O assunto é tentador, gera debates, defesas apaixonadas, comentários como “tá maluco?, como é que você gosta desse boi com abóbora?” ou “que isso? como é que você não vê nada de especial nessa obra-prima?”.
Mas é chegada a hora de deixar que os sambas do Carnaval 2016 “aconteçam” (ou não) no Carnaval 2016. Em outras palavras, depois que eu cumprir minha promessa de justificar as notas que dei ao Bar Apoteose vou parar de julgar as obras para apenas apreciá-las, acostumar-me, mudar de ideia. Ou chegar à conclusão que fui até generoso com a nota X ou Y. Falta pouco para o Carnaval, felizmente, e não faltarão outros temas.
Sendo assim, seguem as notas e uma breve explicação. Sempre ressaltando que essas são OPINIÕES, IMPRESSÕES, sem a menor pretensão de parecer um julgamento de verdade.
Estácio 9,6: já acho que fui rígido com o hino do Leão. O Berço do Samba retorna ao Grupo Especial falando de São Jorge e dois fatores externos acabaram me contaminando, admito. Saber que havia sambas mais bonitos na disputa (o que jamais pode justificar uma nota de jurado de verdade, que deve se ater ao que ouve na avenida. Mas como não sou jurado de verdade…) e a expectativa de algo mais tocante, emocionante sobre o santo mais adorado por nove entre dez sambistas. Minha nota baixa se deve à penalização em letra e melodia. A melodia não é inovadora e fora do refrão principal não empolga muito. A letra peca pela falta de poética, pelo uso de clichês. Num dia de bom humor poderia ter ganho um décimo.
Ilha 9,6: no CD é o samba que menos me cativa. Na cruzada anti-clichês o samba da União sofre. Ser carioca é tipo assim… repetir à exaustão lugares comuns sobre a cidade e suas belezas. Nada que já não tenhamos visto dezenas de vezes na Sapucaí, na Intendente, na Rio Branco, em qualquer escola de samba ou bloco que tenha escolhido como tema (central ou paralelo) a cidade do Rio de Janeiro. Não agrega muito, não traz o novo. Por isso perdeu décimos em letra e melodia.
Beija-Flor 9,7: desgosto da primeira parte, gosto da segunda, fico em cima do muro quanto ao refrão principal. A opção pelo Marquês de Sapucaí como figura histórica não me agrada. É elemento figurativo, pouco relevante na história nacional. O legal do Marquês é ter batizado a avenida dos desfiles. Mas ele nunca soube disso. Aliás, a tia Ciata, de quem ele é “herdeiro” segundo o samba, também nunca ouvir falar do nobre mineiro. Tanta desimportância histórica – e o patrocínio CEP de Nova Lima a fórceps – enfraquecem poeticamente a primeira do samba. Quando fala de si mesma a Beija-Flor infla o peito e a poesia flui. A melodia cresce junto. Embora tenha minhas reservas ao verso “na alegria e na dor”. Para um imperiano como eu ouvir um torcedor da Beija-Flor falar em “dor” porque ficou uma vez em cem luas fora do Desfile das Campeãs (efeito Boni) parece um tanto exagerado.
Grande Rio 9,7: há alguns problemas de letra que saltam aos olhos. Fiz uma lista que citei no programa de 30/11. Está lá no you tube. Repetição de verbo, falta de pronome, rimas fáceis que prejudicam a poesia. Enfim, a obra da tricolor de Caxias tem defeitos. Mas vejo qualidades melódicas e acredito que o preconceito existente contra a escola joga as notas desse tipo de enquete pra baixo. Pergunto e dou total direito de resposta e discordância: é o pior samba para passar 82 minutos ouvindo? Não acho mesmo! Gostoso de ouvir, pode proporcionar boa evolução, possibilita boas convenções para a bateria Invocada. Bom potencial para a avenida, sem ser nenhuma obra prima.
