Juan Antonio Alvarez Mendez (nas fotos, durante o desfile de 2009), 60 anos a completar neste próximo dia 26 (a mesma idade de meu pai), espanhol nascido na Galícia mas que se radicou no Engenho de Dentro. O leitor não deve saber a quem me refiro, mas se citarmos o nome “Juan Espanhol” saberemos que estamos diante de um dos maiores compositores de samba de enredo de todos os tempos, com nada menos que 16 vitórias – 13 no Arranco do Engenho de Dentro, duas na Unidos da Tijuca (1993 e 1995) e uma na minha Portela (1990).

Juan Espanhol é autor de um dos “gritos de guerra” mais significativos das escolas de samba: “na ilusão desta avenida,o Arranco é todo amor!” Nesta semana em que completa seis décadas de vida, Juan Espanhol é o entrevistado de nossa coluna “Jogo Misto”.

1) Vamos começar do início. Como o espanhol da Galícia foi parar no Engenho de Dentro?

JE – Meu pai teve que fugir com meu tio no início da Guerra Civil Espanhola(1936 a 1939). Quem lutou foi outro irmão deles, que estava coincidentemente servindo ao exército, mas, graças a Deus, conseguiu sobreviver à revolução…

Meu pai e meu tio tiveram que fugir quando mataram meu avô (pai deles) e outros republicanos em Ceuta (Marrocos, antiga posessão espanhola) logo no primeiro dia da revolução. Era madrugada, quando todos dormiam e no mesmo quartel onde Franco servia que era o mesmo onde meu pai havia servido e iriam matar todos os filhos (homens).

Meu pai e meu tio deixaram sua mãe, a tia Benita, minha mãe e minhas irmãs e conseguiram em Vigo se meter num navio mercante que vinha pro Rio… Por acaso, o navio ancorou no Rio de Janeiro.

Viveram os dez primeiros anos clandestinamente, até conseguirem a documentação doze anos depois. Meu pai que era casado e pai de duas meninas, através de autorização do consulado, conseguiu voltar à Espanha algumas vêzes e numa dessas, me fêz… Isso porque três meses era o máximo que ele poderia ficar em território espanhol – ou seja, não estava lá quando nasci.

Em 1960, com minhas irmãs casadas, eu e minha mãe viemos morar com êle, que já não estava no Rio, mas em Juiz de Fora. Após uma adolescência de “rebeldia sem causa”, vim morar (de castigo) com meu tio Manuel na Rua Pernambuco (Engenho de Dentro). Tinha 17 anos e os fundos da casa do meu tio davam praticamente para os fundos da quadra de um Bloco Carnavalesco chamado Arranco.

2) E como o Juan Espanhol se tornou compositor?

JE – Vale lembrar que a partir dos 7 anos, ainda na Espanha, ficava maravilhado com a cobertura do carnaval carioca, que meu pai mandava para minhas irmãs (revistas Manchete, Cruzeiro e Fatos&Fotos).

Levava as revistas para o quarto e ficava extasiado com as mulatas e os nomes das Escolas de Samba. Notei que abaixo do nome Portela havia sempre algo como “A grande campeã”, no ano seguinte “Bi-campeã”, enfim: concluí que havia uma espécie de concurso e que a Portela era a melhor… [N.do.E.: bons tempos, bons tempos…]

Essa paixão inicial pelo carnaval acabou mais tarde me levando às composições de samba, uma vez que desde os 12 anos, ainda em Juiz de Fora, já gostava de fazer poesias (lia todos os poetas) e percebí que não era tão difícil musicar alguns protestos (comuns na época da Ditadura Militar).

3) O Arranco era um bloco antes de se tornar escola de samba. De que maneira se processou esta transformação?

JE – Ainda não fazia parte do Arranco (apenas torcia), mas sei da história.

O então presidente Mazola, ao visitar a Tupy de Braz de Pina, observou que tanto em quadra quanto em estrutura ou localização o Arranco nada devia àquela Escola do Grupo 1 (Especial). Percebeu ainda que os Blocos de Enredo estavam perdendo espaço, e trouxe a idéia para sua Diretoria, que no início foi contra.

