O Carnaval de 2012 trouxe novidades muito interessantes para as escolas de samba paulistanas. Primeiramente, o Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional – havia dado o aval para, após o Carnaval, ser construída a Fábrica do Samba. O projeto, que havia nascido anos antes sob o nome de Fábrica dos Sonhos, era a “Cidade do Samba” paulistana. Localizado próximo ao Anhembi (e provocando, inclusive, a demolição do barracão da Mancha Verde), o local serviria para abrigar os barracões das 14 escolas do primeiro grupo. Infelizmente, a construção segue em ritmo lento e, às vésperas dos desfiles de 2015, ainda não foi entregue. O Anhembi passou também por algumas reformas, por sinal (reformas estas que fizeram o arquiteto Oscar Niemeyer renegar a autoria do projeto do Sambódromo).

Mas a grande notícia sobre os desfiles de 2012 veio ainda no desfile das campeãs de 2011. Os Presidentes das escolas anunciaram no Sambódromo o fim da Superliga das Escolas de Samba de São Paulo. Depois de três anos, havia chego ao fim a dissidência e todas as 22 escolas dos dois primeiros grupos passariam a fazer parte de uma só entidade, a Liga/SP. Tal fato representaria, por exemplo, o fim do lançamento de dois CDs distintos, além, é claro, de ser um sinal de uma união maior no samba paulistano. Às vésperas do Carnaval, se decidiu ainda que uma e não mais duas escolas seria rebaixada do Acesso para o Grupo I e, consequentemente, apenas uma subiria do Grupo I para o Acesso. Outra mudança que chamou a atenção foi no regulamento: três notas seriam dadas por quesito – e não mais cinco – e haveria descarte apenas da menor. E mais: chegava ao fim a era das notas fracionadas em 0,25. A partir de 2012, tal como ocorria no Rio de Janeiro desde 2002, as notas seriam decimais. Na Terra da Garoa, de 8,0 a 10,0, e não de 9,0 a 10,0 como na Cidade Maravilhosa.

Mais uma vez, uma escolha de enredo gerou polêmica. A Gaviões da Fiel, para tentar sair do jejum de nove anos sem título, escolheu homenagear o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 21 de janeiro de 2012, a Revista Época publicou uma matéria chamada “Cadê a ala dos mensaleiros?”. Conforme explicado posteriormente em nota oficial divulgada pela escola, uma repórter da revista foi ao barracão para, segundo dizia o contato inicial, fazer uma enorme matéria sobre o desfile da escola. Mas, na prática, o texto publicado vinha carregado de ironias baratas com algumas alas da escola. Para piorar, a reportagem claramente se aproveitou de declarações dadas pelo Carnavalesco Igor Carneiro e pelo Presidente Donizete para resumir a homenagem da Gaviões a um interesse financeiro na busca por patrocínios.

Quem também sofreu transtornos desagradáveis (ainda mais desagradáveis, por sinal) foi a Mocidade Alegre. Buscando recuperar-se do anormal oitavo lugar de 2011, a Morada do Samba resolveu prestar uma homenagem ao escritor baiano Jorge Amado, que completaria 100 anos em 2012. A escola do Limão resolveu mergulhar a fundo na Bahia da obra Tenda dos Milagres para conseguir mais um campeonato. Em 9 de janeiro, a pouco mais de um mês para os desfiles, um grave incêndio tomou conta do barracão da Mocidade, destruindo fantasias e alegorias.

Ainda assim, a escola viria mordida e prometia ser uma das mais fortes concorrentes a ameaçar o bicampeonato da Vai-Vai, que escolheu como enredo uma homenagem às mulheres. O patrocínio da Bom Brill levou a um samba com versos como “é bom brilhar” e “1001 faces a brilhar”. Vice-campeã, a Tucuruvi tentaria seu primeiro título com um enredo sobre a África, enquanto a Vila Maria escolheu as mãos como tema. Com um lindo samba, a Mancha Verde resolveu contar a lenda de Odu Obará para passar uma lição de humildade, enquanto a Águia de Ouro reviveria os anos do tropicalismo no Anhembi.

Depois de um sétimo lugar pouco festejado, a Rosas de Ouro optou por uma polêmica homenagem ao publicitário Roberto Justus através de uma exaltação aos imigrantes húngaros no Brasil. A Tom Maior, órfã do seu eterno Presidente Markinho, prestaria uma homenagem a ele e a todos os homens de boa vontade. A X-9 Paulistana misturou a Semana de Arte Moderna de 1922 (que completaria 90 anos em 2012) com o Rally dos Sertões para desbravar o Brasil. A Pérola Negra passearia pela cidade de Itanhaém, enquanto a Império de Casa Verde falaria sobre a ótica, em outro enredo patrocinado. Vindas do Acesso, Dragões da Real e Camisa Verde e Branco adotaram enredos sobre as mães e sobre o amor, respectivamente.

Na concentração, todos os olhos se voltam para um Padre. Na casa maior da Festa dita profana, palavras cristãs são ditas. Laços de união são reafirmados com a promessa de fidelidade, lealdade e amor eterno. Minutos antes do início do desfile das escolas de samba, a festa não tem nada a ver com o Carnaval. É um casamento! O cantor Agnaldo Amaral e sua agora esposa, Kátia, trocam alianças e celebram o casamento. Celebram o amor.

Alguns minutos depois, é a vez do Camisa Verde e Branco tomar conta da Passarela para apresentar um enredo que tem tudo a ver com a cena vista anteriormente: autor do enredo “É o amor”, o Carnavalesco Anselmo Brito faz um discurso emocionado e passa o microfone para o próprio Agnaldo Amaral, que comanda uma das mais arrepiantes aberturas de desfile da história do Anhembi. Os versos finais – “mascarados no salão / é Carnaval, vou te beijar” – são entoados em forma de alusivo e, ao final deste, a batida firme do surdo da Bateria Furiosa puxa o último verso, “a Furiosa faz você se apaixonar”, que é repetido três vezes. Então, o time de canto faz um “lalalaiá” acompanhado pelo grito de guerra de Agnaldo Amaral e por uma bossa fantástica da bateria. As arquibancadas respondem com algum entusiasmo. Daí em diante, rolou o ótimo samba do Trevo da Barra Funda.

A fantástica abertura do desfile que marcou a volta do Camisa deram o tom de mais uma apresentação marcada pelo chão. O Trevo da Barra Funda tinha claras dificuldades financeiras, mas, ainda assim, conseguiu fazer uma boa apresentação. O Carnavalesco Anselmo Brito foi muito bem nas fantasias e trabalhou bem as alegorias, de modo que a fragilidade econômica tenha sido camuflada pelo bom acabamento e pelo capricho em boa parte do desfile.

A Comissão de Frente trazia guardiões a frente de um “templo do amor”, um tripé que era justamente protegido por esses guadiões. De lá, saíam três personagens que representavam Sinhá, Inocêncio e Tobias, três nomes importantíssimos na história do Camisa. Uma ótima coreografia e que, apesar da simplicidade, cumpriu bem seu papel. O carro abre-alas, que representou a lenda envolvendo o cupido, deixou bem claro que não havia espaço para luxo e grandiosidade, mas estava bonito. O cupido com uma flecha que trazia em sua ponta um trevo foi bem realizado e passou bonito.

Nas fantasias, a verde-e-branco da Barra Funda veio bem, até um pouco luxuosa. Já no segundo setor destacaram-se alas como “O amor entre o sol e a Lua”. A divisão cromática foi bem estabelecida, bastante diversificada e precedeu um belo, apesar de simples, carro sobre o Taj Mahal. Apesar das dificuldades para entrar na pista, que geraram problemas de evolução, ele passou bem. No terceiro setor, o destaque ficou para a linda fantasia das baianas que representou Oxum. Infelizmente, o terceiro carro, também sobre Oxum, não foi tão feliz e apresentou algumas falhas de acabamento.

Do quarto setor em diante, aliás, o desfile piorou bastante. As fantasias passaram a ser mais convencionais, até um pouco óbvias e os dois últimos carros, sobre as celebrações envolvendo o amor nas artes, na música e na cultura em geral e sobre o amor pela escola, também não foram bem executados. O quarto carro, aliás, tinha duas esculturas de um casal de noivos. O noivo ajoelhado e a noiva em pé, com os braços abertos. Pois a alegoria balançou tanto que o pobre noivo levou tapas na cara durante todo o desfile. Brincadeiras à parte, pelos problemas de acabamento de algumas alegorias e as falhas na evolução, o Camisa infelizmente estava correndo sérios riscos de voltar ao Grupo de Acesso.

Depois de um Carnaval pouco feliz em 2011, a Império de Casa Verde foi a segunda escola a abrir o seu desfile. Sob nova direção, com a chegada do Presidente Alexandre Furtado, a Caçula do Samba apresentou o enredo “Na ótica do meu Império, o foco é você”, do Carnavalesco Roberto Szaniecki. A despeito do emocionante grito de guerra do intérprete Carlos Júnior, o Tigre Guerreiro fez mais uma exibição mediana.

O desfile começava trazendo ao Anhembi os diversos efeitos que a visão provoca. O carro abre-alas tentava reproduzir os diversos movimentos realizados dentro do nosso cérebro para processar o que se vê. Era uma concepção até interessante, mas muito confusa. A despeito da boa iluminação e do acabamento bem executado, o carro era de difícil compreensão.

O segundo setor foi dedicado aos primeiros experimentos envolvendo as lentes por parte de gregos, egípcios e europeus. As fantasias estavam bonitas, luxuosas, mas o segundo carro, “Um olhar sobre antigas civilizações” apresentou claras falhas no acabamento. O carro também tinha uma leitura complicada e era bastante modesto. No terceiro setor, apareceram as aplicações mais modernas do óculos, como as fotografias “lambe-lambe”. As fantasias seguiram em bom nível, mas a terceira alegoria, sobre as óperas onde se usam óculos para enxergar melhor o palco, também veio um tanto quanto simples.

