Esse é o nome, o do título, que a rapaziada do Popbola apelidou a Copa da Primeira Liga, que nesse meio de semana conheceu seus semifinalistas. Sim, caro leitor, ela ainda existe.

E, se você não torce para times de São Paulo, lembrou bem que o torneio existe porque seu time se classificou, foi eliminado, ou seu rival foi eliminado e você aproveitou para zoar. Pode parecer desdém, já que meu time foi um dos eliminados do meio de semana, mas não é, já que apesar da pouca importância que o torneio tem hoje assisti ao jogo e não gostei da eliminação.

Mas não tem como negar que a Primeira Liga “deu água”. A ideia é formidável e fui um dos que apoiei inclusive escrevendo um artigo nesse espaço no começo do ano passado aprovando e esperançoso que pudesse ser uma mudança no futebol brasileiro. Não foi. O torneio foi sabotado de todos os lados, seja pela CBF, Federações, TVs ou os próprios clubes filiados.

Começou muito bem ano passado inclusive tendo um jogo entre Atlético Mineiro e Flamengo em Minas com um público maior que de todos os estaduais, mas os problemas foram surgindo. Não é um torneio oficial então as Federações estaduais não tem obrigação de conceder nada ao torneio.

A falta de datas tirou o dinamismo inicial, a empolgação e as que surgiram, empilhadas com os estaduais, fizeram com que os clubes colocassem equipes reservas na competição já que as TVs, que sustentam os clubes hoje em dia, exigiram times principais nos estaduais. Dessa forma, a Primeira Liga foi até o fim ano passado com o Fluminense campeão. Muito longe do que imaginávamos, mas ainda com alguma importância.

Esse ano perdeu totalmente a importância com os clubes colocando reservas desde o começo e com o pior, uma parada de seis meses entre a primeira fase e as quartas de final. A Primeira Liga ressurgiu essa semana com todos tomando um susto e se perguntando “Ué? Ela ainda existe?”. Um agravante é vivermos um dos piores anos recentes em relação ao calendário com torneios se amontoando e desgastando os clubes. Com isso a Primeira Liga, que era para ser revolucionária, virou um fardo.

É uma pena, realmente não deu certo. Uma pena porque como eu disse era uma grande ideia. No momento em que os deficitários e pouco qualitativos estaduais esbanjam suas bagunças e falta de categoria não tinha nada melhor que um torneio que envolvesse Flamengo, Fluminense, Grêmio, Inter, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Paranaense, Coritiba… Mas os coordenadores da competição cometeram erros que ajudaram no fracasso.

Como citei no começo do artigo, não havia clubes paulistas e o próprio técnico Abel Braga lembrou que não dá para fazer competição nacional sem clube paulista. É verdade e a direção do torneio não soube trazê-los para a disputa, ainda mais com as altas verbas de televisão que o Paulistão entrega.

Também falharam em trazer Botafogo e Vasco para a disputa, muito pelas brigas idiotas entre os quatro clubes do Rio. A perda dos paulistas e dos dois cariocas fez da Primeira Liga esvaziada.

Dizem que vai virar torneio preparatório ano que vem. Por mim era melhor acabar porque se é para fazer mal feito é melhor nem fazer. Acho que ainda chegará a hora da Liga, ainda não é essa porque os clubes botam a política acima de tudo, mas é inevitável que uma hora ocorra.

Uma pena que o melhor campeonato brasileiro da história, o de 1987, tenha sido reduzido a uma briga clubística, ali foi a nossa maior chance de liga e cinco anos antes da criação da Premier League inglesa. Imaginem se ali tivéssemos implantado a Liga como seria hoje o futebol brasileiro?

Perdemos agora a segunda chance. Talvez depois de perdermos sete venha o gol de honra.

Mas ele virá.

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