E chega ao fim mais uma temporada do futebol.

Uma temporada com vencedores e vencidos como em todas as outras, mas com um diferencial que marca definitivamente o ano de 2016. A tragédia com a Chapecoense.

Nunca mais esqueceremos 2016 por causa desse imenso detalhe. Com o tempo, podemos até esquecer quem venceu a Champions League, Brasileiro, Libertadores ou Bola de Ouro, mas nunca esqueceremos o que ocorreu com a equipe de Chapecó. Uma equipe briosa, guerreira, que parecia alcançar um sonho chegando à final da Sul-Americana contra o Nacional de Medellín, melhor time da América em 2016, mas o sonho foi interrompido de forma trágica.

Setenta e um mortos entre jogadores, dirigentes, comissão técnica, convidados, tripulação e jornalistas. Até hoje estamos muito abalados com isso e o futebol rende homenagens aos mortos na Colômbia. Faremos isso por muitos anos, talvez para o resto de nossas vidas.

Mas rolou futebol também em 2016. Cristiano Ronaldo e Lionel Messi tiveram mais um ano de “Emilinha x Marlene” com vantagem para o português. Messi ganhou o Espanhol e a Copa do Rei, mas o ano foi de CR7, que, batendo o último pênalti, garantiu a décima-primeira Liga dos Campeões da Europa para o Real Madrid. No fim do ano deu a lógica e o Real foi campeão do mundo, mas com mais dificuldades do que se imaginava contra o valente Kashima Antlers. Mais do que isso, CR7 foi campeão da Europa com a seleção portuguesa, algo inimaginável.

Enquanto isso, Messi continuou brilhando no Barcelona, mas chegou a se despedir da seleção argentina ao perder a Copa América Centenário para o Chile. Voltou alguns meses depois e aos trancos e barrancos tenta levar a Argentina para a Copa de 2018.

O futebol sul americano foi de altos e baixos para o Brasil. Primeiro semestre ruim com mais um fracasso na Libertadores. O São Paulo chegou à semifinal, mas foi facilmente derrotado pelo Nacional. O Brasil de Dunga também foi muito mal. Foi eliminado na primeira fase da Copa América, algo que não ocorria desde 1987, e chegou ao meio do ano em sexto nas Eliminatórias.

O Brasil não é a Argentina, mas também teve sua “la mano de Diós”. Graças ao gol de mão do Peru que eliminou o Brasil da Copa América, Dunga foi demitido e Tite assumiu. No segundo semestre, com Tite, as coisas mudaram da água pro vinho, o Brasil emendou seis vitórias nas Eliminatórias, acaba o ano em primeiro e a apenas uma vitória de garantir a vaga para a Copa.

Essa mudança de Tite influenciou diretamente o futebol brasileiro. Com a saída ddele e da maioria dos jogadores campeões, o Corinthians se desintegrou. O melhor time de 2015 não foi nem sombra em 2016 e viveu um ano ruim, sem títulos e sem vaga na Libertadores mesmo com o aumento para seis vagas pelo Brasileiro.

O ano mostrou que campeonato estadual não pode ser parâmetro para Brasileiro. Dos campeões, só o Santos e sua garotada que conquistou o vice-campeonato brasileiro teve motivos para festejar. Inter, Santa Cruz e América MG foram campeões e rebaixados para a segunda divisão, Vasco foi bicampeão carioca e quase não subiu. A única coisa que o vascaíno pôde comemorar no ano foi uma recente freguesia estabelecida com o arquirrival Flamengo.

Flamengo que fracassou na maior parte do ano e sentiu o “cheirinho” do sucesso no fim. Fez “Bye bye, Brasil”, lotou aeroportos, teve a torcida carregando Diego nos braços em sua chegada e ficou em terceiro na competição nacional. O Atlético Mineiro assombrou a todos com suas contratações, mas conquistou apenas a Flórida Cup e demitiu Marcelo Oliveira no meio das finais da Copa do Brasil. Fluminense, Cruzeiro e São Paulo flertaram com a tragédia em alguns momentos de 2016, mas conseguiram terminar pelo menos de forma burocrática. Quem brilhou foi o Botafogo. De virtual rebaixado a quinto melhor time do Brasil e classificado para a fase eliminatória da Libertadores como o Atlético PR e seu campo sintético que lhe rendeu muitos pontos. 

E os três grandes vitoriosos do futebol brasileiro em 2016? O Grêmio conseguiu acabar com a fila de quinze anos e venceu um torneio nacional. Comandado por Renato Gaúcho, que estudou futebol três anos na praia de Ipanema, se impôs diante do Atlético e deu volta olímpica na mesma semana em que viu seu arquirrival sucumbir e ser rebaixado. O Palmeiras, de tanto contratar, finalmente conseguiu montar um time, um grande time que doutrinou e com todo merecimento foi campeão brasileiro. Os comandados por Cuca lideraram quase de ponta a ponta o torneio e promete muito para 2017.

Por fim, o time que mais brilhou em 2016, aquele que uniu o mundo todo em suas cores e seu grito de guerra. A Chapecoense foi campeã estadual, fez um digno Campeonato Brasileiro e foi o único time do país a fazer bom papel na Sul-Americana. Foi ultrapassando seus adversários um a um, mesmo os mais tradicionais, e com defesa milagrosa de Danilo chegou à final da competição.

Declarado campeão sul-americano, o maior clube do mundo em 2016 tem agora a dura missão de montar um elenco para sua primeira Libertadores. Os olhos do mundo estão voltados para a Chapecoense. Os corações também.

Assim foi 2016 e esperamos ter um 2017 com mais alegria, choros só de felicidade e que nossos times brilhem. Será que é pedir demais mais paz nos estádios? Não, esperança nunca é demais.

Hoje é o último dia do ano, então venho aqui desejar um feliz 2017 a todos. De muita paz, saúde, felicidade, amor e gritos de campeão.

E claro…

…Vamos!! Vamos!! Chape!!

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