O Carnaval de 2013 acirrou a rivalidade entre a Mocidade Alegre e a Rosas de Ouro. Há algum tempo as duas eram as mais estruturadas agremiações da cidade e tinham pontos em comum como o fato de serem comandadas por mulheres que renovaram suas escolas e, com uma gestão moderna, as colocaram em um patamar de infra-estrutura muito superior às demais.

A exceção de 2011, quando a Vai-Vai foi campeã e tanto Rosas quanto Mocidade não foram ao desfile das campeãs, todos os campeonatos de 2010 até 2013 tiveram as escolas da Freguesia do Ó e do Limão na primeira e segunda posições. A Rosas levou em 2010 e a Morada nos anos de 2012 e 2013. Só que em 2013 a Roseira ficou com o título entalado na garganta pois, a dois quesitos do fim, tinha cinco décimos de vantagem para a concorrente. Assim, esperava-se uma disputa de altíssimo nível entre as duas primeiras colocadas.

Por falar em décimos, a Liga mais uma vez alterou o regulamento. Para 2014, cada um dos nove quesitos voltaria a ser julgado por quatro jurados e não mais por cinco e, assim, haveria o descarte apenas da menor nota e não da menor e da maior. Outra novidade muito bem vista foi na venda dos ingressos. Além das bilheterias físicas, foi inaugurado um sistema de venda pela internet, com direito a escolher o setor e o lugar específicos e a opção de receber os bilhetes em casa ou de retirar no Anhembi através de vouchers.

Voltando à briga pelo título, a Mocidade Alegre partiu em busca do tricampeonato com um enredo sobre a fé, enquanto a Rosas de Ouro escolheu falar sobre os momentos inesquecíveis na vida de qualquer pessoa. Embalada pelo ótimo terceiro lugar de 2013, a Águia de Ouro chegou a anunciar uma homenagem ao cineasta Fernando Meirelles, mas resolveu trocar por uma exaltação a Dorival Cayimmi. Em ascensão, a Dragões da Real contratou Rosa Magalhães para desenvolver um enredo sobre as décadas de 1970 e 1980, enquanto a Império de Casa Verde partiu em busca de sua terceira estrela falando sobre a sustentabilidade.

Mordida pelo atípico sétimo lugar, a Vai-Vai tentaria dar a volta por cima com uma homenagem aos 50 anos da cidade de Paulínia. Seguindo sua linha de enredos mais leves, a Tucuruvi apostou em uma viagem pelo universo do imaginário infantil, enquanto a Nenê de Vila Matilde contaria histórias de paixões proibidas e outros amores. Já a Gaviões da Fiel homenageou o ex-jogador Ronaldo, o Fenômeno.

Com diretoria nova, a X-9 Paulistana prometia enlouquecer o Anhembi com um enredo sobre a insanidade. Buscando uma afirmação na elite, a Tatuapé exaltaria São Jorge, enquanto a Tom Maior, depois de quase cair em 2013, passearia por Foz do Iguaçu. Voltando ao primeiro grupo, Pérola Negra e Leandro de Itaquera adotaram como temas a felicidade e a paixão do brasileiro pelo futebol, respectivamente.

Pouco menos de quatro meses antes da Arena Corinthians, em Itaquera, receber o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014, o maior evento futebolístico do Planeta, a Leandro de Itaquera invadiu a pista do Anhembi para apresentar o enredo “Ginga Brasil, futebol é raça! Em 2014 a Copa do Mundo começa aqui!”, do carnavalesco Marco Aurélio Ruffim. Para quem voltava à elite, a vermelho-e-branco se mostrou bem estruturada, mas, ainda assim, não fez uma apresentação das melhores.

O intérprete Juninho Branco animou a escola na largada, mas a harmonia não viveu sua melhor noite. A comissão de frente passou muito bem e fez ótima coreografia com bailarinos fazendo embaixadinhas e simbolizando o momento do gol. O carro abre-alas mostrava o Brasil como uma fábrica de craques e tinha quatro leões prateados à frente de uma réplica enorme da bola do Mundial de 2014, a Brazuca. Apesar de bem acabado, o carro não me agradou em um todo.

O segundo setor da escola viajou pelo Brasil através do futebol e focou nas diversas regiões do país e de sua relação com o esporte bretão. No mesmo setor, foi abordado o sonho de todo brasileiro em ser um craque. O “Sonho Dourado” veio representado em um carro de boa concepção, com uma árvore cheia de moedas douradas, mas estava relativamente mal acabado. Esse sonho ainda recebeu um enfoque no terceiro setor, que homenageou as crianças. Palhaços e balões vinham atrás de dois elefantes com bolas nas trombas. Era uma clara alusão à paixão pelo futebol durante a infância. O carro não estava luxuoso, mas passou bonito.

Quando esse terceiro carro chegava ao meio da Avenida, uma verdadeira tempestade caiu no Anhembi. Até pedras de granizo caíram nos componentes da Leandro, o que esfriou bastante o desfile. As alegorias passaram a perder o efeito e algumas fantasias também foram prejudicadas. O quarto carro, com um telão e imagens da taça Jules Rimet, além de um painel com várias fotos de ídolos do futebol brasileiro, homenageava os cinco Mundiais conquistados pelo Brasil. Bem iluminado, ele foi o que melhor aliou concepção a execução. Já o último carro, com um Fuleco (o mascote da Copa) à frente de esculturas de torcedores vestidos de verde-e-amarelo foi na mão exatamente contrária. Foi, em suma, um desfile de nível técnico relativamente baixo e que colocava a Leandro como forte candidata ao descenso. Mas esteve longe de ser um desastre.

rosas2014Segunda escola da noite, a Rosas de Ouro até chegou a entrar na Avenida sem chuva, mas também enfrentaria um pé d’água daqueles na apresentação do enredo “Inesquecível”. Mais uma vez, a Roseira encantou a parte do Sambódromo que resistiu ao temporal com mais um visual brilhante – ainda melhor que o de 2013. A comissão de frente trouxe uma coreografia simples, à moda antiga, saudando o público. Mas a caracterização foi um show. Personagens inesquecíveis como Michael Jackson, Ayrton Senna e Hebe Camargo apareceram brilhantemente caracterizados.

O carro abre-alas representava o primeiro momento inesquecível da nossa vida: o nascimento. Uma linda alegoria com cores claras e com ótima iluminação vinha carregada de anjos. À frente, a Presidente Angelina Basílio encenava Nossa Senhora Aparecida e embalava o Menino Jesus. O segundo setor mostrava os momentos inesquecíveis da infância de todos nós. Em lindas fantasias e usando e abusando das cores, o carnavalesco Jorge Freitas trouxe super-heróis conhecidos ao longo das alas e a dupla Capitão América & Mulher Maravilha na exuberante fantasia do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira.

