em três dedos. Os jurados eram tão cegos quanto o árbitro assistente do último Flamengo x Vasco. Brincadeira, hein?
kkk Essa foi boa hein Rodrigo
Pior, Rodrigo, porque ontem o erro foi apenas de um auxiliar e no caso em questão foram quatro jurados
Lamentáveis as duas situações, a de dez anos atrás e a do último domingo. Diria mais, inaceitáveis.
Pois é… mais um título daquela categoria que postei nos comentários da coluna de 2001 que são inacreditáveis, inexplicáveis e inaceitáveis.
o pessoal força a barra demais qd é pra falar mau da beija, revi o desfile e o carro do Lula terminou com todos os dedos no lugar, isso deve ter acontecido nas campeãs. Beija-flor sempre apedrejada, seria medo ou inveja da escola mais regular do carnaval carioca?
Sugiro que veja a foto do post
Medo?? Hahahahahahahahahahahahahahaha… a minha tem cinco títulos inquestionáveis, outros tantos que deveria ter ganho (1987, 1992, 1997 e 1999) e nunca caiu para o Acesso!!
Bocão: “Não, a Vila Isabel não tem nem o que falar, ô. Bota um Carnaval desse na Avenida, um gasto danado, pra ele já ter escola que ganha antes e com uma PORRA duma fantasia daquela tá ganhando de mim. Vou fazer o que? Isso é o Presidente da Associação. Por isso que não tem credibilidade PORRA nenhuma, prefeito não dá aumento PORRA nenhuma e por isso que o Carnaval tá na merda que tá: por causa de um ladrão filho da puta desses aí”.
Peixinho: “Isso aí é um roubo, é uma pouca sacanagem. Todo mundo já sabia que a São Clemente ia ser campeã. A São Clemente tá melhor que a Beija-Flor, 10 em tudo! Sendo que todo mundo viu a São Clemente desfilar… Agora, culpada disso é a Liesa, que tem que intervir. O Walter, é o último amo dele, tá enchendo o rabo de dinheiro, levando o dinheiro de todo mundo. Fizemos o melhor Carnaval da Avenida (sem desfazer das corimãs). Aí chega aqui: 10; 9.9; 10; 9.9. Isso é sacanagem, pô. Um ano de trabalho”.
Aí ainda entra o Índio que vai falar “pra julgar essa merda”, mas lembra que tá na TV e fala “Grupo de Acesso”.
Tudo bem que eles exageraram nos palavrões, mas nesse mundinho politicamente correto de hoje, era capaz de tirarem a razão do Bocão e o Peixinho e pedirem algum tipo de punição, o que seria um absurdo.
A Ilha foi punida sendo colocada para abrir o desfile no ano seguinte
O Título da Beija-Flor há um quê de discórdia. O Jurado q deu 8,2 pra Mocidade foi o polêmico Téo Lima e não o Mário Jorge Bruno. Agora o Grupo de Acesso… Foi um dos carnavais mais roubados que já vi (E eu pensava que era o da Inocentes) Além do protesto do Presidente da Ilha, a Vila tb chiou (e com razão):
Evandro Bocão, presidente da Vila Isabel na época: “A Vila Isabel não tem nem o que falar! Bota um carnaval desse na rua, um gasto danado, pra eles (a associação) já terem escola que ganha antes, com uma p… de fantasia daquela tá ganhando de mim, eu vou fazer o que? Só o presidente da Associação. Por isso, não tem credibilidade p… nenhuma, prefeito não dá aumento p… nenhuma com um filha da p… desse ladrão aí”
Índio, diretor de carnaval da Vila: “O que tá havendo? Deveria perguntar ao Walter e essa cachorrada que julga o Grupo de Acesso. Isso é uma pouca vergonha! Ano passado fomos garfados e esse ano não foi diferente”
A Vila chiou tanto que no ano seguinte foi campeã.
O Pres. da São Clemente tentando se defender dizendo “Eu fiz o meu carnaval”
Baseando na declaração dele, respondo
Tira um defeito da São Clemente: Ser considerada “escola ioiô” talvez?
Bota um defeito: TODO O DESFILE DAQUELE ANO!