O quarto setor falou sobre o óculos como instrumento para a moda. Foi um setor mais descontraído, com fantasias mais leves e de mais fácil comunicação com o público. Por outro lado, o quarto carro, embora bem acabado, tinha uma concepção muito confusa. Um avião (que remetia aos óculos dos antigos aviadores) se misturava a um homem com óculos escuros e à fotos de diversos artistas que se destacaram por suas lentes – de Cartola a Rita Lee. Por fim, foram abordadas as lentes como instrumento para entender melhor o mundo, como as lentes microscópicas. Um carro todo em verde trazia dois microscópios e também se destacou pela concepção pouco feliz. Foi um típico desfile de meio de tabela que, caso os desfiles seguintes fossem de alto nível, poderia trazer complicações à escola.

Quem também não foi feliz em sua apresentação foi a X-9 Paulistana, que apresentou o enredo “Trazendo para os braços do povo o coração do Brasil, a X-9 Paulistana desbrava os Sertões dessa gente varonil!”. Voltando à escola, Royce do Cavaco teve talvez a única apresentação pouco feliz de sua carreira e o bom samba da agremiação da Parada Inglesa não “pegou”.

A Comissão de Frente veio bem vestida e fez uma coreografia interessante. De um lado, estavam os pilotos do Rally dos Sertões; do outro, os bandeirantes que desbravaram o interior paulista. Os dois assuntos, a princípio completamente distantes, eram ligados sob o pretexto da bravura em avançar Brasil adentro. Até aí, tudo bem. O problema é que eles logo ganharam a companhia de Mário de Andrade representando a Semana de Arte Moderna de 1922.

Era só uma amostra de um enredo extremamente confuso apresentado pela X-9. O abre-alas representava uma grande máquina motorizada que conduziria a escola por essa viagem para “desbravar o Brasil”. Muito bem iluminado e relativamente grandioso, o carro estava bonito, mas parecia não representar absolutamente nada. Ficou difícil entender qual o papel da alegoria no desfile.

O segundo setor começou a propriamente viajar pelos sertões exaltando a diversidade da fauna e da flora. Destaque para a alas das baianas, que remetia justamente à fauna e tinha uma fantasia diferente para cada baiana. O segundo carro estava bonito e muito bem iluminado. Uma bem representada floresta adornada por esculturas interessantes de animais passou bem pela Avenida, mas os dois pássaros que vinham à frente destoaram do resto em acabamento.

Na sequência, veio o Sertão representado na arte. Dos grandes artistas do cancioneiro sertanista, foi destacado Luiz Gonzaga, que completava 100 anos naquele 2012. O terceiro carro trazia justamente Gonzagão e sua sanfona, mas estava relativamente pequeno e com falhas de acabamento. O quarto setor falou mais propriamente sobre o Rally dos Sertões (que faiz 20 anos em 2012), exaltando também a coragem e a bravura dos pilotos. A iluminação voltou a chamar a atenção na quarta alegoria, mas o carro tinha concepção complicada.

O último setor também destoou bastante do resto. A X-9 dissertou sobre a luta pela vitória, com direito a um tributo à Hórus, o deus da vitória, no último carro, que passou sem grande destaque. No geral, foi um desfiles teve seus bons momentos, mas o enredo complicado prejudicou muito e a X também teria de olhar mais para a parte inferior que para a parte superior da tabela.

vaivai2012Quarta escola da noite, a Vai-Vai apresentou um belo desfile, mas tropeçou em alguns pontos que comprometeram a luta pelo bicampeonato. Para começar, a despeito de um desempenho fantástico do intérprete Wander Pires, o samba escolhido para o enredo “Mulheres que brilham – a força feminina no progresso social e cultural do Brasil” estava muito abaixo das tradições da escola. A exigência por termos que remetiam ao patrocínio da Bom Brill comprometeu bastante a obra que, por outro lado, teve um rendimento razoável com a sempre firme bateria de Mestre Tadeu.

Em compensação, o visual da Saracura foi um verdadeiro espetáculo. Aproveitando-se de um trecho de uma música de Rita Lee, a Comissão de Frente veio batizada de “É cor de rosa-choque” e retratou diversos tipos de mulheres interagindo em uma ótima coreografia. Já o carro abre-alas estava exuberante ao retratar o Jardim do Éden e a inspiração divina para a criação da mulher. O verde do Edén se misturou a uma escultura prateada de uma mulher seguida por outra, ainda maior e também prateada, da serpente que induziu o casal Adão e Eva a desobedecer Deus.

Apesar do ótimo trabalho nas fantasias e alegorias, o Carnavalesco Alexandre Louzada não foi muito feliz no desenvolvimento do enredo. As mulheres brilhantes que passaram pelo Brasil foram jogadas a esmo ao longo das alas e, em alguns momentos, sem a preocupação de se estabelecer uma cronologia bem definida, ou qualquer outra lógica que norteasse o enredo. Além disso, alguns setores foram resumidos em três ou quatro alas, enquanto outros estavam muito maiores, quebrando um pouco o conjunto visual.

Ainda assim, Louzada acertou ao desenvolver fantasias luxuosas, de simples leitura e que permitiam ao componente uma evolução confortável. Além do mais, as fantasias estavam muito coloridas, o que deixou a escola mais alegre e bonita. O segundo carro retratou a Imperatriz Leopoldina e também estava muito luxuoso e pertinente ao enredo. Já o terceiro, dedicado à Princesa Isabel, apesar do acabamento impecável, não estava muito bonito. Ficou a sensação de que estava faltando alguma coisa.

O quarto setor foi dedicado às mulheres que brilharam nas artes e foi o de melhor compreensão de todo o desfile. Foi também o que apresentou os componentes mais animados e o que trouxe o maior número de artistas. Cláudia Raia, Maria Fernanda Cândido, Elza Soares, dentre outras cantoras e atrizes estiveram presentes na alegoria das divas, que, com uma ótima iluminação, reproduzia o glamour das mulheres que se destacaram na arte. O desfile teve um ótimo encerramento. O último carro representava o Brasil como um grande lar. Por isso, em primeiro plano, apareciam diversos cômodos de uma casa (que iam se alternando). Acima, todo em verde-e-amarelo, o carro trazia as glórias e conquistas da mulher comum, como a Lei Maria da Penha e, claro, a Presidência da República, afinal de contas, naquele 2012, a chefe desse lar chamado Brasil já era a Presidente Dilma Rousseff. Apesar dos erros que afastaram a Escola do Povo da briga pelo bi, foi uma exibição muito agradável e podia conseguir um bom resultado.

rosasdeouro2012bJá a Rosas de Ouro encantou o Anhembi com aquele que talvez seja o mais luxuoso desfile da história do Sambódromo. O Carnavalesco Jorge Freitas fez um de seus mais brilhantes trabalhos e fez do enredo “O reino dos Justus”, que a princípio parecia pouco promissor, um aliado para mostrar toda a sua competência. Em um ano fraquíssimo no quesito, talvez o pior da história, a comissão de frente da Roseira se destacou pela bela coreografia que mostrava um livro aberto para que se começasse a contar a história.

A história em questão começava justamente no Reino Húngaro. Um fantástico abre-alas mostrava uma Hungria encantada, com dois leões dourados protegendo o Reino. Com cores mais escuras, o carro tinha ótima iluminação e um acabamento de cair o queixo. A escola mergulhou por esse Reino e visitou o gosto dos húngaros pelo som dos violinos, os bailes reais e o mundo de fantasia vivido por lá. Esse cenário mágico foi retratado no extraordinário segundo carro, que tinha um belo castelo e também apresentou acabamento impecável.

Jorge Freitas investiu em fantasias luxuosas, muitíssimo bem trabalhadas e com tonalidades mais escuras. A ideia, pelo menos nos três primeiros setores, era trazer o espectador para o cenário que o enredo vinha contando. Acertou em cheio. O terceiro setor reviveu a invasão sofrida pelos húngaros. Chamado “O império do mal”, o terceiro carro também estava luxuoso e bem acabado, mas tinha uma concepção bastante complicada. A tal invasão era a deixa para que os húngaros viessem ao Brasil. Freitas viajou pela navegação, pelos costumes e pelo intercâmbio cultural entre os dois países até chegar ao lindo quarto carro, que trazia um bebê loiro com uma coroa de Rei. Era justamente Roberto Justus.rosasdeouro2012

O último setor viajou pela trajetória de sucesso do publicitário filho de imigrantes húngaros. No enredo, Justus não venceu na vida simplesmente. Sua vitória era a representação da vitória do povo húngaro em terras brasileiras. Visivelmente emocionado, ele cantou forte o samba (que, aliás, não era dos mais empolgantes e não se destacou, mas também não comprometeu). Trajado de “Rei Justo”, ele veio ao lado de sua “Rainha”, sua então esposa Ticiane Pinheiro. A despeito da euforia causada por Justus, que deu um show de simpatia, sorriu e acenou do início ao fim do Anhembi, essa alegoria foi a menos bem acabada. Um enorme brasão húngaro ocupava mais da metade do carro. A Rosas despontava como uma das grandes favoritas e havia feito, com sobras, o melhor desfile até então. Mas duas coisas poderiam atrapalhar: primeiro a evolução extremamente confusa, com alas se embolando o tempo todo; depois, o enredo que, apesar de muito bem desenvolvido, era de difícil leitura para o público órfão do roteiro que explica as alas e carros. Ainda assim, a Rosas estava no páreo.

Na sequência, pisou na Avenida a Acadêmicos do Tucuruvi para defender o enredo “O esplendor da África no reinado da Folia”. Contando com um bom samba, com uma interpretação segura do estreante intérprete Igor Vianna e com a sempre firme bateria de Mestre Adamastor, a escola da Cantareira fez uma boa apresentação, mas foi a outra a tropeçar em alguns pontos que lhe tiraram da briga pela taça.

O Carnavalesco Wagner Santos fez mais um ótimo trabalho, mas falhou um pouco no primeiro setor. Tanto a comissão de frente quanto o carro abre-alas, que representavam o “Império Africano” eram escuros demais, de difícil leitura. O carro alegórico por exemplo estava muito bonito, bem acabado, com palhas e representações típicas africanas, mas era difícil captar o seu sentido.