Seus argumentos foram mais fortes (eram apenas três Grupos de escolas de samba, então) e alegou que em cinco ou seis anos o Arranco estaria no Grupo 1. Coincidentemente, entrei para a Ala de Compositores meses após essa transformação (1973). [N.do.E.: o presidente estava correto: o Arranco desfilou no hoje Grupo Especial em 1978, cinco anos após sua transformação em escola sde samba]

4) “Estrela Dalva”, de 1974, foi seu primeiro samba de enredo vencedor. Qual sua avaliação sobre esta composição? Como foi a disputa?

JE – Vi um prospecto no poste da esquina com o nome do enredo (A estrela Dalva…de Oliveira).

Não sei porque, nem como, mas dias depois comecei a compor um samba em que apresentava o Arranco como Escola, ao mesmo tempo em que falava poeticamente do que eu conhecia da cantora. Mostrei isso a um ritmista do Arranco (Ormindo, hoje também compositor), que pediu para não mostrá-lo a ninguem e que eu deveria entrar na Ala de Compositores – a sinopse nem havia saído.

Assim foi feito e o próprio Ormindo me apresentou seu irmão Nylson (anos mais tarde meu primeiro parceiro) para defender meu samba na quadra – eu tinha medo de microfone. Por sorte, quando a sinopse foi distribuída tinha quinze linhas apenas e o carnavalesco (Eduardo del Rey) dava total liberdade de criação aos compositores. Ele fazia apenas questão de dois títulos de músicas gravadas por ela: no meu samba já tinha um, troquei apenas um verso e incluí mais dois títulos.

Ou seja, tudo se deveu a uma questão de intuição e muita sorte. Fomos à final com dois outros grandes sambas: Ary Carnaval (presidente da Ala de Compositores) e o mestre Serrinha (pai do presidente Mazola e o maior compositor que o Arranco teve nos tempos de bloco – devo a êle tudo o que sei em termos de melodia.

Os jurados foram Waldyr 59, Catoni, o professor de História do Colégio Maranhão(em frente ao Arranco), Lygia Santos e um representante da escola (Ayrton Azevedo, então na Harmonia, mas que era compositor, cantor e mais tarde foi também presidente). A escola queria meu samba e hoje tenho a impressão que não foi muito difícil.

5) Das treze vitórias no Arranco,qual a mais difícil? Por quê?

JE – Considero duas.

Em 1975 o Arranco cometeu um grande erro ao deixar apenas dois sambas para a final (felizmente, isso, nunca mais se repetiu). O Arranco praticamente todo queria o meu samba, mas o samba adversário (do Beto, sobrinho do grande Romildo) contava com toda a torcida do Vai se Quiser (Bloco que foi durante muitos anos adversário do Arranco, a duas quadras de distância e por isso mesmo, com uma rivalidade muito acentuada).

Na apresentação do Beto (o Nylson já havia cantado o meu), o tumulto começou com praticamente a quadra inteira brigando, a ponto de terem que adiar a decisão por uma semana. Na outra sexta-feira tinha mais policiais do que sambistas, todos com medo do que ocorrera na semana anterior.

Em 1985, já com o Sylvio como parceiro, também houve uma pequena confusão no palco na hora do resultado. Um dos compositores de uma forte parceria tentou agredir o Diretor de Carnaval, meu ex-sogro, por achar que estava me “protegendo”.

6) Como surgiu a parceria com Sylvio Paulo?

JE – Até 1983, havíamos sido adversários, tanto no Arranco, quanto por algumas vêzes no Vai se Quiser.

Mas entre nós dois sempre houve um respeito e grande admiração mútua. Os entreveros se davam sempre entre os dois irmãos – Ormindo, seu parceiro e Nylson, meu. Era engraçado porque chegavam a xingar um a a mãe do outro, que era a mesma…

Nesse ano, o Sylvio havia recebido um convite para ir pra Portela e me chamou para que iniciássemos uma parceria por lá. Fizemos um samba que nem chegou à final, mas que nos aproximou para vencermos pela primeira vez juntos no Arranco, em 1984 com “As aves que aqui gorjeiam”.

7) Como era a disputa de samba nas décadas de setenta e oitenta?

JE – Quanta saudade daquele tipo de disputa…

Costumavam chamar compositores consagrados, jornalistas especializados em Carnaval ou em música, historiadores, com alguns representates da própria escola. Simplesmente vencia o melhor e a margem de erro, era ínfima.

8) Qual dos seus sambas lhe deu mais prazer de compor?