O segundo carro foi um primor em termos de acabamento. Dois lindos ursos de pelúcia vinham cercados por lápis coloridos em uma alegoria de excelente concepção e realização ainda melhor. Mesmo com a chuva, o conjunto visual seguiu muito bonito e o samba, que não era dos mais cotados, rendeu bem em um bom desempenho do intérprete Darlan Alves. As crianças continuaram tomando conta do desfile no terceiro setor, que abordou os medos. A fantasia, por exemplo, veio de bicho papão. As travessuras também vieram nas fantasias e o terceiro carro, com concepção bem escura e ótimo impacto visual, abordou filmes de terror e demais assombrações.rosas2014b

O quarto setor entrou na adolescência com grandes feitos como o ingresso na universidade e a conquista da carteira de motorista. Freitas apostou em uma leitura simples e em ótima comunicação com o público e trouxe o quarto carro com um casal celebrando o casamento. Particularmente, achei o carro bonito, mas considero que poderia ter sido melhor trabalhado. Já a última alegoria, que era sobre a própria Rosas de Ouro, o lugar “onde canta o Sabiá” não me agradou muito por conta da concepção confusa. Ainda assim, foi um grande desfile e que colocava a Roseira como a primeira favorita ao título.

Talvez a escola que mais tenha tomado chuva naquele Carnaval, a X-9 Paulistana pegou uma arquibancada que estava mais preocupada em encontrar um lugarzinho para fugir do temporal que em acompanhar o desfile “X-9 Paulistana apresenta: Insano”. O samba, que estava longe de ser uma obra-prima, até empolgou e a escola da Parada Inglesa fez uma boa apresentação no enredo para a loucura. A comissão de frente foi um dos pontos altos do desfile, com componentes muito bem trajados representando as sinapses em nosso cérebro e fazendo ótima coreografia. O problema é que, com a chuva, os painéis de LED de algumas roupas queimaram e a direção da escola optou assim por apagar o de todos os componentes.

Já o carro abre-alas, que se prestou a mostrar o nosso cérebro tomado pela loucura, não foi feliz. Com concepção complicada e escolha das cores pouco feliz, o carro passou apagado (ainda foi prejudicado pela chuva) e era de difícil entendimento, além de não ser dos mais criativos. Na sequência, Flávio Campello apresentou boas fantasias para falar de gênios das artes e das ciências em tempos mais antigos, com destaque para a fantasia “Gil Vicente e o Auto da Barca do Inferno” e também para a ala “O Grande Ditador”. O modo com que a Igreja Católica “curava” a loucura na época da Inquisição – com uma fogueira – inspirou o segundo carro, com uma nau dividida entre céu e inferno. Foi uma ideia interessante, mas que poderia ter sido mais bem executada.

O terceiro setor foi, com sobras, o melhor de todo o desfile. Ao falar dos loucos que foram grandes personagens da história, o carnavalesco trouxe ótimas fantasias como a das baianas, vestidas de Maria Antonieta e a de Napoleão Bonaparte. O terceiro carro era o “Reino da Loucura” e tinha um castelo de ponta cabeça. Com bom acabamento, o carro não veio luxuoso, mas estava bonito. No quarto setor, “malucos beleza” como Albert Einstein e Raúl Seixas ganharam destaque e o quarto carro, que trazia o próprio Einstein portando um tubo de ensaio na parte traseira e lápis de cor na parte dianteira, teve boa concepção, mas apresentou falhas de acabamento.

O último setor tinha tudo para ser o ponto alto do Carnaval da X-9, já que prestava uma homenagem aos “insanos operários da folia”, ou seja, os carnavalescos. No entanto, a exceção da Ala “Tributo a Joãosinho Trinta”, que veio com uma fantasia que trazia o Cristo Mendigo, faltou clareza nas citações a outros profissionais como Renato Lage. Mas, no último carro, o carnavalesco se redimiu e trouxe um belo (porém simples) carro com esculturas de nomes como Fernando Pamplona, o próprio Renato Lage, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta e Rosa Magalhães, com seu topete rosa e dirigindo um automóvel da mesma cor. Foi um bom encerramento para um desfile agradável e que, se não faria a escola brigar pelas primeiras posições, ao menos se mostrou bastante superior aos dois anteriores vindos da Parada Inglesa.

dragoes2014Falando em Rosa Magalhães, na sequência foi a vez da consagrada carnavalesca assinar seu primeiro trabalho solo em São Paulo. Depois de escrever a sinopse do desfile último colocado da Barroca Zona Sul em 2003, ela desenvolveu o enredo “Um museu de grandes novidades”, que foi levado pela Dragões da Real para o Anhembi. Já sem chuva (os desfiles do Especial não sofreriam mais com as precipitações em 2014, a exceção de alguns minutos da apresentação da escola seguinte), a escola da Vila Anastácio passou muito bem, embora as características marcantes de Rosa não tenham estado muito presentes.

O samba, que não era dos mais aclamados, mas tinha seus méritos, foi muito bem cantado pelo carro de som comandado pelo sempre competente Daniel Collête (que comandou o time vestido todo de Jackson Five, com direito a peruca Black Power e tudo) e a Dragões mais uma vez se mostrou muito forte no quesito harmonia. No visual, apesar de ligeiramente inferior à Rosas, a mais jovem agremiação da elite mostrou que vinha brigar pelo título, especialmente pelos carros e fantasias de fácil leitura e ótima comunicação com o público.

A comissão de frente foi simplesmente a melhor do ano. Componentes vestidos com roupas típicas dos anos 1970 e 1980 apareciam sentados em poltronas como se estivessem em um cinema. Na sequência, os túmulos que vinham em um tripé se abriam e de lá saíam os mortos acompanhados de Michael Jackson para fazer a coreografia de “Thriller”, clipe de maior sucesso do período retratado no enredo. O abre-alas também estava  bem bonito e trouxe uma máquina de escrever na parte da frente com televisores (aqueles antigos) na parte lateral, além de rádios e outros equipamentos que, à época, eram muito bonitos. O carro ainda homenageou a própria Carnavalesca (que, por comandar o desfile da Mangueira no mesmo ano, não esteve tão presente no barracão), que foi pintada em um quadro ao lado do saudoso Fernando Pamplona.

O segundo setor deu destaque para a música com alas remetendo a cantores famosos e outras lembrando os discos de vinil e a chegada dos CDs. O segundo carro, representando um show de rock com caixas de som e uma belíssima escultura que remetia à banda “Kiss” (e que chegou até a virar notícia no site da banda) também estava bem bonito. O terceiro setor foi com folga o melhor de todo o desfile ao lembrar dos brinquedos de criança. Alas impecáveis trouxeram lindas fantasias, em um show de cor, lembrando o Cubo Mágico, o “Genius” e o Pula-Pirata. Mas o destaque mesmo ficou para as Bonequinhas Coloridas, as baianas, que vieram com cinco fantasias diferentes representando as bonecas com cheiro de frutas que faziam sucesso entre as meninas.

O terceiro carro também estava lindo, unindo todos estes brinquedos, e causou ótimo impacto visual. O mundo infantil e o adulto se misturaram no quarto setor, que falou sobre momentos inesquecíveis na TV. Novelas como “O Astro” foram mencionadas, mas o quarto carro veio mais uma vez falando da criançada. Uma enorme escultura do Palhaço Bozo era o destaque na parte traseira da bela alegoria. À frente, era a Nave da Xuxa quem aparecia. Por fim, o cinema voltou a entrar em cena com ótimas fantasias lembrando películas de sucesso como “ET” e “Star Wars”. Depois de esbanjar clareza nas fantasias, a Dragões encerrou seu desfile com um belo quinto carro puxado pelos Trapalhões e adornado por baldes de pipoca e que ainda contava com esculturas de Chucky, o Boneco Asssassino, Freddy Kruger e o Caça-Fantasmas. Com uma evolução impecável, a Dragões esteve longe de fazer uma apresentação arrebatadora, mas pela primeira vez estava firme na briga pelo título.

tucuruvi2014Quinta escola da noite, a Acadêmicos do Tucuruvi mais uma vez encantou a Passarela com um trabalho fantástico do carnavalesco Wagner Santos. Embalada por um samba leve, animado e muito bem cantado por Wantuir (que voltava ao Anhembi 15 anos depois de ter sido campeão pela Vai-Vai em 1999), a escola da Cantareira fez uma apresentação à lá 2013 e mais uma vez se credenciou ao título. A despeito do enredo “Uma fantástica viagem pela imaginação infantil” não ter sido muito bem desenvolvido – a mensagem não ficou muito clara – a escola desfilou bem.

