Após chegar invicto a terceira fase do Mundial feminino de vôlei, o Brasil teve sorteados para compor o seu grupo as duas seleções teoricamente mais fracas disponíveis, China e Republica Dominicana. Enquanto isso, se desenhou o grupo da morte do outro lado com a anfitriã Itália, Estados Unidos e Rússia.

A terceira fase do Brasil foi um céu de brigadeiro, com duas vitórias fáceis por 3 a 0 contra China e República Dominicana, contra as quais a Seleção jogou muito bem. Isso nos credenciou ao primeiro lugar no grupo e o confronto contra os Estados Unidos na semifinal.

Na semifinal, a Seleção brasileira mais uma vez começou mal um jogo, com saque ineficiente e defesa inepta, o que levou a uma vitória americana por sonoro 25 x 18.

No segundo set, Sheilla & cia entraram dispostas a mostrar que o primeiro fora apenas mais um apagão coletivo na vasta coleção desse time na competição, apesar da invencibilidade, e logo abriram uma larga vantagem de 10 x 4.

brasileuaAté que entrou em ação uma figura que não deveria aparecer: o árbitro. Ele fez nada menos do que quatro marcações erradas, duas delas absurdas, contra o Brasil e, não só devolveu as americanas na briga pelo set, como descontrolou a Seleção Brasileira, que não soube “virar” a página. Ao final, as americanas levaram a parcial por 29 x 27.

Obs: entre os erros da arbitragem, nem contrei dois “dois toques” claros da levantadora americana Glasser que a arbitragem ignorou.

Após o baque, as brasileiras só voltaram de corpo para o terceiro set, porque as almas ficaram no banco. Assim o Brasil perdeu sua única partida no torneio justamente quando não poderia e os EUA ficaram com a vaga na final.

O Brasil teve de se contentar com o bronze após derrotar a Itália, que fora surpreendida pela China na outra semifinal por 3 x 2, mesmo tendo massacrado a Itália nos dois primeiros sets.

Enquanto isso, o título ficou com os EUA, que derrotaram na final a China por 3 a 1 e conquistaram pela primeiro vez o título mundial feminino de volei

Assim, pela primeira vez desde 2000, a CBV sai de um Mundial ou Jogos Olímpicos sem título nem no masculino, nem no feminino. Anormal? Não, pelo contrário. Anormal foi essa sequência incrível de títulos.

Decadência? Talvez. Apesar de uma prata e um bronze em mundial serem louváveis, é fato que a seleção masculina não tem mais a qualidade daquele escrete de 2004-2008. Também é fato que, apesar de atacantes fantásticas, a seleção feminina está com uma deficiência gigante no posto de levantadora.

Não dá para ser o melhor sempre em todos os esportes, essa gangorra é natural. O importante é sempre estar entre os melhores e ter a oportunidade de ganhar. O Brasil claramente ainda está no primeiro escalão tanto do masculino como do feminino e não seria nenhuma surpresa se as duas seleções tivessem ganho o ouro, aqui ou na Rio-2016. Assim como também não será de outro mundo se nenhum dos dois ouros vier. Isso é esporte.