Esse problema perseguiu a escola também no segundo setor, que tratou justamente dessa África mais tribal. O trabalho de acabamento das fantasias foi impecável como sempre, mas a comunicação com o público não era das melhores. Uma boa exceção foi a última ala antes do segundo carro que, toda em verde, representava as florestas misteriosas da África. Essa representação também esteve presente em um exuberante segundo carro que trouxe a vegetação típica do Continente e vários animais presentes na região. Diga-se de passagem, foi uma apresentação muito mais luxuosa que todas as outras feitas pela escola até então.

O terceiro setor ganhou boas fantasias, com destaque para a dos animais de menor porte, e misturou a riqueza da fauna e da flora à lendas e celebrações feitas pela africana. Com uma concepção mais pesada, predominantemente preto e adornado por caveiras, o terceiro carro impressionou pelo bom acabamento. A harmonia da escola viveu uma noite para se esquecer, com muitas alas passando mudas. Para piorar, a evolução também não foi das melhores.

Voltando aos destaques positivos aescola trouxe para a Avenida fantasias pesadas, com muita riqueza de detalhes e chamou a atenção pelo visual. Nos três setores finais, foi apresentada uma divisão cromática diversificada, pertinente ao enredo e retratando as diversas facetas do Continente-tema. O quarto carro, que falou do artesanato, também se destacou. Já “Rituais Africanos”, o último, foi o mais bonito de todo o desfile. Uma enorme escultura de um africano batendo um tambor vinha cercada de outras manifestações culturais do Continente. Em suma, a Tucuruvi fez mais uma ótima apresentação, que lhe credenciava a brigar pelas primeiras posições, mas que teve erros que deixavam o título inédito mais distante.

mancha2012Encerrando a primeira noite, já no amanhecer, a Mancha Verde emocionou o público reduzido que ficou até o fim para conferir o enredo “Pelas mãos do mensageiro do axé a lição de Odu Obará: a humildade”. Os minutos que precederam o desfile foram de muita apreensão porque o carro abre-alas teve uma escultura danificada. Enquanto os membros da comissão de frente choravam, o problema foi corrigido antes da abertura dos portões. Emoção também não faltou no esquenta, quando o intérprete Freddy Vianna, estreando pela escola, cantou o hino da Mancha. Na sequência, um emocionado Paulo Serdan agradeceu a presença dos jogadores Marcos e Edmundo e, inflamado, convocou a escola a entrar com garra na Avenida. A bateria caiu de vez em prantos quando Freddy, antes do grito de guerra, cantou os versos finais do samba em forma de alusivo: “oh, senhor, perdoai a humanidade / iluminai a consciência pra guiar essa mudança / vou guardar no coração, levar em minhas mãos / a mensagem de esperança”.

O samba, por sinal, era lindo, um dos melhores da safra de 2012 e teve bom rendimento em uma ótima atuação do novo intérprete da escola. A Mancha fez um desfile emocionante não só na concentração. O enredo era muito bem desenvolvido e foi bem executado. A comissão de frente trazia 14 componentes representados como Orixás e a luta entre o bem e o mal. O carro abre-alas, que representava a destruição do Mundo, prometia ser de alto impacto com peixes podres em rios estragados e uma concepção mais escura. Por outro lado, o Carnavalesco Troy Orh errou a mão e o carro não estava bonito. De fato foi impactante, mas podia ter sido mais bem executado.

O segundo setor, dentro do enredo, após uma dissertação sobre o caos no Planeta que foi desenvolvida nas belas fantasias, representava o momento em que Babalaô tentava descobrir como salvar o Mundo. Esse cenário foi representado no segundo carro, que trazia Babalaô consultando-se através de um baralho de tarô cercado por palmeiras. O carro não estava muito luxuoso, mas estava bem bonito.

Não precisa saber identificar os sinais do baralho de tarô para deduzir que o caminho para salvar o Mundo era a humildade. Com fantasias coloridas e de cores fortes, propícias para o horário, a Mancha se destacou mais uma vez pelo visual e cantou forte o bom samba. O terceiro setor era a síntese da história de humildade contada pelo enredo. Era a história de Odu Obará, que deu comida aos seus irmãos famintos e ficou sem comida para ele mesmo. Os irmãos lhe deixaram apenas com três abóboras velhas, mas, ao abrir, foi recompensado pelo seu ato de grandeza: as abóboras eram recheadas de riquezas. As abóboras e a morada de Odu Obará vieram representadas no terceiro carro que, apesar de simples, estava muito bonito.

O quarto setor ganhou as mais belas fantasias ao reviver os presentes dados ao Mundo por Olorun, o Pai da Criação, como por exemplo os quatro elementos. Cores fortes em vestimentas de simples leitura precederam o quarto carro, que veio com o Mundo sonhado por Olorun. O carro estava muito bonito e muito bem adereçado. Na última alegoria, em uma grande sacada, vinha um carro praticamente igual ao abre-alas, mas, agora, com peixes cheio de vida em um rio limpo e cheio de riquezas. Era o renascimento do Mundo fechando, com direito ao ídolo palmeirense Marcos cantando forte, com chave de ouro o desfile da Mancha Verde. Plasticamente, a escola ficou devendo às três que desfilaram antes, de modo que a briga pelo título parecia distante. Ainda assim, foi um grande desfile. A propósito, das sete primeiras apresentações, apenas a da Rosas de Ouro parecia pronta para brigar pelo título.

Estreando no Grupo Especial, a Dragões da Real abriu a segunda noite de desfiles com muita competência na belíssima homenagem às mães. O enredo “Mãe, ventre da vida e essência do amor” prometia unir bom humor e emoção no início da segunda noite. Voltando ao Grupo Especial após cantar no Acesso pela própria Dragões em 2011, o intérprete Daniel Collête usou uma faixa diagonal com o nome de sua mãe, Durvalina, homenagem que foi repetida com os cantores de apoio e suas respectivas mães. Em mais uma noite inspirada, Collête comandou um fantástico esquenta com o hino da escola.

A Dragões da Real, que apesar de oriunda de uma torcida organizada guarda pouca ou nenhuma ligação com o São Paulo, era uma escola visivelmente feliz pela realização de um sonho. E logo a escola mostrou que, apesar da óbvia deficiência estrutural com relação às demais concorrentes, mais habituadas a desfilar na elite, não veio para o primeiro grupo a passeio. Por outro lado, o início do desfile não foi promissor. Um tripé pouco promissor era a morada da Mãe Natureza e de seus filhos em uma comissão de frente que não chamou a atenção.

O carro abre-alas, que também fazia referência à Mãe Natureza, estava bem acabado e até um pouco luxuoso, mas não teve boa concepção e era de difícil leitura. Mas isso logo ficou para trás. Foi, na maioria do tempo, um desfile leve. O segundo setor falou sobre as mães de outras espécies, com destaque para a linda ala das Abelhas Rainhas. O segundo carro, apesar de simples, estava bonito com uma pelicano fêmea (seria esse o feminino de pelicano macho? Existe pelicana?) representando a proteção das mães da natureza. O carro tinha tons esverdeados e brancos e passou bem.

Na sequência, foi destacada a íntima relaçào entre mães e filhos. É a mãe que educa, a mãe que ensina a rezar, a mãe que ama e que é amada. Com fantasias leves, simples, bonitas e de fácil leitura, a Dragões fez uma passagem simpática pelo Anhembi e, como dito, emocionante. O terceiro carro, chamado “Fé e Devoção”, tinha uma ou outra falha de acabamento, mas passou bem em homenagem às Mães da Sé. Antes dele, veio uma bela fantasia da ala das baianas homenageando as próprias baianas, as mães do samba. Outro destaque foi a estreia competente da Bateria Ritmo Que Incendeia de Mestre Carlinhos, que segurou bem o regular samba da escola turbinado pelo seu intérprete.

O quarto setor foi o mais irreverente do desfile e trouxe os diversos tipos de mães. Fantasias descontraídas precederam aquele que seria o ponto alto da apresentação da escola. O samba já dizia: “tem mãe levando a culpa pelos erros do filho no jogo…”. Eu mesmo lembro de não entender bem esse verso, que foi devidamente explicado no quarto carro. Em meio às mães que entram com seus filhos no ringue, às supermães, às mães protetoras e a diversos outros tipos de mães, estava a mãe do juiz, a mais vilipendiada das mães. O carro tina alguns problemas de concepção e realização, mas foi uma ótima sacada.

Por fim, a Dragões homenageou mães que não são nossas mães, como as avós e as sogras. Chamou a atenção a fantasia das passistas sobre as mães modernas que saem para as baladas junto com seus filhos, mas o destaque ficou mesmo para o fim. A última ala, toda em branco, representava as mães que já faleceram e permanecem na mente dos filhos. O último carro, com dois belos dragões e inúmeras caixas de presente, trazia fotos das mães dos componentes da escola. Sem dúvida, uma ótima estreia que, se não credenciava a Dragões a brigar pelas primeiras posições, ao menos não trazia o menor risco da escola voltar ao Acesso.

Quem também fez uma ótima apresentação foi a Pérola Negra, com o enredo “A pedra que canta também samba. Itanhaém, hoje a Pérola é você!”. Embora o excelente samba-enredo não tenha rendido como esperado (exceto em uma fantástica paradinha da bateria que levantou o público), a escola da Vila Madalena mostrou mais uma vez a competência do seu Carnavalesco e fez uma apresentação de muito bom gosto.

A comissão de frente, embora bastante inferior a dos anos anteriores, cumpriu bem o seu papel ao simbolizar os retratos feitos por pintores estrangeiros que desembarcaram em Itanhaém. O carro abre-alas provou mais uma vez o enorme talento do Carnavalesco André Machado ao representar o encontro entre os índios nativos e os jesuítas que chegaram ao litoral paulista. Um enorme padre com um crucifixo nas mãos catequizava os índios que vinham na lateral. Um carro de simples leitura e muito bem acabado.