O Presidente da São Clemente, na verdade, dá uma tripudiada quando diz que “eu fui roubado muitos anos e sempre fiquei quieto”. O próprio deu com a língua nos dentes e todo mundo que se interessava minimamente por este grupo já sabia dos detalhes ainda em 2002.
Dizem que teve escola tentando “cobrir” o lance, mas ao contrário de anos posteriores – curiosamente, novamente com uma das protagonistas de 2003 envolvidas – não se aceitou que isso ocorresse.
Foi uma vergonha.
Pra ser sincero Migão, quando o Renatinho disse “sempre me sacanearam, nunca chiei” eu entendia que ele era alvo de chacota (mais conhecido como Bullying nos dias de hoje)dos amigos por que a escola não era campeã há certo tempo.
Vai por mim, Carlos
Uma dúvida: se houve de fato acerto entre a SC e a AESCRJ (tal acerto que não se sabe se é verdade, até que provem o contrário) como o repórter da CNT disse ao falar com o Renatinho q a fantasia tava “um dedo” (pelo o que entendi)?
Carlos Alberto, tem razão. Como a memória às vezes falha, sempre consulto o site Galeria do Samba por ser confiável, mas desta vez tá errado lá. Revi o video da apuração e de fato foi o Teo Lima. Grande abraço!
Tudo certo Fred, esse 8,2 os torcedores da Mocidade não engolem até hoje! Sobre o Grupo B, No desfile da Lins, Aroldo Melodia (mesmo debilitado e numa cadeira de rodas) cantou o samba na avenida ao lado do filho Ito e do Intérprete da Escola, Edimilson Villas, aliás, foi o último ano de Villas na verde e rosa do Lins, já que em julho daquele mesmo ano o intérprete veio a falecer vítima de acidente de carro.
Um acidente horroroso, diga-se. Ele estava parado no engarrafamento, veio uma moto voando e entrou pelo parabrisa, com a roda da frente entrando no tórax dele. Villas tem uma performance antológica no Arrastão de Cascadura em 1995
O Acesso protagoniza as maiores vergonhas em questão de apuração, mas eu ainda estou na dúvida se o da São Clemente foi mais descarado do que o da Inocentes em 2012!
Olha Rodrigo, foi páreo duro. Ao contrário de 2003, infelizmente não poderei contar aqui esta história de 2012, embora saiba algumas histórias deste acesso
Com certeza o de 2003, pelo fato da São Clemente ter sido campeã com a nota máxima e por estar “tudo combinado”.
Tem essa também: o 10 en tudo.
Mas havemos de convir que a Inocentes subir em 2012 só porque o Reginaldo (presidente da LESGA) era da escola e seria candidato a vereador em Belford Roxo foi uma tristeza sem fim.
Aquele samba da Ivone Lara merecia subir fácil. O pessoal da Rádio Arquibancada disse, ao final da apuração: “A única coisa que salva é que veremos o Império na capa de 2013, agora vocês dão licença que eu vou vomitar e já volto. Acho que volto”!!
Certeiro!
Eu acho a São Clemente pior. A Inocentes saiu até antes no jornal, mas pelo menos eles se preocuparam com os quesitos. Lembro que a São Clemente tem outras duas subidas questionáveis nesta década, 2007 e 2010 – sendo que nesta última, infelizmente, não poderei contar a história aqui
Eu acho o acesso da Inocentes pro Especial ainda mais vergonhoso que o de 2003 da São Clemente. Questão de opinião…
Tanto São Clemente, quanto a Inocentes são titulos bastante questionáveis (e difíceis de engolir)
Uma pergunta (porque eu não vi): o desfile de 2003 da São Clemente foi tão horrível assim?? Ou ficou no “limite do tolerável”??
Chance zero. Com boa vontade disputaria o quarto lugar com a Estácio. Tuiuti e Ilha brigariam décimo a décimo na minha avaliação, com a Vila em terceiro
Rodrigo, como expliquei em outro comentário, mal ou bem a Inocentes se preocupou com os quesitos. Já a São Clemente…
Hehehehehe… obrigado ao Pedro e ao Carlos. Como eu não vi o da SC em 2003, não podia julgar o desfile com afinco.
foi uma vergonha
2003 parece que foi ontem, mas já se passaram 10 carnavais que para mim foi um dos mais inesquecíveis e injustiçado. Sou mangueirense!
