O assunto ainda é Olimpíada até porque nunca mais teremos uma aqui, mas prometo que é a última, já que o esporte ferve.
Mas não posso fechar meu ciclo olímpico sem falar de dois caras que nem sei se dá para chamar de humanos, dois deuses do Olimpo. Usain Bolt e Michael Phelps.
Nós adoramos comparações quando aparecem duas pessoas de excelência. Quem jogou mais, Pelé ou Maradona? Quem é melhor treinador, Zé Roberto Guimarães ou Bernardinho? Quem foi melhor golpista, Michel Temer ou os militares de 64? Quem é mais bonito, Pedro Migão ou Brad Pitt?
E isso acontece com Michael Phelps e Usain Bolt. Nos perguntamos várias vezes quem é o melhor quando a resposta é impossível de dar. Primeiro que eles não competem no mesmo esporte e segundo que nem no mesmo terreno, um na água e outro na terra. Em vez de tentarmos descobrir um melhor, prefiro curtir muito ser contemporâneo desses dois e ver que fizeram história aqui na minha cidade.
Os dois já chegaram ao Rio enormes, gigantes em seus esportes e aqui só confirmaram seus lugares no Olimpo. Usain Bolt era dúvida, estava machucado, não vinha de boas competições esse ano, Michael Phelps mal fez o ciclo olímpico. Sempre favoritos, mas talvez menos que o normal.
Refazendo o que eu disse no início, são deuses do Olimpo sim, mas dá para chamá-los de humanos e talvez esse seja o maior mérito deles, serem pessoas como nós.
Bolt parece aquele cara amigo, boa praça, que nos faz dar risadas e sai com e gente na noite. Fez “chifrinho” em repórter, sorri e brinca quando é anunciado antes da competição, canta ao vivo para emissora de TV. Bolt é o que podemos chamar de “parça”.
E sabe curtir a vida, oh se sabe… Veio aqui, sambou com passistas, curtiu a cidade, ganhou o que tinha que ganhar e ainda transformou uma anônima em subcelebridade depois de uma noite de farra. O cara que termina prova de 100 metros batendo no peito, que termina de 200 sorrindo com o cara do lado. Não dá pra dizer exatamente aqui o que penso então vou dizer que Usain Bolt é “flórida”.
Michael Phelps também. Mais contido que o Bolt, mas também humano com suas fraquezas e reações. Phelps ainda garoto se mostrou um vencedor, um diferente. Foi ganhando suas provas de natação, ganhando medalhas, batendo recordes de tempo e de conquistas até que cansou. Ainda jovem percebeu que conquistara tudo o que um atleta queria e decidiu descansar. Viver a vida como nunca pôde.
Se aposentou e foi viver sua vida de jovem. Mas não estava acostumado, não sabia como era viver fora das piscinas e se viu literalmente um peixe fora d`agua. Começou a cometer um monte de besteiras, foi preso, foi pego com maconha até que percebeu que a vida não era apenas uma festa e entrou em depressão.
Michael Phelps, até então com 18 medalhas de ouro, 22 no total, maior vencedor olímpico estava em depressão, se sentia fragilizado. Doença tão comum nos nossos tempos e que atinge a tantos. Difícil imaginar como um cara tão vencedor, tão dominante poderia se deprimir, mas a depressão não escolhe as vítimas.
Deu a volta por cima, voltou para a natação, começou tudo de novo como se fosse um iniciante, superou a depressão e ganhou mais seis medalhas, cinco de ouro. Chegou um momento na Olimpíada que Michael Phelps ficou a apenas um ouro em sua vida de toda a história do Brasil. Phelps bateu recordes que vinham da Grécia antiga. Um super humano. Um humano como qualquer um.
Bolt e Phelps anunciaram que não competem mais em Olimpíadas e acho que fazem bem. Já estão em uma idade que provavelmente traria um declínio físico e técnico nos próximos anos. Não merecemos ver a decadência de Bolt e Phelps, eles não merecem que a gente veja. Saem no auge como deuses que são.
Deuses do Olimpo, daqueles que mereceriam estátuas como os antigos. Lamentamos tanto, vivemos tanto do passado que muita vezes nem vimos e tivemos a felicidade de ver esses dois em ação. Tivemos também o privilégio de ver gênios.
Obrigado Phelps, obrigado Bolt. Não só pelo que fizeram competindo, mas também fora.
Dois raios que caíram no mesmo lugar. Em nosso tempo.
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Política é assunto polêmico. Cada um tem sua opinião. Para mim, golpista é o PT, com seu estelionato eleitoral, a bomba arrasa-quarteirão nos fundos de pensão, o petrolão, e tudo o mais. Quanto ao seu trabalho nos ajudando para as Olimpíadas, foi ótimo. Já suas opiniões políticas, são catastróficas.
Obrigado. Bom que se um dia eu me confundir e pegar três travestis como o Ronaldo vão pensar que foi o Migao que é quem acredito que vc se referiu RS abraço
Que salada, meu Deus rs