As fantasias foram um show à parte. A da ala das baianas, que precedeu o abre-alas, foi a que mais me agradou, lembrando da fé dos habitantes locais em Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade. André seguiu sua característica maior e caprichou nos detalhes e na leitura simples. Mesmo com recursos mais escassos, foi muito feliz na concepção e na realização dos figurinos. O segundo setor destacou o intercâmbio entre nativos e colonizadores e reviveu a história do aventureiro Hans Staden, que foi sequestrado por índios canibais e fugiu em um corsário francês. O carro estava muito bonito e também tinha leitura simples.

O terceiro setor viajou um pouco pela Itanhaém antiga, com sua arquitetura colonial, e também as riquezas naturais. A fauna e a flora diversificadas fizeram a cidade ficar conhecida como “A Amazônia Paulista”. Essa diversidade veio no terceiro carro, que tinha na parte dianteira peixes (até um pouco parecidos com os do último carro da Mancha Verde) e, na parte traseira, uma floresta. Mais uma vez o acabamento foi o destaque.

Nos dois últimos setores, o desfile caiu um pouco em termos plásticos. O passeio pelas festas populares, pela culinária e pela devoção dos habitantes de Itanhaém ganhou fantasias de fácil leitura, mas um tanto mais simples que as demais. Já o quarto carro, “A festa do divino”, apresentou algumas falhas de acabamento. Por fim, a Pérola relembrou as atividades turísticas da região e, aí, André Machado não conseguiu ser muito criativo nas fantasias. O último carro, com um enorme brasão do município e um telão exibindo imagens da novela “Mulheres de Areia”, que foi gravada por lá, também não se destacou. Ainda assim, a escola da Vila Madalena fez mais uma apresentação bastante simpática (embora ligeiramente inferior à dos dois anos anteriores) e provavelmente ficaria tranquila ali pelo meio da tabela.

mocidadealegre2012cQuem não queria saber de meio de tabela e queria voltar a brigar pelas primeiras posições era a Mocidade Alegre, que pisou forte, muito forte na Avenida para defender o enredo “Ojuobá – no céu, os Olhos do rei… na Terra, a morada dos milagres… no coração, um obá muito amado”. Tendo como pano de fundo a Tenda dos Milagres e o centenário do escritor Jorge Amado, a Morada do Samba fez um desfile de estética pesada e, ao mesmo tempo, emocionante. O lindo samba-enredo, em minha opinião o melhor em uma safra de altíssimo nível, balançou as arquibancadas com a cadência sempre firme da Bateria de Mestre Sombra (faça-se a ressalva de que a arquibancada deu uma leve murchada do meio pro fim).

A comissão de frente trazia os Orixás em uma exaltação a Xangô, o deus da Justiça. Ele quem foi chamado para atender o clamor de Ojuobá. A boa coreografia precedeu um extraordinário abre-alas. Ele podia não ser tão grandioso e luxuoso quanto outros que passaram pela Avenida, mas era de uma beleza impressionante. Uma linda escultura de Xangô com seu martelo representava a força desse orixá. A caracterização do carro, como não podia deixar de ser, teve muito fogo. Com tonalidades mais escuras, o carro estava belíssimo.mocidadealegre2012c

Diga-se de passagem, esse início era contado de maneira brilhante pelo samba, que dizia: “kaô, kabecilê! Kaô, meu pai Xangô! Ouça o clamor de Ojuobá! É fogo! É trovão! É justiça”. A linda melodia combinava justamente com a abordagem do enredo. Em seguida vinha o tal clamor de Ojuobá, que era uma era de justiça e igualdade racial. O segundo setor teve fantasias onde prevaleceu uma divisão cromática diversificada. As alas que representavam os negros vieram com tonalidades mais escuras, enquanto o amarelo e o branco apareceram para contemplar “a liberdade a quebrar correntes”, como também dizia o samba. O segundo carro estava muito bonito, simbolizando justamente esse momento da quebra das correntes. Nada muito grandioso, mas com certeza muito bonito. Destaque ainda para uma ala que trazia duas mãos negras livres das correntes.

O terceiro setor passeou pela Bahia retratada na obra de Jorge Amado. Tal como os carros alegóricos, as fantasias apresentaram um acabamento impecável e a Morada ainda apostou em várias alas teatralizadas que tiveram ótima comunicação com o público e ajudaram na compreensão do enredo. O terceiro carro seguiu a linha dos dois anteriores: não foi nada espetacular em termos de luxo, mas cumpriu bem o seu papel ao retratar a arquitetura baiana, o modo de agir dos habitantes, etc. Não é preciso nem dizer que os componentes desfilaram com muita garra. Vale mais uma vez lembrar que a escola havia sofrido um grave incêndio em seu barracão, o que até a ajuda a explicar o desfile um pouco menos luxuoso. Ainda assim, insisto, não há o que reclamar do conjunto alegórico da escola.

Os carnavalescos Sidnei França e Márcio Gonçalves abordaram, no quarto setor, a mistura entre religião e folia, entre o sagrado e o profano. O quarto carro foi o único não tão bonito do desfile, até por conta da concepção complicada. A exemplo do que já aconteceu em outras oportunidades com a Morada, o ponto alto veio mesmo no final, veio com a consagração de um obá muito “Amado”. Sim, com letra maiúscula. A linda alegoria que encerrou o desfile trazia uma enorme mãe de santo com uma das mãos sobre a cabeça de um Jorge Amado de joelhos. Ele, assim, era coroado um Obá de Xangô. Com essa mensagem, a Morada encerrou mais um desfile histórico se colocando ao lado da Rosas de Ouro como grande favorita ao título.

Mas ainda faltavam quatro escolas para desfilar e uma delas era a Águia de Ouro com o enredo “Tropicália da paz e do amor. O movimento que não acabou”. Embalada pelo ótimo desfile de 2011, a escola vinha cercada de expectativa, mas decepcionou. O Carnavalesco Cebola não foi muito feliz na concepção das alegorias, o que refletiu em um desfile mediano com alguns bons momentos. Com um ótimo enredo e um samba de qualidade, a escola da Pompéia acabou tendo uma atuação discreta em termos de harmonia.

Nos quesitos plásticos, a comissão de frente passou cumprindo o seu papel, mas sem chamar muito a atenção. Já o carro abre-alas, decepcionou. Exaltando as riquezas naturais do Brasil, ele pecou pelo excesso de verticalização e também por ser muito simples. Nas fantasias, a azul-e-branca apresentou alas com fácil leitura, mas, ao mesmo tempo, com figurinos de pouca criatividade e, em alguns casos, sem muita beleza. Um dos grandes momentos do desfile foi o segundo carro, que prestou uma homenagem aos músicos do período do Tropicalismo. Depois do setor que exaltou grandes figuras do movimento, este carro apresentou tanques de guerra e um destaque vestido como militar. Na parte traseira, um destaque com corda no pescoço lembrava Vladmir Herzog. À frente, uma enorme escultura de Geraldo Vandré. O carro ainda mencionava o movimento antropofágico de Oswald de Andrade. Apesar de uma ou outra falha de acabamento, estava bonito.

O terceiro setor percorreu os anos de chumbo e as influências vindas dos Estados Unidos. Lembrada como a “Mãe do Tropicalismo”, Carmem Miranda foi homenageada em uma bonita fantasia, mas o carro que fazia menção aos festivais de MPB decepcionou pela pouca criatividade e pelo acabamento falho. No setor seguinte, foram destacados os diferentes setores da arte que foram abalados pelo tropicalismo. A música, as artes plásticas, o teatro e o cinema foram mencionados através de obras como “Terra em Transe” e “O Rei da Vela”. O quarto carro, tentando justamente misturar tudo, estava muito colorido, mas não muito bem executado.

Para fechar, a escola homenageou artistas que são o legado do Tropicalismo e também o Velho Guerreiro, Abelardo Barbosa, o Chacerinha. Ele ganhou uma bela escultura no último carro, cercado por destaques que representavam chacretes e outros artistas como Tim Maia. Ao longo do desfile apareceram, em pessoa, Rita Lee, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Fernando Meireles, dentre outros. Apesar dos nobres convidados, não foi um desfile dos melhores. Para piorar, a escola evoluiu muito lentamente pela Avenida e o último carro, que ainda precedia uma ala, a bateria e o carro de som, chegou ao meio do Anhembi a cinco minutos dos 65 regulamentares. A correria foi geral, mandando a evolução para o espaço para que a Águia pudesse iniciar o fechamento dos portões com 1:05:56. Sim, por quatro segundos a escola da Pompéia não foi penalizada por estouro do tempo.

vilamaria2012Quem também decepcionou foi a Vila Maria, que teve uma apresentação apenas regular no enredo “A força infinita da criação, Vila Maria feita a mão”. O Carnavalesco Chico Spinosa desenvolveu o enredo com alguma correção, mas o mesmo não rendeu por conta das fantasias e alegorias de difícil leitura. O samba, que não era perfeito, mas tinha uma melodia bem trabalhada, foi brilhantemente conduzido por Nêgo (em sua única aparição nos desfiles de São Paulo até hoje) e contou com um bom desempenho da Cadência da Vila de Mestre Mi. Ainda assim, não “pegou” nas arquibancadas.

A comissão de frente tinha uma ideia interessante ao trazer a mão que fez a luz com componentes todos trajados em preto. Por outro lado, o tripé que tinha uma bomba em seu topo não era dos mais belos e apresentou falhas de acabamento. O carro abre-alas, que trazia as mãos do Criador até apresentou um bom acabamento, uma ótima iluminação e um tamanho razoável, mas era de difícil leitura. O segundo setor percorreu a trajetória das mãos na Idade Média, lembrando, dentre outras coisas, da descoberta do fogo, mas o carro “Aurora dos Tempos” também decepcionou. A parte a bela escultura de uma mulher com as mãos para o alto como se estivesse rezando, a concepção foi confusa e destoou do bom acabamento. Já o terceiro carro, que chegou a sofrer um princípio de incêndio na concentração, foi na mão exatamente inversa: a ideia de retratar a evolução tecnológica foi transmitida com exatidão, mas o carro não estava muito bonito.