Recordo que foi o primeiro ano em que gravei em VHS os desfiles. Tinha 14 anos na época.
Além do 8,2 a Mocidade recebeu um 8,9 em bateria também.
Quais são as boas lembranças daquele pré carnaval Sabino?
Quem escreveu esta parte fui eu, mas prefiro não citar tais lembranças rs
Desculpa Pedro. Lembranças boas, espero ;)
Foi um verdadeiro assalto!
Nada mais a acrescentar, já foi tudo falado…
Para mim era
1 – Mangueira
2 – Mocidade
3 – Viradouro
As outras foram coadjuvantes… Salgueiro veio lindo, mas perdeu para ele mesmo, por isso acho que não disputaria o título, mas poderia sim voltar nas Campeãs.
Aliás, não são raros os desfiles que o Salgueiro perde pra ele mesmo!!
Muito Boa essa série. Em meu blog eu fiz uma listagem dos 50 maiores sambas enredo, em minha opinião, e gostaria que o senhor pudesse dar uma olhada e oferecer sua opinião sobre ela. O link é este aqui: http://amahet.blogspot.com.br/2014/02/os-50-maiores-sambas-enredo-de-todos-os_17.html. Obrigado !
Oi, Allan, muito obrigado pela leitura e elogios! A lista tá legal, cada um deve tirar ou pôr algum samba. Gostoso rememorar tantos sambas de extrema qualidade, que transcendem os desfiles e são grandes músicas acima de tudo. Grande abraço!
Gostei da lista!! É diferente da minha, mas é o que eu sempre digo: separem 50 num mundo de mais de 1000! =D
BEIJA FLOR demora anos luz pra ganhar um titulo sozinha…e qd ganha metem pau na escola…..
Não vi um decimo dos comentarios aqui, nos anos que a BEIJA FLOR colocou pra ferver e MERECIA O TITULO e perdeu o carnaval…
Lamentavel procurei aqui e nao achei…um decimo dos comentarios no carnaval de 86/89/99/2000/01/02.
Taí Douglas, também sou Beija Flor e vi raríssimos comentários a respeito dos desfiles que fizemos história e que nos foram roubados nas apurações. Quando a Beija Flor perde muitos gargalham, mas quando ganha e com justiça descem o pau e nunca valorizam nossos títulos. Pra todos a Beija deveria ser eternamente vice , tudo menos campeã…….
Douglas e Amanda, bom dia. Recomendo ler novamente um a um os textos e verão que em 1985, 1986, 1988, 1989, 1990, 1993, 1995, 1996, 1999, 2000, 2001 e 2002 as apresentações da Beija-Flor foram muito elogiadas neste espaço, com uma ou outra ressalva, o que é normal. Em outros anos, a escola acabou cometendo erros ou fez apresentações abaixo do que se esperava, e não temos culpa disso. Antecipo aqui que, na opinião do colunista e editor do blog, de 2003 para cá, a escola pela qual torcem mereceu ganhar os títulos de 2005 (neste caso, acho até que o Migão discorda), 2007 e 2008. Nos demais, não concordamos e faz parte. E, que fique claro de uma vez por todas, aqui não tem defesa de escola A ou B. Quando mereceram ser criticadas, como podem ler em todos os textos, já metemos o pau na Mangueira, na Portela, na Imperatriz, no Salgueiro, etc etc etc
2005 e 2011 estão naquela categoria que chamo de “limite do tolerável”
Meter pau na Imperatriz, aliás, é esporte. E eu não reclamo.
OK Fred !! Concordo com você, mas 2004 foi um título muito merecido. Desfilamos sob a maior chuva e fizemos um desfile perfeito apesar de São Pedro ter pensado o contrário. No mais entendo as posições tanto suas,quanto do Pedro Migão. Obrigada pelas colunas e por nos lembrar dos velhos carnavais !!!!!
2004 a Beija Flor jamais poderia ser campeã com aquele carro do Teatro Amazonas se desmanchando igual manteiga na avenida
E informo que neste ano por motivos óbvios virarei a casaca para a Unidos da Tijuca. Entre Ayrton Senna e Beija Flor, o primeiro ocupa um espaço maior no meu coração. Em 2015 volto a torcer pela Beija com força total.