Mocidade 9,7: talvez o mais complicado seja entender, a fundo, o enredo da escola. A cada entrevista do Alexandre Louzada eu pesco algo novo, diferente. Não sei se é estratégia, falta de norte ou limitação intelectual por parte do escriba aqui. Só sei que um roteiro pouco claro desagua numa obra que não parece 100% encaixada. Porém, ao mesmo tempo em que alguns clichês (sempre eles) são notórios, a cada audição a melodia conquista. Alguns lugares comuns são relevados em nome do conjunto. Tendo a gostar mais e mais conforme vou me acostumando. Mas ainda acho que está um degrau abaixo de obras como a que vai passar na avenida logo depois.
Tijuca 9,8: foi a minha nota mais polêmica, a que causou estranheza em mais gente. Novamente eu não cumpro o manual do julgador. O júri oficial não pode comparar Tijuca 2016 à Vila 2013. Mas eu não sou júri oficial e comparo. E, comparando, sobra para a obra do Borel (ou de Niterói? Deixa pra lá…). Um samba rural genérico que não envolve da mesma forma melodicamente e não é tão poético quanto, já que louvar a cidade de Sorriso teria um preço. Entendo, respeito, chego até a concordar que é um samba muito bom. Pode ser porque a Tijuca não vinha apresentando obras desse nível. Pode ser. Só sei que, para mim, ele está no terceiro escalão. Isolado. Pendendo entre subir um degrau ou descer um (tá mais pra subir). Reparem que dividi os sambas em cinco grupos de notas, entre 9,6 e 10. O samba da Tijuca é o melhor de domingo. Não foi suficiente para ganhar esses dois décimos que faltam para chegar ao dez.
Vila 10: a letra foi alterada e muitos torceram o nariz. Compreendo. Mas relevo. Relevo também eventuais deslizes melódicos insignificantes. Porque o conjunto da obra é ótimo. Arrisco-me a afirmar que é a letra mais poética do Grupo Especial. Tem trechos melódicos ousados e toca a alma do componente no trecho final, exaltando o valor da verdadeira/mensageira Vila, da gente aguerrida. A minha metade ranzinza não afetou a minha paixão à primeira audição por esta obra. Tem gente que alega que esperava mais da superparceria. Eu não vejo nome para dar nota. Minha nota não será maior ou menor pela expectativa criada em torno dos compositores.
Salgueiro 9,9: a nota máxima só não veio por mínimos detalhes. Trechos em que a melodia não tem a mesma força, como no início da segunda parte. Efeito puramente comparativo com os sambas para os quais dei dez. É um samba valente, forte, que dá gosto de cantar e que aposto que funcionará na avenida e servirá a uma grande apresentação da Academia. Para mim, a favorita para o título em 2016. De início não gostei da troca no refrão. Da saída do “bater de frente”. Mas já entendi os motivos e me acostumei.
São Clemente 9,6: gosto bastante do refrão principal. Mas acho o samba um pouco descritivo em excesso, um pouco longo. Como se quisesse mostrar à carnavalesca que entendeu cada vírgula da sinopse. A melodia vai perdendo a força ao longo da obra. Não curto muito o refrão do meio, o das caretas e piruetas. Aquele “Bravo” soa repeteco de outra obra dessa parceria (ou parte dela), de 2009, sobre o palhaço Benjamin de Oliveira (“Bravo, o show começou…”). Também não entendo muito a relação do verso “o palhaço é ladrão de mulher/mas tem samba no pé”. Um sujeito tido como ladrão de mulher, por mais que seja um jeito bem machista de ver a questão, é um cara malandro, esperto, sensual. Justamente o tipo de cara que TEM samba no pé. Então, por que a adversativa “mas”? Como se uma característica se opusesse a outra?
