O carioca, faz tempo, sabe que duas coisas acontecem. Que a família Picciani comanda o Rio de Janeiro e existe uma máfia envolvendo as empresas de ônibus cariocas. Só isso para explicar o péssimo serviço que as mesmas oferecem e nunca ter ocorrido nada com elas.

Nessa últimas semanas o Brasil todo ficou sabendo.

Eu sou morador da Ilha do Governador e desde criança tenho que conviver com duas péssimas empresas de ônibus chamadas Ideal e a pior de todas, que para meu azar é a que atende minha área, Paranapuã. A Viação Paranapuã além de dispor de ônibus velhos e sem a mínima condição de atender a população é uma empresa que assim como o carioca, tem medo de sair de noite. Raros são os ônibus que passam a noite e se você tem algum compromisso com hora marcada e que precise de ônibus saia antes, bem antes, de preferência no dia anterior, melhor ainda, saia ao nascer.

Existe uma norma de alguns anos atrás que todos os ônibus do Rio de Janeiro tem que dispor de ar condicionado graças ao calor africano que faz nessa aprazível e infernal cidade. Preciso nem dizer que a tal viação não cumpriu a ordem. Experimente pegar um 328 ou 323 do centro da cidade para a Ilha no verão no fim da tarde, será uma experiência inesquecível.

Dessa forma as empresas de ônibus tratam a população fluminense, tratam como gado, sem respeitar normas e a mesma tem que recorrer ao transporte alternativo e o agora popular Uber para poder se locomover. São ruins para cumprir ordens, mas sempre estão dispostas a aumentar o preço. As passagens chegaram a R$ 3,80 e queriam aumentar para R$ 4, mas a justiça interveio e não só mandou baixar para R$ 3,60, como agora mandou para R$ 3,40.

Os vinte centavos do valor de passagem foram responsáveis por manifestações que levaram o Brasil a esse momento escroto de agora, mas a verdade é que o valor da passagem e seus centavos a mais ou a menos nunca interessaram aos dominantes desse país e sim o quanto podiam receber de propina.

Muitas histórias eram ouvidas da Fetranspor e da família Barata, que infelizmente não é eliminada com inseticida, nos últimos meses percebemos que todas as histórias eram verdadeiras.

E, como esperado, chegou à família Picciani. É evidente que se uma família é tão poderosa, e uma empresa tão poderosa, que elas se interliguem em algum momento.

Ao contrário da maioria dos meus amigos eu aplaudo a Lava-Jato e as ações da Polícia Federal, o que reclamo é que alguns partidos parecem imunes a investigações, mas não quero que elas parem, muito pelo contrário, quero que cheguem à todos e claro que dei um sorrisinho quando vi a cúpula da Alerj parando no presídio em Benfica mesmo sabendo que seriam soltos.

Muito focam no Crivella (principalmente os sambistas que só olham para o próprio umbigo) e no Temer esquecendo o que tem de pior no Rio de Janeiro, os comandantes desse estado. O fato de termos um ex governador completando um ano de prisão, outro que a visita de vez em quando e o presidente da Alerj dormindo na cadeia mostra o abandono que se encontra o cidadão fluminense.

Tenho certeza que o governador Pezão visitará a cadeia e ficará por um tempo nela após o mandato, mas infelizmente sei que Picciani não. Primeiro porque seus nobres pares manipulam Constituição e regimento interno como convém, estimulados pelo STF, e segundo porque o povo irá reeleger toda essa corja.

É bacana ver Jacob Barata e a Fetranspor enrolados, ver o Jorge Picciani dormir na cadeia, mas depois fica tudo bem com eles e em suas nababescas casas frutos de propina abrem um vinho para celebrar. Infelizmente somos o torturado que ri porque o carrasco machucou o dedinho.

Continuarei pegando a porcaria dos ônibus da Paranapuã lotados e sem ar condicionado e o busão da Alerj partindo cheio de dinheiro de maracutaia.

O sistema é f…

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