O carnaval carioca vem tendo cada vez mais trocas de carnavalescos, desde 2013 pelo menos cinco escolas trocaram seus carnavalescos para os anos seguintes, muitos dizem que carnavalesco não ganha sozinho, em alguns casos é verdade, apesar do alarde Paulo Barros em 2015 e Rosa Magalhães em 2014 por Mocidade e Mangueira estiveram longe de seus principais objetivos em outros as trocas acabam funcionando seja na prática (resultado) como a São Clemente em 2015 ou seja na manutenção da qualidade como na Tijuca também em 2015. Entretanto o que mais se fala é em tempo de trabalho, que se precisa de tempo para carnavalesco e escola se encaixarem, portanto apresento abaixo as escolas que mantém seus carnavalescos de 2013 para cá:
Salgueiro (Renato Lage e Márcia Lage)
2013: 5° lugar
2014: vice-campeão
2015: vice-campeão
O Salgueiro uma das 3 escolas que mantiveram seus carnavalescos no último triênio vem colhendo bons resultados, apesar do gosto amargo de dois vice-campeonatos, a escola sabe que está trilhando o caminho certo e que logo ele o brindará com um título.
Imperatriz (Cahê Rodrigues)
2013: 4° lugar
2014: 5° lugar
2015: 6° lugar
A Imperatriz viveu uma fase complicada de 2006 à 2012, com apenas duas voltas no sábado das campeãs em 2008 e 2011 esta última com 9 escolas na disputa e com uma perda clara de identidade após a saída traumática da campeonissíma Rosa Magalhães, mas isso começou a mudar com a chegada de Cahê Rodrigues em 2013, a Imperatriz voltou a fazer bons carnavais e os resultados começaram a chegar, apesar da queda em números frios, todos voltaram à respeitar a Rainha de Ramos como favorita.
Beija-Flor (Comissão de Carnaval)
A Deusa da Passarela que é a atual campeã vem mantendo sua comissão de carnaval que foi instituída em 1998 até hoje e com ela colheu grandes resultados (8 títulos, 6 vices entre outros), mesmo com tudo isso muitas pessoas colocavam em xeque a funcionalidade da mesma devido à jejum que já incomodava alguns nilopolitanos e que chegou ao seu àpice em 2014, porém o título de 2015 acabou com qualquer questionamento e ela segue firme e forte para 2016.
2013: 2° lugar
2014: 7° lugar
2015: campeã
Agora as escolas que decidiram por mudar seus carnavalescos recentemente na ordem de posição em 2015.
Grande Rio (Roberto Szianiecki-2013 e Fábio Ricardo-2014-15)
2013: 6° lugar
2014: 6° lugar
2015: 3° lugar
A tricolor de Caxias que é presença cativa entre as desfilantes do sábado das campeãs desde 2005 trocou de carnavalesco em 2014 apostando numa jovem revelação vinda da São Clemente, Fábio Ricardo conhecido por sua habilidade em driblar situações financeiras adversas trouxe bom gosto e requinte em 2014 à tricolor, já em 2015 isso não ficou tão vísivel na avenida porém o resultado melhorou a ponto de se conseguir um surpreendente 3°lugar, a tendência que ele permaneça na escola para 2016.
Unidos da Tijuca (Paulo Barros-2013-14 e Comissão de Carnaval-2015)
2013: 3° lugar
2014: campeã
2015: 4° lugar
O pavão do Borel campeão em 2014 que teve que substituir o carnavalesco mais badalado dos últimos tempos em 2015 criou a sua comissão de carnaval, decisão que se mostrou mais que acertada, se em 2014 as alegorias deixavam a desejar apesar de sua fácil leitura, em 2015 a agremiação da Tijuca levou o melhor conjunto alegórico do ano e conseguiu um ótimo 4°lugar, a tendência é que a comissão se mantenha para 2016.
Portela (Paulo Menezes-2013 e Alexandre Louzada-2014-15)
2013: 7° lugar
2014: 3° lugar
2015: 5° lugar
A Águia de Madureira que vivia grave crise política na era-Nilo viu isso mudar a partir de 2014, com a chegada de Alexandre Louzada e uma competente direção a escola se viu novamente favorita e temida, porém o 5°lugar em 2015 ficou abaixo das expectativas de público e crítica, para 2016 a escola já decidiu que trocará de carnavalesco e o nome já definido foi Paulo Barros. É a 1ª da lista que trocou de carnavalesco de 2015 pra 2016.
Mocidade (Alexandre Louzada-2013, Paulo Menezes-2014 e Paulo Barros-2015)
2013: 11° lugar
2014: 9° lugar
2015: 7° lugar
A Estrela Guia de Padre Miguel passou por graves problemas de 2004 à 2014, com isso a escola se acostumou com a parte de trás da tabela, porém à vinte dias do carnaval 2014 Rogério Andrade sobrinho do eterno patrono Castor de Andrade reassumiu o posto do tio e prometeu que a partir de 2015 a história da escola seria diferente de ínicio trouxe o carnavalesco mais badalado dos últimos tempos para fazer o carnaval de sua vida, Paulo Barros trouxe a esperança e o fim do mundo à escola da Vila Vintém, porém a esperada parceria não trouxe bons frutos pra escola em termos de resultado e com isso foi desfeita para 2016. Paulo Barros foi para a Portela, já a Mocidade fechou com Alexandre Louzada e Edson Pereira como seus carnavalescos que irão desenvolver o enredo “A lenda imaginação” no próximo ano.