JE – Sempre que temos um grande enredo temos grande prazer em compor.

Se o grande enredo vem atrelado a uma grande sinopse (nem sempre isso acontece) aí o prazer transforma-se na “necessidade” de alcançá-lo. Diria que quase todos os que venci no Arranco, os dois do Vai se Quiser (Maria Terna e Eterna e A Praça), assim como os da Portela e Unidos da Tijuca…

Sem esquecer o ‘Jorge, Amado Jorge’ da Imperatriz 2012 que se perdermos, já nos deu o prazer de fazê-lo… [N.do.E.: este samba concorrente pode ser ouvido acima]

9) Você se arrepende de algum dos sambas que compôs? Se pudesse alterar algum deles, qual e que trecho alteraria? Por quê?

JE – Em 1976 eu, o Sylvio e o Nylson compusemos “Desce mais uma” e/ou “Conversa de Botequim”, propositalmente “marcheado”, com o argumento de que o enredo por ser alegre, extrovertido e caricato permitiria um tipo de melodia daquele tipo. Vencemos, mas hoje não repetiríamos a experiência.

10) Você se afastou das disputas de samba de 1997 até 2006. Por quê?

JE – O Sylvio já havia se afastado antes. Eu só fui perceber mais tarde que ele estava certo… As “disputas” de samba-enredo estavam já trilhando por caminhos um tanto quanto tortuosos e obscuros…

11) Qual sua avaliação sobre os sambas compostos nos dias de hoje? E sobre as transformações sofridas por este gênero musical?

JE – Embora grandes compositores especialistas em samba-enredo pelos motivos acima tenham se afastado, ainda encontramos durante as eliminatórias grandes sambas – o Rio é e sempre será um celeiro de Bambas.

Assim como o próprio Carnaval, o samba-enredo também sofreu as devidas mudanças: menos cadência, mais bpm,  para que o visual televisivo tenha mais movimento. O grande problema é que na “escolha” do samba, numa safra de quatro excelentes, conseguem escolher um de razoável pra bom…

12) A necessidade de seguir as atuais sinopses com precisão tolhe a poesia?

JE – Depende muito da escola e/ou do carnavalesco.

Já lí sinopses com tanto “negrito indispensável”, com “obrigatoriedade de exaltar a escola”… Ou coisas piores: um vice-presidente de uma escola famosa certa vez exigiu que o samba teria que ser composto em Dó Maior, sem ter a mínima noção do que é tonalidade.

Sem liberdade, a poesia jamais poderá voar….

13) Qual sua avaliação sobre o momento atual do Arranco?

JE – O Arranco é uma escola problemática.

Tem muita oposição e isso é histórico, dizem que desde o tempo de bloco. A escola faz seu carnaval com a ajuda de meia dúzia de abnegados, já que as subvenções dos grupos de Acesso são vergonhosas. Mas aprendeu a desfilar e alcançou uma simpatia no mundo do samba que faz superar suas deficiências na Avenida.

Com um pouco mais de estrutura, tenho esperanças que chegue lá….

14) O que você acha das disputas atuais de samba?

JE – Tristes.

Sou de um tempo em que a qualidade (letra+melodia+andamento e coerência com o enredo) tinham um peso de 80% na escolha. 10% ficavam com a interpretação e os outros 10% com a interação com o público (torcida). Era difícil errar.

Com o tempo, o peso foi se invertendo. A qualidade caiu pra 40%.

Logicamente subiram a interpretação e os “efeitos especiais”(antiga torcida) para 30% cada um… ou seja: se um samba tem um intérprete de primeira linha junto com Neon e/ou laser já garantiu 60% – mais que os 40% que a qualidade do outro pode alcançar….

15) e das chamadas “firmas” de samba enredo?

JE – Foram as tais “firmas” ou “escritórios” que provocaram as disputas mencionadas acima. Espalham suas obras por todas as escolas do Especial e de uns tempos para cá até nos Grupos de Acesso.

Tem sempre pelo menos um dos seus factóides (falsos compositores que assinam a obra) onde dinheiro não é problema – tanto para o palco quanto para o laserr e as cervejas e churrascos da torcida. O final do filme já sabemos.

Posso falar de cadeira porque fui convidado para fazer parte do “primeiro” escritório montado. Recusei-me e mantive a palavra de não revelar de quem partiu o convite. Hoje devem existir pelo menos uns cinco ou seis escritórios, nos mesmos moldes, uns brigando contra os outros..