As boas fantasias salvaram um pouco a plástica do desfile. Embora, insisto, não tivessem boa comunicação com o público, as alas vieram trajadas com bons figurinos. Também chamou a atenção um tripé com uma mão decorada com símbolos hippies fazendo o sinal de paz e amor. O quarto setor foi o melhor de todo o desfile lembrando as mãos que fazem o artesanato. As artes brasileiras foram exaltadas em alas muito bonitas, coloridas e de boa comunicação com o público. O quarto carro, que trazia diversos tipos de artesanato, também estava bem bonito. Por fim, a Vila Mais Famosa lembrou das mãos que fazem Carnaval e encerrou sua apresentação com muita festa no último carro, que trazia a velha guarda na parte superior. Foi um desfile com bons e maus momentos, que provavelmente perambularia ali pelo meio da tabela.

Última das favoritas a abrir seu desfile, a Gaviões da Fiel chegou desfalcada do seu homenageado. O ex-Presidente Lula, recuperando-se de uma quimioterapia para tratar um recém-descoberto câncer na garganta, não foi liberado pelos médicos para ir ao Anhembi. O local onde ele viria no último carro alegórico foi substituído por um símbolo do Corinthians com um telão de LED que exibia a mensagem gravada pelo petista incentivando os componentes e justificando sua ausência na apresentação do enredo “Verás que o filho Fiel não foge à luta – Lula, o retrato de uma nação”. Ele foi representado por sua mulher, Dona Marisa, que prometeu “sambar o desfile inteiro”. Para completar, o esquenta da escola foi com “Xeque-Mate”, o samba de 2002 que criticava o modo como as coisas andavam no Brasil e previa um futuro melhor.

O início do desfile da Gaviões foi bastante promissor. A escola foi uma das únicas a apresentar uma excelente comissão de frente. Sete componentes traziam personagens como a criança, a mãe, o cangaceiro, o metalúrgico e o Presidente. Ao fundo, quatro placas que reproduziam páginas de cordel traziam desenhos típicos dessa literatura com quatro momentos da vida de Lula: a infância pobre, a chegada a São Paulo, a atuação como líder sindical e a consagração como Presidente da República. Já o carro abre-alas trouxe um gavião carcará, ave típica do Nordeste. A alegoria trouxe uma impressionante riqueza de detalhes e destacou o chão rachado, a seca e o cenário do Sertão Nordesrino.

O desfile seguiu em ritmo acelerado no segundo setor. Com boas fantasias, a escola abordou, de uma só vez, a viagem para São Paulo, o trabalho como metalúrgico, os discursos no ABC e a fundação do Partido dos Trabalhadores. O segundo carro, a despeito de não ter uma concepção muito feliz, estava interessante ao representar a luta do bem contra o mal. O bem não era apenas o PT, mas todos os partidos fundados durante o fim do Regime Militar. O mal era justamente a ditadura. À frente, uma bela pomba branca representava a anistia dos refugiados políticos.

O terceiro setor deixava claro a intenção do enredo de mostrar que a vida de Lula era a vida de todo brasileiro. O lado pessoal do Presidente, seus ideais, os tempos difíceis e a insistência nas candidaturas presidenciais precederam o terceiro carro, que se chamava “A barca da cidadania em direção ao Coração do Brasil”. Um enorme barco trazia centenas de desfilantes vestidos de marinheiros e segurando cartazes com dizeres como “emprego”, “moradia”, “saúde”, etc. Quando esse carro se aproximava do meio da Avenida, veio a grande surpresa. A bateria Ritimão estava vestida de operário, com um macacão prateado e um chapéu preto. Até que veio uma fantástica paradinha e, enquanto a bateria parou, os ritmistas trocaram de roupa. De operários, viraram Presidentes com faixa e tudo.

Já no quarto setor, vinham os desejos do povo como comida na mesa, educação, habitação, etc. Desejos que pareciam utopia e que, dentro do enredo, foram atendidos com a chegada de Lula à Presidência. Esse momento veio representado no quarto carro, que tinha uma concepção interessante ao retratar a arquitetura de Brasília e o trajeto feito de carro pelo Presidente, que foi interpretado pelo ator Fábio Assunção, no dia da posse em 1/1/2003. Por outro lado, o carro estava bastante pobre em termos de acabamento.

O último setor foi, como em muitos desfiles da Gaviões, um pouco deslocado. Depois de tanto falar da Nação Brasileira, o desfile falou da Nação Corinthiana, que vinha para aclamar o corinthiano Luiz Inácio Lula da Silva. O último carro, com jogadores e o já ex-Presidente do Corinthians Andrés Sanchez, trazia São Jorge iluminando essa outra Nação. O ótimo rendimento do belo samba-enredo e o sacode dado nas arquibancadas credenciavam a Gaviões a sonhar com o título, embora o desfile tenha ficado no mesmo patamar de Vai-Vai, Tucuruvi e Mancha e, consequentemente, abaixo de Rosas e Mocidade.

Encerrando o Carnaval já no amanhecer, a Tom Maior fez um bom desfile dentro das suas condições e transmitiu uma bela mensagem no enredo “Paz na Terra e aos homens de boa vontade”. Sem muitos recursos, mas contando com o talento do Carnavalesco Marco Aurélio Ruffim, que voltava à escola, a vermelho-e-amarelo tinha um belo samba e passou animada, agradando o público que ficou até o fim dos desfiles.

O carro abre-alas pedia ajuda divina para resolver os problemas da Terra e estava muito bonito. Mesmo sem luxo, a alegoria estava bem acabada e tinha belos guardiões celestiais intercedendo no Mundo. A viagem pelo caos começava com o Meio Ambiente, tão maltratado pelos homens. O segundo carro também passou muito bem, com árvores negras à frente de chaminés de indústrias que poluem o Planeta.

O terceiro setor prestou uma bela homenagem às pessoas que se destacaram na luta por mundo melhor. Destaque para a ala “Tributo à Dorina Nowill – Doação de Córneas”, cujos desfilantes traziam sombrinhas que, vistas do alto, pareciam olhos. Diga-se de passagem, a excelente divisão cromática e o trabalho cuidadoso dos ateliês fizeram o conjunto de fantasias surpreender. Já o terceiro carro foi, talvez, o pior de todo o Carnaval de 2012. Pobre e muito mal acabado, ele reproduzia o papel do Estado na construção de uma sociedade mais justa e não deixou saudades.

A reta final do desfile foi boa. Gostei muito da ala com cores alegres representando a necessidade de se olhar com mais carinho para os menores abandonados, mas a quarta alegoria não me agradou. Era o grande xodó do Carnavalesco e com razão porque a ideia era muito boa. Barracos típicos de uma favela apareciam protegidos por um caramujo enorme simbolizando a paz nas comunidades. O problema é que, para os barracos aparecerem, o caramujo tinha que ser apenas de ferro o que tornou inevitável a sensação de que a alegoria estava inacabada. O final, porém, foi emocionante. Uma linda homenagem ao eterno Presidente da escola, o Markinho, veio retratada com a chegada dele aos Céus em um carro todo branco e, embora modesto, muito bonito. Foi, sem dúvida, um lindo encerramento para um ótimo Carnaval. Um Carnaval de ótimos sambas, de desfiles de alto nível e que também servia para comemorar os 25 anos da Liga. Ao final da jornada de desfiles, Mocidade Alegre e Rosas de Ouro despontavam como as favoritas.

Mas um clima estranho pairava no ar naquela terça-feira, 21 de fevereiro. Um atraso inexplicável na apuração chamava a atenção. Só se sabia que os Presidentes estavam reunidos em uma sala de reuniões no Anhembi. Depois de quase uma hora de atraso, as explicações: dois jurados foram trocados na sexta-feira de Carnaval e os Presidentes foram avisados por email. Mas quem é que abre email na sexta de Carnaval? A discussão era sobre a validação ou não das notas e a maioria optou que, sim, as notas seriam válidas.

Ao final do primeiro quesito, alegoria, Vai-Vai, Rosas de Ouro, Tucuruvi, Mancha, Pérola Negra e Mocidade Alegre somaram 20 pontos, mas Rosas e Pérola dividiam a liderança por serem as únicas a levarem três notas 10. Em fantasia, Rosas, Tucuruvi e Mocidade seguiram invictas (a Morada na liderança por ter tirado três 10 no quesito contra dois das demais), agora com 40 pontos. A Vai-Vai tirou dois 9,9 e perdeu um décimo, enquanto Mancha e Pérola perderam três e quatro décimos respectivamente, afastando-se da briga.

Em enredo, foi a vez da Rosas perder 0,1 e ser ultrapassada pela Vai-Vai, que tinha os mesmos 59,9. A Mocidade seguia na ponta com os mesmos 60 pontos da Tucuruvi. A situação se manteve estável com as quatro líderes somando 40 pontos nos dois quesitos seguintes, mestre-sala e porta-bandeira e bateria. Mas, no sexto item de julgamento, harmonia, a Tucuruvi patinou. Com três 9,8, a escola perdeu quatro décimos e se afastou da briga, deixando a Mocidade isolada na ponta com 120 pontos contra 119,9 de Rosas e Vai-Vai.

O clima, que não estava muito calmo desde o início, foi para o espaço de vez no sétimo quesito, evolução. Enquanto Mocidade e Rosas somaram os 20 pontos, a Vai-Vai levou um 10, um 9,9 e um 9,6, perdendo assim mais um décimo e ficando 0,2 atrás da Mocidade. Mas não foi isso que fechou o tempo. A Gaviões, embora estivesse a quatro décimos da líder e, portanto, não brigasse pelo título, vinha em quarto lugar. Tirou um 10 e um 9,7 até que a jurada Mary Dana teve suas notas lidas e, entre elas, estava um 8,9 para a Gaviões. Foi simplesmente a nota mais baixa do ano. A torcida da escola se revoltou e ninguém entendeu nada. A calmaria voltou no quesito samba-enredo onde, na chuva de 10 habitual (das 42 notas, tivemos 27 notas 10, 13 notas 9,9, dois 9,8 e um 9,7), Rosas de Ouro e Vai-Vai foram duas das quatro escolas que perderam ponto: 0,1 cada (o Camisa perdeu 0,1 e a Pérola 0,2). Assim, a Mocidade entrou no último quesito com 160 pontos contra 159,8 da Rosas e 159,7 da Vai-Vai.

carnaval2012spAs notas do primeiro jurado de comissão de frente foram lidas. A Mocidade tirou 10, a Vai-Vai também e a Rosas um 9,9. Bastava um 9,9 no segundo jurado para a Morada ser campeã. Mas de repente o inesperado aconteceu. Um integrante da mesa da Império de Casa Verde pulou a grade que separa as diretorias da mesa apuradora, subiu no palco, tomou das mãos de Zulu, o locutor da apuração, as notas e simplesmente as rasgou.

