Começou o Campeonato Brasileiro de 2018 e com ele já temos um time sensação com um técnico sensação.
É uma novidade que vem do sul. Para falarmos com correção essa novidade não nasceu na Região Sul, há pelo menos dois anos cria um burburinho, mas no Sul, sendo mais exato no Paraná, que conquista definitivamente dimensão nacional em um clube de grande porte.
Falo de Fernando Diniz e do Atlético Paranaense. Fernando foi um jogador no máximo mediano. Jogou em grandes clubes como Corinthians e Flamengo, e, apesar de ter participado de elencos campeões, sempre foi aquele reserva que entrava e conseguia contribuir com a equipe, sendo um jogador tático. Por isso era sempre pedido por alguns dos grandes treinadores dos anos 90 quando esses assumiam novos times. Fernando Diniz conseguiu levar isso para a nova carreira.
Primeira vez que o Brasil ouviu falar de Fernando Diniz treinador foi em 2016 quando levou o modesto Audax para a final do Campeonato Paulista. Um clube pequeno chegar na final do Paulistão não é tão raro assim, rara foi a forma com que chegou. Chegou sem se entrincheirar, sem fazer retrancas, chegou jogando bola, gostando de ter a posse de bola e sem dar chutões. Nem o goleiro dava chutão. Todos tinham que passar a bola.
Lembraram de um treinador que gosta de jogar dessa forma? Sim, Pep Guardiola, o grande técnico catalão que privilegia o toque de bola e o futebol bem jogado.
O Audax foi vice-campeão paulista e Diniz sumiu. A equipe inclusive foi rebaixada ano passado no mesmo paulista e ainda com o jovem treinador no comando. Parecia que a nova onda tinha passado.
Eis que Fernando Diniz ressurge agora no Atlético Paranaense.
É o clube certo para seu surgimento no futebol de elite. Apesar de ter velhas práticas, como dirigentes que se perpetuam no poder, o Rubro-Negro é um clube moderno, bem estruturado e que gosta de inovar. Com esse estilo chegou a ter o craque alemão Mathaus como treinador e há alguns anos abdicou do Campeonato Estadual jogando o mesmo com jovens.
Foi assim esse ano e foi uma decisão fundamental para que Fernando Diniz impusesse seu estilo de futebol. Não é um estilo fácil de implantação, que seja aprendido rapidamente, tanto que a equipe principal passou por dificuldades nas fases iniciais da Copa do Brasil. Mas enquanto os meninos jogavam e ganhavam o campeonato paranaense Fernando Diniz passava seus métodos em treinamentos.
Começa a colher os frutos agora. Com uma equipe mais descansada e treinada que as outras o Atlético eliminou o São Paulo da Copa do Brasil, largou muito bem na Sul Americana e começou o brasileiro goleando a Chapecoense e fazendo um jogaço com o Grêmio empatando com o mesmo na casa do rival.
É um futebol diferente do jogado no Brasil atualmente. Futebol como o que aprendemos a gostar e ver no país onde os jogadores gostam de ter a bola, gostam do jogo. Por isso torço que dê certo e possamos sair um pouco da mesmice do futebol reativo, daquele que dá a bola pro adversário e joga por uma oportunidade. Muito pouco para um país de tanta história.
É um método arriscado, mas só quem arrisca revoluciona.
Boa sorte Fernando Diniz
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