Portela 9,9: poucas melodias são tão envolventes quanto a do samba da Águia. Como é gostoso de ouvir! Tem tudo para proporcionar um grande desfile. Sacadas ótimas como” cruzar o azul que é tudo pra mim” e “o mundo que Paulo criou”. O desconto na nota é apenas por pequenos clichês de letra. E uma implicância pessoal com o tal do “respeitar”. Verbinho que tem se repetido nos sambas de várias escolas, há alguns anos. “Tem que respeitar”, “é melhor respeitar”. Gente, se alguém que ama o carnaval e as escolas de samba não respeitar a Portela, maior campeã da festa, vai respeitar quem? Coirmãos de Oswaldo e Cruz e Madureira, precisa pedir não, tá?
Imperatriz 10: casamento harmonioso de letra e música. A temática sertaneja é respeitada e bem tratada em ambos. Uma alfinetada sutil e poética em quem desdenhou do enredo com o “não desgoste de mim quem não viu…”. O uso da melodia da canção mais famosa da dupla homenageada funciona bem. Enfim, não encontrei nada que merecesse qualquer desconto de décimos.
Mangueira 10: une a emoção da saudação à homenageada com a autorreferência, sempre praticada pela Mangueira. Em Mangueira, os clichês são cor de rosa (com verde). E, mesmo versos que parecem se repetir todos os anos nos sambas da escola, ganham frescor e poesia. Também se utiliza do recurso de pescar parte da melodia de uma canção da homenageada para compor o refrão. E também funciona o “quem me chamou…”. Os versos que antecedem o refrão do meio são de beleza rara em termos de melodia. Tampouco nesta obra achei algo que justificasse uma canetada.
É isso. Vou guardar as notas e, depois do desfile, compará-las com as notas que eu daria ali, no calor da avenida. E, claro, compará-las com as notas oficias. Esse abacaxi não é meu…
Imagens: Arquivo Ouro de Tolo e Uol (Imperatriz)
Olha…difícil encontrar um texto que se encaixa tão bem quanto esse no que penso. Concordo com praticamente tudo e sobre o que diz da Vila Isabel, eu simplesmente aplaudo porque você retratou bem o que penso. Especialmente quando diz que o nome não influencia na nota.
Aliás, ver que alguém além de mim que também dá nota 10 pro samba da escola do Boulevard me causa muita alegria, haha.
Parabéns e abraços!
Naturalmente, concordo em alguns pontos (acabei descobrindo que não estou no “Bloco do Eu Sozinho”, como você mesmo diz) e discordo em outros. Porém, me permita uma pequena correção. O verso “herdeiro verdadeiro de Ciata” no samba da Beija-Flor não faz menção ao Marquês de Sapucaí. Vejamos: “poeta, músico, escritor, o mineirinho que o Rio imortalizou. Teu chão floresce… A nobreza do samba a passar. Um templo sagrado à lu do luar, apoteose de todo sambista artista, herdeiro verdadeiro de Ciata que hoje te abraça aos pés da praça em mais um Carnaval”. Pelo menos em minha análise, a referência é ao “sambista, artista” que inclusive abraçará o Marquês aos pés da praça no dia do desfile.
com um pouco de boa vontade se percebe que o chão é o hedeiro de ciata assim como Nova Lima , de quem a escola não recebeu um real é Congonhas do Sabará.. mas que na época do outro já o era….