A comissão de frente trazia um garoto com mochila nas costas interagindo com seres coloridos que o levantavam e com ele dançavam. Era um convite para que os adultos entrassem nesse Mundo de imaginação. O carro abre-alas trazia o imaginário infantil de maneira bastante lúdica. Um maravilhoso parque cheio de animais e seres animados dividia espaço com um carrossel, que vinha ao alto. O espetacular acabamento e a sempre pertinente escolha das cores abrilhantaram a alegoria inicial. Na sequência, o imaginário das crianças continuou no foco e o segundo carro trouxe a era digital. Um garoto segurava um controle de vídeo-game com o qual controlava o globo, sintetizando que o Mundo está na palma da mão das crianças. Mas, na parte inferior, piões e pipas lembravam outros tempos.

As fantasias mais uma vez foram um show à parte. Apesar de algumas vestimentas serem de leitura um pouco complicada, Wagner Santos caprichou na divisão cromática e investiu em representações leves. No final do terceiro setor, usou e abusou do verde para incentivar a “revolução dos vegetais”. Enquanto ela não vinha, o terceiro carro foi mais um acerto. Crianças obesas se entupindo de pirulitos e chocolates passavam de maneira alegre a importante mensagem da importância de uma alimentação saudável.

O quarto setor abordou os medos. Do bicho papão à pedofilia, a Tucuruvi viajou pelo universo de perversidades contra o público infantil. Apesar de não ser tão grandioso quanto os demais, o quarto carro foi o que teve a melhor concepção do desfile (e olha que a briga foi boa): a parte dianteira trazia um portal cheio de balões e bexigas, mas, a partir da entrada, o que se via era o Lobo Mau acompanhado de uma bruxa que cozinhava criancinhas em um caldeirão. Excelente. O quinto setor foi a antítese do quarto e trouxe canções dedicadas ao público infantil e fantasias que remetiam ao papel da educação. Abarrotado de livros, o último carro não estava tão bonito, mas fechou com chave de ouro uma fantástica apresentação. A Tucuruvi, até ali, tinha feito o melhor desfile e estava mais uma vez na briga pela taça.

Por outro lado, a Vai-Vai, sempre aguardada com muita expectativa, fez uma apresentação apenas regular no enredo “Nas chamas da Vai-Vai, 50 anos de Paulínia”. O complicado enredo sobre a cidade do interior paulista, como não era muito difícil de se prever, não rendeu muito e a escola, a despeito do bom samba, não empolgou – muito porque a chuva, querendo ou não, fez muita gente ir pra casa mais cedo. A comissão de frente foi um dos pontos fortes do desfile ao fazer uma acrobacia bem executada em um tripé que era a coroa símbolo da escola.

O desfile começava exaltando dois momentos do final do Século XIX: a abolição dos escravos e a Proclamação da República. O carro abre-alas trazia esses dois momentos junto a um trem, simbolizando, digamos, o “tripé” que daria origem a Paulínia. O carro estava grandioso, tinha detalhes que remetiam ao Rio Atibaia, que corta a cidade, mas não tinha nada que chamasse muito a atenção. Os primeiros anos de Paulínia foram sintetizados com a chegada do Pólo Petroquímico e este ganhou a alegoria de concepção mais infeliz de todo aquele Carnaval. O resultado das torres de petróleo erguidas sem algo que, digamos, embelezasse um pouco o conjunto, não foi dos melhores.

A Vai-Vai mergulhou na sequência pelo hábito que, segundo o enredo, os habitantes de Paulínia tem pela prática de esportes. As fantasias estavam bonitas, apesar de óbvias e o terceiro carro, que apresentou um acabamento até um pouco falho, acabou se tornando um dos mais bacanas de todo o Carnaval por conta da escultura enorme de um idoso com boina e tudo segurando uma bola de bocha. A escultura se movimentava através de fios, como se fosse um fantoche. Uma ótima sacada. O quarto setor destacou Paulínia como uma cidade cultural e fez menção aos italianos que ergueram a cidade e a desenvolveram. O quarto carro, retratando o Theatro Municipal, estava apenas razoável. A escola encerrou seu desfile falando sobre o cinema e trouxe um último carro que foi como o resto do desfile: regular. Acostumada a brigar pela taça, a Saracura, pela primeira vez em pelo menos 11 anos, fez um desfile para ficar pelo meio da tabela.

Desfilando para um Anhembi praticamente vazio no amanhecer, a Tom Maior fez um desfile bastante conturbado na exibição do enredo “Foz do Iguaçu, destino do mundo! Sinfonia das águas em Tom Maior”. Minutos antes da escola entrar na Avenida, o carro abre-alas simplesmente empacou na concentração e não ia nem para frente e nem para trás. O portão se abriu e nada do carro andar. Componentes tiraram partes do carro para poder ficar abaixo dele e tentar arrumar o eixo quebrado. Nada. A solução só veio quando o relógio marcava 13 minutos: duas empilhadeiras entraram na alegoria e a levou por toda a pista.

Assim, o bom desfile da vermelho-e-amarelo virou o caos. A escola teve que correr para recuperar o tempo perdido (encerraria seu desfile a três minutos dos 65 regulamentares, o que representa certa folga) e sofreu com os danos no carro abre-alas, que foram visíveis. Para piorar, a presença das empilhadeiras poderia configurar perda de dois pontos por merchandising da marca dos veículos. Problemas à parte, a escola fez uma apresentação de nível razoável e, nos quesitos plásticos, foi muito superior a 2013. A comissão de frente representava o surgimento das cataratas através da paixão proibida de dois índios que foram perseguidos por uma serpente má. Apesar do tripé não ser dos mais bonitos, a coreografia se destacou.

O carro abre-alas tinha uma concepção um pouco complicada, mas estava muito bem acabado (antes dos problemas, claro) e grandioso. As tais serpentes em vermelho traziam bom impacto visual, mas não deixaram o carro muito bonito. Por outro lado, as fantasias foram de muito bom gosto. O carnavalesco Mauro Quintaes privilegiou cores fortes, que obtiveram bom efeito com a luminosidade natural, e trouxe uma Tom Maior compacta. O segundo carro, sobre os espanhóis que desbravaram Foz do Iguaçu, também apresentou problemas na concentração, mas passou bem pela Avenida. Nada de espetacular, mas passou bem.

