A safra da União da Ilha

Sábado passado se iniciou o concurso de samba da União da Ilha do Governador.

Quinze sambas se apresentaram e três ficaram pelo caminho. Pelo que pude perceber nas audições de CDs e ao vivo a safra está nivelada e é impossível apontar favoritos, coisa que é rara na agremiação vide que no dois últimos anos os que se destacaram de cara venceram os concursos.

Não tem nada de espetacular, o que é marca da Ilha nas últimas décadas, mas a escola também não passará vergonha na avenida.

Acho que uns dez sambas se nivelam para buscar vaga na final, o que indica que daqui a algumas semanas a agremiação terá problema no cortes. As parcerias de Gugu das Candongas, Junior Nova Geração, Walkir, Beto Mascarenhas, Carlinhos Fuzil, Marinho, Lobo Junior, André de Souza, Cléber Augusto e Paulo Catraca têm suas qualidades, defeitos e forças que podem levar a uma final ou fases mais agudas.

Resumindo. Alguém vai chorar muito nesse concurso.

Evidente que os dez não são favoritos a vencer. Pelo histórico de União da Ilha sabemos quem briga realmente por vitória e levando em consideração história das parcerias, nomes que compõe, canto, poder de investimento e, por incrível que pareça também, qualidade dos sambas vejo que alguns são favoritos:

A parceria campeã atual, de Gugu das Candongas, não tem uma parte que exploda ou chame atenção como o “fiu fiu” do ano passado. Mas é um samba de mais qualidade poética e bom arranjo melódico que o de 2015. Nessa mesma toada posso colocar o samba de Walkir,compositor importante que volta a União.

Sambas mais “explosivos”, com cara de Ilha têm do Fuzil e do Junior Nova Geração (Esse, pra mim, fez a melhor apresentação inicial), os refrães (sim, o certo é refrães) são muito fortes. Júnior tem uma parceria de qualidade, que se uniu novamente depois de “abrirem” ano passado e Fuzil é “macaco velho” da escola.

Temos Beto Mascarenhas brigando por essa vitória muito pelo “Fator R10”. O jogador nega, mas assina o samba com um pseudônimo. Esses cinco, aparentemente, brigariam mais em cima, mas não descarto as parcerias de Lobo Júnior e André de Souza de serem fatores surpresa. Não tive oportunidade de ouvir o samba de Paulo Catraca na quadra, mas é uma parceria que vem numa crescente na agremiação.

Chamou atenção o fato de cada parceria principal ter pelo menos dois cantores de Grupo Especial ou Acesso, mostrando que está cada vez mais caro manter um samba-enredo em concurso. A disputa da Ilha é uma das mais caras e onde os dirigentes mais exigem dos compositores. Também chamou atenção Neguinho da Beija-Flor gravar um concorrente. Ele nunca foi muito adepto disso.

A coluna de hoje é de pouco papo e muito samba. Deixo vocês com sete desses principais concorrentes ao vivo.

Gugu das Candongas e cia