Fala Fred, um grande abraço p ti…
Desta vez em meus comentários, não critico a analise da coluna….
O que eu critico são as pessoas quem comentam nela…
Nas outras colunas, da mesma série, nos anos em que a BEIJA FLOR merecia ganhar o titulo e nao ganhou, realmente não vi um décimo dos comentários feitos nesta coluna de 2003. Como vc diz é só lermos novamente os anos acima que terá certeza do que estou afirmando…..
Douglas, é perfeitamente esperado isso. A Beija Flor ganhou cinco campeonatos em seis, natural que atraia por parte dos leitores/comentaristas uma atenção maior
Em relação aos comentários dos internautas, não é nosso modus operandi intervir, a não ser que haja palavrões e/ou ofensas. Sobre os textos meu e do Migão, aceitamos críticas de bom-grado e discordâncias embasadas. Apenas achei importante marcar aqui a posição de que não temos favorecimento e/ou perseguição a qualquer agremiação. Como você está garantindo que não houve essa afirmação em relação à coluna, vida que segue. Abraços e bom fim de semana.
Justiça??? Com aquele arremedo de carro homenageando o Lula? Hahahahahahahahahahahahahahahaha…
A gente sabe que o Lula não tem um dos dedos, mas “maneta” foi invenção da escola nilopolitana…
Hahahahahaha… só rindo, mesmo!!
1986?? Ninguém ganharia da Mangueira naquele ano. 2000 errou demais. 2002 foi fraco demais!!
Daqui a pouco você vai querer falar do período 1990-1997, quando a BF trouxe seus piores sambas da história. Ah! Uma escola que faz enredo homenageando a ditadura merece ser achincalhada até o fim dos dias!
Comecei a ler agora, mas tive que interromper para fazer um comentário breve:
Vc acha msm que Quinho teve uma grande atuação? Eu já acho que ele ASSASSINOU o samba na Avenida… aliás, samba meia-boca, apenas popular…
Concordo, hein? Não gostei muito do Quinho em 2003 não…
Caros, desculpem se não me fiz entender, mas escrevi que o Quinho teve uma atuação de muita garra, o que é bem diferente de atuação com afinação ou uma grande atuação. ABS!
Mas o Nêgo foi pior ainda! =D
Concordo. Gosto MUITO do Nêgo, mas 2003 foi um ano fora da curva pra ele, curiosamente com um dos melhores sambas que ele teve pra cantar em toda a carreira.
Isso é fácil de explicar: pela cana que ele estava naquela noite
Há uma lenda na arrancada da Unidos da Tijuca. A equipe de puxadores e o cavaquinista estariam engatilhados para, no esquenta, entoarem o samba de 1992 “Guanabaran”. Só teriam esquecido de avisar o Nêgo que, com o tom errado do cavaco, começou a cantar o samba-enredo de 2003. E assim ficou até o fim do desfile. Eu embasbascado em ver o Nêgo berrando o lindo samba (o “Alabê” era ensurdecedor), enquanto o Ivo Meirelles, na transmissão da Globo, não parava de chamar atenção apenas pelo cavaquinho desafinado, sem culpar o intérprete.
Normalmente quando o cavaco está acima do tom ou rápido demais, o cantor chama a atenção antes de começar a cantar o samba. Neste caso nunca li ou ouvi a versão oficial sobre o que aconteceu. Seja de quem for a culpa, fato é que mataram um samba brilhante.
O puxador estava calibrado naquela ocasião, Fred
Não importa o que fizeram, o assassinato deste samba (que na minha humilde opinião foi o melhor da década) é inaceitável. Era para demissão sumária do puxador, do cavaquinista dos auxiliares e de qualquer outro que estivesse envolvido.
Pelo que sei, o Nêgo foi “vazado” logo após o desfile!
Sem dúvida era pra Mangueira o Título, mas não achei o desfile tão quente assim…
O dedo do Lula quebrou na Torre de TV no final do desfile (mas era pra perder pts dos outros jurados tb em alegorias pq estava aquém msm)
A Mocidade merecia o 3º lugar, que conseguiria, se não fossem as duas notas baixas em Bateria.