O terceiro setor entrou na Foz do Iguaçu dos dias atuais e lembrou as muambas e os cassinos. O terceiro carro, com dados e roletas, não teve um impacto visual dos melhores, mas estava bem acabado. A Usina Elétrica de Itaipu, maior responsável pela geração de energia no país, ganhou destaque no quarto setor, mas, como quase sempre acontece em carros sobre usinas, refinarias e demais obras desse tipo, a concepção não foi das melhores e a alegoria não estava muito bonita. Por outro lado, o quinto carro, dedicado a Oxum, que abençoa as cataratas do Iguaçu, foi de muito bom gosto e, mesmo sem luxo, estava bem bonito. Ainda assim, apesar de ter mostrado um Carnaval de bom nível e que deveria ficar ali pelo meio da tabela, a Tom Maior era uma das mais fortes candidatas ao descenso por tudo o que havia ocorrido.

Abrindo os trabalhos na segunda noite, a Pérola Negra mais uma vez encantou o Anhembi. Voltando ao Grupo Especial, a escola da Vila Madalena animou o público com um excelente samba (um dos poucos a se salvarem na safra complicada de 2014) e um desfile de altíssimo nível, melhor até que os que a escola apresentou antes de ser absurdamente rebaixada. O intérprete Celsinho Mody, que dividiu o microfone principal com o estreante Mydras Schmidt, comandou mais uma largada emocionante e levou muito bem o samba. A Bateria de Mestre Bola também trouxe paradinhas que levantaram a escola. Ironicamente, o canto dos componentes não foi dos melhores.

O enredo “Caminhos segui, lugar encontrei… Pérola Negra – a suprema felicidade”, que nasceu de um sonho do Carnavalesco André Machado, gerou um visual rico, diversificado e de muito bom gosto. A comissão de frente trouxe a história do Rei Grego que queria descobrir quem era o homem mais feliz do Mundo. Com fantasias douradas representando soldados atenienses, os componentes fizeram uma bela coreografia. Já o carro abre-alas, representando a plena felicidade para os gregos, estava exuberante. Belas esculturas com elementos típicos da cultura grega receberam o acabamento competente de sempre em um carro de ótimo impacto.

A filosofia grega de que a felicidade é algo interior abriu caminho para boas fantasias de leitura razoavelmente simples. Na sequência, os ensinamentos orientais na busca pela felicidade foram lembrados. O segundo carro, que teve alguma dificuldade para entrar na pista, estava ainda mais luxuoso que o primeiro e apresentou um acabamento que beirou a perfeição. A divisão cromática seguiu os pontos do enredo, usando tonalidades roxas lá na Grécia, azul e laranja no setor oriental, e usando e abusando do branco no setor das religiões. O passeio histórico da Jóia Rara do Samba chegou ao período da humanidade em que se acreditava que a felicidade vinha através da fé. O terceiro carro, representando o paraíso, estava bonito, mas menos imponente que os dois primeiros.

O quarto setor abordou o lado científico da felicidade. As mais importantes pesquisas feitas nessa área foram lembradas em alas com muitas cores, mas com uma comunicação mais deficiente. O quarto carro me agradou muito pela ótima concepção, com esculturas de pessoas felizes em meio a tubos de ensaio com experiências. O último setor era o encerramento. Depois de tanto viajar, o desfile enfim encontrava a felicidade. E onde mais poderia ser se não na Pérola Negra? Comemorando 40 anos, a escola encerrou seu desfile com uma bonita alegoria que exaltou os grandes momentos da escola. A parte traseira do carro ainda contava com fotos do carnavalesco em momentos de felicidade, encerrando com chave de ouro um desfile que, se julgado corretamente, poderia até levar a escola ao desfile das campeãs. Faça-se a ressalva que a evolução foi falha do início ao fim e que a Pérola correu no finzinho, mas, ainda assim, era difícil imaginar que a escola não conseguisse ao menos a permanência na elite.

Segunda escola da noite, a Gaviões da Fiel fez uma boa apresentação no enredo “O voo real do ‘Fenômeno’”. O samba, que estava entre os piores de uma safra bastante complicada, rendeu bem na voz de Ernesto Teixeira, provocando assim uma reação entusiasmada das arquibancadas. Nos quesitos visuais, embora ainda estivesse abaixo das principais concorrentes, a Fiel Torcida apresentou uma evolução interessantíssima, embora o carnavalesco Zilkson Reis tenha caído em um erro comum em um enredo sobre jogadores de futebol: o excesso de bolas por toda a parte.

A comissão de frente fez uma boa coreografia, apresentando ao público a figura de Ronaldo como “Menino Passarinho”. No entanto, o tripé gigantesco colocado atrás dos componentes foi bastante desnecessário. Já o abre-alas, com concepção interessantíssima, trazia o menino Ronaldo que viveu no subúrbio do Rio de Janeiro. O Cristo Redentor, as pipas e, claro, a paixão pelo futebol, estiveram em uma alegoria grandiosa, luxuosa e bem acabada, que representava os sonhos do futuro craque brasileiro.

O segundo setor mostrou Ronaldo ganhando o Mundo. As primeiras alas remeteram ao seu início no Cruzeiro e, na sequência, vieram para o Anhembi bonitas fantasias (embora o excesso de dourado tenha incomodado um pouco) sobre as cidades da Europa pelas quais ele passou – Barcelona, Madri, Milão, etc. O segundo carro tinha a mesma ideia e trazia uma aeronave já que, segundo consta, na infância o jogador morria de medo de avião. O terceiro setor deu ênfase às dificuldades vividas pelo jogador ao longo da carreira. E se no enredo ele era o menino passarinho, nada melhor que a fênix, a ave que ressurge das cinzas, para representar a sua força de superação no terceiro carro. A alegoria ficou devendo um pouco às demais, mas não chegou a ser um desastre.

O quarto setor, como não podia deixar de ser em um desfile da Gaviões da Fiel, falou do encontro do jogador com o Corinthians, que o transformou em mais um louco desse bando. A quarta alegoria abordou justamente a vitoriosa passagem de R9 pelo Timão e, se não tinha muito luxo, se destacou por ser a que mais se diferenciou das demais. Por fim, a vida de Ronaldo após a aposentadoria foi exaltada. O Fenômeno Midiático, o empresário e também o pai de família vieram em alas que trouxeram boas fantasias e, no último carro, o próprio Ronaldo apareceram sambando muito ao lado da família. O problema é que a evolução da Torcida Que Samba foi muito lenta (a escola veio maior do que achou que viria) e, no final, precisou correr para estourar o tempo. Certamente seria uma dificuldade na missão de tentar chegar ao desfile das campeãs.

mocidadealegre2014cDepois do desfile da Gaviões, foi a vez da Mocidade Alegre pisar no Anhembi para buscar um inédito tricampeonato com o enredo “Andar com fé eu vou que a fé não costuma falhar”. Estreando na Morada do Samba, o intérprete Igor Sorriso deu um show, esquentou o público e acrescentou muito ao samba da escola, que se não era uma tragédia, também não era uma obra-prima. No visual, a Mocidade apresentou a competência de sempre com direito até a um pouco mais de luxo.

A comissão de frente era uma espécie de exaltação à fé. Era a fé da escola no tricampeonato. O carro abre-alas era simplesmente fantástico: representando a fé como uma chama que nos dá forças, o carro tinha uma brilhante representação de velas e parafinas derretidas, como se fosse um altar. O acabamento foi fantástico e o carro sem dúvida esteve entre os melhores do ano. A viagem pelo mundo da fé começou abordando as mais diversas religiões com fantasias de leitura simples e ótimo acabamento. Além do mais, a divisão cromática foi diversificada e ajudou no visual. O segundo carro também me agradou bastante ao trazer vários livros, abordando assim as diversas interpretações da palavra de Deus.