São Clemente (Fábio Ricardo-2013, Max Lopes-2014 e Rosa Magalhães-2015)
2013: 10° lugar
2014: 11° lugar
2015: 8° lugar
A Aurinegra da Zona Sul se fixou permanentemente no Grupo Especial desde 2011 com isso teve que alçar voôs mais altos nos últimos anos, se em 2013 perdeu sua revelação Fábio Ricardo, em 2014 se reforçou trazendo Max Lopes, entretanto a posição piorou e a escola tomou uma indireta do presidente da Liesa que a fez acordar definitvamente, Já no ano de 2015 a escola de Botafogo contou com a sete vezes campeã Rosa Magalhães e um enredo sobre Fernando Pamplona e conseguiu realizar seu melhor desfile desde 1990. Para 2016, a escola seguirá contando com o talento da experiente carnavalesca.
União da Ilha (Alex de Souza-2013-14-15)
2013: 9° lugar
2014: 4° lugar
2015: 9° lugar
A alegre tricolor da Ilha do Governador vem buscando um salto definitivo para se fixar entre as principais escolas do atual carnaval carioca. A escola que tem como sua característica a alegria vem deixando de lado essa marca e optando por carnavais lindos mas que deixam a escola pesada e dificultam a vida do componente, por tudo isso, as duas partes optaram por encerrar um casamento que já durava 5 anos entre Alex de Souza e a escola. A escola já anunciou seus substitutos, são Jack Vasconcelos e Paulo Menezes, a expectativa é que a escola reecontre sua raiz da alegria e dos componentes soltos e brincando não só nos carros e na leitura mas também no chão.
Mangueira (Cid Carvalho-2013, Rosa Magalhães-2014 e Cid Carvalho-2015)
2013: 8° lugar
2014: 8° lugar
2015: 10° lugar
A Verde e Rosa, que sofre há anos com graves crises políticas, administrativas e financeiras, conseguiu um fôlego novo no pré-carnaval de 2014 com a mudança de presidente e a chegada de Rosa Magalhães para o comando do carnaval, mas o que se viu na pista foi uma apresentação de regular para boa. Com o encerramento da parceria após um ano, para 2015 a escola recontratou Cid Carvalho e o resultado mais uma vez foi aquém do esperado, com a escola num decepcionante décimo lugar e longe do Desfile das Campeãs. Para 2016, a certeza é de que Cid Carvalho não fica, resta saber quem será o substituto.
Vila Isabel (Rosa Magalhães-2013, Cid Carvalho-2014 e Max Lopes-2015)
2013: campeã
2014: 10° lugar
2015: 11° lugar
A Azul e Branco de Noel vive uma das situações mais inusitadas do carnaval atual, saiu de um campeonato diretamente para um quase rebaixamento, por isso em 2015 a escola falava em resgatar a dignidade. Se fez um desfile agradável para quem o viu, as notas acabaram complicando consideravelmente a situação da escola, que terá a difícil missão de abrir a segunda-feira de Carnaval. Apesar da situação complicada para 2016, a escola trouxe o talentoso carnavalesco Alex de Souza, que esteve na União da Ilha nos últimos anos e já trabalhou na escola em 2009/10. Resta saber se conseguirá fazer algo que faça que a dignidade retorne pro ninho.
Escolas vindas do Acesso
2013: Inocentes (Wagner Gonçalves)
2014: Império da Tijuca (Júnior Pernambucano)
2015: Viradouro (João Vitor Araújo)
As três escolas que subiram nos últimos anos voltaram para o Grupo de Acesso no ano seguinte, se as duas últimas propiciaram carnavais complicados esteticamente, a Inocentes fez um desfile agradável na parte estética mas que por conta do público frio ainda dificultou e muito sua permanência no Grupo Especial. Vale ressaltar que essas três escolas são as únicas que apostaram em nomes novos. As outras 11 se utilizaram de 11 carnavalescos e duas comissões de carnaval.
O que prova que nos últimos anos, apesar da dança das cadeiras ter aumentado recentemente e de algumas mudanças terem impactado, não há muita renovação nos nomes, visto que as escolas só usaram 11 carnavalescos em três anos, todos eles estão à pelo menos cinco anos no Grupo Especial, a expectativa é de sempre termos impactos e ideias novas, mas como conseguir isso sem grandes mudanças nas escolhas dos criadores das ideias da festa ? É uma pergunta de difícil resposta. Que só quem pode responder são eles, os condutores da nossa alegria.
Bom dia!
Prezado Bruno Malta:
Eis uma questão complicada de se tratar.
Trocar e renovar, ou insistir para se entender melhor a Escola?
Recentemente li uma matéria com Selminha Sorriso e Neguinho da Beija-Flor. Eles falavam da importância da cumplicidade entre componente e agremiação, o que só se consegue com o tempo.
Bem, e quando os resultados não chegam? Eis a questão!
Atenciosamente
Fellipe Barroso
Olá Fellipe Barroso, tudo bem?
Realmente é uma questão complicada de se tratar.
Penso que três anos para um carnavalesco é o tempo ideal. (Por isso o tempo da amostragem)
Em três anos o carnavalesco pode se adaptar (1° ano), desenvolver (2° ano) e poder colher um fruto proveitoso (3° ano). Caso contrário, aí acho que a parceria deve ser desfeita.
No geral é isso.
Agradeço o comentário.