São três sambas de estrutura bastante diferentes em relação às fracas e pasteurizadas músicas que vem embalando os desfiles em geral nos últimos anos.
(Neném, Mauro Silva, Isaac e Carlinhos Madureira)
Nosso poeta alcançou
O afã da poesia
Foi aí que clareou
Clareou é do infinito
Oh! Que tema tão bonito
Adelaide, a pomba da paz
Está escrito
Voa, voa, voa
Deixa a tristeza de lado
Voa, voa, voa
Vai levar o seu recado
Leia esse matutino vai mudar o seu destino
Disse o tucano falador
Preciso de um mensageiro
Que seja bem ligeiro
Que leve a paz aonde for
Pomba, entre na floresta
Aproveite, a hora é esta
De aliviar a sua dor
Ilumine a escuridão
Faz feliz o coração
De qualquer sofredor, ô ô ô ô
São quatro letras
Que fazem sonhar
É o amor, que se espalha no ar
Neste dia de folia
Sigam o exemplo desta pomba
Desativem esta bomba
Prá ninguém se machucar
Amar é bom, amar é bom
É bom demais, é felicidade
É sinônimo de paz“
(Carlinhos Madureira, Café da Portela e Iran Silva)
Eu sou assim
Vaidade não tem preço
Mas eu tenho seu apreço
Pois você gosta de mim
Eu sei que faço seu corpo arrepiar
Eu sei que você não vai sem me ver passar
Eu já vi você chorar
Na hora do meu desfile encerrar
Perguntei ao espelho meu
Qual delas é mais linda do que eu
Ele então me respondeu
Mas linda do que eu só eu
O meu azul veio lá do infinito
O meu canto é mais bonito
Salve Oswaldo Cruz e Madureira
Me chamam celeiro de bamba
A majestade do samba
Da velha guarda formosa e faceira
Eu sou e sei que sou
Mais fascinante, deslumbrante, mais amor
Bem sei que você aprova
Pois meu visual comprova
Eu sou luxo e esplendor
Olha eu aí
Cheguei agora
Cheguei pra levantar o seu astral
Posso perder, posso ganhar, isso é normal
Vinte uma vezes campeã do carnaval“
África encanto e magia
Berço da sabedoria
Razão do meu cantar
Nasceu a liberdade a ferro e fogo
A Mãe Negra abriu o jogo
Fez o povo delirar
Deixa falar, ô, ô, ô
Deixa falar, ô, iaiá
Esse batuque gostoso não pode parar
Entra na roda ioiô
Entra na roda iaiá
Lá vem Portela é melhor se segurar
Axé vem de Luanda
Sacode negritude da cidade
Trazendo a bandeira do samba
N’apoteose da felicidade
Samba é nó na madeira
É moleque mestiço
Foi preciso bancar
Resistência que a força não calou
Arte de improvisar
Capoeira
O samba vai levantar poeira
Tem zoeira
Em Oswaldo Cruz e Madureira“