Salgueiro foi emocionante, mas não acho que foi pra título (msm sem o atraso). Achei que os tripés atrapalharam a evolução. Nada contra tripés, mas numa Escola com 5 500 é arriscado demais (e ainda achavam que eram 85 min de desfile – estranho, pq nos anos anteriores eram 80)
Santa Cruz foi rebaixamento mais injustiçado da história
E até hj não sei como não dormi na sequência Império Serrano – Caprichosos – Portela… 3 desfiles fraquíssimos e chatos, apesar de duas tradicionais nesse bolo.
E sobre o Acesso, já vi fotos da União da Ilha que mostra que ela não merecia subir rs (POLÊMICA) rsrsrs
Mas foi um grande desfile, tirando isso
Muito pertinente a tua análise sobre os tripés do Salgueiro mesmo com 5500 componentes. Sem dúvida influiu no que aconteceu, além da quebra do abre-alas.
Top 6 para mim 2003:
1- Mangueira
2- Mocidade
3- Imperatriz
4- Beija-Flor
5- Viradouro
6- Grande Rio
2003 pode ser resumido de uma forma: Deem um título pra Beija-Flor, pelo amor de Deus! A diretoria do Salgueiro pode até ter pensado que o tempo era de 85′, mas a escola tava tão gigantesca que não sei se passariam no tempo, mesmo pensando certo (os tripés também ajudaram a atrasar a escola). Sobre a Tradição, lembro de ter preferido ficar mais um tempo num churrasco antes de ir ver os desfiles, com o pensamento “é só a Tradição, venho pra ver a Manga”. Fiz bem…
Assistir o desfile da Tradição me livrou de todos os pecados!!
foi o pecado em si rs
E mais, ressalto que o TRI que veio depois desse 2003 foi justiça divina. Porque de 99, 2000, 2001, 2002 acho que só 2002 nosso vice foi merecido. No resto a Beija só recuperou o que dela foi tirado nesses outros anos.
Desculpe,mas discordo.O único ano que a Beija Flor foi melhor desses 4 foi em 1999.No restante Imperatriz e Mangueira tiveram títulos merecidíssimos.
Célio, 2001 a BF passou o rodo
1999 e 2001 sim, foi merecido. 2002, jamais! Não devia ter voltado nem nas campeãs!
se justiça divina ganhasse carnaval, bf e imperatriz iam perder uma pá de títulos, quanto a sequência de vices, bf merecia ganhar em 99 e 2001, ponto
E perder 2003/04
2003 principalmente. 2004, mesmo que eu concorde demais com o Migão, eu gostei muito, porque foi uma conquista do samba-enredo, que é divinal!!
As que melhores se apresentaram foram:
1 – Mangueira
2 – Viradouro
3 – Imperatriz
4 – Mocidade
5 – Grande Rio
Pela enésima vez a quem lê este espaço: a coluna elogia e critica todas as agremiações. Mas infelizmente para alguns a Beija-Flor é intocável e jamais pode ser criticada. Isso apesar de a coluna sistematicamente elogiar a escola, principalmente nos desfiles de 1999 e 2001, quando todo mundo viu que merecia ganhar mesmo. Mas se acham que alegorias com dedos caindo, avião mal-ajambrado, king kong mal acabado ou monstros que nada explicam o enredo não merecem ser alvo de críticas, realmente seria melhor lerem outros sites e/ou publicações. Para o colunista e o editor do blog, a Beija-Flor merecia ganhar em outros anos, mas não em 2003. Quem quiser discordar, fique à vontade desde que seja com educação. Mas que fique claro: continuaremos elogiando e criticando todas as escolas nas próximas edições como deve ser feito, mesmo que desagrade a quem não enxerga ou não quer enxergar as virtudes e defeitos.
Torcedor da Beija-Flor é muito chato! Parecem os niteroienses da Viradouro e os gresilenses no final dos anos 90!!
Mania chata de querer bradar toda hora que quando ganha é justo e quando perde é roubado!!
Daqui a pouco serão os tijucanos com isso!! Tomara que não!
E outra, Fred: deixa o povo chiar! Com certeza os que gostam das tuas análises e dos complementos do Pedro são maioria!!
Mas os neo-tijucanos já são assim, rs.