Estava armado o quebra-pau. Rapidamente, diretores da Gaviões e do Camisa aumentaram o tumulto e não demorou para as arquibancadas entrarem no clima da confusão. Os torcedores saíram do Sambódromo e mais escolas estiveram envolvidas. Para falar a verdade, apenas Mocidade, Mancha, Dragões, Tom Maior, X-9, Águia e Tucuruvi ficaram totalmente fora da confusão. No auge do tumulto, o abre-alas da Pérola Negra, que estava ali na área de dispersão, foi incendiado por torcedores da Gaviões.carnaval2012spc

Um Carnaval lindo estava eternamente manchado. O samba paulistano vivia um dos mais tristes capítulos de sua história, passando vergonha para o resto do país e ninguém sabia o que fazer porque simplesmente não havia cópia das notas rasgadas. Por volta da meia noite, decidiu-se que as notas de comissão de frente estavam anuladas, inclusive a do primeiro jurado que teve suas notas lidas e, portanto, a Mocidade Alegre foi campeã seguida por Rosas, Vai-Vai, Mancha e Vila Maria, que foram ao desfile das campeãs. Na sequência vieram Tucuruvi, Tom Maior, Dragões, Gaviões, X-9, Império e Águia de Ouro. Caíram a Pérola Negra, com 158,1 pontos (0,5 atrás da Águia) e o Camisa, com 156,9. O rebaixamento do Trevo, embora me soe injusto, é discutível. Já o da Pérola Negra, é daqueles que só os jurados viram. No Acesso, vitória da Nenê, que subiu com quatro décimo de vantagem ao lado da Acadêmicos do Tatuapé, que superou no desempate a Leandro de Itaquera.

Curiosidades

– Nada de novidades na transmissão da Globo. Cléber Machado e Mariana Godoy continuaram na narração, enquanto Chico Pinheiro comandou o Estúdio Globeleza ao lado dos comentaristas Leandro Lehart, Célso Viáfora, Negra Li e Aílton Graça.

– Foi o último trabalho do Carnavalesco Roberto Szaniecki em São Paulo até o presente momento. Após o resultado ruim, ele não renovou com a Império de Casa Verde.

– Tinha início naquele Carnaval uma verdadeira peregrinaçào da Tucuruvi em busca de um intérprete. Inicialmente contratado para substituir Freddy Vianna, que estreou pela Mancha Verde, Vaguinho se desligou da escola após a disputa de samba e foi substituído por Igor Vianna. Igor Sorriso, em 2013, Wantuir, em 2014, e Clayton Reis, agora em 2015 (a princípio ele teria a companhia de Silvinho e Walter Jr., o que não ocorreu), seriam os cantores principais da escola nos anos seguintes.

– Último desfile de Douglinhas Aguiar como intérprete principal no Grupo Especial. Rebaixado com a Pérola Negra, ele cantaria em 2013 no Acesso e anunciaria sua aposentadoria na final de samba-enredo da escola para 2014. Douglinhas deve estar no carro de som de Águia de Ouro e Pérola Negra, com uma participação especial, em 2015.

– A Presidente Solange Bichara, a exemplo do que havia feito em 2007, participou da faixa da escola no CD oficial, declamando os versos finais do samba antes do grito de guerra do intérprete Clóvis Pê.

– A propósito, naquele ano o CD teve uma produção diferente. Em vários momentos os intérpretes se calavam para que o coro das escolas cantasse sozinho. O resultado final não foi muito satisfatório.

– O Carnavalesco Anselmo Brito assinou pela terceira e, por ora, última vez um desfile no Grupo Especial. Nas três oportunidades fez o desfile que abriu o Carnaval e, em todas elas, foi rebaixado. Em 2007 pela Imperador do Ipiranga e em 2012 pelo Camisa em último lugar. Em 2010 pela mesma Imperador em penúltimo.

– Fim da mais longa passagem da Pérola Negra pelo Grupo Especial. Foram sete Carnavais na elite de 2006 a 2012.

– Por falar em Vaguinho, começou ali naquele Carnaval a trajetória de sucesso do cantor na Acadêmicos do Tatuapé. O desfile também serviu para estreitar a ligação entre a azul-e-branco e Leci Brandão, que foi a homenageada do enredo e se tornou madrinha da escola. Meses depois, Vaguinho diria em entrevista que o rebaixamento pegou a própria escola de surpresa.

– O samba da Nenê de Vila Matilde, campeã do Grupo de Acesso com sobras, tinha nada menos que 45 versos.

– A propósito, o Grupo de Acesso foi exibido pela TV Cultura em pareceria com o SBT, que forneceu os equipamentos que seriam usados na transmissão do desfile das campeãs.

– As lentes Transitions, que estamparam as camisetas dos diretores da Império de Casa Verde, acabaram associando sua marca ao rapaz que rasgou as notas e iniciou toda a confusão.

– Como consequência da briga, foi a última vez até o momento em que houve a presença de torcedores na apuração.

– Para acabar com qualquer dúvida, foi encontrada, em meio à pancadaria, a nota 10 para a Mocidade Alegre de um dois jurados de comissão de frente que não tiveram suas notas lidas. Com esse 10, a Morada do Samba garantiria o título de qualquer forma.

– Um dos episódios mais tristes do Carnaval de São Paulo serviu para, ao menos, consagrar uma frase do Presidente Neguitão, da Vai-Vai. Antes do início da leitura das notas, ao explicar à imprensa os motivos do atraso, ele disse que ele e outros presidentes sentiram “um cheirinho de clorofila no ar”.

– A Presidente Dilma Rousseff teve um espaço previamente reservado no Sambódromo para acompanhar os desfiles, em especial o da Gaviões da Fiel, no sábado. Porém, com a ausência de Lula, a Presidente também cancelou sua ida ao Anhembi.

Vídeos

O desfile do Camisa (com a emocionante largada nos minutos iniciais)
https://www.youtube.com/watch?v=febteqIQM7g

As mulheres brilhantes da Vai-Vai
https://www.youtube.com/watch?v=dT5CIYCo_v0

A vice-campeã Rosas de Ouro

Os minutos que precederam e entrada da Mancha na Avenida
https://www.youtube.com/watch?v=Ji0UWKf7odQ

Daniel Collête incendiando a Dragões
https://www.youtube.com/watch?v=5pOPflAPbOc

A injustamente rebaixada Pérola Negra

A campeã Mocidade Alegre

Gaviões homenageando Lula

O momento do quebra-quebra na apuração
https://www.youtube.com/watch?v=c50iNIhFm4U

37 Replies to “Bodas de Prata – 2012: Mocidade supera incêndio e vence Carnaval marcado por confusão histórica na apuração”

  1. Pérola Negra, uma escola extremamente injustiçada. 2009, 2010, 2011, 2012, com um pouco de boa vontade conseguiria algo melhor. Todos sambas maravilhosos. Destaques no visual em 2009 e 2012 e em 2010 na emoção. Em 2012 o rebaixamento foi simplesmente CRI-MI-NO-SO, não consigo achar outra palavra.

    Gosto demais dessa escola e espero que ela volte logo ao grupo especial.

    1. Depois da confusão, Império e Camisa deveriam ser rebaixadas e a Gaviões deveria ficar sem o dinheiro da prefeitura.

      As duas primeiras começaram o quebra-pau no Sambódromo. Nada mais justo. A Gaviões protagonizou mais vexames com sua torcida.

  2. Assisto direto essa entrada do Camisa, minha escola em Sp. Foi emocionante ! Longe se der um desfile que não corresse riscos de queda, entretanto, é discutível. Achei um desfile melhor do que a X-9 por exemplo.

  3. 2012, tenho alguns comentários sobre os desfiles e o que aconteceu depois.

    Na minha opinião caía o Águia e o Império de quem eu achei um desfile chatíssimo.

    Nas campeãs voltariam: Mocidade, Rosas, Vai-Vai, Mancha e Gaviões. Dragões e Tucuruvi viriam logo abaixo.

    Camisa fez um desfile complicado, mas foi melhor que o Império e o Águia pra mim. O Pérola então nem se fala. X-9 seria minha 12°colocada, Camisa em 11° e Tom Maior em 10°

    Título: Indiscutível vitória da Mocidade que fez um desfile excepcional nesse ano mesmo sem tanto luxo dado os problemas no pré-carnaval. O samba é top-3 da história da Morada junto com 80-81. A escola foi perfeita em todos os 9 quesitos e as notas refletiram isso com perfeição. O Rosas perdeu décimos fundamentais em samba-enredo e enredo (de forma justa é bom que se diga) o que sacramentou a taça no bairro do Limão.

    Pós-carnaval: Com os problemas da apuração, mas de 35 jurados em 2013 seriam novos e novas aberrações seguiriam acontecendo principalmente no quis diz respeito à rebaixamento. (Mancha 2013 é o exemplo).

    Além disso, Império e Gaviões teriam parte da subvenção da prefeitura cortada, se eu não estiver enganado, o Império em sua totalidade.

    Pós-carnaval da Mocidade: Com o problema da apuração, a escola passou a não ser mais indiferente ao público da apuração, virou a escola do carnaval roubado, a escola que compra desfile e blá blá. O que infelizmente é de se lamentar, principalmente de minha parte, pois sou torcedor da escola.

    Espero 2013 que teve a minha estreia no Anhembi e um título injusto da Mocidade Alegre na minha opinião.