Bruno, estamos juntos nessa trincheira em defesa do samba da Vila! Leonardo, em fevereiro eu mesmo discordarei de muito do que escrevi! Tem notas acima que talvez eu mudasse escrevendo hoje. Acho que a brincadeira é essa. Como não somos jurados podemos mudar de opinião à vontade. Lá, na hora do desfile, tem samba que vai se agigantar. Ou se apequenar. Sempre lembro do Ita. Quem diria que seria tão arrebatador no pré-carnaval? Provavelmente eu não teria dado 10 numa enquete semelhante em 1993. E certamente eu daria 10 se fosse jurado, na Sapucaí. Sobre o verso da Beija você tem razão. Acho que foi um erro interpretativo meu. Mas isso não mudaria minha nota. Acho que a primeira fica a dever. E até esqueci de incluir uma outra crítica pessoal ao samba. Expressões ultraclichês como “emoldurando a história”, “atravessou o mar”, afã de conquistar”, “terras lusitanas”. Acho versos batidos, interferem na poética do samba. Bem, eu acho. Obrigado pelos comentários. Vamos discordar, debater, ouvir mais e mais. Tá faltando isso na internet. Muito dono da verdade e pouca gente disposta a mudar de opinião. Eu mudo constantemente de opinião, acho ótimo repensar e reconsiderar. Abraços
Boa tarde. Vc não deu 10 pra Portela alegando clichés repetitivos. Até concordo que isso aconteça ano a ano. Dar 10 pro da imperatriz, que usa pedacinhos de outra obras, como ” é o amor…” Onde está a beleza melodica e a criatividade nisso? Parece uma colcha de retalhos sertaneja! Vc foi muito “bonzinho”com a Grande Rio. 9, 7? Samba horroroso! Ta de brincadeira.
Oi Celio, obrigado pelo comentário. Eu discordo que usar “é o amor” e “quem me chamou” (que você não citou mas eu também elogiei), caso da Mangueira, sejam clichês ou repetições. São homenagens, referências explícitas aos homenageados. Nem plágio se configura porque plágio é uma cópia de má fé ou não autorizada de determinada melodia. No caso de Imperatriz e Mangueira fica óbvio que o uso da melodia é proposital. Na minha opinião não ficou forçado ou causou quebra melódica. Ao contrário, ficou bem solucionado. No caso da Portela eu não critiquei a repetição de ideias de anos anteriores e sim o uso de expressão como “melhor respeitar” no refrão principal. Acho a expressão, ainda que mexa com o brio do desfilante/torcedor portelense, desnecessária. Também acho que a letra não está à altura da melodia, praticamente irretocável. Como o samba deve equilibrar letra e música descontei um décimo. Mas também acredito que esse meu desconto não aconteça na avenida. Portela, Salgueiro e Tijuca – às quais penalizei – têm totais condições de gabarito o quesito. Para isso, é claro, o desfile e outros quesitos devem colaborar. Sabemos bem que existe, no dia do desfile, a chamada “contaminação” dos quesitos. Nem sempre isso é nocivo, claro. Na resposta ao comentário do Leonardo, logo acima, lembrei do Ita, do Salgueiro. O samba “contaminou” positivamente todos os outros quesitos. E, ainda que a plástica daquele desfile não tenha sido perfeita, isso não importou para os jurados. Felizmente. Não vou ser militante mas também acho que há uma má vontade quase que generalizada com a Grande Rio. Isso também “contamina” as opiniões. Acho um enredo fraco mas com um samba que pode funcionar, sim. Tem uma melodia gostosa de ouvir. Está longe de ser um “pula-faixa”. Horroroso eu acho muito forte. Não considero nenhum samba desta boa safra horroroso. Por fim, é claro que eu estou de brincadeira. Dar notas aqui é uma grande brincadeira. Não fui, não sou e nem serei julgador profissional. Tenho certeza de que não voltaria no ano seguinte. Abraços
Carlos, ótimas opiniões, vejo que essa safra faz muito bem aos ouvidos dos sambistas,acaba o CD e automaticamente da vontade de ouvir tudo novamente. Acredito que tem 6 sambas tops (Imperatriz, Salgueiro, Tijuca, Portela, Mangueira e Vila Isabel, sendo uma pequena vantagem para Imperatriz, logo em seguida vem sambas muito bons ( Beija Flor, Estácio, São Clemente e Mocidade), e fechando o grupo sambas bons ( Ilha e Grande Rio). Como em 1993 o publico que estava na Marques era bem mais democrático tivemos contaminação positiva. Hoje o publico é mais elitizado fica mais difícil essa contaminação, mais o pré carnaval está chegando forte e todos os meios de comunicação está elogiando os sambas. Quem sabe algum desses maravilhosos sambas faça todos nós explodir de emoção em sua passagem na passarela do Samba.