Torcedor modinha é uma droga!! Lembro, em 1993, início do ano no primário, eu com meus 9 anos, já torcedor da Mocidade… praticamente todos torciam para a Estácio só porque ganharam em 1992.
Daí em 1994, os mesmos que torciam para a Estácio já tinham mudado para o Salgueiro.
Tenho quase certeza que esses neo-Tijucanos são assim: modinhas!!
NEGO TEM QUE ACEITAR SÓ UMA ESCOLA VAI GANHAR NÃO ADIANTA, TIRANDO AQUELE CRITÉRIO MALUCO DE 98 QUE DIVIDIU O TÍTULO ENTRE MANGA E BF, MAS DE RESTO NEM SEMPRE NOSSA ESCOLA DO CORAÇÃO VAI GANHAR
Caro Sabino, leio esta coluna pq independentemente da minha opinião, acho seu texto coeso, altamente instrutivo e confesso q concordo com maioria de suas colunas, tanto que no meu face é presença garantida toda semana ….
Só não concordo com uma coisa:
No comentário, do meu ponto de vista hidrófobo, vc só ataca os torcedores da BEIJA FLOR….vejo aqui diversos comentários atrozes de torcedores de diferentes escolas, mas vc so concentra seu discurso para nós torcedores da BEIJA FLOR.
Porque torcedor da BF é fanático, arrogante e sempre com o discurso de que “ganha, justo; perde, roubado”. Igual são-paulino e petista!!
Pois é… mais um título daquela categoria que postei nos comentários da coluna de 2001 que são inacreditáveis, inexplicáveis e inaceitáveis.
A Mangueira realizou, na minha opinião, o seu melhor desfile da história. Só não entra no top-3 geral porque não precisava a Surdo Um acelerar tanto o samba (pra mim, top-20 fácil).
Não digo que a Viradouro deveria ter sido vice ou terceiro, seria irrelevante, até porque acho que a Mocidade merecia pódio, principalmente pelo milagre de transformar o segundo pior samba da sua história em um assombro de harmonia na avenida, com aquela execução EXTRAORDINÁRIA da melhor bateria do Carnaval!
Infelizmente, a atravessada foi mortal.
E concordo com todos: a Tradição ter se mantido foi uma das maiores vergonhas, maior até do que o título da passar… ops, Beija-Gl… ops, Beija-Flor!!
Para mim esse esfile da tradição foi O PIOR desfile do grupo especial, desde que eu acompanho carnaval.
Achei justíssimo a Tradição cair em 2005 no lugar da Portela, mesmo com um desfile superior, pelo “conjunto da obra”, principalmente pq já deveria estar no acesso desde 2003.
Não foi uma das maiores vergonhas não. Foi a Maior vergonha da história a permanência da tradição….
Sei que sou portelense e por isso não sou a pessoa mais isenta para comentar, mas mesmo com águia sem asa, rabo, sem velha-guarda e etc. o desfile da Tradição foi tão ruim que ainda foi pior que o da Portela.
O desfile da Villa Rica em 1995 e o da Unidos da Ponte em 1996 são hours-concours de ruindade. Nada vai superar!! =D
fato, mas os dois caíram…
Perdão Rodrigo, eu tinha esquecido desses dois. Com o Agravante que por alguma razão bizarra, ambas encerraram seus dias de desfile !!!
Mas lembremos que
“Na teia da Aranha eu tô…”
Males de 18 escolas no GE
Problema é que diminuíram para 12 escolas e continuam ocorrendo desfiles bizarros rs
Prefiro “Na teia da aranha” e 7 ótimos desfiles a 12 com apenas 2 que se salvam, rs.
Eu gosto do samba, acho um dos melhores de 1995. O desfile é que foi uma podridão!!