No terceiro setor, a Morada viajou por crenças. Acreditar é, afinal de contas, botar fé. Por isso, superstições e mais superstições de maneira bastante divertida. Uma das alas, por exemplo, trazia componentes vestidos de gatos pretos passando por baixo de escadas. O terceiro carro trouxe uma benzedeira com arruda nas mãos. A fantástica escultura era a síntese do setor que abordou a “fé no sobrenatural”. Na sequência, a Mocidade trouxe a fé nas previsões. Jogos de cartas, ifás, tarôs, ciganas e videntes passaram com vestimentas de bom gosto e grande riqueza de detalhes. Também era um setor crítico, que fez questão de apontar àqueles que usam da fé para enganar os outros. O desfile ainda ressaltava que isso não era exclusividade dessa ou daquela religião. O carro foi o que menos me chamou a atenção, muito por conta da concepção um pouco confusa, mas passou bem.mocidadealegre2014

O desfile da Mocidade Alegre se encerrou com a esperança através da fé. Fé na eternidade, por exemplo. O setor teve uma enxurrada de branco e muito luxo. O último carro encerrou com chave de ouro o desfile: com a lavagem das escadarias do Bonfim. Com brilho nos olhos e alma lavada, a Mocidade encerrou um desfile que, à parte alguns problemas de evolução, beirou a perfeição e, portanto, era candidatíssimo ao tricampeonato.

Mas falar do Carnaval de 2014 da Mocidade Alegre merece um parágrafo à parte para a bateria de Mestre Sombra. Além de manter uma cadência agradável por todo o desfile, a Ritmo Puro mais uma vez fez o Anhembi ir à loucura com uma coreografia. Poucos metros depois da saída do recuo, os ritmistas pararam de tocar e se ajoelharam em frente ao público como se estivessem rezando. Sem dúvida, um dos grandes momentos daquele Carnaval.

Na sequência, entrou na pista a Nenê de Vila Matilde para contar o enredo “Nenê de Vila Matilde apresenta: Paixões proibidas e outros amores”. Com outro samba dos mais complicados, mas que até teve um bom rendimento na pista, a Águia da Zona Leste apresentou um visual agradável e fez um desfile correto. A comissão de frente veio teatralizada, representando casais que viveram paixões proibidas. Só de não apelar para tripés desnecessários, já foi uma das mais agradáveis do ano. O carro abre-alas representou a paixão proibida entre Orfeu e Eurídice. As portas do inferno de Hades com o cachorro de três cabeças, onde estava Eurídice, veio representada ao lado da lira de Orfeu. O carro não estava muito luxuoso, mas teve bom acabamento e estava bonito.

As paixões proibidas de épocas mais antigas vieram no segundo setor. As fantasias não tinham leitura simples, mas estavam bem feitas e bastante coloridas. O segundo carro, que falou de Cleópatra e Marco Antônio, teve acabamento deficiente, mas resumiu bem a história e passou bem. No terceiro setor, o enredo chegou ao Brasil e relembrou casais do período colonial. Já a paixão entre D. Pedro I e a Marquesa de Santos veio no terceiro carro. Foi mais um a mostrar o talento do carnavalesco Magoo para lidar com dificuldades financeiras e superar as deficiências com um acabamento deficiente.

O quarto setor entrou na arte. De Romeu e Julieta a “causos apimentados”, a Nenê voltou a caprichar nas cores e passou bonita. O quarto carro apresentou um belo jardim com um telão que exibiu cenas históricas de filmes e novelas na temática do enredo. O encerramento do desfile foi com uma paixão que não é nem um pouco proibida: a dos componentes com a Nenê de Vila Matilde. A velha guarda da escola estava dentro de um coração colorido em um carro com uma águia com chapéu de Seu Nenê e um painel em homenagem ao fundador da escola. Pelo alto nível dos desfiles de 2014, sonhar com desfile das campeãs parecia difícil, mas foi um desfile agradável.

aguiadeouro2014Confiante depois do ótimo resultado em 2013, a Águia de Ouro fez o melhor desfile de sua história e encantou o Anhembi com uma ótima apresentação para o enredo “A velha Bahia apresenta o centenário do poeta cancioneiro Dorival Caymmi”. Se em 2013 as alegorias decepcionaram, em 2014 a escola da Pompéia teve talvez o melhor conjunto alegórico do ano. O samba, que teve a melodia da primeira parte totalmente desconstruída, não rendeu muito, mas a escola passou bem.

A comissão de frente veio representando o mar. Deuses guardiões dos mares fizeram boa coreografia e abriram passagem para o mais lindo abre-alas daquele Carnaval. “O mar de Iemanjá”, que tantas vezes serviu de inspiração para o homenageado, foi representado com uma linda escultura de Iemanjá abençoando seres marinhos. Muitíssimo bem iluminado, luxuoso, grandioso e com um acabamento perfeito, o carro impressionou aqueles que não esperavam muito da azul-e-branco.

O segundo setor passeou justamente pelo cenário que inspirou Caymmi. Os pescadores, os jangadeiros, a areia, o mar, o sol, a praia de Itapuã, enfim, tudo aquilo que permeou as canções de Dorival. O segundo carro representou uma lenda contada pelas escravas alforriadas que conviveram com a família do cantor quando ele ainda era menino: na história, as lágrimas de uma índia na praia de Itapuã formavam a lua cheia. A história foi representada com perfeição através da escultura de uma índia, tão bonita quanto a de Iemanjá, atrás de uma lua cheia, no meio da mata.aguiadeouro2014c

Tal como em 2013, a Águia apresentou as melhores fantasias do ano em termos de concepção. Os figurinos esbanjaram luxo e a dupla Cebola e Delmo de Moraes apostaram em cores variadas, mas sempre privilegiando o azul – do mar e da escola. As alas vieram com fantasias bem trabalhadas e detalhadas e que, ao mesmo tempo, eram muito claras. O terceiro setor passeou pela Bahia cantada por Caymmi e o terceiro carro trouxe uma bela réplica da Igreja do Bonfim em Salvador. O carro não estava muito grandioso, mas ficou bonito.

No quarto setor, Caymmi chegou ao Rio de Janeiro. O encantamento do cantor pela cidade também foi abordado com correção e o quarto carro lembrou a chegada dele à Cidade Maravilhosa no velho Ita que partiu do Norte. A concepção desse carro não me agradou muito e foi talvez o único ponto negativo do desfile. Mas o bom gosto voltou com tudo no quinto setor, que citou inclusive a homenagem por ele recebida na Estação Primeira de Mangueira. O último carro fechou com chave de ouro um desfile brilhante: uma ótima escultura de Caymmi sorrindo com um violão nas mãos vinha à frente de um surdo de primeira em verde e rosa. Para melhorar, a Batucada da Pompéia de Mestre Juca teve um grande desempenho e os problemas de evolução foram praticamente sanados. A Águia de Ouro se colocava assim ao lado da Mocidade como uma das grandes favoritas.

