de Quentin Tarantino
Já em Bastardos Inglórios Tarantino radicaliza a afirmação de Samuel Fuller que o cinema é “um campo de batalhas”. O histórico conflito entre judeus e nazistas culmina num pequeno cinema de Paris, que anteriormente passava Le Corbeau, Max Linder e outros filmes “inofensivos”. A multifacetada narrativa de combate aos nazistas culmina na sala de espetáculos, na projeção de um filme tipicamente nazista, exaltando os feitos de um “herói de guerra” nazista que, sozinho, matou cerca de 300 inimigos. Aliam-se duas frentes: os “intelectuais engajados” (a dona do cinema) (na verdade nem isso) e os “radicais terroristas” (os bastardos inglórios). As citações continuam como base de um cinema de cinefilia: desde o começo à la Sérgio Leone, em cinemascope com grandes close ups, até uma improvável Joana D´Arc queimando (também em close) nas telas do cinema, sem contar com os filmes exibidos na fachada desse cinema, e até a presença de um crítico de cinema que, obviamente quase irá estragar todos os planos de ataque (há uma piada que sugere que os nazistas foram derrotados quando a indústria cinematográfica montada por Goebbels começou a incomodar os judeus – é como se eles tivessem ido desta vez sim longe demais). Com piadas desse tipo, Tarantino faz um impensável tour de force, mexendo com “material inflamável”: mas ao invés de mexer apenas com o nitrato típico da cinefilia, Tarantino avança para uma farsa sobre o Holocausto. Acontece que Tarantino não é Kubrick, e faz um espetáculo profundamente lamentável. Existe um certo viço nas reviravoltas e na paixão com que indiscutivelmente Tarantino mexe e remexe sua narrativa, articula relações e reações, mantendo-se coerente a recursos já vistos em sua filmografia (a irreverência, o apelo cool, as cenas-limite de “um apontando armas para o outro”, os planos-sequência e as gruas no saguão do cinema, o cinema cinefílico de citações), mas acontece que aqui Tarantino vai além do cinema como lugar para a imaginação e avança para um cinema reacionário, direitista, belicista, em favor da vingança e da intolerância, um elogio à traição, ao irracionalismo e à violência como grafismo irresponsável. O cinema passa a ser transportado da tela para a vida ao avesso, como vingança não só provável como necessária: os dois bastardos atirando nos nazistas encurralados, dois sozinhos matando “350 pessoas”, ou a lotação do cinema, como avesso da saga do herói vista na tela (tela dentro da tela, cinema dentro do cinema). Não há crítica ao desejo insano de “tirar o escalpo” dos inimigos – como havia por exemplo mesmo nos filmes de John Ford – apenas a diversão anárquica, as gargalhadas dos espectadores que ecoam diante do espetáculo cool. Quando Fuller afirmava que o “cinema é um campo de batalhas”, aponta para as tensões do poder e a natureza humana, mas nunca transformou isso num espetáculo de vaidades (é só ver Agonia e Glória, por exemplo). Usando armas nazistas para denunciar os mesmos nazistas passa a impressão que Tarantino se aproxima pela oposição, um corpo estranho numa América que tenta (ainda que timidamente) se desarmar e escapar de sua inclinação imperialista, num espetáculo extremamente duvidoso.”
Fala Migão,
olha pesquisa da eleição no Flamengo feita pela PUC-RJ:
1º. Patrícia Amorim 23,6%
2º. Clóvis Sahione 14,2%
3º. Humberto Motta 6%
4º. Delair Dumbrosck 5%
5º. Pedro Ferrer 4,2%
6º. Plínio Serpa Pinto 3,9%
7º. Eider Dantas * 3,1%
8º. Lysias Itapicurú 1,1%
9º. João Henrique Areias * 1,1%
* Nomes fora da eleição
Indecisos 24,2%
Não declararam voto 19,2%
Será que teremos uma mulher a frente do Mengão?
O que voc acha dela?
Vovô xaruto
Curto e grosso, Xaruto: acho uma tragédia.
Nosso figurâo, dica: Floresta F.
Captei vossa msg, amado mestre… risos
p.s. – a área de comentários deste post está uma comédia… rsrsrs