  4. Sobre a Apuração: Lamentável, inaceitável, vergonhoso! Algo mais a dizer?

    Outra curiosidade: foi a última vez que a Globo transmitiu o desfile de SP para todo o Brasil, a partir de 2013 só o RJ não assistiria o desfile paulistano, ficando com a transmissão da Série A.

    1. Na verdade, os desfiles já não eram exibidos para todo o Brasil porque a RBS TV exibia os desfiles de Porto Alegre. Mas, de fato, a última vez que foi exibido pro Rio.

      1. Outra curiosidade: Assim que foi proclamado o resultado do Especial, torcedores (que estavam desde as 4 da tarde e mal imaginavam que a confusão aconteceria) se revoltaram e hostilizaram Solange Bichara, teve um torcedor que gritou: “Parabéns Solange, mais um carnaval, agora desfila sozinha!” ela se defendeu dizendo: “não fui eu que rasguei as notas”

        1. Foi a partir daí que começou os problemas junto ao público da Mocidade Alegre, a escola que nunca foi um exemplo de popularidade acabou vendo por terra o pouco que tinha graças aos problemas da apuração.

        2. Aliás, sei que foi espírito de porco de minha parte, mas eu ria às gargalhadas vendo esta confusão na apuração paulista deste ano…

          1. De certa forma me lembrou dos tempos “românticos” do carnaval do Rio, onde volta e meia o pau quebrava nas apurações – a ponto de se levar em determinada época a apuração para dentro de um quartel da PM

          2. Sinceramente eu achei tudo lamentável.
            O meu espírito de porco se manifestou por quase dar razão a toda a confusão. A Gaviões foi assaltada neste ano, e tentou corrigir de alguma forma.

            …em outros lugares, faz-se silêncio, e fica como está. Aí, num ano qualquer, alguém leva um tapa, não gosta, e muda o jogo todo. Jogo este que durante tanto tempo o favoreceu. Continua o silêncio…

      2. Se eu não me engano este ano as praças poderão escolher se irão passar São Paulo ou o Acesso do Rio, tal qual feito para o futebol

      3. Diga-se de passagem, em 2012 a Globo aqui no Rio levou um pau de audiência da transmissão do Acesso – e muito por isso se criou o Acesso em dois dias, um pouco pela derrocada da Le$ga, um pouco pela vontade da Riotur, um pouco pela vontade da emissora

        1. A apuração no dia foi trágica pra mim, primeiro porque eu estava esperando a nota 10 pra soltar o grito que já estava engasgado fazia dois anos, depois teve o lance do carro da Pérola que acabou de vez com o meu carnaval, mas depois de um tempo a confusão passou a ser menos dolorosa pra mim, mas foi muito difícil naquele dia dar alguma risada, infelizmente.

          Sobre audiência, o carioca prefere mesmo as escolas do Acesso ao Especial paulista e isso faz todo sentido.

          E pra fechar sobre a situação das praças escolheram, se for verdade, a maioria acredito que eu preferirá SP por enquanto.

          1. Engasgado por dois anos?? Rosas 2010 e Vai-Vai 2011 não perderiam de forma alguma!!

            Véio, parece torcedor da Beija-Flor, que perde em um ano e vem “mordido”, como se tivesse num jejum daqueles.

            A Mocidade Alegre é a escola a ser batida, é super organizada, mas achar que “somos foda e quando perdemos é injusto” é o que fez a escola ser tratada com desdém pelos torcedores!

  5. Mais um texto muito bacana, Léo. Só não concordo com “samba regular” da Dragões (acho bem bom) e “samba de qualidade” da Águia acho beeem fraquinho hehe. E, claro, o absurdo rebaixamento da Pérola, a maior sacanagem que já fizeram e que conseguiram repetir em 2014…enfim, que volte esse ano e não caia em 2016 pq é uma escola sensacional.

    1. O rebaixamento da Pérola em 2014 foi absurdo, mas as vezes acho que o de 2012, mesmo com um desfile bem inferior, foi mais porque teve mais escolas que foram muito piores. Valeu!

        1. Pérola 2012. Imperinho não mereceu cair porque São Clemente e Vila Isabel foram piores, mas fez desfile de rebaixado.

  6. Esse carnaval de 2012 foi uma confusão ímpar. Mas vamos aos comentários:

    – A Camisa e a Pérola mereciam ficar no GE, a despeito das últimas colocadas Águia e Império. Menos mal que o Águia (incorporando espírito da Imperatriz) fez um desfile campeão no ano seguinte, já o Império continua sendo uma das minhas favoritas ao descenso a cada carnaval que se passa.

    – Falando na Casa Verde, fiquei surpreso no esforço do rasgador de notas em se passar por dirigente, ao usar a camisa da escola junto a pulseira e o óculos da patrocinadora.

    – Extremamente lamentável o que os torcedores da gaviões fizeram com o carro da Pérola. Isso deveria ser punido com perda de pontos. Além de que não nada certo ver dirigente do Camisa chutando um mar de notas e amassando os troféus.

    – A Tatuapé fez um bom desfile no acesso. Começava aí a terceira passagem do Tatu no GE (e talvez a mais proveitosa).

    – A Mocidade fez um desfile ótimo, com direito a Aline (rainha de bateria) em um momento do desfile ter subido em um “palco” no meio da bateria e começado a batucar junto.

    – 2012 também começou a alegria da escola do limão e o tormento da Freguesia do Ó: Tricampeã e Tri-vicecampeã respectivamente.

    – O samba da Império até que foi divertido de se ouvir na avenida. Torci muito o nariz pra “onda do esquimó zoar”.

    – O desfile da Rosas foi o tapa na cara de 2012. Achei que iria ficar muito forçado a junção de Roberto Justus e a Hungria, porém gerou um belíssimo desfile.

    – Tom Maior e Mancha mereciam colocações melhores. Ambas fizeram desfiles emocionantes (até me lembro de torcer pra Tom terminar com um 7º).

    – A apuração do Acesso só começou a noite, devido ao tumulto causado.

    E mais uma vez, ótimo texto Dahi. Só teve um pequeno erro: acredito que o Vaguinho e a Tatuapé tenham ficados surpresos com a subida da escola, e não do rebaixamento dela rs

    1. Eu estava lendo o texto agora mesmo e pensei: “opa, errei”. Hahahahah. Claro, claro, ficou surpreso com o acesso.

      1. Na verdade eu sempre assumo qualquer responsabilidade sobre isso, porque admito ter a “mão pesada” (Para algumas pessoas próximas, pesada até demais…) para avaliar as Escolas de Samba, principalmente no quesito “Alegorias & Adereços”.

        P.S.: desde 2012 dedico-me a observar apenas o quesito “Alegorias & Adereços” no intuito de poder dissertar melhor sobre o assunto. Acho complicado ficar de olho em 9 itens, pois arece que sempre falta alguma coisa.

  7. Só reforçando, a RBS Florianópolis não transmite o Sábado de Carnaval Paulista desde 2006, exibindo os desfiles da Nego Querido que esse ano aliás contára com 6 escolas no Grupo Especial e 3 no Acesso.

    O carnaval de 2012 foi marcante e um ano de ótios desfiles. Em relação à minha escola de coração, eu fiquei decepcionado com o que vi. Mas satisfeito é claro com o 5º lugar.

  8. Bom… embora a Gaviões tenha feito um desfile bem aquém do que se espera (e eu ter torcido contra, só por causa do Lula), 8,9 foi de lascar!! Só aquela palmeirense viu!!

  9. Rodrigo, engasgado é uma maneira de dizer. Até porque a Mocidade em 2011 pra mim tinha totais condições de ser campeã e perdeu num erro dela, 2010 acho mais complicado, mas também não foi injusto, perdeu também numa falha dela, essas falhas acabam deixando aquele gosto amargo, mesmo assim não questiono os dois vencedores, foram merecedores, o que eu quis dizer foi que a Mocidade poderia ter vencido ambos, mas por conta de erro dela mesmo, não venceu e quando mereceu vencer infelizmente mais uma vez ficou esse gosto amargo. Apenas isso.

    1. Sim, eu te dou razão, Bruno.

      É que o jeito que você escreveu pode soar, para alguns como “só a gente tem condições de vencer”. Por isso fiz a comparação com a Beija-Flor, onde os nilopolitanos desdenham de qualquer uma que vença o Carnaval (obviamente não foi o seu caso).

      Mas a questão, infelizmente, é que a Mocidade Alegre não goza de boa reputação frente aos torcedores das co-irmãs, o que é uma tremenda injustiça, porque a escola do Limão tem uma baita estrutura, de causar inveja a muita escola carioca.

      E até porque, dentro do que se sabe, a escola nunca ganhou um Carnaval roubado, tipo 2001 e 2003 no Rio de Janeiro. Por isso não entendo a empáfia de ALGUNS torcedores da rubro-verde!

      1. Rodrigo, antes de qualquer coisa obrigado por me entender.

        Sobre alguns torcedores terem empáfia e de se lamentar, mas infelizmente quase todas as escolas tem torcedores assim, seja a Mocidade ou qualquer uma outra.

        Infelizmente por conta desses e de problemas que aconteceram na apuração de 2012 a Mocidade passou a ser vista como “a escola do título roubado” em SP, o que infelizmente não é verdade.

        Apesar de eu mesmo achar que em 2013 não merecíamos vencer, a Mocidade felizmente para mim entra sempre pra disputar, vencer ou não é consequência.

        Mais uma vez agradeço à você a entender o meu comentário e peço desculpas por ter me feito entender mal.

  10. E a Mocidade é só uma escola como as outras e como eu mesmo escrevi, em 2013 por exemplo não merecia vencer por conta de erros dela mesmo na escolha do enredo que ficou confuso e do samba que era falho, eu que fui ao Anhembi saí decepcionado com a escola e de minha parte não seria a campeã, mas em 2012, infelizmente graças a problemas que não tem nada a ver com a escola, ficou essa lembrança ruim, foi exatamente isso que quis dizer.