Penúltima escola do Carnaval de 2014 no Grupo Especial, a Império de Casa Verde entrou pisando firme no Anhembi para apresentar o enredo “Sustentabilidade – construindo um mundo novo”, do carnavalesco Alexandre Louzada. O Tigre Guerreiro manteve o processo de evolução iniciado em 2013 e fez uma apresentação agradável nos quesitos de chão – a propósito, em minha análise, a bateria da Império foi a melhor do ano -, mas, em um conjunto, ficou devendo um pouco às principais escolas.

Ao contrário do que eu mesmo imaginava ao ler a sinopse, o carnavalesco Alexandre Louzada foi muito feliz no desenvolvimento de um enredo bastante complicado. Além da setorização bem definida e da escolha correta nas cores, ele conseguiu passar a mensagem do enredo e o significado de cada setor com muita clareza. A comissão de frente era das mais interessantes, com quatro componentes representando cada um dos quatro elementos e outros tantos com fantasias pretas, representando a poluição.

O carro abre-alas estava grandioso e luxuoso, mas a concepção não foi muito feliz. O tigre robotizado e cheio de engrenagens – o carro trazia a Terra como uma grande máquina onde todas as engrenagens precisam funcionar perfeitamente – não teve um efeito visual dos melhores. O segundo setor tratou da água e iniciou o alerta para que tenhamos mais consciência. O uso irresponsável e a poluição de mananciais foram abordados em fantasias que, apesar do tema pesado, eram leves, coloridas e interessantes, apesar de não muito luxuosas. Também gostei do segundo carro, que trouxe peixes usando máscaras de mergulho para respirar debaixo d’água. Nada muito luxuoso, mas bem interessante.

O terceiro setor foi dedicado à Terra e foram lembrados os madeireiros que desmatam as florestas e os problemas no solo. O terceiro carro, todo em marrom, apenas passou, sem se mostrar muito bom ou muito ruim. Já no quarto setor, foi a vez do ar e aí o branco veio com tudo para falar da poluição e das chuvas ácidas. Mas, na contramão do desfile, foi difícil entender o quarto carro, que pedia um ar mais puro para respirar. Além disso, ele não estava muito bem acabado. O quinto setor falou sobre o fogo, mas a alegoria final, que estava relativamente pequena, mas era interessante, tratou do renascimento da Terra através da sustentabilidade. Foi um desfile agradável e que, com um pouco de sorte, poderia colocar a escola entre as cinco melhores.

Para encerrar, a Acadêmicos do Tatuapé fez um ótimo desfile dentro das suas limitações na apresentação do enredo “Poder, fé e devoção. São Jorge Guerreiro”. Os que ficaram até o fim no Anhembi – e que não foram muitos -, viram um espetáculo de chão. A escola da Zona Leste cantou muito forte, a bateria de Mestre Higor deu um show e o samba, que já era aclamado, cresceu demais com um ótimo desempenho da dupla Vaguinho e Wander Pires. No visual, as coisas não foram tão bem assim.

A Tatuapé chegou a ter um problema no início do desfile com seu abre-alas, mas este foi resolvido a tempo. A comissão de frente abordava o nascimento de São Jorge lá na Capadócia e estava bem bonita. Já o carro abre-alas, que já o apresentava como Santo Guerreiro pronto para combater o mal foi, com alguma folga, o mais pobre do ano. Pequeno, mal acabado e pouco adereçado, ficou devendo bastante em relação às 13 escolas anteriores.

A escola apresentou um salto de qualidade nas fantasias, mas o carnavalesco Mauro Xuxa voltou a pecar pela obviedade das mesmas. Eram, consequentemente, fáceis de serem entendidas. Mas faltou algo a mais. O segundo setor falou sobre os países que tem em São Jorge seu padroeiro e abordou sua chegada ao Brasil através dos portugueses. O carro, que era na verdade uma caravela, estava modesto, mas bonito. O terceiro setor mostrou a influência de Jorge na cultura brasileira, com destaque para as fantasias do Corinthians (que tem nele seu Santo protetor) e das escolas de samba, como Império Serrano, Beija-Flor e União da Ilha. O terceiro carro, xodó de Mauro Xuxa, trazia Ogum e teve ótima concepção, mas não foi muito bem desenvolvido.

O quarto setor viajou por todo o sincretismo religioso envolvendo São Jorge e também por obras de cinema, arte e TV que abordaram sua trajetória. O quarto carro, com esculturas de livros e um telão exibindo imagens de novelas e filmes foi outro dos mais pobres a desfilar pelo Anhembi em 2014. Por fim, a última alegoria se destacou pela brilhante concepção com esculturas de devotos ajoelhados rezando para São Jorge que, imponente em seu cavalo, erguia sua espada. Havia uma ou outra falha de acabamento, mas, espalhando fumaça azul e branca pela Passarela, ele encerrou muito bem o Carnaval. Mas o destaque mesmo ficou para a emoção da madrinha da escola, Leci Brandão, quando do fechamento dos portões. Ao final da jornada de desfiles, Mocidade e Águia de Ouro eram as maiores favoritas, mas Tucuruvi, Rosas e Dragões também eram boas apostas.

Na tradicional reunião da segunda-feira realizada com os 14 Presidentes ficou decidido que a Tom Maior não seria penalizada. A Presidente da escola, Luciana Silva, argumentou que não ganhou nada com a exposição da marca da empilhadeira (e, portanto, não fez merchandising) e que o equipamento foi cedido pela Liga justamente para esse tipo de situação e que, assim, caberia a própria Liga evitar a propaganda (no desfile, componentes da diretoria da escola chegaram a cobrir a marca com camisetas). A argumentação foi aceita por 12 dos 13 outros presidentes – Seu Leandro, da Leandro de Itaquera, se absteve e, assim, ninguém foi punido na elite.

Ao final da leitura das notas do primeiro quesito, fantasia, apenas Mocidade e Gaviões da Fiel somaram os 30 pontos. A Rosas de Ouro fez 29,9 contra 29,8 da Tatuapé e incompreensíveis 29,6 de Dragões, Tucuruvi e Águia. Em enredo, as sete primeiras colocadas tiraram nota máxima e tudo seguiu como antes. Em bateria, tudo mudou. Única a somar os 30 pontos, a Tatuapé subiu para segundo com 59,8, um décimo a menos que a Mocidade, que perdeu 0,1 e foi a 59,9. A Gaviões também tinha 59,8 contra 59,7 da Rosas, 59,5 da Águia e 59,3 de Dragões e Tucuruvi.

Em mestre-sala e porta-bandeira, apenas a Gaviões da Fiel perdeu 0,1 entre as sete primeiras, o que deixou a Tatuapé isolada em segundo. Se o desempenho da escola já era surpreendente, a surpresa foi geral ao fim do quinto quesito, comissão de frente, quando a modesta escola da Zona Leste assumiu a liderança com 149,8 pontos. A Mocidade Alegre e a Gaviões foram as duas únicas do grupo das sete primeiras a perderem ponto: a Morada caiu para terceiro com os mesmos 149,7 da Rosas e a Gaviões foi para quarto com 149,6. A Tatuapé perdeu a liderança em samba-enredo, quando foi uma das únicas três escolas a perder ponto (0,1, tal como Águia e X-9). Assim, passados dois terços da apuração, a Rosas liderava com os mesmos 179,7 de Mocidade e Tatuapé. Na sequência, apareciam Gaviões (179,6), Águia (179,4), Tucuruvi e Dragões (ambas com 179,3).

