Antes de mais nada, um aviso aos meus 35 leitores: o tema é altamente polêmico.
Quero falar aqui de algo que vem me incomodando há muito tempo, que é a ostensiva presença dos grupos neo-pentecostais na vida brasileira e sua teoria de que “são os escolhidos”.
Grosso modo, a teoria neo-pentecostal, baseada em uma interpretação bastante particular da Bíblia, é a seguinte: não importa o que você tenha feito em sua vida terrena, se na hora da morte você se “converter” estará salvo.
Ou seja: você pode matar, estuprar, roubar, sacanear os outros, fazer o que quiser, desde que na hora da morte se arrependa e se converta.
Por outro lado, se você faz o bem a vida inteira, acumula méritos, leva uma vida honesta e ética, pratica a verdade e o belo e se dedica à causa de Deus, mas em outra religião: vai direto para o inferno, sem escalas, para o sofrimento eterno.
Não sou profundo conhecedor de Teologia, mas isso não me parece nem um pouco coerente. E se tem uma característica Divina, esta é a justiça.
Só que não falarei aqui de Teologia. Quero chamar a atenção para os efeitos práticos desta postura das seitas neo-pentecostais.
Darei o exemplo do trânsito: 90% das fechadas que eu levo, invariavelmente, possuem no vidro traseiro adesivos do tipo “Deus é Fiel”, “Ministério Apascentar”, “Canção Nova”, “Primeira Igreja Batista de São Longuinho do Oeste” e coisas semelhantes.
Como a doutrina evangélica prega que estes são “os escolhidos”, o homem alarga este conceito e resolve que tem prioridade em tudo: no trânsito, nos empregos, nas filas e em qualquer lugar em que necessite haver algum tipo de ordem.

Sempre veem o próprio lado e a própria conveniência em primeiro lugar. Em seu raciocínio, como são os “escolhidos” por Deus, obviamente creem que são mais importantes que as outras pessoas.

Outro problema é que o conceito de “moral” ou de “ética” acaba sendo bastante discutível: o fiel não pode beber ou se divertir, por exemplo, mas pode receber propina ou dar calotes.
A prática política é bastante emblemática: ao invés de utilizarem a religião para reformar a política, não somente não o fazem como ainda utilizam os fiéis como massa de manobra. Assim eleitos, repetem as velhas manias da locupletação e da perpetuação de estruturas há muito carcomidas e viciadas.
O vídeo acima é emblemático: corruptos brasilienses orando sob a liderança de um pastor para agradecer o dinheiro decorrente de propinas ! É inacreditável.
Outro bom local de observação são os locais de trabalho. Geralmente, não medem esforços para privilegiar-se, não importando o que ocorrerá com os colegas. Passei certa vez uma situação onde uma colega de trabalho queria me exorcizar cada vez que dizia que iria pro samba; mas tramou com os chefes a minha demissão para ficar no meu lugar.
Evidente que a culpa não é da Bíblia, mas sim das interpretações oportunistas da mesma a fim de colocar Deus a serviço de suas conveniências. Isso é muito ruim, a meu ver.
Por isso que chamo este post de “o egoísmo dos evangélicos”.
P.S. – Opiniões discordantes serão muito bem vindas, desde que respeitosas.

3 Replies to “O egoísmo dos evangélicos”

  1. concordo em GENERO NUMERO E GRAU!!!!!!!!!
    ahhh e td p/ eles sao seitas… eles tbm sao uma mega seita… certoo!!! infelizmente… possuem uma fé CEGA… pena….

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