O engraçado é que existem factóides humildes, mas existem aqueles que enchem o peito para dizer que são tri, ou tetra, ou até penta-campeões em determinada escola. Mais de uma vez tive que dar as costas para que não me vissem meu sorriso irônico….

16) Os sambas da Portela em 1990 e da Unidos da Tijuca de 1995 são dos primeiros narrados em primeira pessoa do carnaval carioca. De onde surgiu a idéia?

JE – Descobri com o tempo que o componente “canta com mais empolgação” na primeira pessoa (eu vou, eu faço, eu aconteço), do que “ele foi, ele fez, ele aconteceu”. A partir daí passou a ser uma arma que aprendemos a utilizar relativamente bem.

17) Como surgiu o samba vencedor na nossa Portela, em 1990?

JE – Havíamos feito uma incursão em 83 (conforme disse acima), mas não ficamos nos anos seguintes.

Em 89 o Arranco estava no Especial, com samba nosso, onde éramos também os puxadores. Em uma entrevista para a Globo (sobre estrangeiros no samba), reencontrei-me com o Carlinhos Maracanã e com o Fernando Horta (ambos portugueses) e o Carlinhos me perguntou porque não voltava pra Portela. [N.do.E.: Carlinhos Maracanã então presidente da Portela e Horta até hoje mandatário da Unidos da Tijuca]

Respondí que o Arranco também estava no Especial, ao que ele retrucou que não seria por muito tempo. Na hora fiquei puto, mas foi o que aconteceu. Contei a história pro Sylvio, resolvemos ir e por sorte já chegamos vencendo.

18) E o alusivo “na ilusão desta avenida, o Arranco é todo amor”?

JE – Saiu no estúdio, quando estávamos gravando para concorrer em 1988: o Sylvio Paulo colocando a voz e eu sentindo a necessidade de alguma coisa para a abertura. De repente, não sei como, gritei aquela frase e os produtores (Marquinhos e seu pai – irmão e pai da cantora Kátia) disseram ao mesmo tempo: é isso! Passa isso pro Sylvio!

O Sylvio até tentou, mas a entonação que eu havia dado ele não conseguia dar. Após algumas tentativas o pai do Marquinho disse: vai lá você – e acabou dando certo. O Sylvio, por ser extremamente técnico, sempre deixou o grito de guerra e os cacos pra mim.

19) Qual sua impressão sobre os puxadores de samba atuais?

JE – Muita gente com excelente qualidade surgindo e outros monstros já consagrados. Alguns, mais novos, exageram um pouquinho nas firulas, mas com o tempo percebem que o equilíbrio é a melhor solução.

Da nova geração, o Zé Paulo está um pouco acima de outros grandes nomes. Da antiga temos sempre que respeitar o Neguinho, Nego e Dominguinhos. Imortais, temos vários: Jamelão, Haroldo Melodia, Ney Viana e Silvinho, entre outros.

20) Em 2009 você tinha um bonito samba concorrente na Portela, que infelizmente “caiu” na semifinal (áudio aqui). Qual sua avaliação sobre aquela disputa?

JE – Além do meu, tinha o do Bororó, da Eliana (filha do Paulinho da Viola) e do Serginho Procópio como bons sambas.

Soube de uma fala do presidente da escola na reunião com os finalistas (vários deles me contaram), que por questões éticas não revelarei, mas que nos deu motivos suficientes para não escrever na escola – pela qual torcemos – nos anos posteriores.

21) Qual a disputa de samba mais difícil que enfrentou? Por quê?

JE – Todas são difíceis.

Em 93 na Tijuca teve parceria adversária fazendo levar até o Horta que o duplo sentido que eu utilizava no refrão final era apologia ao tráfico e às drogas. Soube disso quando após o resultado, o presidente me “obrigou” a criar outra letra para o refrão. Tinha dois dias de prazo devido à gravação, mas saiu.

O refrão original era:

“Canta Borel, mistura o sangue, faz o teu papel
canta Borel, que esa brisa vem do céu”

Acabou ficando:

 “Canta Borel, a tua raça hoje é cor de mel,
Dança Brasil, teus acordes vêm do céu”.

22) Em 2006 o ‘pássaro Eleié” não constava da sinopse e passou a fazer parte do desfile após a pesquisa de vocês. Como se descobriu isso?