Numa dessas ironias do Carnaval, em um dos poucos quesitos em que falhou, a Mocidade se aproximou do tricampeonato. Com 30 pontos em evolução, a Morada foi a 209,7 e se isolou na ponta com três décimos de vantagem para a Águia de Ouro, que foi de quinto para a segundo com os três décimos perdidos pela Rosas (as duas vinham com 209,4). A Dragões foi para quarto com 209,2 contra 209,1 da Tucuruvi. Gaviões e Tatuapé? Bom, essas despencaram. A Gaviões foi de quarto para 11º com os 12 décimos perdidos (um 9,9, um 9,5, um 9,4 e um 9,3 descartado). A Tatuapé, com um 9,9, um 9,8 e dois 9,5 (um deles descartado), perdeu oito décimos e caiu para oitavo.

Em alegoria, a Rosas de Ouro recuperou a vice liderança com o 0,1 perdido pela Águia de Ouro, mas não conseguiu diminuir os três décimos de desvantagem para a Mocidade. A Tucuruvi aproveitou o décimo perdido pela Dragões e voltou para quarto com os mesmos 239,1 da escola da Vila Anastácio. Com a mão na taça, a Mocidade somou os 30 pontos em harmonia e chegou ao tricampeonato com 269,7 pontos. A Rosas, com 269,4, foi pela terceira vez seguida vice-campeã. Águia de Ouro (269,3), Tucuruvi (269,1) e Dragões (269,1) completaram o desfile das campeãs.

Na sequência, depois da Tatuapé, que ficou em sexto, veio a Tom Maior, que comemorou e muito o sétimo lugar dadas as circunstâncias (a escola ainda conseguiu notas 10 em evolução e alegoria). Depois, vieram Império de Casa Verde, Vai-Vai, Gaviões da Fiel, X-9 e Nenê de Vila Matilde. Em mais um resultado inacreditável, a Pérola Negra foi novamente rebaixada, agora ao lado da Leandro de Itaquera.

No Grupo de Acesso, que teve desfiles de altíssimo nível, embora a Mancha Verde tenha feito um desfile digno de posição confortável no Especial, a Vila Maria foi campeã tirando 35 notas 10 das 36 possíveis (a outra foi um 9,3, descartado, em bateria). A Mancha subiu em segundo com oito décimos a menos que a Vila Mais Famosa. A grande polêmica ficou por conta do rebaixamento da Terceiro Milênio, que perdeu três pontos por ter utilizado esculturas de uma alegoria do ano anterior da Rosas de Ouro (sem a punição, teria sido a quarta). Mesmo tendo o seu Presidente votado contra a punição, a Unidos do Peruche foi quem se salvou da queda.

Curiosidades

– Pela primeira vez desde 1996, o narrador Cléber Machado ficou totalmente de fora da transmissão do Carnaval da Globo. De 1997 a 2000 e de 2010 a 2013 ele narrou os desfiles de São Paulo e, de 2001 a 2009, os do Rio de Janeiro. A Globo centralizou em 2014 sua transmissão em um único estúdio. No caso, foi utilizado o que em 2013 foi o Estúdio Globeleza, ali no início da dispersão. Chico Pinheiro e Monalisa Perrone comandaram a transmissão com os comentários de Celso Viáfora, Paula Lima e Aílton Graça.

– Chico, aliás, homenageou o locutor Waldir Amaral. Durante toda a transmissão, ao mostrar o tempo de desfile, soltava o bordão “O rrrrelógio marca!”. Chico ainda mencionou o SBT durante o desfile da Dragões, quando passou pela Avenida o carro com o Bozo.

– Os desfiles do Grupo de Acesso, que receberam um excelente público (igual ou superior aos de sexta-feira), foram transmitidos para todo o Brasil pelo Canal Viva, da Globosat.

– Com o rebaixamento de Pérola Negra e Leandro de Itaquera e o acesso de Vila Maria e Mancha Verde, o Grupo Especial de 2015 teria as mesmas escolas do Grupo Especial de 2013.

– Pela primeira vez na história do Anhembi uma escola foi tricampeã sem dividir nenhuma das conquistas com outra agremiação. A Vai-Vai foi tetra entre 1998 e 2001, mas só a conquista de 1998 foi sem a companhia de outras. A Rosas de Ouro, que chegou ao tri em 1992 (embora em 1990 ainda tivesse desfilado na Tiradentes), venceu os campeonatos de 1990 e 1991 junto do Camisa Verde e Branco.

– Foi o terceiro desfile da Dragões no Especial com o terceiro carnavalesco diferente: Eduardo Caetano em 2012, André Cezari em 2013 e Rosa Magalhães em 2014. Para 2015, nova mudança: Flávio Campello, que saiu da X-9.

– Pela primeira vez, a cantora Leci Brandão participou da faixa da Acadêmicos do Tatuapé no CD do Grupo Especial. Ela cantou ao lado de Vaguinho e Wander Pires e ainda leu um trecho da oração à São Jorge.

– A exemplo do que aconteceu em 2011 (e do que aconteceria em 2015), a Vai-Vai teve que gravar duas vezes sua faixa no CD. Inicialmente, o samba foi gravado por Bruno Ribas, mas o mesmo foi dispensado por não atender às expectativas da escola. Para o seu lugar, foi chamado o carioca Márcio Alexandre, que havia defendido o samba vencedor nas eliminatórias. Thobias da Vai-Vai cantou um trecho do samba e o alusivo.

– Por falar nisso, o CD de 2014 marcou a volta dos alusivos em maior número. Além desse da Vai-Vai, em homenagem à Dona Odete, Tucuruvi (com o trecho final de seu samba), Nenê de Vila Matilde (idem e novamente com a participação de Markinho e seu “Vila que te quero Vila, do fundo do meu coração: eu te amo! Canta, Agnaldo Amaral”) e Pérola Negra (com o samba exaltação da escola) usaram do artifício. A Dragões, a exemplo do que havia feito em 2013, usou um trecho do samba do ano anterior antes do grito de guerra do intérprete Daniel Collête.

– Solange Bichara, Presidente da Mocidade, a atriz Cissa Guimarães, também na faixa da Morada, Renato Remondini, Presidente da Dragões, e Ronaldo Fenômeno, da Gaviões da Fiel fizeram participações especiais com mensagens às agremiações.

– Último Carnaval do intérprete André Pantera, que cantou pela Estrela do Terceiro Milênio no Acesso. Ele seria encontrado morto na cidade de Osasco no fim daquele ano de 2014. Foi também o último Carnaval de Betinho, o filho do seu Nenê, que faleceria no meio do ano.

– Pela primeira vez em todos os seus 84 (agora já 85) anos de história a Vai-Vai ficou dois anos seguidos fora das cinco primeiras colocações.

– A apuração voltou a ter seus momentos de humor. Ao final da leitura das notas do penúltimo quesito, alegoria, o locutor das notas, Zulu, falou em alto e bom som: “Negócio é o seguinte… Vai dar uma paradinha aqui agora enquanto esse helicóptero não sumir daqui. Porque é impossível trabalhar desse jeito”. O helicóptero em questão era o famoso Globocop, usado pela Globo para imagens aéreas.