Primeiramente acho muito bom esse espaço onde é feito um ” pente fino ” nos desfiles, explicando detalhadamente enredo, alegorias etc… Tive pensando sobre no final de cada síntese dessas, o autor escolher a campeã de fato do carnaval. Claro que no seu ponto de vista, pois ninguém é dono da verdade por mais que seja quase absoluta algumas vezes. Exemplo em 2001, Beija Flor e por ai vai. Não sei, acho que seria interessante até para podermos discutir isso também. Abraço
Lucas, eu e o Fred achamos melhor deixar este julgamento a cargo do leitor, até porque muitas vezes nós mesmos discordamos (risos)
Oi, Lucas, como o Migão disse, às vezes nós mesmos discordamos (como em 1996, por exemplo), mas em relação a títulos quase sempre concordamos. Em cada texto, quando uma escola sobra, acho que isso fica bem claro no texto. Em outros, quando há equilíbrio (2004 será o caso), eu costumo eleger o desfile que mais gostei. De qualquer forma, na maioria das vezes os leitores concordam com as análises das campeãs. Nas outras posições, costumam haver mais discordâncias. Mas como disse, se for de forma bem argumentada, a discordância é muito saudável. Abração
Fred e Pedro, não sei se seria viável fazer – somente de 1984 pra cá – uma lista de campeãs caso o regulamento de 1984 (campeã de domingo e de segunda) fosse mantido.
Baseando-se, claro, na apuração oficial, quem seriam as campeãs de cada dia??
Cabe montar uma coluna para colocar depois desta série de trinta atos? =D
é uma ideia, Rodrigo
Muito boa ideia, pensei num post so de números e estatísticas também. ABS!
Vantagens do regulamento de 84
– Corrigiria algumas injustiças, dando títulos a desfiles que mereciam (Ex: Portela campeã de Domingo de 95)
– Seria curioso em um caso desses de 95 ver como as escolas se portariam “indo para o pau” no chão, no supercampeonato.
Acho que a própria evolução dos desfiles seria diferente com as escolas sabendo que disputariam dois campeonatos e as Alegorias/Fantasias seriam avaliadas em apenas um. A parte estética estaria defasada em relação ao que é hoje. Entretanto, em termos de qualidade dos sambas-enredos, acredito que estes seriam melhores.
Desvantagens
– Inflaria o número de títulos das escolas artificialmentes.
– Haveriam algumas campeãs Bizarras, como Portela 98 e Mocidade 2000. (Anos com Domingo ridiculamente fracos…)
– HAveriam outro tipo de injustiça. Viradouro 98 ficaria fora das campeãs em detrimento de escolas inferiores, por ter desfilado na segunda.
Celo, caso valesse, a Imperatriz não ganharia NUNCA em 1995 e em 2001, pois levando-se em conta que as três primeiras de cada dia fossem para o Supercampeonato valendo só o chão, imagina se “Gosto que me enrosco” e “Agotime” perderiam. Nunca!
Em 2001 a Imperatriz seria tricampeã até cantando “Atirei o Pau no gato” e desfilando nua e com espanadores enfiados naquele lugar…
Bem ou mal, Agôtime e Gosto que me enrosco sabemos que não sairiam “zeradas” do carnaval. Quanto ao supercampeonato, é especulação pura o vencedor, até pq carnaval pode ser perdido na avenida, e até ganho por uma terceira escola, mas acredito que Portela talvez levasse em 95, e em 2001, eu acredito em Agôtime para o supercampeonato, mas não acredito no Júri.
Pior para Araxá ou Ratos & Urubus, que desfilaram no mesmo dia da algoz Imperatriz e iam para o pau não por um desempate, e sim para ganhar alguma coisa. Festa Profana iria com seu título já garantido em 89, assim como Viradouro em 99
Beija-Flor ganharia um inesperado título em 88, e Mangueira iria tentar se bater com kizomba novamente, mas não teria sequer a oportunidade com as chuvas…
Pedro, o pior é que eu concordo com você! Hehehehehe
Celo, a minha curiosidade não é nem tentar prever o supercampeonato, mas sim, a regra do domingo e da segunda. Como passariam as três melhores de cada dia para a “final” no sábado, poderia até termos uma que não foi campeã do dia vencendo o super.
Por alto, eu tava montando aqui com as últimas (pois temos o mapa de notas totais) como seria uma suposta apuração com as seis que iriam para o Supercampeonato.
Não mudaria em 2012 e 2013. Pelas notas dadas nos quesitos de chão, Tijuca e Vila levariam. Mas é aquilo: como já disseram, as escolas se portariam de outra forma caso tivesse supercampeonato!!
Política, religião e Beija-Flor não se discute.
