Sem que a chuva desse uma trégua, embora a água tenha caído de forma menos intensa, a Estação Primeira de Mangueira fez um irregular desfile ao exaltar as mulheres brasileiras e do próprio morro. Houve dificuldades para a manobra de alegorias, o que emperrou a evolução, e plasticamente a escola deixou a desejar nas alegorias.

Para piorar, a Marron Alcione torceu o pé ao descer de uma alegoria e foi parar no centro médico da Sapucaí.

Vamos às opiniões dos nossos colunistas:

Alex Cardoso: a Mangueira passou com pelo menos dois carros de Grupo de Acesso, não pelo tamanho, mas pela concepção mesmo. O conjunto de fantasias foi muito, mas muito melhor do que o de alegorias. O samba funcionou, mas com uma disparidade em relação ao ensaio técnico, no qual foi um rolo-compressor. No desfile, não. No carro número 5 tinha um rapaz de camisa azul, uma camisa que a gente usa no dia a dia, que não tinha de estar ali.E no setor 3 ele estava ali de frente para os jurados. Mangueira briga para ser entre oitavo e décimo. Desfile apenas mediano para ser bonzinho.

Fred Sabino: o enredo foi apresentado de forma coerente na divisão das alas, mas com irregularidade nas alegorias e fantasias, umas interessantes, outras nem tanto e com problemas de acabamento. O bonito samba-enredo funcionou a contento e a bateria esteve firme. No entanto, a evolução da Verde e Rosa foi lenta devido a problemas para a manobra de entrada do terceiro carro, o das cantoras, na pista, e para a retirada do abre-alas na dispersão. A Mangueira fez um desfile apenas razoável e briga no máximo, estourando, por uma vaguinha no sábado das campeãs. Mas, claro, vai depender dos demais desfiles.

Leonardo Dahi: a Mangueira de 2015 foi uma Mangueira muito mais organizada. O canto melhorou, a bateria não apelou para invencionices e a estética foi condizente com o que a escola poderia apresentar. O samba vinha caindo de rendimento no final, mas passou bem. Só que Cid Carvalho foi muito infeliz na concepção de pelo menos três alegorias e outras duas tiveram problemas. Contando com os problemas de evolução, acho muito improvável ver a escola de volta ao sábado das campeãs.

Rafael Rafic: outra a sofrer com a chuva forte na concentração. O ótimo samba se perdeu na harmonia claudicante de um número considerável de alas, mas rendeu muito bem na medida do possível. Fantasias O.K., mas conjunto alegórico bem ruim. Não é desfile para voltar nas Campeãs.

Rodrigo Farias: escola esteve solta, cantando com muita força. Destaque para a bateria, cheia de bossas e muito competente. Harmonia perfeita, porém evolução bastante irregular, com diversos momentos de parada total na avenida. Bom desfile como um todo, com ressalvas ainda a algumas fantasias e alegorias, que não mantiveram o nível em todo o desfile.