[N.do.E.: Bruno Malta, 19, é estudante universitário. As reproduções de internet utilizadas no post não representam o pensamento do autor ou do blog, estando colocadas a fim de ilustrar o descrito no artigo. PM]

Antes de qualquer coisa, quero agradecer o espaço concedido a mim pelo editor-chefe do blog Ouro de Tolo, eu como um leitor do blog há pouco mais de 5,6 meses fico muito lisonjeado pela honra de poder dar o meu relato no blog.

Além disso quero deixar claro que eu NÃO sou petista, mas SIM, vou votar em Dilma Rousseff no segundo turno, repetindo o que fiz no primeiro turno realizado no último domingo. Quero aqui com vocês relatar que morar em São Paulo e votar na Dilma não é uma experiência nada agradável.

Nestes últimos dias, como não podia deixar de ser o assunto na roda de conversas eram as eleições. Como o assunto política no Brasil é bem polêmico para ser comedido, sempre preferi a discrição, até para não ter problemas entre os meus amigos – e minha própria família, mas há coisas que não pude deixar sem resposta.

cabos eleitorais psdbMinha tia que em 2002 estava desempregada e seu trabalho mais recente havia sido um bico em loja de um shopping no fim de ano, hoje possui casa própria conseguida através do ‘Minha Casa Minha Vida’; comprou um seu carro seminovo, além disso conseguiu emprego numa empresa aérea e concluiu seu curso superior. Porém disse a seguinte frase, após minha declaração de voto na Dilma: ”Bruno, como você pode votar na Dilma?’

Eu respondi da seguinte maneira: ”Me surpreende você dizer que não vota nela, após tantos avanços que resultaram em melhorias na sua vida.’‘ E ela replicou assim: ”Graças ao meu esforço, governo não me dá bolsa-esmola”. Eu preferi não responder até para não me exaltar.

cadê a águaNuma outra conversa, enquanto tentava explicar meu voto numa UNIVERSIDADE FEDERAL, as pessoas me interrompiam com frases desse nível: ”Você ganha o bolsa-esmola?”, ou com ”Eu não preciso de esmola do governo para viver”, ou com pasmem, uma associação as melhoras em níveis federais a um grande governo do Alckmin: ”As pessoas como você nem sabem se tem vagas em federais em outros estados, se estou aqui, é porque o Governador abriu as portas para os jovens’‘.

Pensei comigo em silêncio: eu sei que há vagas em outros estados, é por isso que voto na Dilma, e não abro mão disso.

Como vocês podem perceber, talvez o eleitorado paulista não seja tucano de fato, mas sim anti-petista, pois eles são capazes de desmerecer grandes conquistas pessoais que foram possíveis graças ao governo Lula-Dilma, e até atrelar elas ao governo Alckmin, só para justificar suas posições de antipetismo. Por tudo isso, me sinto como um ET entre os paulistas, uma pessoa que talvez não tenha vivido no mesmo estado que seus conterrâneos nos últimos anos, mas que com toda certeza teve tantas melhorias possibilitadas pelo governo Lula-Dilma quanto eles, mas neste caso, justamente reconhecidas.

É por isso que no dia 26, no que depender de mim, o Brasil não vai parar de mudar.

princesadecristoImagens: O Globo (Alckmin) e reprodução de internet

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