O samba da Imperatriz é o melhor disparado de 2016,e ainda tem quem questione.Está ganhando nota 10 em todas as enquetes.É um samba perfeito.
Esse negócio de nota para samba dá Ibope mesmo! Que bom. Sobre uma suposta má vontade minha com a Beija, não é por aí. Sou da época do João Trinta, vi Ratos e Urubus ao vivo. Não tenho nenhuma birra. O herdeiro de Ciata foi um erro de interpretação meu, estou convencido. Sobre ter recebido ou não dinheiro de Nova Lima/Congonhas de Sabará eu nunca entrei no mérito. Não sei se foi prometido ou se a escola buscou esse apoio financeiro. A citação à cidade deu uma cara CEP. Embora, é claro, o local de nascimento seja relevante num enredo biográfico. Aí está a minha discordância. Acho o Marquês insignificante como figura histórica. E a feliz coincidência dele nomear a avenida já foi enredo. Na minha opiniao com recorte e samba enredo superiores. O jurado da Liesa não pode julgar a Beija Flor de hoje lembrando da Imperatriz de ontem. Mas nessa nossa brincadeira, por que não? É isso.
Excelente avaliação Carlos. Vamos a algumas considerações
*O enredo da Grande Rio é tão caça níquel quanto o da Beija-Flor, mas penso que o samba de Caxias é pior que o de Nilópolis por isso não os coloco no mesmo patamar. *Desde o anúncio do enredo eu estou com grande má vontade com a Imperatriz. A gravação do cd piorou este sentimento. Sei que toda crítica especializada como voce está avaliando este samba como um dos melhores do ano mas está difícil para mim. Tomara que eu mude de conceito com mais audições.
*Daria nota 10 para Salgueiro, Portela e Mangueira, sendo o Salgueiro o samba que eu mais gosto de ouvir.
* Minha devoção me levaria a dar uma nota maior para o Estácio, rs.
Abraços e é muito bom ler um excelente texto de quem entende do que está tratando, afinal no território livre da internet isto é cada vez mais raro. Parabéns.
O nobre jornalista se incomoda com o “é melhor respeitar” da Portela, porém não se incomoda com a “Dignidade” da Vila e por isso tira um décimo da Portela e dá Dez para a Vila aí fica difícil entender.
Mas o Dignidade da Vila faz parte do enredo. É o desejo de Arraes para o seu povo, dar “dignidade e amor”. Diferentemente do Dignidade de 2015
Exato. E o samba 2015 nem é da mesma parceria de 2016. Não foi uma repetição proposital ou preguiçosa. Uma era a dignidade de volta pro ninho, refletia o momento politico da escola. A outra está totalmente dentro do enredo. O pedido de respeito não é exclusividade da Portela. A própria Vila, a Mangueira, a Caprichosos este ano, entre outras. Todo mundo dizendo que tem que respeitar, melhor respeitar. Acabou virando um clichê que poderia ter sido evitado. Agora, agradar ou desagradar os leitores com as notas faz parte do jogo. Toda discordância é válida. Adoro o samba da Portela. A escola está bem servida.
Jefferson, um grande abraço pra você e pro seu irmão. Obrigado pelo comentário. Sabe que às vezes acontece – na verdade acontece muito – de um samba que eu gosto muito de ouvir mas que não daria 10 quando eu o interpreto de outra maneira, como “jurado”, ainda que virtual. Adoro ouvir os sambas da Caprichosos e da Cubango, por exemplo. Mas não daria 10 a eles. Assim como não dei 10 para a Portela e para o próprio Salgueiro. Também gosto muito de ouvir ambos. Abração e um ótimo fim de ano, amigo.