JE – Eleié, se não constava da sinopse, pelo menos o Caribé o havia mencionado na explanação do enredo. Nem eu nem o Sylvio havíamos assistido. Quando o Bira mencionou algo de pássaro (não se lembrava do nome), perguntamos ao Caribé numa das palestras “tira-dúvidas” sobre o papel do pássaro e sua grafia.

Segundo crenças africanas existia um pássaro com esse nome, que sobrevoava tudo e lá do alto, enxergava tudo. Seria o “Olho de Deus”, a quem NADA passava desapercebido. Ou seja, tudo o que aqui era feito de errado ou de certo por qualquer criatura estava sendo observado, levando a crer, que assim como em todas as religiões atuais, haveria a cada passagem uma espécie de “ajuste de contas”. Ou seja, a “Lei Divina”….

Lindo, não?

Nesse ano, aliás, tivemos bastante liberdade na criação. Muitas coisas do samba não estavam na sinopse, mas conseguimos pegar o “espírito”, a “alma” do enredo. Tenho a impressão que o Caribé (carnavalesco) aproveitou para montar o desfile em cima do samba… [N.doE.: este foi o tema do último “Samba de Terça”, que pode ser lido aqui]

23) Qual o melhor samba de enredo de todos os tempos em sua opinião? Por quê?

JE – Embora considere pelo menos uns dez sambas do mesmo quilate, pelo enredo em si – a descrição do evento que mais tarde nos deu toda a possibilidade  da inspiração cultural negra: o samba – fico com “Sublime Pergaminho”.

24) E qual o seu melhor samba? Por quê?

JE – 1985, “Chuê, Chuá, Moronguetá, Cruz Credo!” (áudio acima)

Considero poética e musicalmente perfeito! Conseguimos transformar a Amazônia num corpo humano onde as veias eram os rios. Existem partes do samba que até hoje me deixam sem entender como foi possível captá-las.

25) Você desfilou na Comissão de Frente do Arranco. Como foi esta história?

JE – por dois anos seguidos saí na Comissão de frente (risos). Uma vez de Pirata, num enrêdo sobre Paraty, e de garçom em “Sai mais uma” e/ou “Conversa de botequim”. Tempo bom… (mais risos)

Lembro-me que o Berreba, apesar da fácil coreografia, conseguia virar “sempre” para o lado errado. Acho que não levamos “porrada” na nota porque os jurados devem ter pensado que ele fazia o papel de “garçom atrapalhado”. Mas até hoje ele ainda é muito sacaneado.

Também tem o seguinte: parece que o Arranco escolheu “a dedo” todos os malucos do Engenho de Dentro para formar a malfadada comissão. Sobrou para o Bira do “R”, que era o nosso coreógrafo…

26) Livro ou filme? Por quê?

JE – Livro. Quando se lê nossa imaginação, por ser individual, “idealiza” a cena de uma forma única.

Existem filmes maravilhosos (temos que respeitar a sétima arte), mas quando existem as duas coisas (livro e filme), só leio, não assisto. É uma forma (talvez egoísta) de preferir as imagens que idealizei (tanto das personagens, quanto dos lugares).

27) Finalizando, com os agradecimentos do Ouro de Tolo,algumas poucas palavras sobre o blog ou seu autor/editor.

JE – Quem agradece sou eu.

Tenho o maior respeito e admiração por quem “divulga” o nosso maior “bem” cultural, o nosso Samba. Sejam os poucos radialistas que restam (sabemos da sua luta), sejam os colunistas que só Deus sabe como encontram seus espaços.

A você, Pedro, que com seu Ouro de Tolo conseguiu seu “real” Tesouro, conte sempre com a minha admiração, o meu respeito e meu desejo de sucesso.

(Agradecimentos a André Mariz, Fabrício Gomes, Paulo Renato Vaz e Marcelo Hargreaves)

One Reply to “Jogo Misto – Juan Espanhol”

  1. linda e arrepiante a entrevista com o Espanhol: informativa, lúcida, crítica e emotiva. Cresci aprendendo a gostar de samba-enredo ouvindo os sambas do Espanhol, pelos quais tenho enorme admiração, esp pelo samba do Arranco 88, que acho magistral. Não sei como ele não citou como o melhor samba que ele fez.

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