Mas o Lula maneta ficou bem legal…
Quer comprar briga comigo, fala mal do Lula rs
Mais ficou legal, foi uma releitura bem dramática da história do dedinho dele, muito emocionante…
Esqueci de comentar ontem:
A Beija-Flor ganhou na marra
Os versos “Chega de ganhar tão pouco, tô no sufoco, vou desabafar/ Pare com essa ganância, pois a tolerância… pode acabar” era indireta… Talvez pq eles sabiam de muita coisa da Liesa… Posso estar errado, mas eu interpreto assim
Depois de 4 vices, eles não iam admitir outra coisa que não fosse o Título…
Exatamente. Aquilo foi um tiro no pé da LIESA: ou a BF passava a ganhar títulos ou ia ferrar tudo!!
Foi meu primeiro carnaval no Rio assistindo tudo de sábado a terça. Já me decepcionei um bocado com os resultados do especial e principalmente a roubalheira que foi o acesso. Valeu por ter presenciado o grande desfile da Ilha e o surgimento do Paulo barros. No especial, Mangueira foi arrebatadora, com Viradouro e Mocidade logo atrás. BF poderia completar as campeãs. Desfile da Imperatriz achei um tanto repetitivo com milhares de piratas na pista, foi realmente um ano fraco. Tradição merecia descer, mas há de se destacar que ela tinha uma bateria, um casal e uma cf bem melhores que as da S. Cruz.
No acesso B, belo momento da Lins Imperial homenageando Aroldo melodia e teve tb o primeiro momento da Renascer que chamasse a atenção, apesar de um samba muito ruim e uma bateria que era uma bateção de latas, a escola surpreendeu pela riqueza, mas não subiu por esses quesitos citados anteriormente.
É por isso que eu não ligo pra apuração. São apenas notas de 30/40/50 pessoas que a gente mal conhece.
Cassius, você está amargo rs
Pelo contrário, Migão, eu sempre me animo nesta época e fujo de comentários “chateados” quanto aos desfiles e à apuração para não me ‘entristecer’.
Claro que torço por ótimos desfiles e bem nivelados, bem como por uma boa apuração, mas evito ao máximo ser influenciado pelo resultado oficial. Tanto que não tenho escola, pois prefiro curtir o Carnaval e não me preocupar com a apuração, rs. Na verdade, fui vice duas vezes com a Beija-Flor em 01 e 02 e desisti de torcer para a escola, daí ela começou a ser várias vezes campeã – ou seja, o azarado era eu, hehe.
Sobre a apuração do Grupo de Acesso de 2003. Ainda em 2002, no primeiro semestre, eu estava no primeiro período de Direito e estudei com o filho de um dos advogados da AESCRJ. Eu lembro de ter conversado com ele meio puto pq a Vila não havia subido em 2002, eu contava a ele que foi injusto a Santa Cruz ter subido e tal.. Ele me respondeu: “A Vila não vai subir em 2003 tb. Só em 2004. Em 2003 a ordem de colocação será São Clemente, Ilha e Vila. Passado um ano, depois da apuração de 2003 eu encontrei com ele. E me contou:”Não te falei? São Clemente ganhou e a sua Vila ficou em terceiro”…
Xiii…
Eu acho que a Mangueira fez seu último desfile digno de campeonato nesse ano, e merecia o bi-campeonato! Depois desse ano foi só desfiles medíocres, como aquela coisa bizarra de desfilar com duas baterias, ou como o deprimente desfile do ano passado!!
O título da beija flor foi uma piada
Mangueira merecia o título
É uma vergonha realmente esse ano de 2003! Resultados bem estranhos! A partir desse ano começou a palhaçada de Beija-Flor ganhando todo ano! Esse ano achei que daria eles de novo (porque homenageram a Grobo) mas deu Tijuca de novo! Aliais desde esse ano só tem dado Beija-Flor, Tijuca e Vila Isabel! Espero que em 2015 dê Mocidade agora que Paulo Barros foi pra lá!
Excelente texto! Apesar de discordar de algumas opiniões, vi o desfile apenas pela TV e não tenho como rebater. Mas, uma coisa: alguém tem o video da apuração do acesso de 2003? Fiquei bem curioso pra ver os palavrões. Agradecido!
Esse vídeo estava originalmente no post, mas foi retirado do Youtube no recente “arrastão” que a Globo fez sobre imagens do carnaval