  11. Boa noite!

    Meu caro:

    Chego atrasado (De novo!) mantendo o meu padrão de comentários. Ou seja, parece que vi outro desfile! Já nem me espanto mais, pois isso demonstra o quão difícil é avaliar a festa.
    Novamente de volta a sampa, em 2012 a coisa foi mais organizada de minha parte! Descolei um quarto no Íbis Barra Funda, praticamente do lado do sambódromo (Além de o quarto ter vista para o Anhembi, dá para ir a pé!). Também cheguei na quinta-feira, o que me possibilitou visitar os barracões, as quadras e o próprio sambódromo na noite anterior ao início dos trabalhos, e já entrar no clima.
    Sobre os desfiles, vamos com calma um a um! Como 2012 é um ano mais recente, eu me lembro de muito mais detalhes do que os anteriores. Daqui para frente, será assim.

    – Camisa
    Visitando a quadra na quinta-feira (Véspera do desfile) era meio triste ver os maltratados instrumentos da bateria, na cor branca, recebendo corações de contact vermelhos. Estava ali demonstrada a dificuldade financeira da escola, ainda que as fantasias (Que aguardavam serem buscadas) estivessem muito vistosas.
    Falando em bateria…a Furiosa é um show! Valeu por ela! Aliás, Agnaldo voltaria a cantar o amor pela Nenê em 2014.
    Outra: o abre-alas não estava bonito! O Cupido era “duro”e meio desproporcional em suas partes.

    – Império
    Novamente uma decepção que em nada lembrava os áureos tempos de Chico Ronda.
    Aquela bizarra Comissão de Frente já dava o tom dos muitos erros que o Tigre cometeria.
    O abre-alas até impressionava um pouco na concentração, mas só isso. não mudou quase nada ao entrar na pista, cujo excesso de claridade acabou com sua iluminação… Além disso, a parte traseira era bem mal acabada, destoando do resto.
    O segundo carro era vazado…e só!
    Voltando um pouco no tópico “esculturas mal feitas”, uma delas no terceiro carro estava com o braço mole…

    – X-9
    Medo! Enredo difícil. Samba para engolir. Aquela Comissão de Frente…e o abre-alas! A ta máquina parecia ter vermes saindo do “abdômen”. Fora que a combinação de laranja com prata ficou péssima!
    …e só!

    – Vai-Vai
    Aí começou o carnaval!
    O samba era dose (Coisa de patrocínio)…
    Não curti a Comissão de Frente. Diante do que estava por vir, era simples demais, e pouco vistosa. Aquele pano rosa foi tão…pobre (E quase machista)…
    E que abre-alas! GIGANTESCO! Mal consegui enquadrá-lo estando bem em cima na arquibancada (Parte coberta da Monumental). Lindo Jardim do Éden todo em acetato e pet muito bem realizado!
    Ao contrário doque foi mencionado no texto, as fantasias não eram tão simples assim. Um “guia” fez falta num enredo aparentemente simples.
    Infelizmente o conjunto alegórico foi oscilando em padrão ao longo do desfile.

    – Rosas
    O luxo do Rosas estava APENAS nos materiais usados! A forma como estes materiais foram usados foi bem ruim!
    A presidente Angelina veio na Comissão de Frente! Ela era a rainha. Em muitos anos de carnaval, não me lembro de ter visto a “figura maior” de uma agremiação num setor de avaliação.
    Jorge Freitas e sua equipe deixavam cada vez mais evidente uma tendência: os “bolos alegóricos”! Os carros do Rosas parecem grandes bolos confeitados. São bonitos, mas estáticos, sem qualquer movimento ou iluminação que faça o carro “acontecer” na pista. São lindos na concentração. No desfile só fazem volume…

    – Tucuruvi
    O samba era meu favorito no pré-carnaval, mas se perdeu no desfile! Parecia descompassado, e afundou o belíssimo desfile do Zaca, tanto que as alas não cantaram, como você bem mencionou.
    O desfile foi visualmente belo, mantendo um padrão de qualidade do começo ao fim, mas foi chato, arrastado.

    – Mancha
    Bom samba. Boas cores. E boa sacada do enredo que “escapou” da mesmice do politicamente correto com criatividade.
    Infelizmente a execução desta idéia dava medo!
    A idéia da repetição do carro seria ótima, se os problemas de execução do desfile não fossem tão evidentes! Zoava-se na arquibancada que o abre-alas tinha dado a volta, e desfilado de novo (Numa alusão à pobreza da Escola em ter um último carro).
    Bem, um carro como aquele abre-alas já era ruim. 2 era ruim ao extremo!

    – Dragões
    Bom samba (Na Avenida, que fique claro!) e boas fantasias. Valeu o último carro, bem melhor que o primeiro e todos os outros!

    – Pérola
    Esperava mais do samba e da escola em si. O brilho acabou depois da Comissão de Frente e do Abre-alas.
    Gostei das fantasias, muitas das quais sem “cangalhas”.

    – Mocidade
    Aí a coisa ficou séria! Emocionante! Linda! Forte! Rasgando o chão mais forte que o Vai-Vai (Pelo menos em 2012…).
    Uma Comissão de Frente ágil, bem coreografada!
    Um samba para levantar geral!
    Confesso não ter entendido seu parecer sobre o conjunto alegórico. Vimos o mesmo desfile?
    O abre-alas era magnífico! Foi a melhor alegoria daquele carnaval!
    O segundo carro não era luxuoso? Como assim? Ele era feito de materiais simples, mas havia muito luxo e beleza (Ao contrário do Rosas, que usa materiais caros, e deixa os carros pobres…).
    …o único carro ruim era o último. Acho que o material (E o dinheiro) acabaram! Aquela escultura de Jorge Amado era dantesca de tão mal feita, mal resolvida, mal…qualquer coisa!
    Mesmo assim, foi 1 erro num desfile arrebatador!

    – Águia
    Outra decepção!
    Cebola persistiu em suas manias decorativas que enchem alegorias e fantasias com adereços desnecessários e feios.
    O samba já não ajudava…

    – Vila Maria
    Deu sono!
    Rolou até princípio de incêndio num dos carros (Não lembro qual). Por pouco uma tragédia não aconteceu…

    – Gaviões
    Aqui aconteceu uma das maiores INJUSTIÇAS do carnaval.
    Infelizmente vejo que a injustiça prevaleceu no texto sobre a Escola.
    Definitivamente fui obrigado a esquecer qualquer questão política para não condenar um desfile sobre o Lula.
    Felizmente a Fiel apresentou um carnaval tão contagiante, que qualquer resquício deste âmbito nem foi lembrado para que houvesse uma entrega ao “sacode” que a Gaviões deu no Anhembi.
    A Comissão de Frente foi a melhor do ano, e todos os carros e fantasias foram bem executados, de fácil leitura, e mantiveram bom padrão de confecção.
    Excelente sacada da troca de roupa da bateria, “solucionando” um problema que acontece quando ela volta para pista “destoada do enredo”. Até o momento, nenhuma escola (Incluindo a própria Gaviões) adotou a idéia. Uma pena.
    Não entendo como você classificou este desfile abaixo da Rosas… Não! Rosas lá embaixo! Gaviões pau a pau com a Mocidade!

    – Tom Maior
    O samba surpreendeu! Era a última escola, após 2 sacodes (Mocidade e Gaviões, com “intervalo” para a Vila Maria!).
    O problema do quarto carro não eram os ferros expostos, mas a péssima colocação das mangueiras de Led, que ficaram tortas e insuficientes para alcançar o efeito desejado.
    Ah, e o último carro, na noite de quinta-feira antes do desfile, estava só nos ferros! Lamentável para uma alegoria que prestaria homenagem ao principal homenageado do enredo.

    Bem, sobre a apuração, tenho uma opinião quase polêmica sobre o assunto.
    Nada! Sim, NADA justifica a atitude dos torcedores da Gaviões, mas devo dizer com toda a sinceridade que foi difícil (Quase impossível) digerir notas tão baixas para um desfile tão bem realizado, e ainda ver a maior rival (Mancha Verde) voltar nas campeãs com um desfile sofrível!
    Parecia uma legítima carta marcada.
    O “castigo” veio em 2013, com o rebaixamento da Mancha Verde, que nem tinha feito um desfile tão ruim assim…

    Aliás, em 2013 nota-se uma retomada de bom gosto, acabamento e realização do carnaval como não se via há algum tempo.
    Que venha!

    Atenciosamente
    Fellipe Barroso

      1. Na verdade eu sempre assumo qualquer responsabilidade sobre isso, porque admito ter a “mão pesada” (Para algumas pessoas próximas, pesada até demais…) para avaliar as Escolas de Samba, principalmente no quesito “Alegorias & Adereços”.

        P.S.: desde 2012 dedico-me a observar apenas o quesito “Alegorias & Adereços” no intuito de poder dissertar melhor sobre o assunto. Acho complicado ficar de olho em 9 itens, pois arece que sempre falta alguma coisa.

  12. eita carnaval complicado ,cheio de nuances,e que acabou rebaixando a pérola negra injustamente e o camisa que infelizmente vai pro seu terceiro ano no acesso,sem se recuperar.e como a unidos do peruche estão em profunda queda no carnaval paulista o que só alimenta a sua queda para os grupos de acesso ,o que é simplesmente lamentável.

  13. E por incrível que pareça, a apuração deste ano (que foi agora no fim da tarde) foi marcada de novo por uma briga e a Império de Casa Verde esteve envolvida no meio.

    http://g1.globo.com/sao-paulo/carnaval/2016/noticia/2016/02/jurados-esquecem-de-dar-nota-e-apuracao-em-sp-tem-briga-e-confusao.html

    Mas felizmente, a apuração acabou correndo normalmente e a campeã acabou sendo o Tigre. Infelizmente, os dirigentes da escolas paulistanas não aprenderam nada da briga de 2012. Há de lembrar que este ano, a apuração foi no centro de convenções do Anhembi, já que o Sambódromo foi atingido por um forte temporal nesta madrugada e havia o medo de um novo temporal.
    Voltando à apuração, um componente da Vila Maria (outra escola envolvida na briga) foi preso.

    E olha que temi que a apuração de 2016 repetisse 2012, mas felizmente, pelo menos neste ano, correu sem mais problemas.

    Abraço.

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