A essa altura, é evidente que todo mundo já sabe o que ocorreu com o candidato a presidência Jair Bolsonaro, até porque ele e seus correligionários fazem questão de expor bastante. Tudo isso assusta muito, até porque não parece assustar tanto assim ao todo.
Não importa se é um candidato odiado por muitos, o fato é que um candidato, hoje líder nas pesquisas, sofreu uma tentativa de assassinato. Isso é grave demais, mais que um crime “comum” é um crime contra a democracia, contra um parlamentar que almeja a presidência. Não é algo normal, um atentado a um candidato presidencial é manchete em qualquer lugar do mundo, assim como matar uma vereadora no centro da cidade em que ela exerce a função. Talvez agora alguns entendam o tamanho do que ocorreu com Marielle Franco.
Alguns porque a maioria não entendeu a gravidade aos atentados que tiraram a vida de Marielle e quase tirou a de Bolsonaro, não entendeu e continua colocando gasolina no incêndio dividindo o país entre os “meus crimes” e os “seus crimes”, divisão que ocorre desde 2013 e o senhor Aécio Neves fez questão de aumentar em 2014.
O próprio Jair Bolsonaro, numa forma inocente de eu pensar, ainda não entendeu continuando mesmo após quase morrer com seu discurso de ódio e fermentando a divisão. Disse forma inocente de pensar porque, evidente, quem mais ganhou com esse clima bélico no Brasil foi ele que se aproveita do medo e revolta de parte da população para manipulá-la.
Não ajuda em nada Bolsonaro postar foto simulando um fuzil na mão após atentado, também não ajuda a esquerda sem provas concretas colocar dúvidas sobre o ocorrido quando um monte de pessoas sérias estão envolvidas no tratamento do candidato. Não ajuda difamarem Marielle após sua morte nem desejar a morte de Bolsonaro.
Adianta nada esse clima bélico só para aqueles que se aproveitam para ganhos políticos. Pessoas estão brigando por política, disseminando ódio, preconceitos e perdendo o foco do que realmente é necessário, as propostas de cada candidato. A campanha presidencial começou com ataque a ônibus na caravana de Lula, chegou ao atentado contra Bolsonaro e não sabemos aonde pode parar.
Bolsonaro, como eu falei, cultiva esse ódio no país para ganho político, mas não pode ser responsabilizado pelo próprio ataque que sofreu, seria como responsabilizar a mulher com roupas curtas pelo estupro sofrido. Quem sabe com uma pessoa do ramo conservador atacada não entendem que a vítima nunca tem culpa?
Ainda tem muitos dias de eleição pela frente, segundo turno e a tendência é piorar.
Que haja tolerância.
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