Vejam a estrada acima.

Como podem reparar, ela não possui mureta divisória entre suas pistas, tem uma série de curvas fechadas e de raio invertido, ou seja, não é para principiantes. E mesmo o asfalto não é este tapete todo, há pontos bem irregulares.

Pois é. A estrada em questão, de aproximadamente 60 quilômetros de extensão, possui o pedágio mais caro do Rio de Janeiro e um dos mais caros do Brasil: absurdos R$ 14,40 ! Este preço vale de sexta a segunda, que concentra quase 90% do tráfego normal da rodovia.

Detalhe: a praça de pedágio foi colocada de tal forma que não há como transitar por qualquer trecho que seja sem o pagamento da taxa. Ou seja, todos os aproximadamente 13 mil carros que transitam em média pela estrada diariamente pagam o valor.

Isso, em uma rodovia que está longe de ser um modelo para quem passa por ela, como escrevi no início. Todo feriado para mim é isso. Eu me sinto assaltado quando passo pela praça de pedágio da rodovia.

Por outro lado, a alternativa a ela, a RJ-106, tem um número absurdo de pardais em toda a sua extensão: a última vez em que me aventurei a ir por ela, contei 25 equipamentos da saída de Praia Seca até a Alameda São Boaventura, em Niterói. O mais incrível é que a velocidade máxima varia, pode ser 40, 50 ou 60 quilômetros. Ou seja, o intuito não é a segurança no trânsito, mas sim arrecadar.

Outro aspecto é que a estrada tem pista simples em um trecho bastante grande.

Como escrevi anteriormente, o objetivo destes equipamentos é unica e exclusivamente arrecadatório. A segurança no trânsito é secundária.

Outro aspecto que comprova o dito acima são as blitzes que tem como único objetivo multar e apreender carros em débito com o IPVA ou com a vistoria anual. Pior é que a tal vistoria só serve mesmo para arrecadar, porque chega a ser risível. A gente paga e eles fingem que fazem a vistoria.

Voltando aos pedágios, é inegável que houve melhoria nas estradas objeto de terceirização, entretanto considero que as empresas foram com sede demais ao pote. Mas não podemos colcoar todas no mesmo balaio.

Uma coisa é o pedágio novo que colocaram na Niterói-Manilha, em um sentido só, de valor aceitável (R$ 2,50) e onde a gente já começa a ver melhorias visíveis na estrada. Outra coisa são pedágios como o da Via Lagos ou os inúmeros pedágios da Dersa (um órgão público do estado de São Paulo), muito mais arrecadatórios que qualquer outra coisa.

Aliás, estive lendo notícias que no novo Rodoanel Sul paulista, serão nada menos que 19 pedágios em um trecho de pouco mais de 60 quilômetros. Não à toa, o Zé Simão apelidou o Governador José Serra de “Maníaco dos Pedágios”.

Que fique claro: não sou contra os pedágios em si. Sou contra a extorsão de alguns trechos e a sua não reversão em melhorias a quem paga, ou seja, os motoristas.

One Reply to “Pedágio ou assalto ?”

  1. É um absurdo mesmo! Seguramente o pedágio mais caro do Brasil e sem muretas ou acostamentos decentes! Eles alegam que para fazer as benfeitorias que foram citadas haveria necessidade de mais fluxo de trânsito, o que é risível tendo em vista que em a cada verão a aumenta o número de turistas, este ano estimado em 10 milhões de pessoas visitando a região!

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