Vídeos

A volta da Leandro de Itaquera ao Especial
https://www.youtube.com/watch?v=rUmaE-29mmw

O lindo desfile da Rosas de Ouro
https://www.youtube.com/watch?v=lhE1NbRoc28

Dragões com Rosa Magalhães
https://www.youtube.com/watch?v=6Ywid7AUaDc

Tucuruvi surpreendendo mais uma vez
https://www.youtube.com/watch?v=ni8t4f9jyig

A largada do desfile da Pérola Negra
https://www.youtube.com/watch?v=Mt80QQXmLVY

A tricampeã Mocidade Alegre
https://www.youtube.com/watch?v=egGwwbAjFtw

Águia de Ouro homenageando Caymmi
https://www.youtube.com/watch?v=0jLaoiFHJes

A série Bodas de Prata não irá ao ar na semana do Carnaval. O último texto, que falará sobre os desfiles de 2015, será publicado na segunda-feira seguinte aos festejos de momo.

14 Replies to “Bodas de Prata – 2014: apostando na fé, Mocidade conquista tri inédito e deixa Rosas com tri-vice”

  1. visualmente o desfile da mocidade alegre era lindo,mas agora a mocidade está com um certo salto alto,o que pode prejudicar o seu desfile ,mas é favorita junto com rosas de ouro,águia de ouro,e até a tucuruvi.

    -o andré pantera pelo que li,estava com depressão e deve ter se suicidado,o que causou muita comoção.

    -a vai-vai também teve que gravar de novo a sua faixa,chamando gilsinho e sispensando luizinho andanças.

    -quinho se juntou a unidos do peruche,para cantar com toninho penteado.

    -das escolas do acesso,a com maior jejum é a colorado do brás,que não desfila á cerca de 27 anos.seguida da morro de casa verde e da imperador do ipiranga.na elite.

    -pelo que vi,o grande ideval fez 15 sambas no camisa verde e branco.

    -nos alusivos achava chatão o ronaldo dizendo ser mais um bando de loucos.muito chato.

    -dos cantores em atividade,ernesto teixeira é o que está há mais tempo,31 anos.que vão ser feitos em 2015.

  2. De fato, Mocidade Alegre é uma força quase imbatível. Ótimo carnavalesco, uma presidenta de respeito, bateria extremamente afinada e uma comunidade das mais participativas e apaixonadas. Parabéns (de novo ) Morada do Samba!

    Leandro por todas as dificuldades que tem e somadas ao temporal que assolou a capital, não teve mesmo como se segurar.

    Pérola Negra por mais que faça um bom desfile, tem uma força que a puxa pra baixo. Não merecia o rebaixamento. Talvez a Nenê estivesse aquém do desfile da escola de Vila Madalena…talvez.

    Dragões e Tatuapé foram belas surpresas. A Dragões ocupando os espaços da Gaviões e da Mancha, justamente por terem a visão de Escola de Samba e não torcida. A Gaviões novamente fazendo carnaval para corintiano e não para o espetáculo (saudades do “o que é bom pra sempre, fica gravado na memória”).

    Águia de Ouro merecia pelo menos o vice. Alegorias maravilhosas, com o abre-alas um dos melhores que já ví no Anhembi. Em contrapartida a Rosas já apresentou melhores trabalhos, como o abre-las de 2013, mas este ano ao meu ver, estava “burocrática”. A última alegoria não consegui entender bem, pois apesar de simples, não dizia sua função de cara.

    E se eu pudesse apostar em 2915:

    MOCIDADE
    VAI-VAI
    DRAGÕES
    IMPERIO
    TUCURUVI
    ROSAS
    AGUIA
    TATUAPE
    X-9
    VILA MARIA
    MANCHA
    GAVIÕES
    TOM MAIOR
    NENÊ

    1. Tom Maior foi minha aposta durante todo esse pré-carnaval, mas pelo que tenho visto, vem muito bem pelo menos em alegorias.

  3. 2014 foi um ano bom pros desfiles e mau pros sambas. Vamos aos comentários:

    – Foi a maior bizarrice que eu já vi em minha vida a Tatuapé liderar a Apuração. Claro que torço pra escola, mas admito que não távamos pra tanto rs

    – Águia de Ouro fez outro desfile fantástico. 3º lugar merecidíssimo

    – A X-9 foi o típico engana que eu gosto. Com a chuva e um não tão animado desfile assim (ao menos na TV) a escola iria ficar no meio de tabela, que virou um assustador
    12º lugar

    – A chuva tbm fez outra vítima: a Leandro. Talvez se não tivesse tomado banho de granizo a escola poderia sonhar com o 12º lugar

    – Mais uma vez a Tom Maior foi salva pelo gongo. Espero que esse ano a escola faça um bom desfile e não me faça de estourar/quebrar carro/100 metros rasos na avenida.

    – Título merecido da Morada. Vamos ver se agora a escola entra pro seleto grupo de tetracampeãs paulistanas.

    – Outro rebaixamento injusto para a Pérola. Talvez se a escola tivesse mais recursos os jurados não iriam ficar tão rígidos com ela.

    – Sobre as aparições dos homenageados nas faixas do CD: nada superará a Solange dando um “Amém! Cissa Guimarães” (ou quase nada se vc considerar a Marília Pera cantando o alusivo da Morada na faixa 2015)

    1. Eu acho a introdução da faixa da Mocidade em 2015 mais bizarra que a de 2014, mas não por causa da Marília Pêra. O problema é o que vem antes. Quanto ao Pérola, achei a escola muito bem estruturada plasticamente.

  4. Fui ao Anhembi ontem e pude ver as escolas de sexta na concentração.Pelo o que vi, o melhor conjunto alegórico é da Dragões e Águia. O abre alas da Dragões tem um conceito visual bem diferente dos últimos anos.

    A Águia vem impactante, já que o enredo sobre o Japão ajuda com elementos bem conhecidos (destaco uma escultura do Daileon, o robô do Jaspion em uma das alegorias). Aáguia do abre-alas não supera a do ano passado, mas está linda em dourado.

    A Tucuruvi está bem colorida, mas repetitiva. Nenê de Vila Matilde se destaca pelo imenso abre-alas, com tema afro e com o laranja sobressaindo.

    Tom Maior vai chegar com uma escultura da Linda Blair, quando ela interpretou a garota possuida em O Exorcista. Mancha Verde está mediano, com bastante destaque da cor verde (óbvio pelo enredo) e com um carro que remonta a 2ª guerra, cheio de detalhes.

    Me decepcionei com a Gaviões, pois só ví “caixas de sapato”, aquelas alegorias quadradas e sem impacto. Espero que até sabado chegue mais materiais. As alegorias estão parecidas com as do Acesso, devido a estrutura.

    As outras (Mocidade, Império, Vai-Vai, Tatuapé, etc…), ainda não estão acessiveis.

    Quem quiser ver fotos, meu Facebook é Ladislau Almeida. Manda convite e mensagem inbox.

    Abraços amigos!!!

  5. Dizer que o samba da Mocidade não era uma obra prima e que as alegorias da Gaviões foram boas é no mínino um delírio.

    1. Perto das principais concorrentes, a Gaviões ficou devendo. Mas foi o melhor conjunto alegórico da escola desde 2008 com tranquilidade.

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