Ao longo dos últimos meses o leitor mais atento viu um embate duro e acalorado sobre a situação econômica do país. Vemos índices que nos falam do pleno emprego, da inflação subindo, da situação fiscal do país…
O fato real, para quem vive fora dos climatizados escritórios de Brasília, é que esse ano o país vive uma situação econômica de patinar e não sair do lugar. As vendas estão paradas, o endividamento e a inadimplência ( que são os índices que interessam para grande parte do povo) estão nas alturas e o pior: estoques abarrotados, pedidos para dezembro cancelados e longos períodos de férias para os empregados.
A credibilidade do governo, que teve uma vitória apertada nas eleições parece abalada, tanto pelo resultado das urnas tanto pelo mar de lama que o noticiário diário trás. Algumas novidades serão conhecidas nos próximos dias, pela nova equipe econômica não devem aliviar muito o ano de 2015 , teremos sim mais um ano triste para a classe media, com cobrança alta e pouco retorno. A vida das pessoas menos favorecidas tem melhorado, sem dúvida, mas acho que já poderíamos estar em outros patamares de metas educacionais e da saúde. Mas isso não rende voto, meu caro…
Esse pífio resultado econômico do país fez pelo menos uma mudança grande na cobrança de tributos – apenas aguardando sanção presidencial – com o Sistema Simples ampliado a um faturamento de 14 milhões por ano, deixando uma grande burocracia de lado e aliviando o bolso do pequeno empreendedor. Claro que nenhuma agulha foi mexida no sentido de retirar créditos inacreditáveis de grandes empresas que multiplicam filiais Brasil afora a fim de conseguir benesses e etc, mas já é algo.
Um dia o Brasil vai cobrar essa conta: é só aguardar. No setor onde trabalho, o das bebidas frias, o governo, conforme prometeu há 10 anos, aprovou um novo marco regulatório para o setor. Este modelo deixou a tributação no sistema ad valorem, onde o preço final forma a base para os cálculos dos impostos e não mais as tabelas baseadas nas pesquisas. Isso deve reverter uma lógica a que assistimos nos últimos anos, onde algumas marcas se aproveitaram do sistema para prejudicar as outras. A ver esse resultado.
O embate eleitoral somado a esse voo de galinha da economia e temperado com uma multidão de desinformados e aculturados que nosso país produz aos milhares produz atualmente um ser estranho, imbecilizado pelas redes sociais, que acredita piamente que a volta dos militares traria algo de bom para a nação. Não é possível que alguém com um mínimo de informação ache que o período de ditadura produziu algo bom para ser lembrado. As pessoas (poucas obviamente) tem ido às ruas feito cães raivosos a fim de tirar do poder quem lá chegou de forma legítma
Caro leitor, nossa democracia tem 27 anos … Pense em você com 27 anos …
O quanto erramos… o quanto fazemos coisas com paixão… com emoção… Por que o país seria diferente?
Temos que varrer a corrupção de nossa cultura, de nossa vida…. mas isso desde as nossas fraldas. Não apenas apontar o dedo rumo ao paço municipal como se aquilo não nos pertencesse e fosse o retrato atual da nossa sociedade. Tente explicar a um alemão que você arrumou um emprego e não foi registrado para continuar recebendo o seguro desemprego. Ou a um Sueco que seu amigão médico te liberou de trabalhar essa semana devido àquela ressaca…
Nosso problema é cultural, inclusive econômico. As nossas empresas vivem às custas do governo. Que agradece lhes dando benesses, obras e fica a mercê do chororô dos grandes. E aí chegamos nesse ponto que vemos hoje .
Dona Dilma terá uma dura missão nos próximos 4 anos. Pelos nomes que escolhe parece que quer mais pressão para cima dela. Torcer por ela acertar é minha obrigação, porque me leva a reboque . Mas no fim de 2015 , provavelmente a crônica vai se chamar a galinha sem asas….